31 de julho de 2010

Mas como foi possível?

Imagine, caro munícipe, que ganha 1500 € de ordenado e este lhe é depositado na conta. Imagine, também, que alguém, durante meia dúzia de meses, lhe desvia 70% do ordenado. Sinceramente, acha que isto lhe poderia acontecer? Acha que não detectava a marosca, imediatamente?
Pois, caro munícipe, a CMP tem uma conta bancária onde deposita uma receita regular de cerca de 150.000 € / mês referente ao abastecimento de água. Entretanto, por razões que a razão desconhece, alguém do serviço de contabilidade – vejam bem, do serviço de contabilidade - decide utilizar a conta do município para provisionar as suas contas particulares e assim desenvolver uns investimentos turísticos no Brasil. Desvia, ao longo de sete meses (pelo menos), 70% da receita da água e NINGUÉM detecta! Mas como pode isto ter sido possível?

30 de julho de 2010

Nem só de mediocridade vive Pombal!

Temos gente de valor, por cá. Mesmo que sub-aproveitada...
O Paulo Moreiras está em grande, sendo o escritor português residente na prestigiada Ledig House (Nova Iorque), na sessão de Outono, a começar em meados de Setembro. Mais informações podem ser encontradas aqui.
Refira-se que esta informação foi retirada n'OS DROOGS, blog de Pombal que versa mais sobre assuntos de índole cultural, e que merece uma visita.

28 de julho de 2010

Duas dúvidas e uma certeza

De entre várias coisas que me parecem sem lógica no comunicado - note-se que se quer fiscalizar a actividade da Câmara ou serão a gestão administrativo-financeira ciência oculta? -, há duas questões que me intrigam:

"Foram exigidas as devidas responsabilidades ao Banco, de quem o funcionário agora preventivamente detido era promotor comercial"? Vítor Leitão era promotor comercial do BPI? Isso é possível sequer?

"Banco lesado?" Mas os lesados não somos nós? E para as operações chegarem ao Banco não têm de ser validadas internamente na CMP?

Se a Assembleia Municipal é um órgão fiscalizador, nomeadamente do funcionamento do executivo (ver artigo 53º da Lei das Autarquias Locais), e se o Presidente deste órgão (porque o Presidente não é ele próprio um órgão representativo do município - art. 2º da Lei das Autarquias Locais) acha que afinal não é, então só há um conselho a dar: obviamente, demita-se.

Já agora, são precisas 1350 assinaturas de cidadãos eleitores para convocar uma Assembleia Municipal Extraordinária. Será que se vai ter que ir por aí?

E a resposta do presidente da AM é...

esta.

Excelentíssima Senhora Dra. Odete Alves, digníssima deputada municipal
e Digníssima Bancada do Partido Socialista da Assembleia Municipal de Pombal

O pedido de agendamento de uma AM extraordinária requerido pela Bancada do Partido Socialista procura a criação de uma Comissão de Inquérito com o objectivo de:
1) Fiscalizar a observância dos procedimentos de controlo interno da Câmara;
2) Apuramento de responsabilidades no âmbito da situação ilegal descrita, devendo para tal ouvir em declarações quem assim entender e o consequente julgamento nos tribunais civis e criminais, em escrupulosa defesa do Principio da Independência dos Tribunais da Separação do Poderes.

É entendimento do Presidente da Assembleia Municipal:
1) Os mecanismos de controlo interno aprovados e aplicados pela Câmara estão sujeitos à fiscalização preventiva e sucessiva do Tribunal de Contas, da Inspecção Geral das Autarquias Locais, da Inspecção Geral de Finanças e do Revisor Oficial de Contas, entre outras;
2) O apuramento das responsabilidades compete às entidades policiais de investigação criminal, à Procuradoria-Geral da República e o consequente julgamento nos tribunais civis e criminais.

