31 de maio de 2015

SCP na Regional e na falência

O SCP desceu à Regional (na verdade já lá estava – desceu só mais um nível). É estranho que o clube mais representativo de um concelho de média dimensão ande pela liga dos últimos.

Há clubes que têm má performance desportiva, mas boa performance económica (no mínimo contas equilibradas e sérias). No Pombal, temos o pior de dois mundos: desastre desportivo e desastre administrativo (insolvência e contas irregulares). Com a complacência do(s) paladino(s) da legalidade.

29 de maio de 2015

Há coisas que não mudam...

O inevitável aconteceu: renuncia (forçada) dos órgãos (ilegalmente) eleitos. A coisa passava – deve ter passado muitas vezes - se uma eleita (?) não tivesse dado com a língua nos dentes e se lhes tivéssemos dado o descanso que não merecem. O presidente da mesa da A.H. Bombeiros Voluntários de Pombal convocou uma reunião, dia 8 de Junho, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 
1) Informação (demissão dos Corpos Sociais); 
2) Eleição dos Órgãos Sociais para o biénio 2015/2016. 
O presidente da direcção divulgou a reunião por políticos, doutores e engenheiros, sócios e não-sócios; sem a comunicar, antes, aos Bombeiros. A mail-list da direcção dos bombeiros não inclui os Bombeiros. Vivemos numa comunidade dual: poder/oposição(?); dirigentes/dirigidos; abrangidos/excluídos; mas, nalgumas situações, dispensava-se tanto desplante. 
 Nos BVP, o dualismo dirigentes versus dirigidos é levado ao extremo: os dirigentes não são bombeiros e os bombeiros não são dirigentes (há o comandante, imposto por lei, senão…). Esta disjunção, alicerçada em interesses antagónicos, deixa pouco campo para o compromisso e muito para a guerrilha. Depois admiram-se…

28 de maio de 2015

E no entanto, ela move-se


A poucos dias de terminar o ano lectivo, a Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas de Pombal deu sinais de vida. Está afixada num painel da Escola Secundária de Pombal (pelo menos) a convocatória que ontem chegou a algumas caixas de correio electrónico de alguns associados [que isto deve ser como na missa, só comunga quem as entidades superiores consideram estar em condições de papar a hóstia].
E o que diz a convocatória? 
  • Que a Associação de Pais vai finalmente eleger uma nova mesa da Assembleia Geral, pois que na última (em Dezembro) demitiu-se a presidente? Não.
  • Que a Associação de Pais quer reunir os associados e ajudar a organizar as festas de final de ano? Não.
  • Que a Associação de Pais resolveu finalmente apresentar as contas e o relatório de actividades dos últimos dois anos?Não (até porque só pode haver relatório do que existe).
  • Que a Associação de Pais está preocupada com o processo inerente às obras que aí vêm, para a construção de um pólo escolar na cidade - e que vão obrigar à mudança dos alunos sabe-se-lá-para-onde, no próximo ano lectivo? Não.
  • Que a Associação de Pais está preocupada com o que se passa nas nossas escolas, de um modo geral? Também não.
A convocatória tem dois pontos:
1. Marcação da data para a realização de eleições dos novos órgãos sociais
2. Informações sobre a sentença proferida pelo Tribunal de Leiria (relativamente ao processo contra a APEEAEP)
Aqui fica o nosso serviço público: desta vez a reunião não acontece na Câmara nem na Biblioteca Municipal. Está marcada para dia 3 de Junho, às 19h30, no auditório da Escola Secundária de Pombal. 

26 de maio de 2015

A desvergonha prossegue

Passaram 2 meses sobre as eleições para a ABVP, onde ocorreram as irregulares mais graves alguma vez vistas em Pombal. Os erros são graves, mas mais grave é não os assumirem e não os corrigirem.
A correcção dos erros só tem uma solução: renuncia (ou perca de mandato) dos corpos (mal)eleitos e novas eleições. Mas não chega, é necessário, também, desconspurcar a organização: apurar o(s) responsável(is) pela fraude, puni-lo(s) pelos danos causados à organização e impedi-lo(s) de cometerem novas fraudes –  de se candidatarem.
De que estão à espera para renunciarem?
Porque continuam a pactuar com tamanha fraude?
Haja um mínimo de dignidade e de respeito por uma organização secular e respeitável.

