31 de outubro de 2009

Chiqueira política

José Grilho, novo presidente da AM, afirmou no discurso de tomada de posse que a AM “não é local de chiqueira política”. Bela forma de começar o mandato.
Estou certo que os últimos presidentes da AM nunca profeririam aquela afirmação, naquele local e perante uma nova assembleia. Logo, se foi dita por quem leva vários mandatos na AM, só pode revelar um grande sentimento de culpa.

Discriminação?

Pedro Pimpão foi, à última da hora, promovido a vereador a tempo inteiro (ouvi dizer que o presidente da câmara lhe perguntou durante reunião pública do executivo se ele queria ser vereador a tempo inteiro, ao que ele respondeu, logo, afirmativamente). Pudera!
Assim, o executivo ficou com um presidente e cinco vereadores a tempo inteiro e uma vereadora, Paula Silva, a meio tempo.
Não havia necessidade de fazer esta pequena discriminação.

29 de outubro de 2009

Vamos ao teatro


Aceitando o repto do Filipe Eusébio, fica, mais uma vez, a sugestão de assistir ao espectáculo "O que não vi", criado a partir do livro de Javier Tomeo, "Histórias Mínimas", que o Teatro Amador de Pombal leva a cena este fim-de-semana (sexta e sábado), no Teatro-Cine, pelas 21h30.

O bilhete custa apenas 2 euros! Como curiosidade, deixo aqui um dos textos desse excelente livro.

28 de outubro de 2009

Tópico para uma discussão que se vai adiando

Em Itália, o novo líder da oposição, Pier Luigi Bersani foi eleito como líder do Partido Democrático Italiano com 2 milhões de votos. Foram eleições primárias onde bastava pagar 2 € e se podia votar em quase todo o lado. O poder tremeu perante uma escolha partidária devidamente selada com a legitimidade da "rua". Exemplo, oportunidade, perigo ou fogacho? Numa altura em que muitos questionam não apenas a qualidade do sistema político como dos seus actores, qual a medida da abertura que deve ser pensada para a relação entre partidos e sociedade civil?

O concelho charneira a franchising, já!

Por oposição ao mais do mesmo que descorre em Pombal, em Leiria vivem-se dias de mudança. O tempo dirá resultados (ou não) deste turbilhão de episódios que sucede por lá. Mas é bom ver que as coisas mexem. Imagino o que seria por cá, se tal sucedesse. Os que se acomodaram e julgavam nunca mais sair daquela confortável posição. Os que nunca acreditaram que, do dia para a noite, tudo mudasse. Os donos disto e daquilo, que de repente perceberam que a tudo é do povo. E que ele é quem mais ordena, para o bem e para o mal.
O que me preocupou foi ouvir o novo presidente falar de "um concelho charneira". Terá Narciso Mota promovido um franchising de tão fenomenal expressão? Resta-me esperar que não venha aí o apêndice humanista e o toque solidário. Cruzes, que isto alastra mais que a Gripe.

27 de outubro de 2009

Executivo novo

Decorreu ontem a primeira reunião do novo executivo que serviu, essencialmente, para a atribuição dos pelouros. O executivo de nove vereadores (7 do PSD e 2 do PS) passa a ter sete vereadores do PSD com pelouros (5 a tempo inteiro e 2 a meio tempo).
A lei prevê para municípios com mais de 20000 e menos de 100000 eleitores, nos quais Pombal se inclui, 2 vereadores a tempo inteiros (ou 4 a meio tempo). É um executivo grande, pago por nós, mas não é um grande executivo. Sobra-lhe em dimensão o que lhe falta em credibilidade (e esta não se compra na farmácia nem se conquista com os votos).
Decididamente, o executivo camarário tornou-se mais uma extensão do centro de emprego em que a câmara se transformou, agora para políticos desempregados.
Longe vão os tempos em que Narciso Mota se fazia acompanhar por pessoas com provas dadas.

Ainda os resultados das eleições autárquicas

Foram desastrosos para o PS. Uma derrota esmagadora que compromete o resultado das próximas eleições (tal como os resultados anteriores comprometem estes). Por muito que custe aos dirigentes e candidatos que estiveram envolvidos na campanha só há uma caminho a seguir: assumir sem dramas a derrota, procurar as causas, repensar tudo e traçar um novo rumo. Porque uma coisa é certa: o partido não á alternativa. E não existindo outra, tem que o ser o mais rápido possível.
P.S.: Apesar de tudo, grande vitória no Louriçal. A prova, provada, que o povo não estúpido.

