31 de outubro de 2019

O dia em que o vereador Brilhante soltou a língua

No seu novo papel, o vereador Pedro Brilhante falou mais na última reunião de Câmara do que em dois anos de mandato ao serviço da maioria. Destemido, abriu a caixa de pandora da semana da juventude, numa pergunta aberta a Diogo Mateus: que balanço faz? E subitamente preocupado com o problema dos regadios, pediu explicações ao presidente - que era chefe, até há dias.
Foi um bom momento televisionado, aquele. O único problema de Pedro Brilhante nesta nova pele é apenas um, que divide com o companheiro Michael: o passado.


30 de outubro de 2019

No melhor pano cai a nódoa


Elevada à categoria de benemérita por todo o concelho, a Caixa de Crédito Agrícola de Pombal atravessa - por estes dias - algumas provações.

Estão por explicar as trapalhadas sucessivas no processo eleitoral, que, por agora, terminou com o cancelamento das eleições para os órgãos sociais da cooperativa, onde de vez em quando "é preciso mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma".
Decididamente, por cá, o associativismo e seu parente cooperativismo, convivem muito mal com a transparência e eleições livres. Mesmo em organizações que, supostamente, são alvo de controlo apertado por entidades de supervisão.
O resto são rumores, e até que se transformem em factos, não passam disso.

As obras de D. Diogo

O presidente Diogo está a transformar a cidade num grande estaleiro – o activismo político e o excesso de dinheiro oblige. Temos um estaleiro no Jardim das Laranjeiras e outro na Rua Custódio Freire, que já estão a provocar imensos transtornos, mas, entretanto, teremos outro no Jardim do Cardal, outro na Várzea, outro junto à estação da CP, outro no terminal rodoviário, etc. Os estaleiros dentro das cidades são um mal necessário, pelos incómodos que provocam, mas são, também, e vezes demais, sinónimo de esbanjamento, inutilidade, desperdício.
As intervenções em curso e programadas não obedecem a um plano estratégico ou urbanístico para a cidade, são meras operações cosméticas, que consumirão avultados recursos sem melhorar significativamente a actratividade e a funcionalidade da cidade. Diogo Mateus comprometeu-se a apresentar e a submeter a discussão pública um Master Plan urbanístico para a cidade. Não o fez; prefere começar a casa pelo telhado; prefere a acção à concepção; o fazer ao planear; o impor ao envolver. Nesta terra, as coisas não se fazem para responder às necessidades e aspirações das pessoas, fazem-se em função de uma agenda. Raramente resultam.
Há uns tempos, um político e dirigente do PSD disse-me: “Depois do desastre em que se transformou o CIMU-SICÓ, o Diogo - e os que o acompanham - deveria ser proibido de mexer na cidade”.
Só que: há almas nascidas para mandar, e outras – a esmagadora maioria – para obedecer ou abster-se. Quando se juntam, o caminho para a desgraça fica traçado.

27 de outubro de 2019

Estão bem uns para os outros

Na CMP, o poder não respeita a oposição – os direitos da oposição – e a oposição não se dá ao respeito.
Estamos no momento fulcral da administração autárquica – elaboração, discussão e aprovação do orçamento e plano de investimentos.  Compete ao executivo apresentar uma proposta dos documentos; e às oposições darem (ou não) os seus contributos - serem ouvidas e fazerem-se ouvir.
Só que isso nunca sucede. O poder não quer. E a oposição não sabe. Mas como há uma lei para cumprir, Diogo Mateus simula o seu cumprimento (nisto Narciso Mota era muito mais claro: não cumpria, ponto) e rasteira a oposição; a oposição – distraída e néscia – cai na ratoeira e perde o direito, porque não sabe nem o quer exercer – na verdade, não tem nada para propor.
Pelo meio, ficam:  as trapalhadas no envio das comunicações a solicitar propostas à oposição; a data de audição da oposição em cima da data de aprovação dos documentos; e a total falta de coordenação entre os elementos das “forças” da oposição. Óptimos fait-divers para animar a próxima reunião do executivo.
Siga a música.

24 de outubro de 2019

E agora a Cultura



O Farpas arranjou uma forma de todos poderem participar nas comemorações do 11 de Novembro, feriado municipal. Não, não vamos dar medalhas nem discursos. Vamos lançar o debate: Que Cultura é Esta? É hora de discutirmos quem faz o quê, como e com que apoios. Que modelo temos e qual gostaríamos de ter, se é que este não nos serve. O convite é para todos os agentes culturais e para o público em geral, sem o qual nada disto faz sentido. 
 Temos um painel de quatro convidados para abrir o debate, de áreas tão diversas como o teatro, a música, o cinema, a literatura - com visões diversas sobre a realidade cultural de Pombal, de Leiria e da região. Além do Calika (que é da casa e defende o cinema e a música), vão abrir este debate a Rita Leitão (ligada ao Teatro Amador de Pombal, à Galeria Cabaret e à stand up), o David Gomes (da ARCUPS, Ilha, onde acontece um dos eventos mais marcantes do concelho, o Ti Milha) e ainda o Pedro Miguel, músico e investigador de Leiria, que tem integrado a organização de diversas iniciativas culturais aqui ao lado. 
 Esperamos por todos no dia 11, às 21 horas, no Café Concerto!

21 de outubro de 2019

A abertura do nó da A1 no Barracão e as intenções perdidas no tempo


O ano era 2014 e publicamente era manifestado pelos presidentes da Câmara de Pombal e Leiria à data, durante a visita às obras de requalificação da estrada municipal 1038 que liga o Barracão à Guia (troço do concelho de Leiria), a importância de ter um nó da A1 que estaria já previsto nos Planos Directores Municipais de Pombal e Leiria.