Ministra da Justiça em Pombal

A AICP promoveu e organizou, no passado dia 19-05-2015, um "jantar-debate" com a presença da ministra da justiça sobre “a reforma da justiça e o impacto na economia”.
Tendo ficado com a opinião da irresponsabilidade da ministra e tendo, depois, lido a entrevista de Isaltino Morais ao Expresso de 23-05-2015 sobre aquela ministra, onde formulou sobre ela opinião ainda pior, decidi escrever algumas palavras sobre o “jantar-debate”.
A ministra alegou que a reforma do mapa judiciário e os meios alternativos de resolução de conflitos levaram à maior celeridade processual e a melhores benefícios para a economia, dizendo que tudo era positivo e que países mais ricos que o nosso nos têm consultado para aprenderem com a nossa experiência e propondo mesmo um brinde coletivo ao “êxito da reforma”.
Aceitando e defendendo nós como certo que todas as sociedades organizadas necessitam de reformas para evoluírem e para não ruírem, temos de dizer que a ministra revela pretender esconder os efeitos negativos da reforma ao transformar o setor da justiça portuguesa num grande laboratório onde muitos cidadãos são as cobaias vítimas das experiências “científicas”, aquelas que os estrangeiros querem então conhecer e estudar antes de cometerem os mesmos erros. Omite o que se passa, por exemplo, com os PER, como forma de evitar o peso das estatísticas de empresas insolventes mas que leva aos esquemas de protelamento das insolvência e de ocultação da má gestão, com as notificações nos procedimentos de injunção, como forma dos cidadãos não se poderem defender de dívidas prescritas e de procedimentos caducados, com as execuções com base em “fórmulas executórias” das injunções, como forma dos bens dos cidadãos serem espoliados antes dos mesmos tomarem conhecimento da existência da execução, por dívidas que não ou já não existiam, etc...
Gostava de ter visto alguma honestidade intelectual nos argumentos da ministra…

Fiasco Pombalino


No final da semana passada recebi um honroso convite do presidente da câmara para participar no Festival Pombalino. Consegui mobilizar toda a família (coisa rara – têm gostos e interesses muito diversos) e Sábado à noite deslocámo-nos para o evento. Fiquei mal visto e nos próximos tempos dificilmente os arrasto para outra: uma praça despida e triste – como mostra a foto – fracas atuações, pouca animação e pouco público (nem as figuras da organização - do poder - se viram por lá!).

Sem muito para ver entreti-me a falar com os feirantes/expositores – a parte mais consistente do evento – e percebi a sua desilusão com o evento e com a organização (CMP): pouca de promoção e em cima do evento, poucos visitantes, terrado muito caro e evento alternativo no Domingo (Crisma no Pavilhão de Exposições, fora da cidade). Não se faz!
Desta forma, destrói-se valor no lugar de o gerar. Não se justifica fazer pagar um terrado a expositores que constituem o cenário do evento, num evento novo sem potencial para gerar receitas aceitáveis (nalguns casos não darão para pagar a deslocação, e alguns fizeram 200 km).
Não basta fazer, é preciso mais alguma coisinha…