O maior cego é que não quer ver…

Vasco de Graça Moura (VGM), um dos maiores ideólogos do PSD, afirmou um dia destes, num artigo publicado no DN, o seguinte: “O resultado das legislativas não se limita a traduzir a profunda estupidez com que o eleitorado nacional se comportou.”
Não me incomoda nada que VGM assim pense (porque a esmagadora maioria não pensa assim), antes pelo contrário. O que me aflige é que uma boa parte dos socialistas de Pombal, nomeadamente dirigentes, também assim pensa.

26 de outubro de 2009

Antes da Blogosfera, um Bodo em Vermoil

O engenheiro está em grande forma. Constatei-o sexta-feira à noite, nesse evento em que tenho particular interesse (pelo que sou completamente suspeita), que é o Bodo das Castanhas, em Vermoil. Calhou mesmo bem, aquele jantarzito logo a seguir à tomada de posse (vulgo instalação) dos órgãos autárquicos. Foi um baptismo e tanto para os vereadores novos. Um banho de povo à maneira. As raparigas aguentaram-se como puderam. Também lá estava aquele arquitecto que é irmão do engenheiro. E o senhor Carrasqueira de Abiul. E aquela senhora de quem os homens ainda se esquecem, por ser a primeira presidente de uma junta de freguesia, no caso de S. Simão de Litém.
A noite era de festa. A tarde fora o prolongamento do acto eleitoral de 11 de Outubro. De tal modo que o presidente da Câmara - quiçá contagiado pela intervenção inusitada do presidente da junta, que não resistiu a agradecer publicamente tão expressiva votação no PSD - também se deixou levar pela emoção. E falou não só dos seus tempos de menino, como de moço. À história da catequese juntou a dos bailaricos. E de lá seguiu, para nova corrida, nova viagem. Parece que dura mais quatro anos, isto.

O engenheiro na blogosfera

Na última edição do Correio de Pombal, Narciso Mota afirmou que, assim que deixar o cargo de Presidente da Câmara, pretende "dar maia atenção à sociedade da informação" e contribuir, com as suas opiniões, "no mundo da blogosfera". Esta afirmação revela, desde logo, algum avanço face a declarações anteriores. Ainda não completaram seis meses desde que, no discurso de encerramento das I Jornadas Ibéricas sobre Violência, o engenheiro proferiu esta frase lamentável: "Encontramos neste mundo contemporâneo muitos tipos de violências: a violência provocada por aquelas pessoas que são toxicodependentes, a violência das pessoas que são alcoólicas, a violência das pessoas sem rosto, sem carácter, sem ética, que mandam blogs anónimos, mandam cartas anónimas, entrando na privacidade das famílias e das pessoas, a violência da pedofilia e a violência da homossexualidade, que não está em sintonia com aquilo que é a razão natural da vida."

A sua opinião relativamente aos blogues, pelos vistos, mudou. Esperemos também que já não defenda a existência de terapeutas para tratar "aquelas causas contraproducentes àquilo que é a essência da vida humana, toxicodependência, práticas contraproducentes, homossexualidade" (sic). Não gostaria de passar de novo pela vergonha de dizer que sou pombalense quando confrontado com tais alarvidades.


Senhor engenheiro, espero que estes quatro anos passem depressa. Estou ansioso para o ver comentar neste cantinho da blogosfera.

20 de outubro de 2009

Instalados na Câmara

Na próxima sexta-feira terá lugar a "instalação" da Câmara e Assembleia Municipal para o biénio 2009/2013. Conheci o termo há coisa de 16 anos, a propósito de um 4 de Dezembro frio e sombrio. À conta disso muito nos rimos no Sanduba de então, por onde passava muita da má-língua. Foi preciso este tempo todo para eu perceber a dimensão do termo.
Ora a (re)instalação da Câmara acontece às 15 horas desta sexta-feira. Com o mesmo Narciso Mota e seus delfins, a que se juntam duas raparigas simpáticas, mais o jovem Pedro Pimpão (até aos 30 ainda gozará desse estatuto), que é apontado como o próximo vereador do Desporto. Depois hão-de arranjar-se lá dois lugares para Adelino Mendes e Carlos Lopes, na oposição.
E assim começam os últimos quatro anos de um reinado de 20.

