28 de dezembro de 2011

Dinastia Kim’s da Coreia do Norte

Todos dias as televisões passam imagens de choro convulsivo e de desespero de crianças, mulheres e homens da Coreia do Norte pela morte de Kim Jong-Il, secretário geral do partido dos trabalhadores norte-coreano e “líder” da Coreia do Norte.
Parece ficção mas é real. Não consigo perceber e fico enojado com tanto choro e sofrimento.
Ainda me recordo das imagens de choro dos norte-coreanos, passadas na televisão em 1994 aquando da morte de Kim Il-Sung, chamado de “grande líder”. Assistimos em simultâneo à sucessão de seu filho, Kim Jong-Il, depois chamado de “querido líder”, “nosso pai” e “comandante supremo”, agora falecido. Estamos também agora a assistir à condução ao “trono” de Kim Jong-Un.
Interrogo-me como é possível que se tenha instalado uma “monarquia” num país comunista, iniciada com Kim Il-Sung e continuada com o filho Kim Jong-Il e, agora, com o neto Kim Jong-Un. Bem sei que a barbárie e o despotismo são mais tolerados e justificados quando exercidos em nome do povo e dos trabalhadores do que pelos políticos da “direita”, mas continuo a não perceber tantos silêncios…
A nós, por cá, resta-nos a lição de não criarmos e adorarmos ídolos, quer seja nos espectáculos, no desporto, na religião, na política, etc...
Quanto aos políticos, direi que são eleitos para governar bem os bens públicos. Se o fizerem, cumprem o seu dever sem necessidade de agradecimentos; se governarem mal, devem ser responsabilizados politica, civil e criminalmente.

22 de dezembro de 2011

Narciso Mota a olhar para coisas

Como para muitos dos nossos comentadores o Engenheiro Narciso Mota é uma espécie de “Querido Líder”, deixo aqui uma foto-reportagem que espelha uma das suas actividades favoritas: inaugurar. As fotos foram roubadas ao Notícias do Centro.
A olhar para uma bandeira

A olhar para um peixe

A olhar para calçada portuguesa

A olhar para balões

18 de dezembro de 2011

Resultados das "Farpas"

A propósito do nosso blog, lembrei-me que Martin Luther King se preocupava mais com o silêncio e a indiferença dos “bons” do que com a agressão dos “maus”.
Também por causado do blog, quero citar um trecho de uma entrevista de Paulo Bento na revista Única de 17-12-2011, onde dizia que “Os mentirosos aparecem com ar de boas pessoas nas primeiras páginas. Critica-se quem fala claro e é frontal”.
Vem isto a propósito do mal-estar que algumas personalidades têm manifestado nas reacções aos meus comentários deste blog, quer através de manifestações de raiva mascaradas em desculpas de questões ideológicas ou contra-dogmáticas, quanto aos que se sentem cobardes e cúmplices, quer através do envio de recados com ameaças de represálias de carácter criminal ou deontológico, quanto aos que não querem transparência nos actos de gestão pública.
Aos primeiros, digo-lhes que poderão continuar a desperdiçar o Vosso tempo no éter, enquanto esperam que caiam algumas migalhas da mesa, porque a coragem não é atributo de todos. Aos segundos, digo-lhes que iremos ver se “o feitiço não se irá virar contra o feiticeiro”, atendendo a que a verdade é a arma mais forte embora seja a mais incómoda...
Entretanto continuemos, pois o nosso “trabalho” parece ter muita utilidade.

16 de dezembro de 2011

Há coisas que, no mínimo, já nem deviam ser assim


IGAL quer atribuição de subsídios da Câmara de Pombal regulamentados, noticia o Notícias do Centro.

Uma coisa de tão lógica e de reivindicação antiga que só apetece relembrar o velho adágio: ou há moralidade ou comem (quase) todos.

Agenda em fogo

Em Pombal, expor ideias fora de fóruns oficiais não é propriamente uma actividade fácil. Fruto de anos de construção de uma rede de conivências e interesses, está instalado um espírito de "cuidar da vidinha sem afrontar poderes instituídos". E isto tem consequências péssimas, como um atrofio da massa crítica que se quer ter, especialmente fora da esfera político-partidária. Por isso, iniciativas como o Ignite Pombal são de louvar e experimentar.
Em termos sucintos, o evento está "aberto à participação de todos e giram em torno de apresentações sobre temas como inovação, criatividade, empreendedorismo ou tecnologia, em que os apresentadores têm apenas 5 minutos para falar, com 20 slides que rodam automaticamente a cada 15 segundos."
Como se vê, quer-se é massa crítica em acção é com este objectivo que os organizadores se lançaram neste desafio que acontece amanhã, dia 17, Sábado, pelas 21h00, no Cabaret/Tia Almerinda, em Pombal. Os meus parabéns aos organizadores e, se eles me permitirem, o convite a quem quiser, para passar uma noite diferente, a ouvir outros Pombalenses e as suas ideias.

11 de dezembro de 2011

A morte de António José Rodrigues

Deixa Pombal mais pobre, sim. Durante os últimos anos acreditei sempre que um dia o veria de novo com aquela garra com que marcou a Assembleia Municipal ou a Associação dos Industriais. Às vezes pensava nele e imaginava o dia em que voltaria ao combate, para desgosto do poder instalado. Mas sabia do desgaste que lhe causou aquela derrota de há 10 anos, quando aceitou candidatar-se à Câmara numa entourage que o prejudicou. A ele e ao PS local.
Da última vez que o vi - no julgamento de Narciso Mota, um processo que ganhou, lavando a honra que lhe tentaram denegrir - percebi-lhe a mágoa. O Tózé podia ter dado muito (mais) a Pombal. A besta doença venceu-o em meia dúzia de meses, como anda a acontecer vezes de mais com gente boa. Com gente que deixa uma marca, como ele deixou. A notícia que o Orlando Cardoso escreveu hoje no seu Notícias do Centro tem todo o percurso, e convoca um último adeus para as 16 horas de amanhã. Em Pombal, a terra onde nasceu, viveu e morreu. E de que genuinamente gostava.
Que a terra lhe seja leve.

6 de dezembro de 2011

Três escritores à conversa

Assumindo-se, cada vez mais, como referência incontornável no panorama cultural da cidade, a K de Livro promove, no dia 10 de Dezembro, sábado, pelas 17h, uma conversa com três dos mais brilhantes autores da nova literatura portuguesa: João Tordo, Nuno Camarneiro e Paulo Moreiras.

Numa altura em que as livrarias são cada vez mais impessoais, é um luxo ainda podermos ter em Pombal um espaço onde os livros, os escritores e os leitores são tratados com a atenção que merecem.

4 de dezembro de 2011

Políticos do “Virgem do Sameiro”

Depois do naufrágio do barco de pesca Virgem do Sameiro, os pescadores passaram cerca de 3 dias numa balsa de salvamento até serem encontrados e levados para casa, em Caxinas.

Enquanto três deles desciam do autocarro que os transportou a Caxinas, o Presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Mário de Almeida, mostrava-se em pé sobre o estribo da porta do autocarro. Estas foram as imagens que passaram nas televisões. Não gostei…

Nos momentos difíceis os políticos aparecem para beneficiarem da compaixão e nos momentos felizes aparecem para beneficiarem do êxito. Mário de Almeida e outros dinossauros da política sabem como se manter décadas no poder…

A figura do autarca Mátio de Almeida, com quase 40 anos de poder, fez-me lembrar outros “dinossauros” da política local que se viciaram na “droga do poder”, a qual não sabem ou não conseguem abandonar. Em qualquer obra ou iniciativa empresarial, públicas ou privadas, e em qualquer evento social querem ter sempre o poder de uma qualquer decisão e estarem sempre no centro das tenções.