O pedido formulado procura um inoportuno e desaconselhável confronto de cunho exclusivamente partidário em torno de um caso concreto que, para além de prejudicar o normal desenvolvimento das investigações nada acrescentará ao avançado ponto de esclarecimento que, nesta data se conhece.
Reitera-se que, por iniciativa da Câmara Municipal o património do autor confesso do crime foi arrestado e que foram exigidas as devidas responsabilidades ao Banco, de quem o funcionário agora preventivamente detido era promotor comercial.
O Presidente da Assembleia Municipal convocará os líderes de Bancada dos Partidos com assento na AM para apresentação dos detalhes e informações disponíveis que, nesta data e por razões de ordem judicial, bancária e de defesa dos superiores interesses do Município devem estar devidamente salvaguardados.
O Presidente da Assembleia Municipal assume-se como o primeiro interessado no esclarecimento do caso, não concordando no entanto que a realização de uma AM Extraordinária seja relevante para o apuramento tempestivo da verdade e para o devido esclarecimento do caso.
O Presidente da Assembleia Municipal acompanhou as conclusões, as diligências e recomendações, que todo o Executivo Municipal em reunião extraordinária e por unanimidade, deliberou no dia seguinte a do conhecimento dos factos, destacando as oportunas comunicações à Policia Judiciária e ao Procurador da República na Comarca de Pombal, ao Banco de Portugal e ao Banco lesado, à Inspecção Geral da Autarquias Locais, à Inspecção Geral da Finanças e ao Tribunal de Contas, e bem assim, a mim próprio.
A idoneidade, independência e especial apetrechamento humano e tecnológico da entidades com responsabilidades tutelares e inspectivas, dão totais garantias ao Presidente da Assembleia Municipal, da profundidade da investigação em curso, do apuramento das responsabilidades e do cumprimento da lei.

Respeitosos cumprimentos,

O Presidente da Assembleia Municipal
José Alves Grilo Gonçalves

Ora até que enfim

Porque mais vale tarde que nunca...o PS veio finalmente a terreiro pedir responsabilidades. Deve ter sido depois da reunião da comissão política, quinta-feira do Bodo. Tal como se pode ler aqui, os socilaistas pedem uma comissão de inquérito a propósito do desfalque. Estou curiosa para saber a resposta do presidente da Assembleia Municipal.

Fernando Coucelo

Ocupei um dos lugares da Bancada da Assembleia Municipal, eleito pelo PS, ao mesmo tempo que o Eng. Fernando Coucelo, recentemente falecido. Não foram muitas as sessões que compartilhamos, infelizmente já devido à doença. Não posso dizer que o fiquei a conhecer profundamente ou que o mesmo marcou a minha actuação. Posso no entanto dizer o que simples e facilmente constatei: sereno, culto e com a capacidade de abafar a mesquinha luta suprapartidária, era-lhe fácil recentrar uma discussão saíndo da clubite partidária, contribuindo, ainda que (infelizmente) por pouco tempo, para o nível que seguramente todos queríamos ter na Assembleia, mas que nem sempre foi possível alcançar. Por isso não posso deixar de apresentar os meus sentimentos à família. Que descanse em paz.

27 de julho de 2010

CV's

Ainda sobre a descrença nos políticos, parece-me importante conhecer os seus percursos, as suas ideias, os seus méritos. Os ricos curricula dos nossos vereadores podem ser encontrados neste canto do portal do municipio. Recomendo a consulta. Quantos às ideias defendidas por cada um deles, não há grande informação. Vão servindo algumas entrevistas a jornais locais, onde não é hábito dizer mais do que generalidades.
No caso local, estas informações servem um pouco para responder à questão "porque foram aquelas pessoas escolhidas para aquelas funções de tão grande relevo?", suspeitando-se sempre que há um passado profissional ou de outras índole que justifique essa escolha.
Outro aspecto que julgo importante notarmos é relativo aos pelouros que cada um assume, encontrando aí algumas curiosidades que me parecem revestidas de algum humor.

Já agora, e por curiosidade, ficam mais alguns links onde podemos conhecer ideias, percursos e acções de outros politicos:

Eurodeputados (Parlamento Europeu);

Deputados (Assembleia da República).

Percamos (ganhemos?) algum tempo a descobrir os nossos representantes, e as suas actividades públicas. É nosso dever!