Um excelente exemplo de uma abordagem concertada entre dois Concelhos vizinhos para o desenvolvimento regional dada a actividade industrial e também dos transportes de mercadoria.

Ninguém duvida que a concentração de vários sectores industriais como cerâmica, extração de minerais, rações, florestas e transformação de madeiras, metalomecânica, pecuárias e outras nesta região exigiria um acesso à A1, libertando trânsito, principalmente de mercadorias, desta via. São 24 Kms de distância sem saídas da A1 neste percurso.

A saída de Soure, entre Pombal e Condeixa há muito que existe, e se há abertura para uma saída porque não existe para esta?

Passaram quase 5 anos desde essa manifestação pública será que as intenções se irão definitivamente concretizar? Ou compromissos públicos desaparecem com o tempo...


Só às paredes confesso


Sabemos que quem manda em Pombal nunca primou pela originalidade. Tem quase sempre optado por reproduções, a maior parte das vezes mal-amanhadas, de iniciativas ou eventos que acontecem noutras paragens.
Uma das “originalidades” mais “originais” foi prantar a frase anglicizada I LOVE POMBAL no Jardim do Cardal. Esta declaração de amor estridente, por ser tão pouco singular, teve um resultado um pouco ridículo (como as cartas de amor devem ser).
A paixão ebuliente e estrídula parece ter dado lugar a uma discrição envergonhada. Os caracteres que bradavam esse amor, à falta de melhor sítio, foram parar ao castelo. Não sei se por o amor ter esmorecido ou por as letrinhas ficarem “a matar” dentro da nossa fortaleza.

20 de outubro de 2019

A ditadura da felicidade


Ao ler a recente entrevista de Bárbara Wong do jornal O Público a Edgar Cabanas, psicólogo, investigador no Max Plank Institute for Human Development, em Berlim, e um dos autores do livro "A ditadura da felicidade", lembrei-me das conferências de motivação, dos Pedros Vieirasdos Drs Negrellis e de todos os que se deslumbram com os seus discursos bacocos. 

O livro apresenta-se como "uma crítica à forma com a felicidade é apresentada pela Psicologia Positiva, como esta se tornou numa indústria, a do bem-estar, e num negócio que movimenta milhões de euros. Mas esta é também uma forma de controlar a vida das pessoas, concentradas em si mesmas, não se preocupando com o que se passa à sua volta."

Numa altura em que os nossos autarcas vivem tão obcecados em vender a felicidade em comprimidos, dando eco a práticas que se revestem de uma linguagem e padrões estéticos científicos mas que, no fundo, não passam de mera banha da cobra, é importante ler quem ainda não perdeu a lucidez. Citando Edgar Cabanas: "mais importante do que impor a ideia de felicidade é dar ferramentas às pessoas para que compreendam que há que resolver os problemas políticos e sociais primeiro. Só assim poderão ser felizes." Assino por baixo.

17 de outubro de 2019

Comédia KLIK

Foi conhecido hoje o programa da Semana da Juventude, “Klik” para os amigos, entre algumas curiosidades reparei no regresso das sessões de cinema ao Auditório Municipal, será bom ver aquele espaço novamente a funcionar depois de tanto tempo fechado. Pena que estes eventos sejam apenas pontuais e não existir de todo uma programação para aquela sala. Não falo do projecto falhado do “Cinema Municipal”, que ao fazer concorrência directa ao Cinema do Shopping  quase nos deixou privados de salas de cinema em Pombal. Mas isso é outra história e do passado não vou falar agora. Seria bom existir uma programação regular no Auditório Municipal, exibir cinema alternativo aos circuitos comerciais, e com isso ajudar também o cinema independente. Eu sei, é bom sonhar…

Mas nem tudo é mau, agrada-me ver que haverá exibição de curtas do MOV’ilha, dinamizada pela ARCUPS, faltam mais parcerias assim.  Em relação aos 3 filmes seleccionados para exibição, é de lamentar as escolhas, fala-se tanto em apoiar o cinema português e temos em cartaz Blockbusters de 2018, que podem ser vistos em qualquer prateleira de supermercado. Porque não passar pelo menos um filme português, por exemplo o “Variações”?

E já que falamos de música passemos então à agenda musical. Não tenho nada contra a BB, muito pelo contrário, tal como o pai, tem um cabelo lindo. Apenas acho que esse cachet dividido por alguns artistas locais, daria para enriquecer ainda mais o programa e apresentar alternativas musicais. Perdoem-me os fãs da cantora, mas há muita e boa música a ser feita em Pombal, por jovens e não só.
Perde-se assim uma vez mais a oportunidade de valorizar os artistas locais, sobram os amigos e os Djs, infelizmente aí nada de novo em Pombal. A BB sozinha tem mais orçamento que o festival “Oh da Praça”. Porque não mais parcerias com associações locais? Seria interessante perceber ao certo quanto esta semana vai custar aos cofres da autarquia.

Segundo o comunicado da CMP, a “Semana da Juventude de Pombal,
pretende ser um evento que conjuga a animação, com a motivação dos jovens
para as várias saídas profissionais e para as novas tecnologias.”, confesso que olhando para o cartaz ainda não percebi como isso irá realmente acontecer.

O que salva o cartaz do “Klik” é mesmo o humor. Mesmo não sendo já muito jovem, estarei presente em algumas das actividades, vai ser bom ouvir algumas anedotas e dar umas gargalhadas encostado ao balcão da barraca das bifanas, perdão, ver StandUp comedy, comendo um sandwich gourmet num stand da Street Food, assim é que é.  Para o “Klik” rir é mesmo o melhor remédio!