É por isto que a reforma do poder autárquico tarda em avançar. Tarda em sair da fossilização do caciquismo e do clientelismo…

Em contrapartida, seria bom que as máquinas partidárias e os eleitores soubessem renovar e escolher os políticos que conseguem tomar as decisões mais difíceis e mais sóbrias, os políticos que sabem organizar a autarquia ou o governo de forma a gastarem menos impostos, ou seja, os mais competentes, mesmo que menos simpáticos…

30 de novembro de 2011

Viagem a Cabo Verde em imagens


Desconhecemos o autor, mas circula desde ontem no Facebook esta pérola.

23 de novembro de 2011

Políticos da ADSICÓ viajam a Cabo Verde

A associação ADSICÓ, onde estão integrados os municípios de Pombal, Alvaiázere, Ansião, Condeixa-A-Velha, Penela e Soure, enviou, a Cabo Verde, uma comitiva composta por algumas “personalidades” da região de Terras de Sicó, designadamente por representantes dos referidos municípios e das escolas profissionais e por outros cidadãos.

Consta que a ADSICÓ pagou as viagens dos políticos, tais como a do Presidente da Câmara Municipal de Pombal, Narciso Mota, enquanto que as escolas profissionais, como por exemplo a ETAP, pagaram as viagens dos seus representantes, tais como a Srª Ana Pedro. Também consta, menos, que Cabo Verde pagou as viagens, o que não parece crível.

Curiosamente, ao que consta, todos os referidos municípios, com excepção de Pombal, têm quotas em dívida na ADSICÓ. Também curiosamente, consta que coube ao cidadão João Vila Verde, enquanto funcionário da ADSICÓ, a organização da viagem.

João Vila Verde não nos surpreende, uma vez que continua coerente com aquilo que nos habituou quando organizou as festas do bodo: grandes gastos em actividades lúdicas sem qualquer utilidade para a comunidade que paga os custos. Já nos surpreendem outros, hipócritas, que tanto falam de “Frei Tomás”, que insultam quem manifesta opinião diferente e que utilizam Vila Verde para dar a cara nestes eventos. Aguardam-se outras iniciativas de João Vila Verde, tais como a pensada viagem a S. Tomé e Príncipe.

Numa época de crise, de ruína financeira, de sofrimento, de dificuldades e de pedido de sacrifícios aos cidadãos, estes indivíduos viajantes terão de esclarecer rapidamente quanto pagou a ADSICÓ e as escolas profissionais, nomeadamente à ETAP. O silêncio também será resposta.

21 de novembro de 2011

Acabou-se a mama

Os sociais democratas de Leiria conseguiram fazer aprovar a suspensão do apoio camarário à MAMA, Magna Associação de Madeirenses e Açorianos, alegando que a maioria das actividades promovidas por esta associação de estudantes do Instituto Politécnico de Leira consiste em almoços e jantares. E em Pombal, pergunto eu, onde o subsídio dado a ADEPES, Associação de Estudantes Pombalenses no Ensino Superior, só para dar um exemplo, é três vezes superior, não se faz nada? É que, ou eu ando muito distraído ou não vejo como é que os nossos jovens universitários, para além de uma ou outra iniciativa esporádica, justificam os 1500 euros que recebem todos os anos da autarquia.

20 de novembro de 2011

Empresas municipais, novamente

Em http://dre.pt/pdf1sdip/2011/11/21900/0486004862.pdf foi publicada a Lei n.º 55/2011 de 15 de Novembro, que “procede à terceira alteração à Lei n.º 53 -F/2006, de 29 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico do sector empresarial local, e suspende a possibilidade de criação de novas empresas.”

No artigo 1.º consta que “a presente lei estabelece regras imperativas de transparência e informação no funcionamento do sector empresarial local e suspende a criação de novas empresas municipais, intermunicipais e metropolitanas, bem como a aquisição de participações sociais por estas”.

De entre tais regras, destacamos as fixadas no artigo 27º-A da lei 53 -F/2006 (aditado pela lei 55/2011):
“Obrigação de informação
As empresas mantêm permanentemente actualizada na sua página da Internet as seguintes informações:
a) Contrato de sociedade e estatutos;
b) Estrutura do capital social;
c) Identidade dos membros dos órgãos sociais e respectiva nota curricular;
d) Remunerações totais, fixas e variáveis, auferidas por cada membro dos órgãos sociais;
e) Número de trabalhadores desagregado segundo a modalidade de vinculação;
f) Planos de actividades anuais e plurianuais;
g) Planos de investimentos anuais e plurianuais;
h) Orçamento anual;
i) Documentos de prestação anual de contas, designadamente o relatório anual do órgão de administração, o balanço, a demonstração de resultados e o parecer do órgão de fiscalização;
j) As participações sociais detidas.»

Ficaremos a aguardar que as empresas municipais de Pombal publiquem estes elementos, para nós conhecermos melhor a sua forma de funcionamento, sobretudo como gastam o produto dos nossos impostos.
Agora, quando alguém, nalguma Assembleia Municipal, questionar os gastos da ETAP, Rodrigues Marques já não poderá defender a ocultação dos dados dizendo a berrar: “retrate-se”…

17 de novembro de 2011

Habemus Praeses


Afinal, a escolha do primeiro presidente do concelho de administração do Centro Hospitalar Leiria-Pombal acabou por recair em Hélder Roque. E esperámos nós sete meses e meio para isto! Na sua equipa estão várias personalidades com ligação a Pombal - João Carreira Coucelo (director clínico), Maria Emília Fernandes Fael (enfermeira-directora), Licínio Carvalho (vogal) - e ainda o gestor Francisco Velez Roxo (vogal).

15 de novembro de 2011

Mudam-se os tempos, não as vontades

O ministro garante que até ao final do mês vai nomear o director do Hospital Leiria-Pombal. Se a dita nomeação parir a 1 de Dezembro acontece, pelo menos, com 8 meses de atraso.

O que mais me incomoda nesta situação é o motivo do atraso. Como o director do hospital é um cargo de confiança política, foi preciso parar todo o processo para o novo ministro poder tomar posse, se inteirar da situação e, por fim, decidir qual dos seus correligionários está em condições de assumir tão importante tarefa. Se outro exemplo não houvesse, bastava este para se perceber como a confiança política gera ineficiência e pode criar "grandes dificuldades em termos administrativos e em termos económico-financeiros".

Enquanto pensarmos desta maneira, não há país que resista. Encehmos a boca com o discurso do mérito, mas insistimos na cultura dos "boys". E o novo governo não dá mostras de querer alterar o statu quo.

14 de novembro de 2011

Letras de ouro

Professores e alunos da Escola Secundária de Pombal atribuiram recentemente o prémio Marquês de Ouro ao escritor Mário de Carvalho. Uma bela iniciativa a distinguir um excelente escritor e que mostra que, em Pombal, ainda há quem não confunda o género humano com o Manuel Germano.

De ouro é também o novo romance de Paulo Moreiras que vai ser apresentado na próxima sexta-feira, dia 18, pelas 21h30, na incontornável K de Livro. Quem tem acompanhado a obra deste escritor radicado no concelho só pode esperar o melhor do seu "O Ouro dos Corcundas".