22 de maio de 2015

A cultura do regresso ao passado


O que aconteceu em Pombal no fim-de-semana passado merece aplausos e incentivo. É sempre um balão de oxigénio para uma moribunda zona histórica ter alguma vida de volta, ainda mais se chegar acompanhada de música e dança, como foi o caso da iniciativa Montras Poéticas: artistas nossos a mostrarem, de uma forma original, o que fazem tão bem.
Depois, no domingo, quase em segredo (custa-me a crer como é que não se aproveita a marca do Marquês, numa coisa destas, como é que não se divulga isto à séria) uma nova Associação Artística apresentou-se no Museu, com um [belíssimo] quinteto de música de câmara, que pode voar tão alto...
A maioria das entidades locais tinha mais que fazer - está visto - e por isso chegou no final do concerto, só a tempo da fotografia. Uma pena. 
Mas o que sobra deste tempo é a fixação pela idade média e pelos séculos passados. Foram os romanos no Natal, depois a feira medieval, agora o festival pombalino. Dir-me-ão que é melhor que nada, que o que importa é haver actividade. É importante preservar o passado, sim. Mas é igualmente importante projectar o futuro, e isso faz-se muito pouco, nos tempos que correm. Cheguei a pensar que as sementes lançadas na Casa Varela, no Bodo passado, iriam germinar. Mas os meses passaram, a casa não voltou a abrir-se, e os nossos artistas continuam a ser chamados por Leiria (por exemplo) para animar as inúmeras iniciativas culturais da cidade vizinha. Não se trata de copiar os outros, mas podemo-nos inspirar. E fazer mais coisas como a do fim-de-semana-passado. Mudamos esta agulha?

nota de rodapé: Se há um festival pombalino e um sarau, com  música barroca, agendado para a noite de sábado; se acaba de nascer um quinteto em que os músicos até trajam à época e tocam tão bem, não faria sentido integrar uma actuação nesta iniciativa? Pois. 

Meio-tolos

A ofensa é a arma dos fracos, e dos tolos. Os primeiros são imputáveis, os segundos não. O problema é distingui-los e responsabilizá-los. Como poderemos responsabilizá-los se não conseguimos distingui-los? Há sempre a hipótese de chutar o problema para os tribunais, mas os juízes também se consideram impotentes para o efeito e recorrem regularmente a peritos, que dão pareceres contraditórios e a pedido.
É complicado lidar com os tolos e muito pior com os meio-tolos. Os tolos são por natureza criaturas inconscientes, ingénuas, toleráveis; que, apesar de dizerem parvoíces, piadas de mau-gosto ou impropérios, não ofendem verdadeiramente. Erasmo dizia que “só aos tolos os Deuses concederam o privilégio de censurar sem ofender” e, por isso, reservam-lhes o reino dos céus. A tolice é a alegria do tolo.
Os meio-tolos são a outra face dos tolos: criaturas perigosas, mal-formadas, intrinsecamente desonestas, que manhosamente conquistaram uma certa áurea de tolos (espertos) e a usam, conforme as circunstâncias, para se fazerem passar por tolos ou por audazes. Abundam por aí e por aqui.
Tolero os tolos mas abomino os meio-tolos, porque estes não olham a meios para atingir os fins. Preocupo-me muito pouco com a imagem, mas preocupo-me com o bom-nome. Não é tanto por mim, mas pelos meus Amigos e pela minha família - acima de tudo pelos meus filhos. Tenho hoje a certeza (se se pode tê-la) que os meus filhos são melhores do que o pai. Isso enche-me de orgulho, mas aumenta-me a responsabilidade de os não desiludir, de os não envergonhar. Tenho a consciência de que os filhos perdoam todos os deslizes à mãe, mas são implacáveis com o pai. Compreendo-o e aceito-o.
Há uns tempos, um amigo recente presenteou-me com um jantar onde tive a sorte de ficar sentado ao lado de uma Senhora que não conhecia. O jantar foi delicioso – ficou-me gravado o sabor daquela cabidela, prato de que não era grande apreciador – e a longa conversa com a distinta Senhora foi o complemento perfeito do repasto. Quando leio alguns dos comentários que por aqui vão sendo colocados, penso na distinta Senhora (e no seu filho que não conheço) e rezo para que não tenha(m) o azar de os ler - farão sofrer e rasgarão, com certeza, a sensibilidade da distinta Senhora. 