16 de outubro de 2009

Uma tarde de Outono aconteceu

Andei a ler um livro sobre a queda do Muro de Berlim que recomendo aqui. E hoje, depois de passar nas imediações da Colina do Castelo, confesso que me veio logo à cabeça a imagem do Reagan a dizer "Tear down this wall!".

LUÍS SÁ


Completaram-se ontem 10 anos sobre a morte de LUÍS SÁ. Em http://tempodascerejas.blogspot.com/, Vitor Dias recordou o seu carácter e percurso na vida política portuguesa.

14 de outubro de 2009

O design das Tasquinhas


Aparentemente, tem tudo a ver. A edição deste ano da Feira de Artesanato e Tasquinhas de Pombal ganhou um apêndice: o Design. Estou curiosíssima para ver de que se trata tamanha inovação.

A propósito, sempre gostava de saber o que foi feito do projecto da Câmara, para a construção de um "tascódromo". Às vezes tenho a sensação de que sou eu que sonho com as coisas, e de que elas nunca existiram. Não fora o facto de muitas delas estarem escritas e gravadas, era de pôr em causa a minha sanidade mental. Pois o certo é que há coisa de dois anos a Câmara disse que ia construir cozinhas definitivas para esta versão industrializada das Tasquinhas. Mas a intenção deve ter ficado arquivada ao lado do teleférico.

Pombal, Concelho com História

Ontem, dia 13 de Outubro, passaram-se 814 anos que Gualdim Pais morreu. Figura central da História Pombalense, que infelizmente apenas mereceu uma figura de xadrez para o homenagear, faz parte de uma das heranças mais maltratadas desta terra, e simultaneamente com mais potencial "vendável", de seu nome Pauperes commilitones Christi Templique Solomonici, mais conhecidos por Templários. Como quem leu o meu programa para a Junta sabe, uma das apostas que faria seria nestes senhores e na sua História. Assim sendo, volto a relembrar que ainda há tanta coisa que, com base na nossa memória, podia ser feita como aproveitar a intervenção no Castelo para um Núcleo Museológico sobre os Templários - situação única em Portugal - ou criar uma rede de Terras Templárias com inserção roteiros turísticos mesmo de cariz internacional, por exemplo. Mais que ideias, haja aproveitamento...

13 de outubro de 2009

Compromisso à esquerda

Agora que José Sócrates iniciou a fase de diálogo com os partidos da oposição, convém lembrar o resultado das legislativas.

Dúvida existencial

Com a proibição futura dos animais em circos, quer isto dizer que também se vai proibir as touradas?

Cenas dos próximos capítulos

Quase 7 em cada 10 pombalenses que se deram ao "trabalho" de ir votar revêem-se na actual gestão autárquica. Se há maior legitimidade democrática que isto, digam-me qual é. Mas também não deixa de ser verdade que os 3 que não se revêem, entre os quais eu me encontro, também têm direito à sua opinião e que por esse motivo vêem com natural apreensão os próximos 4 anos. Até podia ser pela cristalização do poder, mas em bom rigor o problema é mesmo a falta de uma estratégia consistente para o desenvolvimento deste Concelho que, se está ausente há tantos anos a esta parte, porque aparecerá nesta recta final? Seja como for, os próximos 4 anos serão anos decisivos para as oposições mostrarem o que podem valer. A começar já.

12 de outubro de 2009

Laranjal

O PSD ganhou; todos os outros perderam. Conforme previ em Janeiro (não era preciso ser o Zandinga), lá vamos ter mais quatro anos de Narciso Mota. A dúvida estava na contabilização dos vereadores. Em Março disse que tudo apontava para os 7-2, como se veio a verificar, mas confesso que, no final da campanha (se calhar por não ter acompanhado as coisas de perto), cheguei a pensar que o PS podia chegar aos 6-3.

