31 de outubro de 2024

Será que o tribunal vai na mentira?

Ontem, Diogo Mateus e João Pimpão começaram a ser julgados, no Tribunal Judicial de Leiria, pelos crimes de peculato e peculato de uso em co-autoria e falsificação de documentos (DM). 



Em causa está o uso da viatura de serviço pelo então presidente da câmara, nas suas deslocações para frequentar o Curso de Defesa Nacional em Lisboa, e o desconto das respectivas despesas pelo Fundo de Maneio do Gabinete de Apoio ao Presidente, a cargo de João Pimpão. Mas poderiam estar dezenas de deslocações privadas... 

Toda a gente minimamente informada sabe que Diogo Mateus fez o dito curso a título particular, por "honroso" convite de "prestigiados oficiais" – como ele próprio o afirmou em reunião da câmara. Mas ao tribunal, declarou que o curso fazia parte do âmbito da sua formação e responsabilidades como presidente da câmara. E mais: afirmou que pagou a propina para não onerar o município! Um benemérito? Ou um hipócrita extremo? 

É esta a mesma criatura que ficou conhecida, na câmara e no exterior, como o Fitipaldi das auto-estradas, pelas multas por excesso de velocidade que apanhava frequentemente, que não pagava - como era sua obrigação - e recusava a identificação do condutor, obrigando assim a câmara a ter que suportar as multas pelo dobro. 

Bem diz o povo: apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo.

30 de outubro de 2024

Breves notas sobre as próximas autárquicas (II) - a bizarria

Um presidente de junta com três mandatos realizados – impossibilitado, por isso, de se candidatar - quer impor a esposa como cabeça de lista nas próximas eleições, na junta que agora administra – quer continuar a mandar…, e a fazer negócios.



Como disse Pessoa, há fenómenos nos quais faz grande diferença se os encaramos de cima ou de baixo. A prostituição é claramente um deles. E a política - que se lhe assemelha, tanto nos esquemas como nos termos - é outro.

Por cá, já não se consegue perceber onde começa a política e acaba a prostituição (moral), e vice-versa; é tudo uma mixórdia fedorenta que já só junta oportunistas, manhosos e uma ou outro néscio, na forma de casais, de facto ou de momento, ou de laços familiares, na busca imediata de umas migalhas ou de um interesse particular maior. Uma mixórdia que não repousa - no apodrecimento há fermentação.

Na manjedoura da política actual, uns contentam-se com as migalhas que vão caindo, outros açambarcam as grandes fatias - tornam-se verdadeiros pançudos.

Não há nada mais repugnante que o pançudo açambarcador.

28 de outubro de 2024

Breves notas sobre as próximas autárquicas (I)

As máquinas partidárias já estão no terreno a lançar a próxima corrida autárquica.



O PSD já estabeleceu o guião e fez as principais escolhas. Para a câmara decidiu submeter o mesmo cabeça de lista, mas deu-lhe indicações e “carta-branca” para substituir todos os vereadores. Se fosse coerente substituiria também o dotor Pimpão. Nas juntas reconduz o que pode reconduzir, apresenta algumas novidades e uma ou outra bizarria.

O PS arrancou aos soluços e a queimar cartuchos. Já levou nega na primeira escolha para cabeça de lista à câmara, mas vai levar muitas… É o típico fidalgo arruinado a querer viver de crédito alheio, que já ninguém lhe concede. O seu principal problema nem é o cabeça de lista à câmara - o dotor Coelho está mortinho para participar na corrida e já preparou o terreno -, é o resto...

O Chega também já está no terreno, e também já levou nega(s) na(s) escolha(s) para cabeça de lista à câmara. Apesar do terreno lhe ser favorável, sem implantação local vai ser difícil lançar uma candidatura credível. Mas com um candidato com alguma notoriedade facilmente elege alguém e rouba o segundo lugar ao PS.

Os restantes partidos continuam adormecidos. Nada mais cândido que o sonho dos anjos.

25 de outubro de 2024

O doutor Pimpão, o doutor Machado e o Turismo

O doutor Pimpão recebeu, mais uma vez, o doutor Machado – o Turista-mor do reino - e agora Secretário de Estado. Um encontro que já se tornou rotina – uma espécie de visita à sogra rica.

O doutor Machado está para o turismo como o doutor Pimpão está para as festas & eventos. E ambos estão para o mesmo: aparecer.  