17 de maio de 2015

16 de maio de 2015

Oxalá tenhas um mau vizinho

É o agoiro proferido durante uma discussão contra o adversário e inimigo: “Oxalá tenhas um mau vizinho”.
O mau vizinho intromete-se na vida alheia (vigiando), insulta, agride, danifica, furta e arremessa lixo a partir do seu quintal, tentando cansar e desmoralizar o vizinho. Porém, arrisca-se a encontrar alguém ainda mais duro e partir a testa com as cabeçadas que dá. É o que me fez lembrar a conduta mais recente de Rodrigues Marques e anteriormente de alguns anónimos em relação ao Farpas.

Mais uma baixa…

Desta vez durou, apenas, dois meses e meio. Jorge Cordeiro, adjunto do Príncipe, contratado para chefe da propaganda, bateu com a porta e zarpou.
As crueldades continuam a ser mal usadas, a desconfiança é enorme, os ministros andam pelos cabelos e dirigentes amedrontados e em guerrilha.

O príncipe está demasiado incauto e o delfim no terreno a entender o regaço aos desiludidos. 

Não desvalorizem as touradas

Nota prévia: não sou grande aficionado nem anti-touradas. Aprecio, até, uma boa lide, preferencialmente “a pé”: a coreografia, a encenação, a musica e a adrenalina do risco.

A junta de Abiúl (com apoio da câmara) vai pagar (dar), à RTP, 25.000 € pela transmissão de uma tourada, por altura das festas de Agosto. Não se percebe - até porque as televisões andam ávidas de eventos e parodias que lhes ocupem as muitas horas de emissão.

É um 2 em 1: desvalorizam as touradas - ao assumirem que não têm valor e gastam dinheiro, sem qualquer retorno, necessário para suprir carências básicas.  

13 de maio de 2015

Bullying estudantil e praxis académica

Recentemente, assistimos à divulgação de um vídeo mostrando alguns estudantes a agredir um colega, para escândalo da hipocrisia de graúdos, que também já o fizeram, e de miúdos, que também o fazem. Recuando mais um pouco no tempo, assistimos anteriormente à novela televisiva da investigação das responsabilidades na morte dos estudantes da Praia do Meco, em resultado da brincadeira e da estupidez da adesão a praxis estudantis.
No primeiro caso, é patente a presença de uns marmanjos, feitos líderes, a incentivarem as suas fêmeas a agredirem o macho mais fraco, chegando mesmo a manietá-lo para que este não se possa defender. No segundo caso, um estudante cábula e repetente, intitulado “dux”, liderou alguns estudantes, nomeadamente fêmeas, conduzindo-os à Praia do Meco onde perderam a vida.
Não se surpreendam os graúdos que compram fatos de andorinha para os seus “meninos” se inserirem na “sociedade” académica e na cultura da festa inconsciente, para participarem nas atividades das praxis académicas e apanharem quilómetros de bebedeiras e produzirem toneladas e lixo…

Entretanto, miúdos e graúdos continuam a disputa territorial e o jogo de sedução muito vistos nos documentários televisivos sobre vida animal, como por exemplo nos filmados no “Parque Nacional do Serengeti”.

A 13 de Maio, na cova da Pombalaria

Maio é um mês que me irrita um bocado.
Desde logo, por causa das aparições. Refiro-me, claro, às aparições dessa aberração rodoviária que são os "carros de apoios a peregrinos". Juntemos a essa irritante realidade o facto de suprimirem todas as segundas faixas na estrada (IC2) entre Coimbra e Leiria, e... vamos completar o quadro com a colagem dos políticos ao fenómeno religioso, que é talvez ainda mais obscena do que aquela que fazem ao futebol.
O Pombal Jornal dá a boa-nova, em noticia assinada pela menina JESUS (o que reforça a santidade da acção municipal), e de forma não muito diferente da que é feita pela site do Município. Há plágio de um dos dois, ou há uma "acção concertada" entre órgãos que se querem (e são, não duvido) amigos? Ou o "gabinete da propaganda" foi aumentado mais uma vez, e nós não sabíamos? Ou então, poderá também ser uma substituição, mas para isso, teria algum dos actuais membros de tão activo órgão que se demitir, o que não parece uma coisa normal.

