"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
31 de dezembro de 2021
Um grande orgulho
30 de dezembro de 2021
Notícias de Vermoil - edição digital
Não, ainda não é o regresso do jornal que a Junta de freguesia editava. Socorro-me do nome desse prestimoso título para louvar o que acontece naquela bela localidade: coisa básica - as sessões da Assembleia de Freguesia são transmitidas online, de modo que toda a gente pode assistir a elas. É assim agora, em tempo covid, mas já era assim antes disso. Se a memória não me falha, é caso único no concelho de Pombal. Já ia sendo tempo dos restantes autarcas seguirem o exemplo do presidente Daniel Ferreira, e perderem o medo de abrir a cortina para que toda a gente possa ver o que acontece nas reuniões que - pasme-se - são públicas. Curiosamente, os casos mais gritantes de oposição a esta abertura, num passado recente (último mandato) foram dois comunicadores natos: Gonçalo Ramos, no Oeste, e o nosso super Pimpão, que enquanto presidente da Junta de Pombal se opôs à proposta defendida pela eleita do CDS.
Voltemos a Vermoil. A reunião da Assembleia confirmou aquilo que já aqui dissemos anteriormente: o problema do actual executivo está dentro de casa. Ilídio Manuel da Mota, ex-presidente da Junta e da Assembleia, foi à reunião para imprimir o tom de formalismo que a presidente da mesa não foi capaz de gizar. Porque formalismo requer seriedade, e dessa junção já não resultaria o tom amistoso e tratamento "à vontadinha" que parte as pernas à oposição e redunda no espírito colaborativo que a malta gosta. A tal da "crítica construtiva", de que aqui tanto ouvimos falar. Ainda assim, não fazia mal à maioria dos eleitos locais que chegaram agora às funções frequentarem uns cursos rápidos, que os há online, para terem noções básicas do que são os regimentos, as ordens de trabalhos, as aprovações por minuta...
À falta disso, Ilídio Mota deu uma breve explicação. E deu também orientações à Junta do que reclamar junto da Câmara (podem ver aqui, na gravação online), pouco crédulo no êxito de um orçamento para uma freguesia daquelas, no valor de... 600000€....
O doutor Pimpão quer enganar-nos!
Dos documentos provisionais para o próximo ano, e para o quadriénio, discutidos e aprovados recentemente, pelo executivo e pela AM, constava o Mapa de Pessoal. Por norma, é um documento pouco valorizado e pouco escrutinado, por razões que se compreendiam. Desta vez voltou a sê-lo... Erradamente.
O documento prevê a contratação de mais 216 funcionários, o que representa um acréscimo de 45 % no quadro de pessoal – a câmara tem actualmente 477 funcionários.
A câmara de Pombal teve sempre uma eficiente gestão do pessoal, daí a sua reconhecida solidez económico-financeira; mas o doutor Pimpão parece empenhado em mudar o paradigma, em meter carradas de pessoal na câmara. No entanto, quando se olha para o orçamento, verifica-se que o doutor Pimpão promete não aumentar a despesa com pessoal ao longo do mandato. Cresce uns míseros 3%, de 13.032 M€ em 2022 para 13.480 M€ em 2025.
A bota não bate com a perdigota. O doutor Pimpão não sabe prever nem planear. E a oposição não sabe confrontar - distrai-se com fait-divers, e descompromete-se com uma crédula abstenção.
25 de dezembro de 2021
23 de dezembro de 2021
22 de dezembro de 2021
Reunião da “Junta”
A “Junta” reuniu hoje. Para cumprir formalidades.
O doutor Pimpão apareceu com ar cansado, distraído e deslembrado. Fartou-se de coçar a pulga.
Do resto, mais do mesmo: a aprovação de um subsídio para uma Comissão Fabriqueira para obras já realizadas.
Siga a festa.
21 de dezembro de 2021
AM – da avidez ao desastre
A primeira reunião ordinária da nova AM, que decorreu ontem ao longo de oito longas horas, confirmou o expectável: o desastre do que resta da oposição.
Os marketers defendem que não há uma segunda oportunidade para deixar uma boa primeira impressão. Por isso, aconselhava a prudência que na primeira e, ao mesmo tempo, a mais exigente reunião - debate e aprovação de Taxas Municipais, GOP, Orçamento, PPI, … - os protagonistas se centrassem no essencial. Mas a bancada do PS quis pré-aquecer o confronto com uma polémica estéril, neste contexto, sobre o não agendamento das suas propostas pela mesa. Sobre o mérito e a pertinência das propostas nem vale a pena gastar palavras; mas ficámos depois a saber que elas foram apresentadas fora do prazo. Contrariados pela mesa abandonaram a reunião durante o PAOD, sem serem acompanhados pelos vereadores (e presidente) do partido. A avidez de protagonismo é sempre má conselheira. Neste caso, resultou num verdadeiro hara-kiri, do qual vai ser difícil recuperar.