Rescaldo

Se o Bodo é o Natal dos pombalenses...

O Largo do Arnado (palco de discussões acesas entre expositores e organização...) é um palco a explorar

A música nas ruas


O relvado, ao fim da primeira noite.


Quando digo que o estádio é um exagero é isto que quero dizer.




Sem a megalomania dos dois anos passados, o Bodo foi aquilo que se quer dele: uma festa. Ficou provado que não é preciso orçamento esbanjador para que o povo saia à rua e se reencontre com a sua cidade. O apêndice "estádio" parece-me desnecessário. O largo do Arnado pode - e deve! - ser melhor aproveitado, as ruas que se abrem ao "bodo alternativo" (das bandas e da música ao vivo) também.
Cinco dias depois, só posso reforçar aquilo que acho desde 2008: Pombal não precisa de se endividar para uma festa. Precisa é de mobilizar as suas gentes para ela. Porque o Bodo não é a Expofacic, nem precisa de ser. É verdade que os funcionários municipais não andavam com ar muito satisfeito, pois que a "prata da casa" foi obrigada a vestir a camisola. Paciência. Os tempos não estão fáceis para ninguém...
Agora perguntem lá ao povo, àquele que faz a festa, que enche as ruas, os bares, os restaurantes e o estádio, se este ano se divertiu menos do que nos outros. Porque aos outros, escusam de perguntar. Sobretudo aos que não vão à rua misturar-se. Também gostava de saber a opinião do senhor presidente, que no primeiro ano do resto do seu reinado andou muito mais ausente, não obstante o ar saudável que emprestou à corrida do bodo, a sprintar até à meta. Ufa, estávamos a ver que não.

Passam hoje 40 anos!

Salazar morreu a 27 de Julho de 1970, fazem hoje precisamente 40 anos. Digo eu, ainda com uma convicção juvenil de que me orgulho: não faz falta à nação! (Deixem a pontuação tal e qual como está.)
O perverso nisto tudo é que ainda existem saudosos, que não raras vezes imploram por um novo Salazar. O triste concurso da RTP fez dele "o maior português de sempre", em 2007. Estas perplexidades devem fazer-nos pensar. A única conclusão a que consigo chegar é a seguinte: muito mal anda a nossa classe política, para que um sujeito (regime?) odiento como foi (o fascismo de) Salazar ainda deixe saudades.

24 de julho de 2010

Estranhas coincidências

Na CMP nunca houve executivo tamanho nem desfalque tamanho!
Pergunta-se: o que é que lá faz aquela gente toda?

23 de julho de 2010

Sem pompa

São hoje inaugurados os Centros Educativos de Abiúl e da Fonte Nova. Obras importantes e que marcam uma nova abordagem na formação das crianças.
Narciso Mota manifestou, varias vezes, o desejo de convidar o Primeiro-ministro José Sócrates para a inauguração dos Centros Educativos. E penso que José Sócrates, em condições normais e por maioria de razões agora, não dispensava a inauguração de duas obras de uma medida emblemática do governo.
Porque foi, então, entregue o papel ao Secretário de Estado da Educação?

22 de julho de 2010

Concordo!

Diz o nosso presidente Narciso Mota, em entrevista ao Jornal de Leiria (veja-se o suplemento dedicado ao Bodo), que "Houve a preocupação para que, neste período de crise, se reduzissem os custos em termos de organização e contratação de espetáculos, sem afectar ou diminuir a qualidade dos eventos e a versatilidade do tradicional programa das Festas do Bodo..."!
Concordo em absoluto! Se é possivel (como parece ser, nas palavras do nosso presidente) fazer o mesmo, não beliscar na qualidade, mas por menos dinheiro, isso é uma boa noticia para este ano. Diz um bocado mal é das organizações anteriores, que (ainda lido nas linhas anteriores) gastaram mais dinheiro, não fazendo melhor!
Já agora, e não querendo maçar... orçamento, existe? Esse é que podia ser tornado público, para que o munícipe pudesse avaliar por si mesmo, e "fazer as suas contas".