O estado é laico, mas o município, aparentemente, não é. Nem os seus seguidores.
Amén.

12 de maio de 2015

Se eu não me ajudar…

Não sei se é da crise ou da evolução normal da praxis: o certo é que o lema “se nós não ajudarmos os nossos…”, assumido publicamente pelo PSD para justificar as múltiplas arbitrariedades, evoluiu para “se eu não me ajudar…”.
O presidente da junta do Louriçal reconheceu, em plena assembleia de freguesia, que a junta compra produtos à sua empresa. Está explicado o seu deslumbramento com a terra de oportunidades em que Pombal se transformou!

11 de maio de 2015

É tudo uma questão de fé

A comovente divulgação do apoio aos peregrinos por terras de Pombal, por parte do município - republicano e laico (?!) -  mostrou ao país e ao mundo que não há terra como esta.
Desta vez, superámo-nos no sacrifício pelos outros, deixando aos nossos atletas uma sala para se equiparem, pois que os balneários estavam TODOS destinados aos peregrinos.

9 de maio de 2015

Rapaziada, quer se possa ou se não possa...


A convocatória merece ser emoldurada.
A convocatória merece ser emoldurada porque está em letra miudinha.
A convocatória merece ser emoldurada porque está em letra miudinha e mal se lê, no jornal.
A convocatória merece, ainda, ser emoldurada porque...não se via nenhuma destas desde há uns dois anos!
A convocatória é uma boa convocatória. O clube é um bom clube. E os candidatos também. 
Era um Lopes para o Sporting de Pombal, sff.

7 de maio de 2015

Ao jeito de Frei Tomás

Custa-me, acreditem, repisar estes temas (o seu denominador comum): Conselho Geral de Agrupamento de Escolas de Pombal e a Direcção dos Bombeiros Voluntários de Pombal. Mas a realidade é de tal forma abusadora que até deixar de ver faz doer os olhos.  E, como dizia Pessoa, tudo que se passa no onde vivemos é em nós que se passa. E, nestes casos, é preciso ter contra-alma bastante para não chorar e grande desvergonha para calar.
O Agrupamento de Escolas de Pombal não tem Conselho Geral, vai para ano e meio. Não tem porque o presidente da câmara, fazendo-se passar por paladino da legalidade, aponta potenciais irregularidade na eleição dos representantes dos pais, e, apoiando-se nisso, recusa-se a tomar posse e não consente que tomem posse os membros designados pela autarquia, o que acarreta transtornos e prejuízos para a comunidade educativa.
Há cerca de um mês, foram (re)eleitos os (velhos) dirigentes da Associação de Bombeiros Voluntários de Pombal, mantendo-se o presidente da câmara como vice-presidente. O processo eleitoral foi um chorrilho de ilegalidades, que atingiu o caricato com uma eleita a ter que emitir um comunicado para se demarcar do processo e mostrar a sua estupefacção por constar da lista única apesar de não ter sido convidada e não ser associada. Apesar desta (e não só) ilegalidade que roça o burlesco, os dirigentes eleitos tomaram posse e, depois de o caso ter sido tornado público, não se demitiram – o que não surpreende - e o presidente da câmara – o tal paladino da legalidade – continua sereno e inamovível, atestando, dessa forma, a conformidade do processo.

Bem prega Frei Tomás: faz o que eu digo, não faças o que eu faço! Até quando…

Em nome do Oscar

Calou-se ontem uma das vozes mais incómodas do jornalismo em Portugal, da liberdade de expressão. Da Liberdade. Oscar Mascarenhas morreu, de ataque cardíaco, aos 65 anos. Deixou muito de si à imprensa portuguesa e um bocadinho também ao Farpas, quando, em Janeiro de 2014, fez o favor de me esclarecer a propósito disto.
Na edição de hoje do DN, o camarada (de sempre) Ferreira Fernandes escreve-lha uma doída homenagem, que vale a pena replicar aqui - afinal, o Oscar travou uma luta contra os anónimos e deles dizia muito do que penso, também: escrever é dar a cara. Por isso mesmo, aqui fica a crónica, para memória futura.