Oportunidades...

Diz Cavaco: “Portugal, como os EUA, é uma terra de oportunidades”.
Depois de se recusar a perfilhar o "monstro", o que achar deste assomo, quase socrático, de procurar vender Portugal lá fora? Entre o momento de stand up e a observação política nacional e local, direi que sua Excia o PR tem razão.- É uma terra de oportunidades, mas apenas para alguns: os que não têm espinha, os que bajulam o poder, o que o usam em proveito próprio, os que se comportam como donos da res publica, enfim, todos os que beneficiam e mantêm, em vários tons, a rede onde estão cozidos os seus interesses.

12 de novembro de 2011

O futebolista Eusébio

Na capa da revista Única (do jornal Expresso) de hoje, dia 12-11-2011, é transcrita uma frase atribuída a Eusébio, com o seguinte teor: “não gosto do Sporting. No meu bairro era o clube da elite, da polícia e dos racistas”.
Estranhei que Eusébio, uma pessoa que aparenta ser humilde e não ter “maldade”, tivesse revelado esta sua opinião e só na sua velhice, até porque ele e o Benfica, tal como Amália, foram utilizados como símbolos do Estado Novo.
Porém, conhecendo o jogo de entrevistas encomendadas por “agentes” (ou dirigentes) desportivos a jornalistas sem isenção e comprometidos com interesses, bem sei que estes escolhem os entrevistados para, muitas vezes, os manipularem e fazerem passar determinada mensagem, induzindo-os a dizerem o que não pretendem ou dando relevância a deslizes.
Com a aproximação do jogo de Futebol Benfica/Sporting, melhor se compreende a “encomenda” da entrevista (e do conteúdo), uma vez que os dois clubes estão separados na classificação por um ponto e o Sporting está em recuperação e o Benfica em desaceleração.
As provocações, as tentativas de desestabilização e a guerra de emoções já começaram.
Vamos ver como reage o adversário.
O futebol apenas isto: espectáculo e emoções…

11 de novembro de 2011

Hoje há medalhas

A austeridade chegou à Câmara.
Este ano não há medalhas de ouro. Só de prata e bronze. E lata.
Há três figuras distinguidas com a medalha de mérito municipal: os irmãos Valentim e Celeste Rodrigues, ambos missionários, naturais de Vermoil, mais Manuel da Silva Domingues, de Almagreira.
Depois há o mérito cultural da Cooperativa de Cestinhos da Ilha, e o mérito desportivo do guarda-redes Mika e das meninas do NDAP.
Há o mérito industrial de uma fábrica de Albergaria (Diamantino Malho e Compª Lda) e do grupo Lusiaves, do meirinhense Avelino Gaspar.
E há ainda o mérito de comércio e serviços da Palace Kiay, do também meirinhense Jorge Duarte.
E pronto, está feita a festa.
A parte da lata acontece depois da sessão solene da Câmara, quando então se inaugurar a recuperação da Ponte D. Maria. Aquela que abriu para as festas do Bodo, mas que afinal só agora está pronta.

8 de novembro de 2011

Da festa ao pesadelo

Após o 25 de Abril, tudo parecia fácil:
- as melhores empresas foram nacionalizadas “a bem do povo”;
- consagraram-se direitos adquiridos e cada vez mais direitos e menos deveres.

Depois da 1ª festa, alguns tentaram organizar e racionalizar o funcionamento da economia:
- passou-se à privatização de parte das empresas antes nacionalizadas, apesar da actuação das “forças de bloqueio”;
- tentou-se alterar as leis do trabalho, tornando-as mais flexíveis e semelhantes às de outros países evoluídos e competitivos.

O máximo que se conseguiu foi a sistematização da abundante e extravagante legislação laboral num código do trabalho.
Entretanto as empresas estrangeiras, desiludias, deslocalizaram-se para os países de leste.

Ao longo da duração das várias “festas”, a cultura do facilitismo e da desresponsabilização instalou-se:
- os cidadãos pretendiam cada vez mais direitos e cada vez menos deveres;
- a cultura do hedonismo levou a valorizar-se (muito) mais o tempo passado na ociosidade do que o passado a trabalhar;
- os cidadãos foram-se se endividando cada vez mais;
- o estado era o pai e a mãe protectores, o que tudo deveria dar aos cidadãos, e foi assumindo cada vez mais funções e admitindo cada vez mais funcionários;
- os empresários e os trabalhadores do sector privado foram diminuindo de número;
- consequentemente, foi sendo reduzido o número de contribuintes fiscais efectivos e aumentando o número de cidadãos a consumir o produto dos impostos;
- a despesa pública foi aumentado e o estado foi-se endividando para pagar aos seus cidadãos;
- a economia do país tornou-se cada vez menos competitiva e consumir produtos importados tornou-se cada vez mais fácil e, aparentemente, mais barato.

Finalmente tocou a campainha de alarme. Mas alguns fazem de conta que não ouvem e continuam a falar de direitos e a omitir os deveres e fechando os olhos à evolução do mundo:
- o nosso nível de vida foi baixando, enquanto nalguns países com economias ditas “emergentes”, como na China, o nível de vida e os custos de produção foram subindo;
- algumas empresas, que se deslocalizaram do ocidente para a China, estão a regressar dando a aparência de que os pratos da balança se estão a equilibrar;
- mas a Índia parece querer substituir a China na mão-de-obra barata e em qualificação.

Ao ocidente e a Portugal só resta baixar o nível de vida e os custos de produção, inclusive do trabalho, e esperar não atingir a “falência” a curto prazo e que os custos de produção subam nas economias emergentes para equilíbrio dos “pratos da balança”.
Depois das festas, há que trabalhar mais, muito mais, e gastar menos, muito menos e esperar sobreviver.

6 de novembro de 2011

Um benemérito

Manuel Domingues, ilustre pensador pombalense, decidiu publicar em livro as suas brilhantes crónicas no O Correio de Pombal e oferecer as receitas do livro a três instituições sociais: Bombeiros Voluntários, a Santa Casa da Misericórdia de Pombal e a Fundação Rotária Portuguesa.
Uma verdadeira taluda natalícia para as instituições presenteadas.

Por Terras de Almagra

Realizou-se, hoje, o IV Raid BTT Terras de Almagra. A prova foi um sucesso: muitos participantes (cerca de 500), boa organização (marcações, apoio, informação, …), bom almoço e preço reduzido (6 €). Até o tempo esteve bom. Tudo o que um bttista espera.
É deveras surpreendente que uma terra sem tradições na modalidade tenha conseguido em pouco tempo um nível tão elevado. O Pedro Murtinho e a sua vasta equipa estão de parabéns.

4 de novembro de 2011

Ora, então, isto poderá querer dizer...

Afinal, nas freguesias de Pombal não ficará tudo na mesma, a fazer fé no Jornal de Negócios. Segundo se vê aqui, a Freguesia das Meirinhas deixará de o ser. Manobra de iluminados, movimentações de charneira ou suprema ironia?

3 de novembro de 2011

Casamentos e divórcios

A 1 de Novembro de 2009 o Farpas anunciou com orgulho a aquisição de um novo farpeador: Nuno Gabriel Oliveira. Durante estes dois últimos anos pudemos assim contar com a sua sagacidade e sentido de humor, que trouxeram a este blogue frescura e juventude.