A dúvida #2

E a oposição? Onde anda a oposição? Estão numa de "governo de salvação nacional", num "pacto de estabilidade"? Ou não acham que há responsabilidades de quem devia controlar e não controlou? Consta-se que a única participação do PS neste caso foi ajudar na redacção do comunicado. A ser verdade, é inenarrável. Não é desta oposição que Pombal precisa.
Ainda que o faça já tarde, esperamos (todos) que o PS ainda acorde e diga qualquer coisa sobre o assunto. Qualquer coisa PARA FORA, porque é também "cá fora" que está o seu potencial eleitorado. E os que precisam de ver uma oposição a trabalhar.

A dúvida


Eu, que não percebo nada de finanças, muito menos dos mecanismos envolvidos pelo sistema financeiro de uma autarquia, ando intrigada na minha qualidade de cidadã que paga os seus impostos, que não usufrui de qualquer subsídio autárquico, que o parente mais próximo que tem a trabalhar na Câmara é um tio cantoneiro, e que acha mesmo que a única forma de diminuirmos o risco de burlas, desfalques e facilitismos diversos é mudar as peças, de vez em quando. Alternância. Limitação. Se bem que cada vez me parece mais difícil haver alternância sem alternativa. Isso desgosta-me no meu lado humanista e solidário, que é apanágio do povo de Pombal (é assim?).

Considerações à parte, há uma dúvida que se me levanta, a propósito da situação financeira da autarquia que por estes dias anda nas bocas do mundo.

- Se Guilherme Santos tinha Armindo Carolino, se Armindo Carolino tinha Armando Portela, porque será que Narciso Mota nunca teve, entre os seus vereadores, um "testa de ferro" para a área financeira?

BODO


Queriam BODO, BODO mesmo, com “artistas” locais, divertido e entrada no bolso?
Aí o têm! Novamente!

20 de julho de 2010

De quem é a culpa?

Um funcionário da Câmara roubou-nos, de forma continuada, durante meses, sem que, aparentemente, mais ninguém se tivesse apercebido. Além disso, pelo que li, a fraude só foi detectada por mero acaso. Como é possível que tal situação tenha ocorrido, sabendo nós como são apertados os mecanismos de controlo existentes na gestão dos dinheiros públicos?

É urgente apurar todas as responsabilidades deste enorme escândalo. Ficaria muito surpreendido se o Eng. Narciso Mota e a sua equipa - os verdadeiros responsáveis pela gestão autárquica - continuassem com condições para presidir aos destinos da Autarquia.

Momentos

Hoje, dois funcionários da PMUGest a recolher as moedas do parquímetro!

desfalque report #3

Depois de ouvido toda a manhã e início da tarde de hoje, o principal suspeito do desfalque fica a aguardar julgamamento em prisão preventiva.
A rapariga brasileira (que o trasnportou para Leiria ontem e que foi igualmente detida pela PJ), está em liberdade, com termo de identidade e residência.

Desfalque report #2

Remeto também para os comentários do Miguel Sopas, onde são levantadas e bem, todas as questões e mais alguma que interessava ver respondidas. Pelo menos, que interessam aos cidadãos que se preocupam com a gestão criteriosa do bem público.

desfalque report #1

Depois da meia noite, o principal suspeito (entretanto detido em Leiria, à hora de almoço) continuava a ser ouvido no Tribunal de Pombal. Afinal, havia outros.

19 de julho de 2010

É tudo normal em Pombal ocidental?

Só em Pombal é que o suspeito do desfalque dá uma entrevista à rádio, em tom pesaroso, como quem foi enganado pelo além.
Só aqui é que, perante isto, a oposição se mantém caladinha.

O que realmente interessa

Dúvida: já se participou ao Banco de Portugal da conduta danosa do Banco que permitiu as transferência anómalas?

O ridículo da pergunta que fiz é para frisar exactamente os dois pontos que interessam e aquele que não interessa. Começando por este, o Banco é um personagem menor e, apenas se houvesse conivência de alguém do seu interior, justificaria ser chamado ao drama. Como não há, não interessa para o cerne da questão.

