17 de setembro de 2025

Diogo Mateus condenado

Saiu hoje a sentença sobre o processo que corria no Tribunal Criminal de Leiria contra o ex-presidente da câmara (Diogo Mateus) e o seu chefe de gabinete (João Pimpão), por uso indevido de recursos camarários (viatura e respectivas despesas) em benefício próprio – assunto que mereceu ampla divulgação por aqui, aqui,...



Diogo Mateus foi condenado a quatro anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada e por falsificação de documentos, com pena suspensa por igual período (quatro anos). João Pimpão saiu absolvido dos crimes de peculato e peculato de uso em co-autoria.

No Estado de Direito as pessoas (só) são condenadas pelo que vão acusadas e pelo que fica provado em julgamento…  Muita cumplicidade política; pouca cumplicidade criminal. Na verdade, para o Tribunal só conta o que está na acusação. Ainda bem.

14 de setembro de 2025

O sítio do Pimpas: como viver numa realidade paralela

A família social-democrata está hoje como gosta: à mesa, boa comida e boa bebida, baile com o Graciano e resto do espectáculo abrilhantado pelo Toy. A Expocentro tomada por eles, que são muitos, esmagando qualquer concorrência que se apresente a eleições. É assim há muitos anos, e desta vez promete ser (quase) assim, também. 

O tom festivo é de celebração. Nas redes, uns e outros mostram-se no registo David e Golias. Fazendo fé na máquina poderosa que montaram e exibem, seria escusado ir a eleições. Mas nada disso é novo, como bem sei o (e)leitor. Divido coma  directora do Pombal Jornal, Manuela Frias, a frase com que abre o último editorial do único jornal da terra: “não é novidade para ninguém”. 

O que é novo aqui, por estes dias, é a subversão total do género jornalístico “artigo de opinião”, que nessa mesma edição Pimpão assina, na página 4. Pensava eu que já não iria surpreender-me mais, nem com políticos nem com os media da terra (que há muitos anos entraram no registo de não levantar ondas, quanto menos notícias melhor, porque isso só dá chatices…), quando me deparei com um exercício de propaganda básico, mascarado de artigo de opinião. O título – “Pombal cresceu: resultados que falam por si” é uma versão resumida do infomail que Pedro Pimpão fez chegar às caixas de correio, há dias, com o balanço do mandato autárquico. Chama-lhe, em estrangeiro, “accountability”, prestação de contas, por assim dizer. Fazendo fé nos seus números, das 236 medidas que havia proposto para uma década, há quatro anos, estamos com 217 executadas ou em execução, o que corresponde a 92%. Se fosse assim, estávamos prontos a abrir telejornais a toda a hora. Como não é, enganamos o eleitorado com vídeos e “notícias” que o povo vai papando como se o fossem, de facto. “Diz que ela estava ali em baixo, ao fundo da ladeira, a dar uma entrevista”, disse-me o meu pai, nos seus 82 anos, para quem a internet e o digital são coisa de que ouve falar na rádio e na tv. Ele não se dá conta, mas a poderosa máquina de comunicação da campanha que voa mais alto usa desse artifício, sem que ninguém lhe peça prova dos factos.

O Pedro é um caso de estudo. Ele consegue visualizar um jardim num monte de entulho, e pior, acreditar que é real. No rol dessas medidas que elenca, detive-me, por exemplo, na “promoção de um envelhecimento activo, saudável e feliz”. 

A minha geração chegou àquela idade em que mal acabámos de cuidar dos filhos e temos agora de cuidar dos pais. E por isso cada um de nós sabe o que nos diz a realidade no concelho de Pombal: muitos velhos, a maioria com doença e/ou demência, sem respostas. 

Passaram mais quatro anos e continuamos sem parque verde. Há décadas que alimenta os programas eleitorais. Mas na requalificação urbana e quejandos, estamos quase a rebentar a escala. Com os tantos milhões que enterrámos no Explore Sicó (CIMU Sicó que Deus tem), já tínhamos feito pelo menos 10 parques verdes, com piscinas e tudo.

Passaram mais quatro anos e não há notícia de nenhuma grande empresa a querer instalar-se aqui. Toda a gente sabe que uma cidade só cresce e se desenvolve com trabalho, com emprego, que depois traz gente, leva à fixação, e assim promove um ciclo (não vicioso, mas de virtude). Toda a gente sabe? Não. Há quem acredite em unicórnios e smart cities e proximidades encenadas. 

Feitas as contas, o Pedro está a fazer tudo bem: o que lhe falta na Câmara em matéria de comunicação sobra-lhe na campanha. Há dinheiro, muito dinheiro, bons materiais e conteúdos. Mas como sabe que há uma franja (muito importante e vasta) que não vai às redes, é preciso lançar-lhe o isco à moda antiga, nessa coisa fora de moda que são os jornais. O pior é que – tenho disso a certeza – o Pedro sabe bem que aquilo não se faz. Nasceu numa família de jornalistas, cresceu no meio, tem um jornalista como mandatário. 