Como alguns de vós, provavelmente, repararam, o Farpas deixou de contar com o Nuno Gabriel entre os "da casa". Ficámos mais pobres e eu tenho muita pena que tal tenha acontecido. Os casamentos e divórcios acontecem todos os dias; não há nenhum dramatismo nesse aspecto. Mas, apesar da relação não ter dado certo, espero continuar a contar com o seu comentário às banalidades que aqui se forem publicando.

30 de outubro de 2011

Partidos políticos (locais)

No PS, os seus dirigentes mostram que andam (meio) desavindos e que a organização ou o tempo são escassos. Em tal situação, não conseguem desempenhar as obrigações de oposição…
O CDS luta por um lugar ao sol, sem grandes sinais de visibilidade…
Os partidos da oposição, como o PS e o CDS, têm de mostrar organização e actividade políticas permanentes, para poderem controlar os excessos e os vícios do poder e transmitir, ao eleitorado, a ideia de que podem ser alternativas.
Do lado do poder, o PSD parece que não funciona: a comissão política é composta por pessoas muito ocupadas (noutras áreas), sem tempo para reunir e organizar; as assembleias de militantes de secção não são convocadas e não se realizam para, ao que consta, a comissão política e os autarcas (do executivo camarário) não terem de prestar esclarecimentos (contas) dos seus trabalhos políticos…
Os partidos no poder, como o PSD, não podem servir apenas de trampolim de acesso dos seus dirigentes aos cargos políticos elegíveis e de máquina de apoio, nas assembleias autárquicas, aos órgãos executivos compostos pelos seus militantes ou apoiantes.
O PSD tem de manter uma actividade política permanente, separada da actividade dos órgãos autárquicos onde alguns dos seus militantes exercem funções, até porque tem uma grande base social de apoio que não deve desbaratar. Por outro lado, os militantes não devem sentir que apenas servem para ser chamados a votar nas eleições internas. Também têm o direito de participar na actividade política do partido.
Quem tem (algo a esconder) medo de prestar contas aos militantes?!...

27 de outubro de 2011

O investimento descontinuado

Soube-se hoje mesmo que o Governo suspendeu a construção da Unidade de Cuidados Continuados de Pombal, à semelhança do que vai acontecer com todas aquelas do país que estiverem ainda em fase de projecto.
Pombal é dos poucos concelhos do distrito que ainda não tem uma unidade dessas, conforme se pode constatar, tristemente, na visita do presidente da União das Misericórdias. E porque será? Não temos velhos? Temos pois. Muitos. E outros doentes também.
Não temos instituições para tutelar o serviço? Temos pois. Não será por acaso que o provedor da Santa Casa é uma espécie de braço-direito desse representante máximo das Misericórdias Portuguesas.
Então o que é que não temos? Não temos uma Câmara como nos outros concelhos, que se chegue à frente e assuma o apoio aos idosos como uma prioridade. E pelos vistos não temos um Governo que se importe muito com isso. A avaliar pelo rumo que as coisas estão a tomar, em breve estaremos ao nível de 1973, não apenas no salário mínimo mas na forma como olhamos para a sociedade. Porque em breve a Educação e a Saúde hão ser apenas para alguns, como dantes.
E por mais entrevistas destas que aquele rapaz do CDS venha conceder, a realidade está aí para mostrar o contrário. Bem pregas, Frei Tomás...

17 de outubro de 2011

Água mais cara

O serviço de abastecimento de água da CMP nunca teve (porque não pode ter) grande qualidade. Mas é um dos mais caros do distrito de Leiria. No entanto, o executivo aprovou (com votos contra do PS) o aumento das tarifas.

A avidez pela receita persiste...

Tasquinhas

Bastou uma Câmara Municipal organizar uma “festa gastronómica” com algumas características tradicionais, em instalações provisórias de nómadas, e chamar-lhe “tasquinhas”, para todas as outras Câmaras Municipais imitarem o “evento” todos os anos.
Misturam-se refeições e exposições, ao jeito de “pão e circo”. O povo gosta e adere, as associações obtêm algumas receitas para as suas actividades e os políticos mostram-se e ganham votos. Apenas o fisco e os restaurantes “sedentários” não participam da festa…

11 de outubro de 2011

Ponte D. Maria da “pedra lascada”

As obras de embelezamento (e de esbanjamento) da zona da Ponte D. Maria, ditas de “restauro”, foram inauguradas no início das festas do bodo, há mais de 2 meses. Porém, após encerramento das festas, a ponte também foi encerrada e as obras foram reiniciadas, continuando até à data sem fim à vista, enquanto a ciclovia já está danificada na zona da ponte rodoviária sobre o rio Arunca.
Não sei quais foram os critérios pré-estabelecidos para a concepção e execução dos projectos e obras, mas sei que não foram os de moderação financeira, de segurança para os utentes e de cuidado com os materiais já existentes. O luxo dos materiais, o perigo das novas pedras pontiagudas para os peões descuidados ou incapacitados e o “lascar” das pedras dos arcos da ponte são os sinais reveladores da cultura de (ir)responsabilidades dos dirigentes da “dona da obra”.
Continuarei a voltar a este tema, de tempos a tempos, enquanto forem “ofendidos” o esforço espartano e a austeridade doméstica de quem paga impostos e enquanto não for dada uma solução para as pedras pontiagudas ou para a estupidez de quem as mantém…

10 de outubro de 2011

R.I.P.

O Correio de Pombal morreu, deixou de existir, expirou, foi conhecer o Criador, encontra-se privado de vida, repousa em paz, os seus processos metabólicos pertencem à história, bateu a bota, fechou a cortina e foi juntar-se aos coros celestiais. Bem, a menos que alguém me convença de que é possível fazer omeletas sem ovos! É que, ao ler o jornal da semana passada verifiquei, com pesar, que o falecido título pombalense não tem um único jornalista na redacção.

8 de outubro de 2011

PMU, PMU, grande PMU

No Diário da República nº 145, Série II, de 2011-07-29, foi publicado o anúncio de procedimento n.º 3836/2011, para Manutenção, Limpeza e Reparação de Pontos de Água DFCI (Defesa da Floresta Contra Incêndios) - Processo n.º 004/CPB/SA/11, tal como poderá ser verificado em
http://www.directobras.pt/Concurso_Publico/30887/3/Manutencao_Limpeza_e_Reparacao_de_Pontos_de_Agua_DFCI-Defesa_da_Floresta_Contra_Incendios--Processo_no_004.CPB.SA.11
Os critérios de pontuação eram de 60% para o preço e de 40% para o prazo de execução.
Foram apresentadas várias propostas, tendo saído vencedora a da PMU, com o preço de €19.975,00, o mais baixo. A PMU pode concorrer com preços mais baixos do que as empresas privadas concorrentes, porque já tem as receitas das multas e das avenças de estacionamento de automóveis e as receitas do Café Concerto. Consta que as instalações, os equipamentos e o combustível são suportados ou fornecidos pela Câmara Municipal.
Assim é fácil fazer dumping, executar serviços a preço inferiores aos custos. Assim ficam quebradas as regras da concorrência, com prejuízo para as empresas que têm de produzir riqueza e pagar impostos e alarga-se a actividade pública a todos os sectores produtivos, tal como no comunismo. Os contribuintes pagam ou entram em insolvência e o endividamento público cresce sem controlo.
Assim é fácil garantir emprego a filis familiae. Até parece que o concurso foi aberto adrede para garantir trabalho à PMU e justificar a incorporação de novos e especiais recrutas. Os métodos são os mesmos dos concursos para admissão de pessoal: cria-se a roupagem à medida do concorrente...