Os dois pontos de interesse: o alegado responsável, mesmo que tenha confessado, é sujeito de um processo judicial. Também o é de um disciplinar, mas isso são outros quinhentos. E no processo judicial é a Justiça que tem de apurar quais os crimes efectivamente cometidos, o grau de responsabilidade e, se for caso disso, as penas. É um caso de polícia, ponto final.

O outro ponto de interesse: como é que afinal a Câmara funciona? Quais os mecanismos que permitem que um funcionário faça movimentos, ao que se indica, avultados, sem qualquer tipo de controlo? Qual é a hierarquia que deixa que isto aconteça? Como é que alguém está em posição de aceder a várias contas e fazer o que fez? Admito que faltam dados (e nem o próprio sabe dizer quanto desviou - palavras do próprio) mas para já há duas alternativas: ou se chuta a responsabilidade para fora (foi o malandro do Banco) ou se apuram, dentro, quais os responsáveis. Pelos factos e pelas condições que levaram aos factos. E não me venham dizer que é normal um funcionário ter acesso a tanta coisa, sem mecanismos de controle. Não é uma questão de desconfiança, é de controle, de gestão. Mas seguramente que há muita gente que conhecendo a orgânica da admininistração local pode esclarecer este e outros pontos.

E não restem dúvidas: o desfalque é caso de polícia. Mas a gestão administrativa e funcionamento da Câmara é um caso de importância capital para perceber as falhas de uma administração que se reputa de uma solidez a toda a prova. Aconteceu o que aconteceu porque não havia condições de controlo. Podemos pôr a cabeça na areia e ficarmo-nos pelo óbvio (concentrando baterias nalguém que será responsabilizado), irmos para o plano do surreal (e chamar o banco à colação já) ou então perguntar: mas afinal que diabo se passa dentro daquela casa.

Afinal, na altura da Auditoria da PombalViva, um vereador (e bem) dizia que havia cheques de determinado valor que nem ele, noutras funções, assinava sozinho. Como é possível deixar que o sistema funcione assim, de forma a que alguém faça o que fez? Essa é a questão que interessa, com outros complementos, obviamente. O resto é mera cortina de fumo.

18 de julho de 2010

Desfalque consentido

Com os factos conhecidos, nomeadamente os fornecidos pelo ilustríssimo e sempre muito bem informado Rodrigues Marques e pelo autor confesso*, é possível afirmar que o desfalque de muitas centenas de milhares de Euros (ainda ninguém conhece o verdadeiro montante, nem câmara) é um crime consentido (pelo sistema). Isto porque o crime foi perpetrado ao longo de vários meses e sem ninguém o detectar.
Deixemos então para a justiça o apuramento das responsabilidades e a condenação, ou não, do(s) autor(es) (em princípio um) do desfalque. Para este espaço de cidadania este pormaior pouco ou nada importa. A única coisa que realmente interessa, sob o ponto de vista do interesse público, é a análise da forma como são geridos/controlados os dinheiros públicos.
E neste aspecto, confesso desde já: estou surpreendido. Sempre achei que as empresas municipais serviam, essencialmente, para quebrar os mecanismos de controlo dos dinheiros públicos. E a PombalViva demonstrou-o completamente. Mas sempre pensei, também, tal como as direcções do PS, que a câmara controlava com rigor os dinheiros públicos. Estava enganado. Mais uma vez se prova que, ás vezes, a realidade ultrapassa todas as congeminações que possamos fazer acerca das instituições e/ou das pessoas que as dirigem.
E assim se desmonta a gestão rigorosa e por objectivos que tanto apregoavam!
* Adenda à versão inicial

17 de julho de 2010

Reunião de emergência na CMP


Anda escândalo no ar. Fala-se em grande desfalque. As fechaduras da câmara, pelos vistos, já foram mudadas.
Como diz o povo: casa roubada trancas na porta.

16 de julho de 2010

Ou há moralidade ou comem todos...