Estão de parabéns o PSD e o Eng. Narciso Mota por esta inequívoca vitória: 65,79% dos votos e 16 das 17 Juntas de Freguesia! Esta avassaladora hegemonia partidária nos órgãos de gestão autárquicos, por muito que agrade aos sociais-democratas, não é salutar para a democracia, pois cria no concelho uma enorme teia de interesses, uma espécie de “polvo cor-de-laranja”.

Mas, o povo quer, o povo manda. Plagiando (de forma grosseira) Chico Buarque: ai esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso laranjal...

Rescaldo (II)

Foram 3 meses em movimento com incontáveis reuniões com associações (de todos os tipos) e duas semanas de campanha intensas com um debate, 15 sessões de esclarecimento por toda a Freguesia, uma iniciativa na Praça Marquês de Pombal (que admito voltar a realizar), a adesão a uma iniciativa de voluntariado e a inevitável campanha de rua, tudo para a posteridade aqui. Com tudo isto queria provar que era possível afirmar a Junta de Freguesia e que era possível governar de outra forma. O resultado foi elucidativo: nas mesas ditas da cidade, ganhei tangencialmente (7 votos) e fora, tirando na Roussa e nos Mendes, onde os resultados fugiram ao habitual, não se conseguiu ir mais longe. Falhei, portanto.

O Bloco de Esquerda não tem responsabilidades nesta derrota. Aliás, mantenho é que não tem responsabilidade nenhuma por se ter apresentado e nem ter feito campanha, para além de um artigo num jornal, demonstrando que para além da sua utilização para voto de protesto, é um partido que para pouco mais serve. A CDU teve um resultado abaixo do normal, mas também não é por ter concorrido que ontem perdi. A ausência do CDS pode explicar a subida do PSD (foram 390 votos em 2005 e o aumento do PSD cifrou-se em 311), mas o importante é que o aumento de 571 votos que a minha lista registou, foi muito insuficiente. A única nota menos má, mas sem efeitos práticos, é que se elegeu mais um membro para Assembleia.

Portanto, sem se conseguir convencer o público urbano e dando de barato que o facto de eu ter assumido, ab initio que não exerceria o cargo de forma exclusiva, situação que não me deve ter prejudicado por ser um exercício de transparência, não consegui demonstrar junto da população que a Junta pode ser mais do que aquilo que é.

Por isso, e números à parte, a conclusão é simples: assumindo que o diagnóstico estava bem feito, há que ter tempo para o expor, o que não se compadece com os habituais ciclos políticos de curta duração pombalense. Havia um trabalho de base da anterior bancada da Assembleia de Freguesia que foi muito útil, mas impõem-se agora 4 anos no terreno a demonstrar o porquê de apostar numa alternativa, mantendo sempre presente que o que for bem feito, também será referido (como aliás, a campanha o fez).

Quanto ao PS, que se tirem todas as ilações. Também ali me parece que o diagnóstico já está feito há muito. Haja pelo menos é algum tempo para apurar o que acontecerá.

Uma última nota para a actualização dos cadernos eleitorais: a abstenção aumentou porque para o aumento de 3000 eleitores nos cadernos eleitorais, apenas mais 400 pessoas vieram votar (nas legislativas a realidade é ligeiramente diferente, mas o padrão é o mesmo), o que demonstra que a inflação dos números de eleitores é parcialmente artificial. Isto, reitero, não afecta a legitimidade dos resultados e não tem qualquer outra influência senão na abstenção que, na realidade, pode muito bem ter sido inferior à registada.

Portanto, de rescaldos da Freguesia de Pombal estou falado. Venha o trabalho.

O que não tem remédio

Remediado está.
Disse-me isto há uns anos um amigo que trabalhou uma temporada na Ilha da Madeira, e que então percebeu que há povos assim, dignos de estudo. Talvez seja essa a forma de entrarmos no mapa.
Perante os resultados eleitorais que resultaram naquilo que já se adivinhava (e antes de aqui vir esmiuçar esses dados, tarefa que não fica esquecida), há que dizê-lo: esta foi (mais) uma derrota humilhante para o PS (e para Adelino Mendes) e a maior vitória para o PSD e Narciso Mota.
Como o futuro começa hoje, volto a reafirmar o que aqui escrevi há dias. Já só faltam quatro anos.