Não por acaso, o livrinho que mandou para as caixas do correio termina a agradecer à comunicação social. Pudera. Qual é o autarca que não quereria jornais e rádios amiguinhos, que nunca beliscam o poder?

O meu primeiro director, no primeiro jornal onde trabalhei (O Correio de Pombal) dizia sempre o mesmo: “se dizem bem de ti, desconfia. É porque não estás a fazer o teu trabalho”. Era o tempo em que os jornais ainda diziam “as verdades que incomodam em vez das mentiras que encantam”, uma frase tornada célebre por um ex-secretário de Estado da Comunicação Social: o social-democrata Feliciano Barreiras Duarte. 

Nos tempos que correm, parece que estamos condenados apenas a comer gelados com a testa. Ou já algum dos outros candidatos (existem mais 7, pasme-se) tem o seu artigo de opinião pronto a publicar?

* o sítio do Pimpas era o nome do Blogue de Pedro Pimpão e da coluna de opinião que assinava na imprensa local, ao tempo da Jota.



12 de setembro de 2025

Pérolas Pombalinas – Autárquicas`25 #2 – "Consigo". "Não Consigo"

Ontem à noite, aquela coisa a que chamam “Tertúlias do Marquês” - uma espécie de clube do charuto do antigamente que se junta regularmente para deglutir uns comes e bebes e se ouvirem - convidou para animar o repasto, sem critério que se enxergue, três candidatos à câmara municipal: Pedro Pimpão, Fernando Matos e Mithá Ribeiro!

Os croquetes apresentaram-se bem… A conversa, que se queria cavalheiresca, nem tanto: azedou quando a claque forasteira questionou a imparcialidade da moderadora e trouxe à liça arrufos antigos mal resolvidos com o candidato-presidente.  

Mas a "figura" da tertúlia coube - como estava predestinado - ao “Consigo”. Reconheceu o óbvio: “Não Consigo”. Não consigo fazer-me ouvir.

10 de setembro de 2025

Pérolas pombalinas - Autárquicas'25 #1

#o doutor teve que abandonar

O debate proporcionado pela nova plataforma digital 'Conta Lá' teve o condão de marcar o arranque da campanha eleitoral. E logo ali, no dia de ontem, caiu-nos a primeira pérola, inspirando a nova rubrica do Farpas, que começa hoje e só termina dia 12, ao cair do pano.

Ora nesse debate (gravado em Leiria) o Doutor, candidato do PS, não compareceu. Mais tarde, com o caso nas bocas do mundo, publicou na sua página oficial um 'esclarecimento', que pode ser lido aqui. Nas redes, os apoiantes mais directos desunharam-se a partilhar a 'justificação'. Uma horda de bons-cristãos socialistas veio desculpá-lo, e desculpar-se. 

O episódio entra directamente para o top 10 das pérolas, venham as que vieram. o Doutor está para o concelho de Pombal como o homem do fogo ao pé da porta. Mas nada temam: já confirmou a presença numa espécie de debate, à porta fechada, que acontece amanhã à noite, no Tirol, por iniciativa da 'Tertúlia do Marquês'. Amanhã explicamos do que se trata. 


 

9 de setembro de 2025

Debates sobre as Autárquicas – candidatos afastados ou afastaram-se?

O novo canal televisivo “Conta Lá”, que se propõe a fazer uma ampla cobertura das próximas eleições autárquicas, gravou hoje, em Leiria, o debate com os candidatos à Câmara Municipal de Pombal, que será oportunamente transmitido, onde participaram unicamente Pedro Pimpão, candidato do PSD, e Luis Couto, candidato do movimento independente.

Pergunta-se: os outros candidatos não foram convidados, faltaram ou não quiseram participar? Como é óbvio, os eleitores gostavam de saber…


Adenda: perguntar “ofende”? Parece que sim…

Já sabíamos, há muito, que nesta malfadada terra vegeta uma “classe política” que abomina a crítica, ignorando que ela é a essência e a massa da própria política em Democracia. Mas parece que também não tolera a simples pergunta, neutra e óbvia. Deus nos livre de tamanha fragilidade.