Presidente da câmara de Pombal suspende aprovação de subsídios

“Hoje, não há aprovação de subsídios para ninguém!”, revelou o autarca Narciso Mota que invoca o sentido da responsabilidade na decisão tomada. Agastado com o estado das contas públicas e com o rumo do País, o presidente da câmara de Pombal desabafou de forma exaustiva e mandou retirar os pontos referentes à atribuição de subsídios às freguesias e entidades que constavam na ordem de trabalhos da sessão ordinária da reunião do executivo municipal, realizada quinta-feira de manhã.

“Temos ainda muitas obras de carência básica a fazer no concelho, é toda a gente a querer subsídios, fazer despesas e a câmara paga tudo, temos que ter objectivos de gestão e de bom senso porque as políticas não se podem fazer por um prisma populista de agradar, tem que ser por um prisma de responsabilidade”, sustentou o líder da autarquia de Pombal.


Quer-se dizer então que, até aqui, as políticas eram feitas por um prisma populista de agradar? Esta é a primeira pergunta que me surje. Depois a constatação: pois, estamos em fim de ciclo. E finalmente a conclusão: não sendo de agora o estado de coisas, embora não tão grave, não deixa de se mostrar que a gestão em termos de subsídios era errada e na lógica do desbaratar. Porque se não fosse, não se retiravam subsídios sem mais, mas sim reformulava-se critérios, adequando-se aos tempos que vivemos. Que fique o exemplo e a constatação, 4 mandatos e qualquer coisa depois que, no que toca a subsídios, se havia coisa que faltava eram regras claras e transparentes na sua atribuição.

Por isso, se é menos desperdício, seguramente que há instituições, com trabalho meritório, que se vão ressentir da decisão. Mas foram estas as regras com que muitos viveram e que sistematicamente foram sancionando em actos eleitorais. E agora, Narciso Mota troca-lhes as voltas. Não por qualquer espírito de responsabilidade, mas pela simples constatação de que havia que cortar. E quando não há regras para dar, também não as há para cortar. Lição para o sucessor: regulamento de atribuição de subsídios precisa-se.

Ah, mas são verdes...



Uma das "cidades de bonecas" mais engraçada que visitei foi Ljubljana (280 mil habitantes, um pouco mais que a população do Porto - concelho/cidade), a capital da Eslovénia. Não só fiquei num bairro alternativo, mas também numa antiga prisão reconvertida em pousada, como percebi como um centro histórico se pode transformar numa zona de esplanadas e serviços sem descaracterizar a zona (tudo lições sobre re-aproveitamento de espaços). E sobretudo vi um Parque Verde fabuloso, extensíssimo, com piscinas e courts de ténis e um museu pelo meio, mesmo ao lado do centro da Cidade. Mas no essencial o Parque era isso mesmo, Verde, com uma extensão fabulosa de relva para passear, jogar à bola ou apanhar banhos de sol. Foi projectado há quase 200 anos, o que ajuda a explicar a sua integração com a cidade, mas raras vezes e numa extensão daquelas vi um espaço tão agradável. Podem crer, mesmo ao lado da cidade.


Isto a propósito da necessidade que Pombal teria de um Parque Verde (de Parques Infantis já que aqui se falou), necessidade essa que é transversal e que não se satisfaz com meia-dúzia de espaços que, por muito ordenadinhos que sejam e com alguns equipamentos que tenham, vão adiando um espaço que permita o simplesmente estar-se. Usando um exemplo mais próximo, algo do género Abadias. E que até podia ter uma mesinha de xadrez (adereço semelhante ao que vi na experiência que a JSD promoveu há dias no Jardim Municipal e que suponho fosse um alerta para a necessidade de um tal equipamento).



No fundo, é querer melhorar o meio onde vivemos, enquanto o corredor verde na zona da fonte da Charneca continua a não arrancar, enquanto, os espaços que podem naturalmente, e sem comprometer o crescimento da cidade são urbanizados, há uma obra que teima em ser adiada. E se calhar até seria algo bem mais emblemático e simples.

Festa


E porque o Bodo não é a única festa do mês se há modelos a seguir, então há que chamar a atenção para o 34º aniversário do TAP. Esta sexta e sábado, há surpresas e uma peça. Parabéns e continuem que a malta agradece (mesmo que a agenda aperte).