A coisa




O Centro Cultural não podia chamar-se António Serrano, o Teatro também não. O prémio Vaz de Morais também não podia avançar. Um busto em memória de um Primeiro-Ministro que nunca foi pombalense mas era de Pombal também custou a nascer. Por isso, nem sei bem como classificar o que ali estão a congeminar.

7 de outubro de 2011

A Horta Comunitária (Urbana)

Os políticos da cidade uniram-se em torno de uma causa comum: uma horta comunitária (urbana). Pombal sempre foi uma terra de agricultores. Mas a agricultura nunca deu nada de relevante à terra. Serviu, quando muito para ir matando a fome ao povo, mas este, quando quis melhorar o nível de vida teve que abandonar as terras. É verdade que ainda por cá existe uma cooperativa agrícola, na mão de políticos e burocratas, mas não tem agricultores nem produtos agrícolas. Ainda comercializa um vinho que da terra pouco mais tem que o nome.

Agora, os políticos urbanos querem incentivar o regresso à terra. Talvez seja tarde. Pombal, a urbe, há muito que deixou de ter terra (agora é só asfalto e betão) e nunca teve gente que a soubesse trabalhar. O projecto até pode vingar e tornar-se um viveiro de futuros agricultores mas falta-lhe terra…As couves e os nabos não crescem no asfalto.

AM: um local mal frequentado

Pelo que rezam as crónicas, a última AM foi o espectáculo mais degradante alguma vez presenciado no Salão Nobre.

Os actores principais e a maioria dos figurantes talvez não se dêem conta, mas há muito que ultrapassaram o nível do risível e alguns perderam o sentido da dignidade. Quando por lá passei, no anterior mandato, o ambiente era doentio mas, entretanto, tornou-se indecente. Ali, o coração tomou conta da razão, a ofensa é uma arma de arremesso, a cólera e o ódio dizimaram a lucidez e o respeito, a má educação tornou-se a principal forma de expressão. E apesar disso não param de chafurdar…


Era tempo das figuras respeitáveis, que ainda lá existem, dizerem: BASTA!

6 de outubro de 2011

Se o meu castelo falasse, parte n

Pelos vistos, o encerramento do Castelo tem uma justificação, segundo o que aqui leio. A ideia é um filme sobre Pombal para passar num mini-auditório (esperemos que mais interessante que aquele que passa no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha). Consta ainda que o difícil era arranjar um espaço de cenário que não tivesse betão. O que não se estranha. Ficamos sem perceber se a ideia é um espaço museológico ou se um mero entretém. Já várias vezes defendi que o que valia a pena seria a última, submetida logicamente aos Templários. Mas esperarei para ver. Constatando ainda e sempre que o segredo é a alma do negócio. O mesmo segredo que depois dá azo a coisas disparatadas como rebocar a betão. E não a outras, bem mais interessantes, como as que fazem aqui ao lado. Opções.

4 de outubro de 2011

Touradas

Veja-se o que aconteceu em Penela, depois de já ter acontecido em Viana do Castelo (por isso é que votei no Defensor) e em Sintra. Se Pombal fosse o 4º concelho do país a tomar igual medida, eu ficaria orgulhoso. Mas sinceramente, não tenho qualquer expectativa de uma tal audácia. É mais fácil aparecer na festa e saudar os populares, "ajaezados à andaluza".

2 de outubro de 2011

Na Freguesia de Pombal

Tal como referi num comentário a um post anterior, deixo aqui algumas notas sobre duas propostas apresentadas na última Assembleia de Freguesia de Pombal. Isto "apesar" de acreditar na necessidade de uma profunda reorganização dos órgãos, sob pena de se perder uma oportunidade única (sim, que a fazer fé no que se sabe, a ideia é não perturbar os equilíbrios de poder existentes e, quem sabe, ainda contornar as limitações de mandatos).

Uma delas foi co-proposta por mim, eleito pelo PS e por Susana Santos, eleita pelo PSD, sobre a criação de uma experiência piloto para uma horta comunitária. Seria bom que fosse a sociedade civil a criar um projecto com estas características, mas a intenção de ambos era dar um pontapé de saída político e administrativo, para desenvolver um projecto transversal em relação a vários objectivos (inclusão geracional, sustentabilidade, etc) e que, havendo adesão, mais que dar voz a uma moda tornada necessária, pode ser um pouco que cria uma zona verde diferente na cidade.

A outra, subscrita pela bancada eleita pelo PS, e aprovada por unanimidade, tinha a ver com a criação/adesão ao Banco do Livro Escolar para o ano lectivo em curso. A iniciativa até apareceu na sociedade civil via Facebook, mas havendo condições/recursos na Junta porque não utilizá-los?

Ambas as propostas demonstram que havendo vontade dos órgãos se pode trabalhar "fora da caixa", mas idealmente poderiam até aparecer vindas de fora, da dita sociedade civil, que se calhar até seriam abraçadas de outra forma. Seja como for, estas convergências e ideias, que não se devem deixar de saudar, não fazem esquecer que as Juntas gerem orçamentos e que a forma como funcionam não está imune a críticas. Mais uma vez, queremos a racionalização de órgãos que não afecte a sua proximidade ou meras correias de transmissão? 

1 de outubro de 2011

Conflito entre o Presidente da CM e e o da AM

Correm rumores de que o Presidente da Câmara Municipal se desentendeu a sério com o Presidente da Assembleia Municipal, dirigindo-lhe palavras com a “educação” que lhe é habitual, a propósito de uma visita do Presidente da Assembleia ao local do “pomo da discórdia” dos limites de 2 freguesias e à inscrição de pessoas para intervirem na Assembleia no tempo destinado ao público.
Tudo se resolveu, com os executivo a convidar pessoas para comparecerem na Assembleia a fim de intervirem em sentido contrário no tempo do público e com o Presidente da Assembleia a “baixar-se”, a "colaborar", a recusar o direito de intervenção aos 3 perigosos “agitadores” e a mascarar a ocupação do tempo com outros oradores que se inscreveram posteriormente.
Independentemente dos fundamentos da disputa dos limites das freguesias em causa, sobre a qual não tenho interesse nem quero dar opinião, parece-me que foi o Presidente da Câmara quem criou o problema e a divisão entre as pessoas vizinhas de duas freguesias. Se assim não fosse, não teria necessidade de amordaçar a voz de quem o queria questionar ou confrontar. Não teria necessidade de calar a verdade…
Para a história fica um acto ilegal e cobarde, revelador da falta de dignidade e da falta de respeito pelos valores democráticos e das regras do seu exercício.
Com actos como aqueles, praticados pelo poder, Portugal não poderá recuperar…

30 de setembro de 2011

Imenso laranjal

À boleia da crise, o governo PSD/CDS prepara-se para aprovar a lei que irá permitir a eleição de executivos monocolores na Administração Local. O PS rejubila com esta decisão que sempre quis tomar mas nunca conseguiu. E é invocando o incremento da democracia municipal (é preciso ter lata!) que este país rosa-alaranjado dá um grande incentivo "à propensão de muitos autarcas para o caciquismo, o nepotismo e para o aprisionamento da vida comunitária" (citação do editorial do insuspeito "Público").


Pombal vai, finalmente, cumprir o seu ideal. O imenso laranjal que (quase) todos anseiam vai ser uma realidade já em 2013. Respigo, a este propósito, um comentário de JF a este post do Alvim.