E assim se vai fazendo turismo, se vão realizando eventos e se vão fazendo retratos.

Siga a festa.


Reunião da “junta” – conversa tola

Decorreu ontem mais uma reunião da “junta”. A reunião valeu - pouco - pelo Período Antes da Ordem do Dia (PAOD). Dois temas monopolizaram a discussão: o sempre adiado CIMU-SICÓ e a falta de médicos no concelho.



Ficámos a saber que o CIMU-SICÓ (o Mamarracho dos mamarrachos) não vai abrir até ao final do ano, como prometido pelo dotor Pimpão – o que é que este profeta não promete? -, e ninguém sabe quando abrirá! Não porque a obra não esteja concluída - uffa, já não era sem tempo! -, mas porque ainda não sabem o que lá colocar, ainda andam a “estudar”, como se acreditássemos nisso, como se acreditássemos que aquela gente estuda o que quer que seja. Vejam bem e tirem as vossas conclusões: passou década e meia, quatro mandatos, três presidentes, e nem sequer foram capazes de definir o conteúdo de um “investimento” de vários milhões! Irra, irra e irra. Esta gente é profundamente irresponsável. E néscia. Ficámos também a saber que o dotor Pimpão é um fervoroso crente nas potencialidades do Mamarracho – no que é que esta alma-aventurada não acredita?! E nos promete “obrigar” as crianças do primeiro ciclo a fazerem excursões regulares ao Mamarracho! E a assim dinamizar a coisa, o turismo – sempre o turismo! Perdoai-lhe Senhor, que não sabe o que faz, nem o que diz.

Depois da saga pelos cães e pelos gatos, a falta de médicos de família é a nova saga do dotor Simões contra o dotor Pimpão. Estão bem um para o outro: dois pecos políticos que, por razões diferentes, não têm noção do que é ou deve ser a administração autárquica, sempre conduzidos por impulsos nunca resolverão qualquer problema estrutural, só quietos não fazem estragos.

Ficámos também a saber que a câmara comprou mais um imóvel na Redinha, para, supostamente, lá fazer uma Casa da Cultura. Deus lhes perdoe, porque entretanto já passaram dois anos e o edifício continua às moscas - às moscas, lembram-se? Ninguém mexeu uma palha. Poderia ser diferente? Não. Quem não sabe fazer e passa o tempo no forrobodó só pode dar nisto. Mais uma Quinta de Sant`Ana. Lembram-se?!

22 de outubro de 2024

Aqui não mudam as moscas: multiplicam-se

 

Domingo, 20 de Outubro do ano da graça de 2024. Pombal. 

Tudo corre bem, aqui na terra. Os nossos mais altos representantes estão em êxtase, num corrupio de fotos, posts e selfies nas redes sociais, pois que lá em Braga (quase) todos se safaram numa lista para qualquer coisa. Manifestações de "interesse público", "bem-estar da comunidade" ou "dinâmicas em prol do território" adornam as fotos. 

À mesma hora, um post de uma moradora no lugar de Vale Coimbra (escusam de procurar, já se eclipsou) vai passando de feed em feed: há uma praga de moscas, são aos milhares; um terreno conspurcado por dejectos de galinha tresanda por ali. E atrai o quê? Moscas. 

A cidadã pede ajuda publicamente. Diz que esgotou todas as outras formas, fez todos os contactos ao alcance: GNR, Autoridade de Saúde, Protecção Civil, serviços da Câmara de Pombal e da Junta de Freguesia. Conta que alguns - como foi o caso da Protecção Civil - tão pouco lhe atenderam o telefone. 

As fotos impressionam. Do lado de cá do computador imaginamos o cheiro nauseabundo. À mesma hora, meio Pombal desdobra-se em corações noutro post: o de Carla Longo, a presidente da Junta de Freguesia - que agora faz parte do Conselho Nacional do PSD - a ofuscar as tentativas de Pedro Pimpão. A Charneca, ali tão perto do Vale Coimbra, está em altas. Já se sabe que mais vale cair em graça do que ser engraçada, e afinal isto anda tudo à volta da...Gratidão. 