15 de julho de 2010

Para o Bodo

Sugestão minha de actividade: descer a Rua da Encosta do Castelo pelos passeios com carrinhos de bébé, por exemplo. Ganha quem conseguir chegar mais rápido sem usar a "estrada" e sem amolgadelas no equipamento. Para ser alternativa às provas de carrinhos de rolamentos.

Modelos

Abre hoje o novo centro comercial, com loja de electrodomésticos e roupa atrás. Numa zona que, para mim, devia ser o Parque Verde da cidade (já que a Urbanização das Cegonhas é uma urbanização e ainda hei-de cá voltar para comentar a iniciativa da JSD). As centralidades cá da terra podem ser alteradas ou talvez não, mas parece-me lógico que o impacto que uma grande superfície como a que vai ser aberta seja sentido por anos: 156 postos de trabalho, a salário mínimo (ou perto) e um rombo no comércio tradicional é o mais provável. Dir-me-ão que não se pode falar/agir em proteccionismo desmesurado e que cabia aqueles comerciantes prepararem-se para um admirável mundo novo. O que é certo é que o tempo não volta para trás e o consumidor, em teoria, ainda é quem mais ordena.

Mas também há um projecto de regeneração urbana para a Zona Histórica que ainda pode, se todas as partes quiserem, devolver vida àquela zona. O que é certo é que, mesmo sendo meramente previsível que a vida comercial de Pombal será alterada, com consequências urbanas, as únicas pessoas que podem, para já, sorrir são os consumidores (mais oferta, mais concorrência, melhores preços, diz a teoria). Quanto aos outros, o tempo o dirá, mas mais uma vez, há uma pergunta legítima no ar: o modelo de crescimento urbano é mesmo o melhor? Sendo certo que se pode perguntar mesmo qual é modelo de crescimento para esta cidade, já que conjugando três intervenções como o Castelo, a Zona Histórica e o Casarelo não estaremos a falar de três obras/pólos com objectivos tão diferentes que podemos duvidar do seu alinhamento ou complementaridade?

14 de julho de 2010

Pombal é alto flash

Depois de vermos a Zelinda do Hotel como modelo, na publicidade do novíssimo supermercado, agora a fama está mesmo ao alcance de todos. Basta aparecerem na zona desportiva entre as 21 e 22 horas dos dias 15, 19 e 22 deste Julho e...voilá, hão-de integrar o flas mob das festas do Bodo 2010. Vai-se a ver e talvez não seja preciso gastar rios de dinheiro com as festas. Basta usar a cabecinha. Os pormenores estão aqui, na página do Facebook.

9 de julho de 2010

boa vizinhança

Aqui ao lado, em Ansião, há gente a dizer coisas muito bem escritas. Ora vejam.

Morcegos expiatórios

É uma espécie que faz furor em Pombal. Não há tantos aerogeradores como devia haver, a culpa é dos morcegos. Não vai haver estrada alternativa de acesso à pedreira (pelo menos aquela que foi apresentada) e a culpa é dos morcegos. Arre para a espécie que, de tão única, até faz ninhos. Mas só em Pombal. É óbvio que, nem num caso nem outro, o factor determinante se prende com os morcegos, sendo natural, contudo, que sem fundamentalismos, se proteja a natureza - sempre com conta, peso e medida (para evitar coisas como mortandades de peixes ou lagos estagnados para "embelezar" a cidade).

Mas o factor determinante no caso da estrada de acesso à pedreira - uma necessidade, na qual a Assembleia de Freguesia de Pombal, em bloco, se tem empenhado - tem a ver com debilidades do projecto, como a consulta ao parecer prévio, também da responsabilidade do ICBN, esclarece: é que de 7 conclusões, apenas 1 se refere expressamente a morcegos e as restantes falam na falta de alternativas ou de dados concretos para uma proposta positiva. Na acta da reunião da CCDRC, onde se junta a ARH, o responsável é claro: falta dados para apreciar o projecto. Mas mais uma vez é mais fácil querer atirar a responsabilidade para os morcegos que para quem não fez o trabalho de casa.

