Um presidente de junta com três mandatos realizados – impossibilitado, por isso, de se candidatar - quer impor a esposa como cabeça de lista nas próximas eleições, na junta que agora administra – quer continuar a mandar…, e a fazer negócios.
Como disse Pessoa, há fenómenos nos quais faz grande diferença se os encaramos de cima ou de baixo. A prostituição é claramente um deles. E a política - que se lhe assemelha, tanto nos esquemas como nos termos - é outro.
Por cá, já não se consegue perceber onde começa a política e acaba a prostituição (moral), e vice-versa; é tudo uma mixórdia fedorenta que já só junta oportunistas, manhosos e uma ou outro néscio, na forma de casais, de facto ou de momento, ou de laços familiares, na busca imediata de umas migalhas ou de um interesse particular maior. Uma mixórdia que não repousa - no apodrecimento há fermentação.
Na manjedoura da política actual, uns contentam-se com as migalhas que vão caindo, outros açambarcam as grandes fatias - tornam-se verdadeiros pançudos.
Não há nada mais repugnante que o pançudo açambarcador.
Acho que essa medida de o conjugue substituir o Presidente como cabeça de lista ainda vai virar moda. Aqueles que têm mais que uma terão que proceder a uma eleição interna. Isto é que vai por aqui uma açorda.
ResponderEliminarAmigo Malho, bom dia.
ResponderEliminarVocê anda particularmente ácido nestas autárquicas que se anunciam disparando já para todo o lado vitupérios e adivinhações ( O Roque teve graça com aquela do Zandinga no post anterior).
Sobre o que aqui refere olhe que pode estar errado na apreciação pelo seguinte, pode haver essa interpretação que faz, mas eu tenho uma opinião algo diferente e nada tem a ver com a defesa ou ataque dos visados, apenas com princípios, e que é o seguinte:
A esposa em causa antes de ser esposa é uma mulher de iguais direitos cívicos a todos nós. A questão sucessória que coloca pode ser politicamente questionável, mais pelo lado do preconceito do que pelo lado da razão.
Não pretendendo discutir se é o mesmo que continua a mandar através de outro, questão sempre pertinente, mas sim o direito individual de cada cidadão.
A senhora em causa há muito que a vejo presente e ativa na vida partidária, sempre disponível para substituições da AM dado que é membro suplente.
Ora, se assim tem sido, alguém a pensar e agir pela sua cabeça deverá, por razões de preconceito decoroso político ser impedida de concorrer a um lugar público que já deu provas individuais que pode ter perfil para tal?
Dizer “tout-court” que não só porque é esposa do outro parece-me uma atitude injusta e chauvinista…
Se eu concordo ou defendo que deve ser candidata, se ela quer ou não ser, se estará disposta a concorrer nesse ambiente crítico, não me pronuncio para já porque isso não está ainda em discussão.
Apenas no plano dos princípios discordo que uma mulher deva ser impedida de concorrer a um cargo público para o qual pode ter as maiores qualidades e ser impedida de o fazer apenas por ser esposa do rei deposto…
Não é atitude digna de um povo democrático e justo.
Amigo Serra,
ResponderEliminarEm abstracto, é legal. Mas não é nada ético. É uma coisa estilo Coreia do Norte.
Custa-me vê-lo defender aberrações destas, mas compreendo-o… Eu sei que ética não enche barriga, e correligionário/a é correligionário/a.
Não tenha dúvidas que defendo os meus correligionários sempre que os vejo atacados embora barriga cheia eu já tenha até demais,segundo opinião da minha mulher e do meu médico.
ResponderEliminarE em se tratando de direitos fundamentais até aos menos amigos os defendo.
Bem sei que para si - e para a companhia - a ética (política) é uma batata. E é sempre bem-vindo o venha-a-nós.
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