O verdadeiro debate começou pelas taxas municipais, com o especialista em conversa de ninharias – Leandro Siopa - a tomar o protagonismo. Avançou depois para a taxa de IRS, com João Coelho a defender, duplamente, o indefensável: devolver o IRS para ser aplicado no comércio tradicional e compensar a receita com endividamento. A coisa foi de tal forma anacrónica que até permitiu à rapaziada do PSD brilhar a discutir endividamento.
Continuou com outro especialista financeiro – Nuno Gabriel – a defender mais endividamento para alavancar o orçamento. Sobre aquilo de que a oposição devia falar, nada ou muito pouco de relevante. Pelo meio, até o José G. Fernandes, que sabe tanto da matéria como o místico sabe de mecânica quântica, botou discurso trauliteiro sobre endividamento (estrutura de capital).
E vimos ainda a vice-presidente e o presidente da câmara a dizerem que se podia aprovar, à-vontade, o agravamento das taxas sobre prédios rústicos abandonados, porque se depois se verificasse que alguém não conseguia pagar, perdoava-se!
Mas a verdadeira vedeta desta primeira reunião ordinária foi o agora presidente da Junta das Meirinhas – João Pimpão -, que fez um quarteirão e meio de intervenções, sobre tudo e mais alguma coisa, e até derramou sapiência sobre custos administrativos e transparência.
No meio do desatino geral, o “Presidente da Junta” – Pedro Pimpão –, com com discurso realista, responsável e relativamente consistente, mostrou que pode vir a ser um verdadeiro presidente de câmara. O presidente da Junta de Almagreira – Humberto Lopes – confirmou que, para além de excelente presidente de junta, é um bom parlamentar, com pensamento próprio digno de registo. E o Luís Couto – do Oeste Independentes – fez duas boas intervenções, no PAOD e sobre as GOP e Orçamento.
20 de dezembro de 2021
18 de dezembro de 2021
ADILPOM – exemplar maior do falso associativismo
A ADILPOM é uma “associação” – que de associação tem pouco ou nada – criada em 1991, pelo poder político local da altura, com o objecto da “promoção do desenvolvimento no concelho de Pombal, através de uma integração adequada com os espaços e entidades no âmbito regional, nacional e internacional, visando o desenvolvimento global e equilibrado do concelho, mediante o apoio directo à actividade produtiva e à promoção e valorização dos recursos locais, especialmente os humanos” - música.
O estratagema por detrás deste tipo de entidades
foi sempre dar-lhes um objecto vasto e aparentemente virtuoso suscetível de
disfarçar o verdadeiro propósito - usá-las para esquemas da mais diversa
índole, nomeadamente como alçapão para a saída de dinheiros públicos sem
controlo. O problema – ou a virtualidade - destas entidades é a (sua) essência
determinar tudo - o pecado original cumprir-se.
Nos primeiros anos e nos mandatos de Narciso Mota
a ADILPOM serviu como estrutura para a realização de alguns eventos e como
antecâmara para dar emprego à malta do partido que não podia entrar
directamente na câmara. Com Diogo Mateus - menos adepto destes esquemas - foi
definhando, até se tornar numa estrutura sem vida própria: sem autonomia, sem
recursos, sem competências – sem nada. Por ser composta por outras entidades no
mesmo estado (AICP e ACSP) ou que nunca se envolveram na sua gestão e nas suas
actividades (Cooperativa Agrícola, Caixa de Crédito Agrícola) tornou-se um mero
apêndice da câmara. Definhou até mirrar. Presentemente é um “esqueleto” que a
câmara usa para contornar o regime de contratação pública e dar um ou outro
emprego aos amigos. A forma como o doutor Pimpão usou a ADILPOM para montar os
festejos de Natal roça o obsceno – pode ser observado e examinado na informação
submetida e aprovada pelo executivo, disponível no link abaixo.
Diogo Mateus conduziu a ADILPOM para a agonia.
Agora, a bem da decência, e antes que malignidade se expanda, é preciso dar-lhe
o golpe de misericórdia - como foi dado à funesta PombalViva. Um assunto a
acompanhar nos próximos tempos.
17 de dezembro de 2021
Profecias
Já tivemos o que queria fazer disto uma Central Alfandegária com um grande Centro Logístico.