Reformar os reformadores

O livro verde sobre a Reforma Administrativa permite conhecer os critérios que vão orientar a discussão sobre a reorganização das freguesias (mas não tanto do poder local, com a dita excepção do nº de vereadores e de directores municipais). Para já, sabe-se que Pombal ficará com 6 vereadores, dos quais 3 a tempo inteiro, e consta que os executivos municipais serão unicolores. Na distribuição de freguesias, se há concelhos que perdem 11 (Leiria) e 7 (Alcobaça), Pombal mantém as suas 17 e Alvaiázere, por exemplo, mantém as suas 7. No total desaparecem 25% das freguesias do Distrito. Mas o preocupante é que o ênfase esteja na quantidade e não na qualidade. Porque no meio disto tudo, apenas critérios ditos objectivos ditaram a proposta. 

Ou seja, continua a ser irrelevante se as Juntas exponenciam as suas já espartilhadas e, em alguns casos, inócuas competências ou se são meras correias de transmissão que assentam em competências delegadas com um ou outro fogacho para disfarçar. Ou seja, em vez da almejada massa crítica que se quereria com ganhos de escala, possível de fazer com uma reforma administrativa a sério parece que se optou por, à Lampedusa, por mudar um bocado para ficar (quase) tudo na mesma.

PS: Tendo em conta o meu último post sobre esta questão, pelo menos há sítios onde não irá "saltar a tampa" das populações a propósito disto. Coincidências ou critérios?

28 de setembro de 2011

Autárquicas – Movimentações

Começam a surgir sinais de movimentação dos “contra-interessados” ao possível candidato do partido no poder local. Falamos de oposição, agora pessoal, através da comunicação social. “Lemos” as “restruturações” de um jornal, com substituição de jornalistas ou da direcção, levadas a cabo pelo “dono” adversário pessoal dum potencial candidato, como preparação do combate.
Esta “oposição”, com estratégia diferente do partido do roseiral, não deixará de tomar posição em função dos sentimentos pessoais e dos interesses económicos do seu actor principal, podendo mesmo indicar um candidato rosa do norte do (extinto) distrito.
Cremos que o resultado será o mesmo de outras eleições em que o “jornal” também interveio e levou à união do “laranjal”…

Ser socialista é ter na alma a lata imensa


Olhando para a foto* não se percebe bem se a legenda é:
a) João Paulo Pedrosa, líder da federação do PS/Leiria, usa a técnica da cenoura para convencer Adelino Mendes a deixar de publicar aqueles artigos reaccionários no JL
b) Adelino Mendes passa uma casca de banana a João Paulo Pedrosa, trazendo-o a Pombal depois de ter sido o único presidente de uma concelhia a assumir publicamente não o apoiar.

*gentilmente enviada pelo PS/Pombal aos orgãos de comunicação social, a propósito de mais um forum "Pombal e o Futuro", na dinâmica freguesia de Abiul.

27 de setembro de 2011

Dia mundial do turismo

Ontem, na RTP, ouvi “o Álvaro” garantir que o governo irá apostar mais no turismo de natureza e no turismo religioso. Não sendo ideias originais, vindas de um ministro são quase “fora da caixa”.


Em Pombal, apesar da nossa grande potencialidade turística, o pouco que tem sido feito nessa área aparece desprovido de qualquer estratégia que possibilite a rentabilidade do investimento. É que não basta fazer! No mínimo, há que dar a conhecer.


Um exemplo: em Agosto inaugurou-se mais um troço da ciclovia da Estrada Atlântica. Tudo bem. Mas alguém me consegue dizer onde é possível obter informação relevante sobre essa via turística na página da Câmara Municipal?

26 de setembro de 2011

Tributos

Segundo relata o Noticias do Centro, a CMP vai manter as taxas de impostos municpais, ilustrando a noticia a tributação que recai sobre os munícipes e empresas sedeadas no concelho.


Talvez por "defeito ideológico", não sou um fervoroso adepto da redução de tributação (para se redistribuir, é nec essário primeiro colher), e gosto mais de centrar a minha atenção na forma como se gasta a verba recolhida em impostos e taxas. Contudo, deixo o alerta para a "concorrência fiscal" que nos chega, por exemplo, do concelho de Ansião, em relação às empresas. Ansião está no "pinhal interior", com o que isso implica de benefícios fiscais. No IMI, Pombal também perde (ainda não conheço o valor de Ansião para 2012, mas para 2011 era de 6% para prédios não avaliados, e 3% para prédios avaliados). Na derrama, nova "abada": Pombal tem a taxa máxima (1,50 %), Ansião não taxa (taxa de 0% ) as empresas.


Felizmente, a estrada para Ansião ainda é má, senão... perceber-se-iam muito poucas razões para que uma empresa preferisse investir em Pombal do que em Ansião!

24 de setembro de 2011

Reformas

Começam a ser publicados, no Diário da República, os diplomas legais que extinguem algumas mordomias e sinecuras.

- Portaria nº 98/2011 de 21-09-2011, cria o Instituto Português do Desporto e da Juventude I.P. Vide em http://dre.pt/pdfgratis/2011/09/18200.pdf

- Decreto-Lei nº 97/2011 de 20-09-2011, “transfere a competência da concessão do passaporte comum dos governos civis para o director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, procedendo à quarta alteração do Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de Maio, que aprova o regime legal da concessão e emissão do passaporte electrónico português”. Vide em http://dre.pt/pdf1sdip/2011/09/18100/0451804519.pdf

Outros diplomas legais já foram aprovados ou estão em discussão.

- Criminalização do enriquecimento ilícito.
Neste caso o PS votou contra. Foi coerente com a posição de José Sócrates, este aparentemente comprometido com interesses e casos obscuros.

- Extinção do IGAL (Inspecção Geral da Administração Local).
Neste caso, os inspectores vieram fazer “queixinhas” à opinião pública, acusando o Governo de querer acabar com a fiscalização e abrir as portas à corrupção.
Todos nós sabemos que estes “inspectores” nunca apresentaram resultados da sua “fiscalização” contra a ilegalidade e a corrupção. Também sabemos que a razão das suas “queixinhas” e a perda dos seus “tachos”. As fiscalizações das Finanças são muito mais eficazes, ás vezes mesmo excessivas…

Laisser faire, laisser passer!

Entinga-se a IGAL, que é incómoda. O (des)governo das autarquias locais fica agora com a rédea um pouco mais solta. Para mal dos nossos pecados...
Para os mais curiosos, recomenda-se uma vista de olhos pelo site do IGAL. É possivel ver as inspecções que já foram feitas, por distrito/concelho. Pombal está isento!

23 de setembro de 2011

Haja Taça... amizade!

Não é ainda um grande-grande (um "enorme"), mas... é o vice-líder da Liga Orangina. Vem cá a Pombal, para a taça de Portugal, e é uma boa oportunidade para se reatarem relações entre o clube e a cidade, nas suas diferentes acepções. Sociais e institucionais.

Inaugure-se qualquer coisa nesse dia, digo eu...

21 de setembro de 2011

Albergaria dos Doze vê passar os comboios

Albergaria-dos-Doze já foi uma terra com grande dinamismo: rivalizava com a sede do concelho na indústria e nos comboios (chegou a ter mais indústria e comboios que lá paravam do que a sede do concelho). Mas, perdida a indústria perdeu os comboios e, depois, a população e a oposição. Ainda tem poder local, mas nunca está no local.
É sempre assim: onde não há visão as populações desaparecem. E por aquelas bandas o poder passa muito tempo a imaginar moinhos de vento e sempre a ver se apanha outro comboio.