Já aqui lembrámos várias vezes o quanto nos prometeram o céu, aqui na terra, em fatias de felicidade. E nós, pouco crentes, duvidámos. Agora até um cego vê o que nos está a acontecer: um poder inebriado  pelo barulho das luzes, a viver numa realidade paralela. Serviços paralisados, discursos ocos, uma tentativa de nos atirar areia para os olhos, uma conversa que cheira tão mal como a atmosfera do Vale Coimbra, a lembrar-nos como afinal isto anda tudo ligado. 

Para nosso desgosto, não se vislumbram mudanças. A história há-de contar, um dia, como Pombal foi aquela terra onde nem sequer mudam as moscas, como nas outras. 

Aqui multiplicam-se. 

14 de outubro de 2024

Ensino Superior em Contentores – já era tempo de acabar com a fantochada

Há uns anos, uma tontice colectiva fez instalar uns contentores no Parque Industrial da Formiga para, vejam bem, ministrar uns “cursos” enjeitados – TeSP. Quando se percebeu que quase ninguém queria aquilo, o profeta Pimpão prometeu o irrealizável (nas nossas vidas): uma Escola/Departamento Superior do IPL a ministrar ensino superior graduado e pós-graduado. 

Até agora, a tontice pariu um rato. Nenhum ser pensante, com dois neurónios a funcionar em série, vê utilidade palpável no que agora se faz, para os escassos alunos, para o Ensino Superior, para o desenvolvimento da IPL ou desta terra. Nem pode ver factibilidade na ilusória promessa. Mas parece que o doutor Pimpão e os doutores do IPL acreditam que uma tontice pode gerar uma conquista. Perdoai-lhes Senhor. São políticos.

A hipocrisia, para ser útil, deve ocultar-se. Mas nesta terra tornou-se pomposo expor as próprias misérias fazendo-as passar por grandezas. Sexta-feira passada o doutor Pimpão resolveu entreter-se com mais uma iniciativa ao seu nível: uma sessão pública de recepção dos alunos do chamado Núcleo de Formação de Pombal do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) no Salão Nobre da câmara. Para o pomposo e risível evento convidou a meia dúzia de alunos que se inscreveu nos ditos cursos e meia dúzia de figurões da região: os doutores Batista Santos (CIRL), Fonseca-Pinto (ESS), Pedo Morouço (ESCS) e outros docentes.



Não haja dúvida que vivemos tempos de artificialidade e embuste onde o que conta é mostrar que se está a fazer qualquer coisa, acredite-se ou não no que se está a fazer. Mas convém não esquecer que as acções dos homens são danosas quer pela ignorância, quer pelos maus desejos. Esta tontice mal-enjorcada, sem presente e sem futuro, só serve para desbaratar recursos e queimar tempo. Quanto mais tempo durar, mais prejuízo gerará.

9 de outubro de 2024

E o regimento, censores?!

No (final do) período reservado às intervenções do público, Manuel Serra pediu a palavra, porventura para reforçar a oportuna intervenção do cidadão Jorge Cordeiro e/ou para fazer algum tipo de paralelismo com a sua longa luta contra a instalação de uma grande unidade avícola, na periferia da vila da Guia. Mas logo se levantaram várias vozes “não pode…”, “não pode…”, “não pode…”, de todas as bancadas. Não haja dúvida que o espírito censório supera as ideologias, e está mais disseminado do que se julga.

Perante a ridícula situação, o presidente da Mesa da AM em exercício - doutor João Coucelo -, porventura condicionado pelos protestos, não concedeu a palavra ao alistado e, pior, brindou a assembleia com uma justificação que teve tanto de pomposa como de patética.

Todos aceitaram a decisão. Todos menos o visado…

Passados largos minutos, possivelmente alertado para o erro que havia cometido, o presidente da mesa em exercício informou a assembleia que tinha cometido um erro ao não ter concedido a palavra a Manuel Serra, já que o regimento lhe concedia esse direito, e pediu desculpa pelo erro. Os erros acontecem, mas, neste cargo, acontecem mais quando se conduz os trabalhos mais pelo sentimento (“feeling”) que pelo regimento.

Depois: depois continuamos a padecer dos antigos vícios: democratas pouco democráticos; e espírito censor aguçado.


8 de outubro de 2024

Estava tudo normal em Pombal ocidental

 


Continuamos à espera de notícias locais sobre o insólito.

Sentados, porque já não vamos para novos. 