27 de agosto de 2025

Os bandarilheiros de Abiul

 Sandra Barros, que daqui a um mês e meio termina um ciclo de 12 anos como presidente da Junta de Abiul, foi uma das (poucas) boas surpresas nos últimos anos, no domínio autárquico. Pese embora a estrangeirinha que fez ao CDS depois de vencer a primeira vez, cumpriu os seus mandatos com discrição e competência. E tinha tudo para deixar o nome bordado a ouro naquela freguesia. Mas eis que vem a público a sua participação no novo elenco do PSD. Numa primeira impressão, poderia parecer que se candidata a presidente da mesa da assembleia (o que também é discutível, mas a malta já encara com naturalidade), só que não: o cartaz é explícito. E foi ainda mais explícita a utilização da página de Facebook da presidente/candidata, criada há quatro anos. Mesmo que um rebate de consciência tenha obrigado a apagar a ousadia...há coisas que deixam marca. Uma vez na net, sempre na net...

Ora, sabendo nós que o candidato Celso Mendes foi escolha de segunda ou terceira água, está bem de ver o que vai acontecer ali, o jogo de faz-de-conta-que-ela-já-não-é presidente mas na prática...será. 

Tanta chatice atormentou outros casos, como o presidente da Pelariga, por exemplo, e afinal estava encontrada a solução para contornar a limitação de mandatos. Um problema, isto das leis e das regras da democracia. Coisas terrenas, que pouco afectam quem voa lá no alto.



24 de agosto de 2025

Assalto ao poder na Caixa Agrícola de Pombal

Nesta malfadada terra, a política deixou de ser um ideal. É agora - como nos anunciam - um estratagema para voar mais alto. Voar alto, muito alto, é uma ambição tola, própria de tolos, muito bem tratada na mitologia grega, e ao longo dos séculos pela grande literatura e pintura. Por cá, o próximo voo mais alto já arrancou e termina dia 12 de outubro, com a eleição do doutor Pimpão; o seguinte, assalto ao poder na Caixa Agrícola, está em fase de preparativos e terminará no início do novo ano - se conseguir levantar voo… 



Diz-se, há muito, que a política perdeu a corrida para o mundo dos negócios. Mas por aqui também já a perdeu para os empregos chorudos. Agora o que está a dar, o que anima a nossa classe política e/ou dirigista oportunista, são os tachos na “administração” da Caixa Agrícola, bem remunerados, cheios de mordomias e sem controlo de quem o deveria fazer – Banco de Portugal e afins. 

No tempo em que a generalidade dos partidos não consegue seduzir pessoas para as listas de candidatas aos diferentes órgãos autárquicos, e só o partido no poder (PSD) consegue cumprir os mínimos - apresentar listas a todos os órgãos –, um pequeno grupo de “primas-donas”, caciques e ex-caciques locais, que cresceram e engordaram à sombra do poder instalado nos paços do concelho, cirandando pelos tachos disponíveis na praça, apoiam-se no poder instalado e lançam-se no assalto ao poder na Caixa Agrícola. 

Sempre aqui saudámos as disputas e as renovações de poder nas instituições e entidades públicas ou privadas (que mexem em coisa pública), nomeadamente no malfadado associativismo local, que, em muitos casos, é falso associativismo. Mas ultrapassa o inimaginável - não lembra sequer ao Diabo - que criaturas supostamente esclarecidas queiram disputar as eleições para os órgãos de uma associação a que nunca estiveram ligados, para a qual não possuem currículo, e de que não são sequer sócios! A Caixa Agrícola não é uma associação de vão-de-escada, que organiza umas festas e vende umas cervejolas; é uma entidade financeira, que opera num mercado exigente, onde o rigor e a honorabilidade são a marca-de-água da sua credibilidade e condições críticas para o exercício da sua actividade, junto de quem aí aplica as suas poupanças. 

Bem sabemos que nesta terra vale tudo para quem está ancorado no poder instalado, mas há manigâncias que ultrapassam todos os limites. E um dos limites de voar muito alto é ser derretido pelo Sol, como bem ensinou a mitologia Grega.

22 de agosto de 2025

Pimpão cavalga oposição

A política pombalense tornou-se uma alegoria banal, inepta e insípida, que em muitos momentos roça o deplorável. Até ao final do ano, as próximas eleições autárquicas proporcionar-nos-ão vários actos caricatos e/ou penosos.

No arranque, bastou a “oposição” não se apresentar a duas freguesias para o doutor Pimpão cavalgar vitória antecipada. Em política, vitória é sempre vitória, nem que seja de “pirro” por ausência/incapacidade dos adversários. Mas convinha não embandeirar em arco… Todos já perceberam que o doutor Pimpão vai sentado num jumento, não num puro-sangue…



A “oposição”, coitada, continua em estado de negação, incapaz de olhar os factos e a realidade que a rodeia. Prefere vitimizar-se: transferir para outros erros seus - caminho que não resolve nenhum problema, só os agrava. Ao fraco já deveria chegar como desgraça carregar as suas fragilidades. Mas não: a dita oposição gosta de amplificar a sua desgraça, expondo na praça pública as suas fragilidades, os seus medos e os seus fracassos.

O pior cego não é aquele que não vê; é aquele que não quer ver.