Doeu, mas está tão bem escrito...

Um dia, ele contou-me que o pai, médico, recebera uma carta, que abriu, levou os olhos ao fim do texto e, não tendo encontrado assinatura, rasgou-a e deitou ao lixo. "Uma carta anónima não se lê", ensinou o pai a Oscar Mascarenhas, ensinou-me ele em conversa, como ensinou a muitos, nas redações dos jornais e nas escolas. O Oscar era altivo a falar e quem nisso só visse arrogância perdeu, talvez, boas lições. Perdi algumas, mas aquela, não. A carta anónima não foi mero episódio, era a convicção duma vida: escrever é dar a cara. Aqui, no DN, Oscar Mascarenhas liderou um combate contra a irresponsabilidade (passe o pleonasmo) dos comentários anónimos no online. E não era ver o argueiro nos olhos dos outros: não conheço jornalista português que mais tivesse criticado os seus próprios camaradas. Criticava por amar demasiado o que fazia: "Digam-me uma só profissão que se autocritique em público tanto como a nossa!", desafiava. Um risco, porque ele viveu estes anos em que o jornalismo tarda em renascer. Ele conhecia esse desânimo, o que, por vezes, o levava a usar como arma de espadeirada o florete com que esgrimia a língua portuguesa. Era um polemista temível - de quem o fustigado, se conseguisse ser justo depois de tamanha coça, deveria dizer: "Doeu, mas está tão bem escrito..." Disse-me, ontem, de longe, uma pessoa querida: "Ele deu-me o CD da verdadeira música da pesada quando eu só pensava em rock. Era Wagner."

Perigo nas estradas dos peregrinos

As vias rodoviárias que ligam o norte e o centro de Portugal a Fátima, em grande parte dos seus percursos, constituem um risco para a vida dos peregrinos, como o demonstram as recentes mortes por atropelamento nos concelhos de Pombal e de Condeixa.
A Igreja Católica, os sucessivos Governos e os Municípios por onde transitam os peregrinos poderiam construir um caminho rústico interdito a veículos motorizados, para proteção dos peregrinos, à semelhança da maior parte dos troços dos caminhos de Santiago.
A omissão de iniciativas da Igreja Católica, principal responsável moral pela proteção dos peregrinos, parece revelar apenas preocupação com os resultados económicos das peregrinações a Fátima, de que é sempre a principal beneficiária. Também os autarcas dos municípios atravessados pelos peregrinos, aqueles que se fingem muito religiosos e que atribuem gordos subsídios à Igreja Católica, para construção ou remodelação de adros de capelas, ou às associações, para “atividades” sem utilidade, parecem não valer os cargos que exercem…

O Município de Pombal começa a falar numa solução. Veremos se a mesma implica os habituais “remendos” na adaptação de vias rodoviárias ou a definição dos “caminhos de Fátima” materializados em novos trajetos interditos a veículos motorizados.

6 de maio de 2015

Louriçal: quem quer festa sua-lhe a testa...