Rescaldo (I)

Ainda é demasiado quente para análises (ficam para mais logo e sem a preocupação de achar vitórias morais), mas, e embora tenha valido a pena esta corrida, não posso deixar de assumir esta derrota. De consciência tranquila (por tudo o que a minha equipa fez, pela forma como o fez e sobretudo pelo facto do povo ser quem mais ordena), mas reconhecendo a realidade: o nosso projecto não soube convencer a Freguesia de Pombal e, em especial, a parte urbana. Por isso, parabéns pela campanha que fizemos não servem para nada. Agora o que vai servir são os próximos 4 anos e o trabalho que será feito na oposição política e na actividade cívica.

Em tempo felicitei o meu directo adversário, mas deixo as minhas felicitações a todos os vencedores da noite. Isso e um agradecimento público à minha inexcedível equipa que merecia bem mais, mas que já mostrou hoje que está completamente pronta para o que aí vem.

11 de outubro de 2009

Porca política

O RC noticia no seu site que “O candidato do PS, Adelino Mendes, revelou que o governo havia formalizado o despacho de um apoio ao município, no montante de um milhão e trinta e dois mil euros, destinado a fazer face às inundações em 2006.
O anúncio foi feito no decorrer do debate promovido pela Cardal FM com os candidatos à autarquia de Pombal, que teve lugar no teatro-cine, na passada quarta-feira à noite.
Surpreendido com a intervenção de Adelino Mendes, o recandidato do PSD, Narciso Mota, levantou-se da mesa e cumprimentou o adversário socialista, como forma de agradecimento”.
Depois a câmara reune para debater o caso. E depois ameaça apresentar queixa à CNE.
É isto a nossa política. Porca miséria.

10 de outubro de 2009

Autárquicas de cá: vitória e derrota

No próximo domingo, os resultados das eleições autárquicas cá da terra ditarão, também, vencedores e derrotados. E a avaliação da dimensão da vitória e da derrota deve, também, ser feita em função das expectativas e da responsabilidade de cada partido. Assim:
Para o PSD:
Grande vitória: mais de 65% dos votos e todas as Juntas de Freguesia;
Vitória: mais de 50% dos votos e 13 Juntas de Freguesia;
Derrota: menos de 50 % dos votos ou menos de 13 Juntas de Freguesia;
Grande derrota: menos votos do que o PS.
Para o PS:
Grande vitória: partido mais votado;
Vitória: mais de 35% dos votos e 5 Juntas;
Derrota: menos de 35% dos votos e menos de 5 Juntas;
Grande derrota: menos de 30% de votos e sem Juntas.
A CDU e o BE não têm responsabilidade, nem expectativas. Participam. Logo, não se pode falar em vitória ou derrota.

9 de outubro de 2009

Toda a verdade

Quando domingo à noite se contarem os votos, é bem provável que Narciso Mota abra aquele riso do costume, orgulhoso do "Povo de Pombal". Não tenho grandes ilusões neste acto eleitoral, como se estivesse conformada em esperar mais quatro anos para voltar a ter esperança. Nessa altura, Diogo Mateus ou Adelino Mendes hão-de dar uma volta a isto. Com ideias e projectos que deixem a esfera redutora da gestão corrente. Porque é disso que se trata há 16 anos. Não há uma ideia para Pombal. A Câmara tem sido uma espécie de comissão de melhoramentos em grande escala, que constrói edifícios sem se preocupar como é que lhes há-de dar vida depois. Lembro-me, assim, de repente, do Teatro-Cine. Uma espécie de barriga de aluguer sem programação própria. Bem recuperado (como competia a qualquer Câmara), seria um meio excelente para outros fins culturais. Verdade?Mas convencionou-se que a cultura era servida em flutes, no café concerto, embrulhada por uma empresa municipal que fez o que quis e ainda lhe sobrou tempo.
O Centro Cultural (só eu e mais meia dúzia é que nos devemos lembrar de que se chama assim), vulgo Celeiro do Marquês. Exemplo maior de que uma autarquia pode e deve preservar e aumentar o património, mas com o mínimo de estratégia. Verdade?
O Arquivo Municipal, cujo nascimento teve o dom de tocar o coração mole do presidente que assim reparou (?) um dos erros cometidos ao longo dos anos com vários recursos humanos. Podia e devia ter outro papel e outra função. Verdade?
A Praça Marquês de Pombal, onde enterrámos dinheiro a rodos para a utilização que se sabe, contando já com o parque, verdade?
Sim, há outra verdade: o engenheiro fez muitas obras. Talvez tantas quantas tinha obrigação de fazer, ele ou outro, desde que com meios à disposição. Mas faltou-lhe (e há-de continuar a faltar) rasgo. Visão. Às vezes convenço-me que não aprendeu nada em 16 anos. De cada vez que ouço falar do concelho charneira humanista e solidário, ou de como "não podemos ser sectários", belisco-me.
De tudo o que ficou por fazer por esta terra ao longo de tanto tempo, custa-me particularmente não termos um parque verde. O meu filho fez-se rapazinho sem nunca ter tido esse privilégio. Gastámos dinheiro (sim, porque o dinheiro é nosso, dos que aqui moramos e aqui pagamos impostos) a ajardinar para encher o olho de concursos floridos, num vislumbre de qualidade de vida que é uma falácia.

