Saiu hoje a sentença sobre o processo que corria no Tribunal Criminal de Leiria contra o ex-presidente da câmara (Diogo Mateus) e o seu chefe de gabinete (João Pimpão), por uso indevido de recursos camarários (viatura e respectivas despesas) em benefício próprio – assunto que mereceu ampla divulgação por aqui, aqui,...
Diogo Mateus foi condenado a quatro anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada e por falsificação de documentos, com pena suspensa por igual período (quatro anos). João Pimpão saiu absolvido dos crimes de peculato e peculato de uso em co-autoria.
No Estado de Direito as pessoas (só) são condenadas pelo que vão acusadas e pelo que fica provado em julgamento… Muita cumplicidade política; pouca cumplicidade criminal. Na verdade, para o Tribunal só conta o que está na acusação. Ainda bem.
O Diogo foi um Presidente de Camara competente e diligente. Cometeu um lapso, que deu origem a crime. Na minha opinião não lhe vai acontecer nada, e mesmo financeiramente os valores a entregar são irrisórios, ha malas de senhora a custar 10 vezes mais. Politicamente foi um tiro mortal. Não voltará a ter condições para exercer funções públicas.
ResponderEliminarInfelizmente neste país verificamos que quanto menor é o delito maior é o rigor da lei.
ResponderEliminarClaro que se se provou o uso, ou abuso, indevido de prerrogativas do cargo publico em atividades privadas, apesar de defendidas por simultaneidade com atividades oficiais cujas justificações o tribunal não validou.
Neste caso, respigando o desfecho do tribunal é indubitável o erro e daí a condenação.
Mas ficamos sempre perplexos por vermos que o que foi valorizado e punido pelo tribunal foi mesmo a atitude “oportunista” do visado e não os valores em causa, irrisórios e facilmente estornáveis.
Ora assistindo nós, há anos, à eternização de julgamentos envolvendo milhões, corrupção em cadeia e vítimas sem fim, que estão anos para iniciar, com avanços e recuos, e com recursos muitos até à prescrição final, questionamos se há justiça em punir com tal rigor quem cometeu uns pecadilhos e não soube manter a candura e honestidade que a todos se exige, e protelar as punições onde a trafulhice e o dolo sejam de tal monta que até fica mal à justiça fazer alguma coisa sobre o escabroso assunto!
Aqui o Roque refere, num comentário ajuizado, que DM está ferido de morte política, mas eu não concordo. Veja-se Isaltino Morais, onde já esteve e onde voltou e ainda por cima a inaugurar rotundas e a promover restaurantes do seu concelho.
De facto, tanto Diogo Mateus, mais penalizado, como o chefe de gabinete João Pimpão, absolvido, ficarão para sempre com o opróbrio de se verem envolvidos em procedimentos censuráveis e, para mim, é aí, na opinião publica, que vai residir a maior consequência para os visados.
Todos precisam de fazer pela vida e não é por se ter pecado uma vez que se tem de ter uma pena eterna. Ao DM muitos reconhecem qualidades gestoras e preparação intelectual e seria, alem de injusto, um desperdício não utilizar as suas qualidades na contribuição do progresso coletivo.
Até porque se muitos se queixam das consequências dos seus defeitos, que os teve, também se lhe reconhecem méritos que muito contribuíram para a sociedade.
Todos devem poder ser felizes na sua existência, oportunidades na vida e tolerância nos seus defeitos e para DM não deve ser diferente.
Mais uma vez, como é seu hábito, com uma no cravo e outra na ferradura.
EliminarQuem habitualmente "rebimba o Malho" não costumo ser eu! 😉
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