Arrenda-se!

DN de 19 de Setembro. Páginas 12/13. O Ministério da Justiça prevê poupar "uns trocos" com rendas que considera muito altas. Da lista (não muito extensa) consta "Pombal: Conservatória do Registo Comercial, com uma renda mensal de 3.799,50 €". Leram bem, é mensal, não é anual.

Para o país ficar melhor, não era preciso mais sacrificios. Nem sequer (pasme-se) mais competência. Tenho para mim que bastava mais seriedade.

Eu se tivesse voto num dos espaços comerciais (desertos, por vezes) da cidade, cedia o arrendamento de borla. E sobravam mais de 45.000 € para outra coisa qualquer... nem que fosse para "tapar um buraquinho do défice".

20 de setembro de 2011

Alberto João Jardim

Alberto João Jardim apresentava-se como um “tipo porreiro”, que dava emprego e bom nível de vida aos madeirenses (pão), dinheiro aos clubes de futebol (circo) e ainda porrada nos “cubanos do contenente” que tentavam roubar a Madeira (protecção). Só não dizia que o dinheiro não era dele, que gastava muito mais do que o valor das receitas do Governo Regional e que as dívidas públicas também têm de ser pagas, nem sempre pelos outros.
Nas Câmaras Municipais, o estilo da conduta política dos seus presidentes mais bem sucedidos é idêntico: obras desnecessárias, endividamento galopante, empregos para comprar favores e influências, promiscuidade, má educação, arrogância, reivindicação de mais dinheiro junto do poder central, etc. O povo gosta e aplaude (até sofrer as consequências)…
Os órgãos competentes para fiscalizar as contas do Governo Regional da Madeira, não o faziam, porque os seus membros não se queriam incomodar ou porque também tinham comprometimentos ou outros telhados de vidro.
A fiscalização do IGAI também não funciona. Ninguém se quer aborrecer ou expor a receber pedradas nos seus telhados de vidro.
Reflectindo sobre a evolução da crise, devemos perguntar; Averiguámos nos locais certos como vão as contas das autarquias e das suas empresas municipais, incluindo aquelas onde o capital social não é todo público?
Que fazemos ou fizemos nós para evitar ou corrigir condutas esbanjadoras e de favorecimento e para exigir responsabilidades?

16 de setembro de 2011

O dinamismo de Abiúl está no cemitério

O cemitério costuma ser um bom retrato de uma terra. O de Abiúl confirma-o: cresce ao ritmo que decresce a população; logo, as obras nunca param.
Abiúl é a freguesia do concelho de Pombal com a população mais envelhecida e aquela que, nos últimos 40 anos, mais população residente perdeu (> 50%). Na década de 70 viu-a partir para outras terras, nas últimas décadas vê-a partir para debaixo da terra. Acontece…
Mas, não estivesse na Junta o homem certo na altura certa, a coisa podia estar pior. É pena não poder continuar, porque tem sido um diligente coveiro
!

Saltar a tampa

Dificilmente se repetirão em Portugal situações exactamente iguais às da Grécia. Basta analisar um bocado a História de ambos os países e perceber que há diferenças culturais e de expectativas políticas que permitem umas coisas num sítio e tornam menos prováveis noutro. Mas isso não quer dizer que Portugal esteja imune a convulsão social e a protestos mais exaltados. Mas aposto que, para além do umbigo centralista lisboeta, muitos dos problemas se localizarão fora da capital. Começarão, a fazer fé nas palavras de Miguel Relvas, que o Gabriel lembrouquando a "rede" autárquica começar a ser desmantelada e os que se calam em público porque devem algo ou temem algo, se lembrarem de que, afinal, a opinião deles conta. Mas pior será quando as freguesias forem mexidas e reorganizadas. Aí, até pelas amostras recentes em Pombal, pode-se temer que as reacções serão demasiado visíveis. Com inevitáveis consequências para 2013, claro.

15 de setembro de 2011

O desarranjo ordenado II

Durante a campanha eleitoral de 1993 um empresário do ramo da construção civil disse-me: “precisamos de um presidente da câmara que deixe construir livremente, em altura o limite é o céu”.
Hoje, a afirmação parece-nos desvairada, mas naquela altura nem tanto porque o espaço para construir escasseava e o mercado absorvia tudo, o bom e o mau. Actualmente, com o mercado saturado pela oferta desmedida cobiçam-se os locais protegidos (reservas) e o centro das cidades. Mas para isso, é necessário obter os licenciamentos de favor, ilegais ou que roçam a ilegalidade, mesmo que se tenha que descaracterizar a paisagem ou o espaço urbano. Em Pombal continuamos a ter muito disto. O Largo do Cardal é um bom exemplo.

O regresso de D. Sebastião






360 dias? Isso é que é pressa, pessoal. Espero que mantenham o "cantinho onde se faz mais politica em Pombal"...

14 de setembro de 2011

O concelho (charneira) desfalece

Nos últimos anos temos sido bombardeados com a imagem do concelho charneira: dinâmico e empreendedor. Agora o vereador da educação lamentou que “continuar assim, não vamos ter crianças para as salas construídas”. Há muito que a generalidade dos indicadores (excepto o do número de eleitores, muito valorizado pelo poder mas claramente adulterado, e no número de vereadores) mostravam que o concelho estava a desfalecer. É a vida.
Onde não há visão as populações desaparecem. Sempre assim foi e sempre assim será. A política das benesses e do folclore tinha que ter consequências.

13 de setembro de 2011

Importa-se de repetir?

Quis o infortúnio que o Centro Escolar de S. Simão de Litém ficasse ali mesmo junto ao cemitério local. É verdade que poderia ser noutro local, com melhor paisagem, mas a arte está em transformarmos os medos em oportunidades. Leitor do Farpas fez-me chegar hoje esta pérola de Narciso Mota, que revela uma capacidade fora do comum para lidar com as criancinhas, sempre que as há em inaugurações: "...é uma maneira de perpetuarem a memória dos vossos avós e bisavós". Pois.

Vereador de turno

Um dos nossos comentadores mais assíduo e bem informado informou-nos que na CMP está instituído o vereador de turno, e há o que só faz o turno da tarde. É uma informação importante, porque, finalmente, explica a necessidade de SETE vereadores a tempo inteiro.

Em exibição

A propósito deste post sobre o novo estádio municipal, não posso deixar de chamar a atenção para a estreia cinematográfica deste novo filme na nossa vida pública. Agradeço, ao mesmo tempo que dou os parabéns ao nosso ilustríssimo leitor, João Gante, pela oferta do seu trabalho artístico. Aos pombalenses deixo o apelo para irem ver este filme. Afinal, vão pagar por ele...

12 de setembro de 2011

Despesas enfim policiadas!

Policia Municipal "não, porque é cara"! Nada contra... para passar multas de trânsito, já temos os que temos, não são precisas fardas novas, de facto. O critério de recusar uma "despesa pública sem que isso signifique proporcionais benefícios para os cidadãos" é mais do que defensável. Devia ser obrigatório. E mais generalizado do que tem sido...

Sangria ou mera coincidência?

Soube há pouco que mais dois quadros do PS se afastaram da concelhia, pedindo transferência para outras concelhias. Para um partido que ainda não há 2 meses conseguiu levar 70 pessoas, com quotas em dia, a votar, pode parecer uma coisa mínima. No entanto, como se tratam de dois militantes que, nos últimos anos, estiveram em todas as frentes, de forma constante e dedicada, é legítimo pensar que onde há fumo há fogo. E 2013 mesmo ali ao lado.

