A felicidade só é possível no Céu. Mas o crente e bom-cristão dotor Pimpão prometeu-a aos pombalenses, na Terra! Cumpriu.
"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
15 de junho de 2025
12 de junho de 2025
Em Outubro, Pombal desce mais um degrau
Quando julgávamos que já tínhamos batido no fundo, eis que a realidade nos prega mais uma partida, nos impõe mais um fundo - do poder inepto para o vazio de poder.
O que mais aflige o observador interessado pelas coisas da vida colectiva, onde a política deveria assumir o lugar superior, é o fraco pensar e a falta de noção mínima da realidade municipal que as pulverulentas e desengonçadas criaturas, que se vão apresentando a sufrágio e as que as escolhem, patenteiam. Tal como no passado recente, estamos claramente, salvo raríssimas excepções, perante criaturas que não nos representam, nos não conhecem (os eleitores) e receiam que os conheçamos (a eles/elas). Criaturas que nem mesmo chegam a saber para que serve a política, o órgão câmara ou o órgão freguesia, que vivem demasiado à parte para ter razões pró ou contra o que quer que seja, que acham uma vergonha manifestar publicamente uma ideia própria sobre qualquer coisa, quanto mais ter a ousadia própria da consciência para afirmar ideias e criar rupturas – para serem alternativas.
A política pombalense há muito deixou de ser aquilo que já foi e deveria continuar a ser: um jogo de xadrez, onde todas as figuras da comunidade, das mais proeminentes às mais comuns, participavam directa ou indirectamente no jogo, cumprindo o seu papel num plano e numa estratégia estabelecida e interpretada pelos melhores preparados. Agora é uma representação falsa, porque viciada, da vitalidade da comunidade: um jogo matematicamente claro, definido à-cabeça, como é todo o jogo de damas que se joga com uma pedra a menos.
Mas o que há a esperar de uma oposição que só sabe jogar jogos, como o de damas, cujo único movimento é empurrar peças para a frente, sem plano, preparação ou estratégia? Esta tropa da oposição comporta-se como o animal ferido que pressente sua perdição e não sabe o que fazer. Resultado: pisoteia o pasto que poderia salvá-lo de morrer de fome.