Muita coisa já se disse sobre os resultados das autárquicas - sobre os vencedores, sobre os derrotados, sobre a abstenção, etc. Por cá correu tudo dentro das previsões: ganhou o mesmo, perdeu o mesmo, e o resto não contou para nada.
Mas poucos terão reparado na expressiva dimensão dos votos Brancos (950 – 4,14 %) e Nulos (511 – 2,23 %). Somados dão 1461 – 6,37%. Ou seja, no momento em que se tornou muito difícil mobilizar e envolver as pessoas na política e levá-las participar e a votar – mais de metade não vota (53,33 %), pelas mais diversas razões -, 1461 (6,37%) eleitores vão às urnas expressar a convicção que não se revêm em nenhuma força política.
Mais: a coisa é de tal forma proeminente que os Brancos (950 – 4,4 %) já representam o 3.º maior resultado – batem o Chega (841 – 3,67%), a Iniciativa Liberal (741 – 3,23%), o Bloco de Esquerda (668 – 2,91%) e o PCP/PEV (407 – 1,77%).
Dá que pensar. E deveria fazer repensar a forma de fazer política por parte dos pequenos partidos. E pelo PS local - também já um pequeno partido, partido.
Amigo Malho, a abstenção não é só no concelho, é geral no país.
ResponderEliminarHá como que um cansaço das pessoas que pelas dificuldades de vida reais ou apercebidas, não acreditam em soluções políticas para dar um rumo melhor a todos nós.
O tempo revolucionário, das grandes paixões políticas, com o mundo dividido em duas ou três ideologias antagónicas, já lá vai. O mundo desenvolvido tende para uma organização comum, onde as diferenças são atenuadas, algumas amalgamadas e outras simplesmente elididas do mapa.
Na minha opinião isto não vai mudar muito porque continuarão ativos aqueles mais interessados na coisa publica e que normalmente acompanham os atos governativos.
Em Pombal concelho, pois... até ver o PSD é hegemónico. As divisões internas do PS local talvez pronunciem a entrada em jogo de personagens mais marcantes ou interventivos que deem alguma maior expressão ao partido.
Mas sabe que em tempos mais sombrios a dificuldade em brilhar é ainda maior, mas nem sempre é inverno e nunca se sabe o que poderá vir no futuro. E eu não estou a puxar pelo PS, estou só a puxar pela democracia, porque uma terra democrática sem oposição suficiente é candidata a decisões e ações cada vez mais individualistas o que, por sua vez, mais ainda desmotiva os eleitores.
E não penso que sejam as iniciativas independentes, que em torno de um ou mais nomes aspirantes a notoriedade arregimentam uns tantos apoiantes, que sejam alternativa aos partidos tradicionais, porque das experiências anteriores no país, todas as iniciativas pessoais nascem fulgurantes e para a eternidade que afinal não duram mais de uma ou duas legislaturas.
Mas, não nos deixemos perturbar muito com o abstencionismo ou o independentismo, porque no final é preciso é que a máquina vá funcionando com os que restam interessados, a bem da democracia e da liberdade individual.
E por falar em liberdade e democracia: Por acaso deram pela fragilidade da democracia e como pode ser fácil interrompê-la sem grande dificuldade? É só lembrarmo-nos do final do mandato de Trump com a invasão do capitólio, ou a instabilidade no Brasil e as posições musculadas e ameaçadoras do presidente; Ou ainda a constante ameaça de invasão do democrático Taiwan pela China; Ou ainda das leis travão à democracia em Hong Kong ditadas pela tutelar China ainda antes dos 50 anos acordados na entrega do território pela Inglaterra...
Bem, depois destes exemplos, a nossa terra e o nosso concelho continuam a ser um paraíso na terra. embora continue legítima a insatisfação dos munícipes porque lá está o ditado: Com o mal dos outros posso eu bem...; Logo há é que tratar da vida dos nossos conterrâneos e isso é o que todos nós vamos ajudando a concretizar, seja com trabalho, seja com intervenção, seja com critica, seja com discussão…
Dá que pensar o quê? Repensar o quê? Fazer o quê?
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