11 de setembro de 2011

O deputado Pedro Pimpão

Após tomar posse na Assembleia da República, o deputado Pedro Pimpão passou a divulgar as suas actividades parlamentares, dando cumprimento ao seu compromisso eleitoral de prestar contas aos eleitores. É uma nova forma de exercer o cargo, a que não estávamos habituados e que dá oportunidade a surpresas e a censuras da sua actividade e do consequente protagonismo.
Aparentemente, as críticas põem em causa o seu mérito por ser novo, desconhecido ou desconhecedor dos assuntos…
Pedro Pimpão não chegou agora à política, ao associativismo e ao desporto. Começou no escutismo aos 6 anos e nas campanhas eleitorais, pelo partido a que pertence, aos 9 anos. Foi membro ou presidente de vários dos órgãos sociais do seu partido. Praticou futebol. Foi e é dirigente associativo. Participou em várias actividades de formação política e profissional. Foi membro da Assembleia de Freguesia de Pombal e, depois, da Assembleia Municipal de Pombal. Foi vereador e agora é deputado.
Era advogado, tendo suspendido a sua actividade profissional quando tomou posse como vereador.
O deputado Pedro Pimpão é um homem humilde, generoso e ainda sem os vícios da grande política. É a sua generosidade que o leva a prestar contas da sua actividade parlamentar…
Concordando com a redução do número de deputados e de vereadores, questão alheia à pessoa de cada um deles, não posso deixar de me pronunciar sobre um concreto quando ele é criticado, porque o silêncio seria injusto…

Ainda o plano

Não deixa de ser deveras surpreendente a forma como Narciso Mota recebeu o Plano Municipal de Segurança Rodoviária proposto pelo PS: sem um reparo, sem uma crítica e com agendamento imediato. Algo mudou no reino de César.
É verdade que Narciso Mota nunca tolerou uma oposição interventiva e crítica e tudo sempre fez para a amolecer ou eliminar. Em várias fases do seu reinado consegui-o, mas nunca chegou ao ponto de a absorver. Estaremos aí?
Também não surpreenderia que um dos vereadores do PS viesse a ser o responsável pela implementação do plano. O lugar do Pedro Pimpão está vago!

10 de setembro de 2011

Farpas ao Jantar

Com votos de uma reentré em força para todos os leitores, aqui fica um retrato de família no jantar de ontem à noite, ao estilo Eixo de Mal, só que muito melhor! (nós temos comes e bebes e eles não, temos um concelho charneira que eles ainda não descobriram... eh eh)

Por ordem, da esquerda para a direita (salvo seja): José Gomes Fernandes, Gabriel Oliveira, Adelino Malho, João Melo Alvim, Paula Sofia Luz e Adérito Araújo. 

Se o "meu" Castelo falasse...

Depois do que se gastou no Castelo, e onde há (poucas) coisas bem conseguidas e outras que não são francamente mais que dinheiro estragado, sou levado a concluir que a obra ainda não acabou. Senão, o Castelo já estaria aberto, o que faria todo o sentido, atendendo à existência e funcionamento da cafetaria. E se bem me lembro, o projecto também ia estragar mexer no interior. Como e para quê, não sei. Mas isso não é importante, o importante é uma grande e imponente placa de inauguração.

9 de setembro de 2011

E por falar em coisas parvas...

... imposto sobre a "fast-food"? Oh senhor Bastonário, que cada vez mais se mostra um pombalense prototipal...?

Eu não sei se no Gambrinus ou no Tavares Rico a comida é feita mais depressa ou mais devagar do que no McDonalds. Não sei se um "McFish" tem mais sal e mais gordura que umas vieiras com caviar de arenque. Não sei se um cliente do fast food é mais "lambão" que um cliente de restaurantes com estrela michelin... sei é que, por norma, é mais teso! Assim, nu e cru, a malta do McDonald's e a malta do Gambrinus distingue-se por isso. Ê eu que tenho mais de comuna do que de padre, chateia-me mais que continuam a tributar e a carregar "nos tesos", do que a intenção de o fazer aos "pecadores". Isto é populismo, sr. bastonário! Daquele a que estamos habituados, infelizmente. Ainda vai ser convidado para algum cargo político, local ou nacional!

Sim, é possível!


Idílio Freire, 45 anos, pombalense, pastor, cozinheiro, agricultor, calceteiro, aprendiz de pedreiro, pintor, estudante, economista, desportista e tudo chegou a Ushuaia, na Argentina (“a cidade mais austral do mundo”), no dia 6 de Setembro de 2011. Tinha partido a 23 de Julho de 2010 de Inuvik, Canadá, de bicicleta, com o objectivo de percorrer todo o continente americano a pedalar. Foram cerca de 30 mil quilómetros. Conseguiu. Parabéns!

Impostos

Na próxima Assembleia Municipal discutir-se-á um dos assuntos que mais importância tem na vida dos munícipes: as taxas que são aplicáveis ao IMI, bem como a participação variável no IRS (que permite criar uma folga, através de uma dedução à colecta líquida). Não é preciso muito para saber que os limites serão sempre os máximos (com uma excepção no IMI aplicável aos prédios já avaliados). 
Aliás, várias vezes se disse que assim que as receitas atingissem os valores de 2003 (altura da última grande reforma da tributação patrimonial) que as taxas se manteriam nesses níveis. A prática, contudo, foi bem diferente. Claro. E não se espera alterações para este ano. Em bom rigor, também não seriam de esperar, atendendo à conjuntura geral. Mas o tema é por demais importante para se resumir a umas horas de discussão numa sala fechada. 
Juntas, aquelas duas verbas, em 2010, totalizaram 5 milhões, ou seja 20% das receitas correntes e 5% de todas as receitas (sendo que 2010 teve um Orçamento mais elevado do que é normal). Não se advoga aqui a extinção daquelas receitas, mas sim mais informação e discussão à volta das mesmas. Afinal, os órgãos de fiscalização servem para isso mesmo. Mas não se substituem à genuína vontade dos cidadãos em exercerem a sua cidadania. Isso e ter em conta,  por exemplo, e com as devidas diferenças, medidas como esta.

O PS mexeu-se…

Mexeu-se e falou: apresentou um plano. Apresentar um plano é sempre algo que fica bem, ao poder e ainda mais à oposição. O plano apresentado - Plano Municipal de Segurança Rodoviária – visa “reduzir substancialmente a sinistralidade rodoviária e tendo como horizonte o ano 2015”. Inclui muitas propostas mas, azar dos azares, não ataca a principal causa dos acidentes nas estradas municipais (aquelas onde a câmara tem responsabilidade e autonomia para intervir): as asfaltagens.
As estradas municipais, construídas ou reparadas pela câmara, directamente ou por subcontrato, são, claramente, a principal causa da sinistralidade, nomeadamente por causa das deficientes asfaltagens. Os problemas com as asfaltagens são vários (como OCP, muito bem, divulgou), mas o principal, o mais grave, é a falta da camada de desgaste, que, com piso molhado, são um perigo e causam frequentes acidentes. O concelho tem estado cheio destas armadilhas rodoviárias, mas o mais chocante foi, ao longo de muitos anos, a EM 501, entre o Castelo e Abiúl, onde muitas pessoas sofreram lesões e enormes prejuízos.
Porque não se tocou na causa principal?