Eu tinha pouco mais de 20 anos quando Narciso Mota aqui chegou. O tempo passou, a vida correu, e o homem nunca mais daqui saiu.
Talvez seja mesmo verdade a máxima: cada povo tem aquilo que merece.

7 de outubro de 2009

O filme do ano, numa noite única

À hora em que a Rádio Cardal presenteava os seus ouvintes com a transmissão do debate entre os candidatos à Câmara (que animou o Teatro-Cine numa sessão cómica), o Gato Fedorento oferecia ao país uma pérola do cinema caseiro. Uma curta metragem de longo alcance.


E aqui fica o excerto do programa.

Autárquicas em Pombal

Nunca assisti a eleições autárquicas tão sonsas. Falta-lhes quase tudo: pesos pesados, propostas arrojadas, confrontos, polémicas, boatos, … Assiste-se a um ritual enfadonho, sem chama e sem crença, do qual ninguém espera nada. A maioria dos candidatos só quer participar e alguns (talvez) ser eleitos. O poder não é contestado porque não é ambicionado. Chega a ser comovente ver candidatos, sem qualquer preparação, colocarem-se nos debates em posição submissa perante o poder, colocando dúvidas e pedindo esclarecimentos.
Neste marasmo, João Alvim faz a diferença. Porque acredita, arrisca, envolve e inova. Vai ganhar? Já ganhou!

As eleições para a Assembleia Municipal

Durante as campanhas autárquicas há uma grande tendência para minorizar as eleições para a Assembleia Municipal. Ora, em Pombal, a verdadeira oposição aconteceu neste órgão autárquico.Tanto o PS, com o excelente trabalho dos seus eleitos municipais - contrastando com o triste prestação dos seus vereadores -, como o PCP, com a denúncia de várias situações no período dado para intervenções do público, conseguiram marcar, várias vezes, a agenda política.

Convém lembrar que a Assembleia Municipal é um órgão autárquico de enorme importância. Para além das competências que tem em aprovar o PDM, o Plano de Actividades, os orçamentos e as contas da Câmara Municipal, tem também competências para estabelecer taxas e acompanhar e fiscalizar a actividade da Câmara Municipal e dos Serviços Municipais.

Pela sua actividade eminentemente fiscalizadora, seria bom eleger uma Assembleia Municipal que tivesse uma constituição plural, com a representatividade de vários partidos e que não se limitasse à monotonia do rosa/laranja. Mas isso é apenas a minha opinião...

6 de outubro de 2009

O papel do porco

Os politólogos hão-de estudar o fenómeno num futuro próximo. Enquanto esse tempo não chega, podemos - cada um de nós, cidadãos/eleitores - reflectir sobre a política do porco-no-espeto, cujas bases foram lançadas nas autárquicas de 2001 pela mega campanha de António José Rodrigues (nesse ano candidato do PS), mas só agora, oito anos depois, viria a atingir o auge, nos "convívios" do PSD. O cheiro a porco assado entranhou-se de tal forma que, ao percorrer a distância (ainda razoável) entre dois extremos do concelho, é possível sentir o cheiro no ar de forma contínua e persistente.
De modo que estranhei, quando me contaram, domingo à tarde, que a candidatura do camarada Alvim não tinha para vender (sim, é verdade, ainda há campanhas que precisam de vender os comes e bebes e não têm papas e bolos para dar) umas bifanas na Praça Marquês de Pombal. Está bem de ver que todo esse incómodo era escusado se o repasto fosse porco no espeto. Para a próxima aprendam meninos. E pensem grande!
(Afinal diz que não, que não há crise, que até nunca houve tanto dinheiro. Mas isso devem ser os ressabiados do PSD que são más-línguas, ao ponto de a dobrarem com jeitinho, antes que a mordam e morram envenenados)