7 de outubro de 2024

Cheira mal nos Redondos, cheira mal em Pombal

No período regimental reservado para intervenções do público, o cidadão Jorge Cordeiro - ex-assessor de Diogo Mateus - fez uma oportuna intervenção na Assembleia Municipal. Expôs com clareza o drama dos habitantes da Aldeia dos Redondos e lugares limítrofes: o cheiro nauseabundo que emana regularmente de um aviário próximo.

Já houve um tempo, por volta das décadas de 70, 80 e 90 do século passado, em que o concelho estava povoado por pequenos aviários, que cresceram como cogumelos, dentro e fora das localidades. Eram outros tempos, tempos onde tudo era permitido e a sobrevivência mandava desenrascar. Na transição do século, o amadorismo, a falta de escala e as queixas da população condenou a esmagadora maioria destas pequenas explorações avícolas à morte.

Actualmente o concelho está a ser novamente invadido por aviários e afins, por grandes explorações avícolas, que se aproveitam da permissividade da "classe política" reinante e aclamante, débil e dócil (com o capital oportunista). Prometeram-nos o paraíso na terra, cheio de bem-estar e felicidade. Mas servem-nos um “desenvolvimento” malcheiroso, sem presente e sem futuro. Um modelo que já condenou a Aldeia dos Redondos à morte, como bem diz o Jorge Cordeiro, e arrisca fazer deste grande aviário uma terra malcheirosa. O que cheira mal, FAZ MAL.


4 de outubro de 2024

Pimpão contra Pimpão & C.ª

Na última reunião da AM, o Pimpão João bateu e arrasou, sem dó e sem piedade, o Pimpão Pedro e tudo o que gravita à sua volta: o vereador Navega – apesar de tudo, o único que faz alguma coisa e sabe alguma coisa do que faz –, o responsável pela Divisão de Obras, a Fiscalização Municipal, a direcção da PMUGest, etc. Como diz o povo, só se perderam as que caíram no chão.

As acusações são graves: alicerçam-se em factos e documentos e não em simples opiniões, consubstanciam uma forma de fazer política e algumas poderão ter contornos criminais. Nada que nos surpreenda.

A aventura do Pedro, digamo-lo sem refolhos, terminou. Na verdade, na verdade, terminou quase no mesmo instante que começou. O efémero é assim, dá felicidade mas esvai-se rapidamente. A partir de agora, a vida política do Pedro será um tormento público que tem tudo para terminar numa agonia dolorosa à espera do golpe de misericórdia. Nada que não tivéssemos previsto. O destino previsível de um escravo da lisonja que se limita a pregar a felicidade tola, foge voluntária e descaradamente dos problemas, dissipa capital político na fanfarrice, doudejando por festas e eventos, inebriado pela alegre vaidade de aparecer, cai inevitavelmente num drama sociopolítico como este, carregado de incerteza e sofrimento, que pode não determinar o seu fim imediato, mas acarreta um declínio irreversível na indispensável relação de confiança com a população e os seus correligionários. Um drama que pelos sinais já é psicológico, mas se pode tornar psicopatológico. 

 


2 de outubro de 2024

AM – juntas ao poder

No poder não há vazios. A última reunião da Assembleia Municipal (AM) confirmou o que já se vinha notando há algum tempo: o empoderamento das juntas (dos presidentes de junta). Durante o PAOD (Período Antes da Ordem do Dia) - e ao longo da reunião - adoptaram um registo comum: cobrar promessas ao dotor Pimpão. Coisa nunca vista, por cá…



Descortinaram-se, ali, três bancadas: a do poder (PSD), desinteressada e desarticulada, sem adversário e sem missão, limitou-se a cumprir agenda, sem honra e sem brio; a da dita oposição (PS), sem estratégia e sem astúcia, e agora sem as predilectas “Propostas/Recomendações”, limitou-se a picar assuntos; e a dos presidentes de junta!, sintonizados na cobrança de promessas e na disputa do melhor quinhão no rancho municipal.

O arquitecto Guardado voltou a fazer uma boa intervenção sobre o Parque Verde mas ninguém o ouve… - aquilo vai acabar como benfeitoria cara para encher a agenda política. O dotor Siopa voltou para confirmar, por actos e confissão, o que já se sabia: está na bancada errada. O dotor Pimpão chegou atrasado, e sem avisar, mas ainda a tempo de cumprir os serviços mínimos e levar pancada dos presidentes de junta.