Estão a concorrer com o Bodo as grandiosas festas do Louriçal. O cartaz - que foi publicamente conhecido e promovido muito antes da festa da cidade - é tão ou mais arrojado que o do ano passado. A única chatice é que o do passado saiu caro à Junta de Freguesia local. Soube-se agora, em pública reunião da assembleia de freguesia, que o prejuízo ultrapassou os 30 mil euros, qualquer coisa como cinco vezes mais do que o previsto. Se o orçamento daquela que é a maior Junta do concelho (jóia da coroa para o PSD nas últimas eleições) anda nos 640 mil euros...é fazer as contas, como dizia o outro.
Para evitar males maiores, este ano a autarquia mudou de plano: vai atribuir um subsídio de 16 mil euros à nova Comissão de Festas do Louriçal (não havia uma desde os tempos da chamada festa do Seco...), presidida pelo benemérito António Calvete. 
Entretanto, somam e seguem os Serões Culturais pelas colectividades da freguesia. Honra seja feita a José Manuel Marques, o primeiro presidente de um executivo social-democrata a promover a iniciativa que, até agora, era um exclusivo dos socialistas. E mérito, já agora, pois que nunca a Câmara contribuira com um tostão para o evento, e desta vez chegaram aos cofres da Junta 4.500 euros...

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5 de maio de 2015

Um vício típico de endinheirado

A maioria das câmaras municipais tem ideias e projetos, mas falta-lhes dinheiro. A CMP tem dinheiro a mais, mas faltam-lhe ideias. Vai daí: sentido o incómodo do dinheiro parado e da falta obras, lança-se a fazer o que não deve e/ou o que não lhe pedem.
Os exemplos do desvario abundam. O mais risível é o desembolso de 236 mil Euros para a recuperação das fachadas do Hospital de Pombal – edifício que não administra nem lhe pertence. Então, porquê substituir/subsidiar o Centro Hospitalar de Leiria-Pombal – instituição com uma situação económico-financeira desafogada?  

Embelezar mulher alheia é um vício típico de endinheirado.

Boa ou Má Gestão

Boa gestão é aquela que fornece (muito) valor às partes interessadas, que capta bem o que agrega valor e utiliza bem os recursos disponíveis para o atingir. Má gestão é aquela que não fornece valor às partes interessadas porque avalia mal as suas necessidades ou utiliza mal os recursos.
A CMP terminou 2014 com um excedente de 7,8 milhões de Euros. Isto é bom ou mau? Revela Boa ou Má Gestão? Antes de responder a estas questões convém introduzir alguns considerandos que diferenciam a gestão pública da gestão privada: (i) a gestão pública, ao contrário da privada, não visa o lucro; (II) a gestão pública transfere valor essencialmente para os utentes ou cidadãos em geral – nomeadamente nas câmaras, porque lhes está vedada a possibilidade de transferir valor para accionistas (não existem) ou colaboradores. 

Uma câmara que termina o ano com um excedente de 7,8 milhões de Euros é uma câmara que sacou aos seus cidadãos mais do que necessitava ou que não tem ideias onde deve investir os recursos disponíveis com valor para os cidadãos. É, no fundo, uma câmara mal gerida. 

3 de maio de 2015

As caminhadas e os trails dos políticos

As caminhadas, os “trails” e os percursos de btt estão a deixar de ser apenas atividades físicas, desportivas e lúdicas para se transformarem também em modas aproveitadas pelos políticos para ser mostrarem e obterem receitas para agradar a algumas associações.
A Câmara Municipal organizou há uma semana uma caminhada e um trail, cobrando uma pequena quantia monetária aos participantes e utilizando (sem custos) os trilhos, desde há muito abertos por alguns praticantes de btt, que sinalizou com fitas plásticas presas à vegetação ou, nalguns pontos, seguras debaixo de pedras colocadas nos estradões.
Enquanto atribui subsídios a diversas associações, alegadamente para construção de infraestruturas e para os seus membros praticarem desporto, a mesma Câmara cobra pela participação nalgumas outras atividades desportivas para a algumas associações. O objetivo parece ser sempre a obtenção de “receitas” para agradar às associações e não o fomento da prática de atividades salutares e do desporto para todos.

Entretanto, passada uma semana sobre a realização da “caminhada” e do “trail”, ainda não foram retiradas as fitas plásticas sinalizadoras dos percursos colocadas na vegetação e nos estradões nem as pedras colocadas/obstáculos colocadas nos estradões. Bem, apenas retiraram uma pequena parte das fitas junto à cidade…