2 de outubro de 2009

A obra do senhor engenheiro

O engenheiro Narciso Mota, no seu site de campanha, usa as imagens e o grafismo do Boletim Municipal para ilustrar a obra feita durante o seu mandato. Apesar da referência “Fotografias e dados cedidos pela Câmara Municipal de Pombal” considero que o seu uso é completamente abusivo.

O Boletim Municipal de Pombal é um documento caríssimo, pago com o dinheiro de todos os munícipes. Quem, como eu, sempre questionou a sua utilidade, tem agora a resposta evidente: o boletim serve apenas para promover a imagem do senhor presidente da câmara!

Por isso, senhor engenheiro, em nome da decência e de todos os pombalenses que não lhe deram autorização para tal abuso, peço-lhe que retire essas imagens do seu site.

Debate cancelado

Por indisponibilidade manifestada pelo recandidato do PSD, que sugeriu mandar em seu lugar o nº dois da lista, e consequente recusa por parte do candidato do PS, o debate agendado para hoje, numa organzação do REGIÃO DE LEIRIA, foi cancelado. É uma pena. Fica provado o que já se sabia: os jantares são menos indigestos que os debates.

Para cabal esclarecimento, aqui fica a nota informativa do RL ao leitores.

1 de outubro de 2009

Atestado de mediocridade

Decorreu ontem, no Cine Teatro, o debate entre os candidatos à presidência CMP. Mas, a bem da dignificação da política, não deveria ter acontecido. Ainda bem que não foi visto por muita gente. Formam duas horas, duas horas, de um espectáculo patético e deprimente, proporcionado por candidatos sem nada para dizer, que da missão de presidente da câmara só devem conhecer o nome, e que, ao serem solicitados para usar da palavra, só despejavam banalidades e imbecilidades; e por moderadores perdidos na tentativa de intercalar monólogos desconexos. Um verdadeiro atestado de mediocridade política e uma vacina anti-politica local.
PS: Mesmo o discurso de Adelino Mendes, com ideias arrumadas, foi abafado por aquilo.

O grande jantar da Guia

Amanhã à noite o PSD vai convergir para a casa dos Leitões da Guia. Come-se bem, lá. Mas soube agora que da ementa consta um prato muito mais picante que o leitão do Jorge "Pote". A pretexto do apoio à (re)candidatura de Manuel António (provavelmente um dos melhores presidentes de junta do distrito, e seguramente o melhor que o PSD poderia ter arranjado por aqueles lados), os apoiantes ameaçam juntar ali quase tanta gente como o próprio líder, aqui há tempos no Manjar.
Ora, este facto, já seria por si só uma dor de cabeça para Narciso Mota. Porém, o jantar promete muito mais. Qual fénix renascido das cinzas, José Gomes Fernandes também lá vai. Este cocktail já ameaçava ser suficientemente explosivo, mas eis que se junta Luís Garcia. Lembram-se deles? Narciso lembra-se, tenho a certeza. Para cereja do bolo, consta no mentidero que esta será a primeira reunião preparatória da era pós-Narciso, uma espécie de primeira abordagem para as autárquicas que hão-de vir, quando ele se reformar disto.
Talvez assim se perceba por que razão o homem prefere ir ao jantar, em vez de ocupar o seu lugar, no debate de amanhã à noite, promovido pelo jornal de maior tiragem no distrito, onde trabalha esta vossa amiga. A propósito, digam lá ao engenheiro que fique descansado, que apesar de o terem informado que o debate seria moderado pela minha pessoa, é pura intriga da oposição. É verdade que tenho moderado outros, noutros concelhos do distrito, mas em Pombal neste momento sou apenas e só uma cidadã atenta, munícipe exigente, eleitora comum. E é nessa qualidade que me desgosta não o ver por lá, pois que ainda não tive o prazer de o ouvir nesta campanha. Que chatice.