Note-se mais uma vez: a estrada que retire os camiões de passar pelo Barrocal e Caseirinhos é uma necessidade. É o descanso e a segurança das pessoas que o determinam. É também um gigantesco quebra-cabeças onde nem todos os interesses em jogo poderão ser salvaguardados e onde terá de ser feita uma ponderação de valores. Obviamente que havendo mais alternativas, menos difícil se torna uma escolha. Ou pelo menos que a alternativa equacionada esteja devidamente fundamentada. É que assim é fácil escolher alvos como os morcegos.
PS: Quem estiver interessado em ler o parecer, é só pedir-mo por mail.

7 de julho de 2010

E os Correios do Louriçal?

Teme-se que possam fugir. E era o que mais faltava: GNR, só aparece para passar multas. Segurança Social fugiu. Escolas primárias que podem fechar, sem termos um Centro Escolar (ou lá como lhe chamam agora) no Louriçal. Ficarmos sem os correios seria uma tremenda machadada...

Prémio hospital do futuro... incerto

Não é (só) por causa daquela intervenção surreal do presidente da Assembleia Municipal, mas parece-me bem que temos razões para nos preocuparmos com a estória do fecho das urgências do HDP. Pior: talvez até tenhamos razões para nos preocuparmos com um hipotético fecho do próprio Hospital. Estarmos entre Leiria e Coimbra não ajuda muito, quandos os planos de reestruturação apertam. Perdermos médicos também não. Fazermos propostas a outros que queiram vir, ao abrigo da chiquespertice da mão-de-obra (mais) barata, muito menos. Criarmos problemas aos que cá estão e querem continuar, também não.
E eis que, quando seria de esperar que a direcção viesse dizer alguma coisa sobre o assunto - levantado publicamente, por um médico, a pedido de outro médico que ainda por cima tem responsabilidades dentro do HDP e já o dirigiu, logo, deve saber do que fala - aparecem notícias sobre um prémio que o mesmo hospital ganhou, a propósito do Banco de Ajudas Técnicas. E isso parece que lhe confere a categoria de "hospital do futuro".
A mim faz-se lembrar a história do prémio cidade florida onde não há um parque verde. Neste caso, como estamos a falar da saúde, não me parece que dê vontade de rir.

1 de julho de 2010

Porque morrem os peixes?


Chegou-me aos ouvidos que andam a morrer peixes no rio Arunca. A novidade, para mim, está no facto de ainda haver peixes no Arunca! A nossa autarquia, para além de não saber como resolver o problema da poluição no rio, tem investido em obras avulso, completamente descabidas. Uma das que mais problemas tem provocado, principalmente à fauna e às culturas ribeirinhas a jusante da cidade, é a represa que foi construída com o intuito de criar um lençol de água para embelezar a cidade, dando a ilusão que o rio está de boa saúde. Ora, parece que a causa da actual mortandade de muitos dos corajosos peixes que ainda teimavam em viver no Arunca é, precisamente, a existência dessas comportas.

Senhor Presidente da Câmara: se é verdade esta história, como tudo indica, ponha a vaidade de lado e resolva, rapidamente, o problema. Crimes ecológicos desta natureza envergonham-nos a todos! Como pombalenses e como cidadãos conscientes.

Hospital, para que te quero!

O tema foi ontem abordado na Assembleia Municipal, realizada no Louriçal, pelo Dr. Grilo. Há médicos em "debandada" do Hospital de Pombal. Dois internistas, para já, e mais três ameaçam fazer as malas. Esta situação deixa o Hospital em maus lençois, e afigura-se a hipótese, segundo o mesmo, de ficarmos sem serviço de urgências no concelho.
A este propósito, informou também o Dr. Grilo que na próxima Assembleia Municipal ordinária, incluirá um ponto na ordem de trabalhos, visando discutir o tema "a saúde em Pombal", e que se não houver possibilidade para tal, convocará uma Assembleia Municipal Extraordinária. E eu acho bem, que o assunto merece discussão profunda. Com dados concretos, e uma correcta identificação dos problemas e suas causas.