E o que queria fazer disto um Centro Aeroportuário com Aeroporto no Casalinho.
E o que queria por isto no mapa com mamarrachos na Sicó.
Agora temos o iludido com o Campus Universitário.
Tudo criaturas que não sabem nem percebem que ideias/projectos que não acrescentam valor, destroem valor.
A desgraça maior desta terra é ser conduzida por criaturas que acreditam em milagres.
15 de dezembro de 2021
14 de dezembro de 2021
Obrigado, Pedro!
Uma pessoa pensa que a realidade não pode superar a ficção mas...é Pombal, é Natal, o Pedro é presidente e está a cumprir o seu destino. Dias depois da chegada dos contos de Lili Carrol ao Farpas, inspirada no clássico de "Alice no país das Maravilhas", eis que a Câmara faz sair para a rua esta pérola. Obrigado, Pedro. Prometemos trazer mais episódios do teu folhetim a público, nos próximos dias.
10 de dezembro de 2021
O Filho da Alice no Reino das Maravilhas
Aventuras no Bosque Encantado e o Engenhoso Resgate
Quando o rato Camundongo saiu da sua toca, para caçar mais queijo no Bosque Encantado, já o seu amigo Pedro choramingava no maldito buraco. Chegado ao Bosque, estranhou o chilrear da passarada, àquela hora. Percebeu, depois, que galhofava com o sucedido. Deu uma volta, e outra, pelo Bosque Encantado; mexericou por um lado e por outro, até lhe chegar aos ouvidos coisa estranha – gemidos humanos. Arrebitou as orelhas, resguardou-se, pôs-se à escuta, até perceber de onde vinham; e, passo-ante-passo, aproximou-se do local de onde vinham. Desceu ao buraco para ouvir melhor, e depois perguntou:
- Quem está aí?
- Sou eu, o Pedro, o Filho da Alice, acudam-me, tirem-me daqui...
- Eu sou o rato Camundongo, também conhecido pelo rato Verde, caro amigo; colocas-me um grande desafio: como poderei resgatar-te sem dar azo à chacota?
- Tira-me daqui grande amigo. Eu só quero sair daqui… - suplicava o Pedro.
- Vou ver o que se pode fazer… - prometeu o rato Camundongo.
O rato quis descer até junto do amigo, mas logo concluiu que de lá não poderia fazer nada por ele. Pensou melhor …, “se juntar as cordas que usei nos enfeites do Bosque…”
Enquanto o rato se atarefava na atadura das cortas ouviu passos. Era o Anão de Jardim que regressava da sua rotina das Boas Noites ao Marquês. Chamou-o e contou-lhe o sucedido. E ele quis logo assumir o comando das operações e activar o socorro. Mas o rato Camundongo, mais manhoso, desaconselhou-o.
Nisto, viram passar ao lado, vagarosamente, olhando para o chão como se tivesse perdido algo, o Coelho-Branco-de-Olhos-Rosa, com braçado de papéis, que o Anão de Jardim adivinhou ser outra catrefa de requerimentos para os chatear. O rato Camundongo ainda sugeriu pedirem-lhe ajuda, mas o Anão de Jardim recusou.
De seguida, passou por lá o Cura Vaz, pregador e cantador, que resolveu passar pelo Bosque depois das rotinas de sacristia. Informado do sucedido, benzeu e rogou por milagre ao Santíssimo e dirigiu-se para o Altar onde suplicou ao Santo Padre Amaro que intercedesse junto da Nossa Senhora do Cardal pelo Filho da Alice.
Paralelamente, o rato atou a corda à tília mais próxima do buraco e fê-la descer gritando “já chegou?”; “já chegou?”…; respondido, do fundo, com “ainda não”; “ainda não”…
Quando chegou a informação “já chegou, amigo”, “obrigado, amigo”; o rato Camundongo ordenou: “sobe amigo”.
O Pedro agarrou a corda e subiu alguns metros a muito custo, mas desfalecido tombou novamente no amontoado de gravetos e folhas secas.
Ouviu-se, cá em cima, o estrondo e o grito da queda. E logo de seguida o Anão de Jardim resmungou:
- Eu bem te avisei que isso não resultava; em bem te avisei; eu bem….
- Hum-hum! — pigarreou o Camundongo com ar zangado.
Ainda mal refeitos da desilusão, ouviram um sapateado suave. Era a Lebre-de-perna-curta na sua corrida, agora fora de horas, que logo os reconheceu.
- Pôxa, amigos, por aqui?! Estão tristes no Bosque Encantado! Porquê?
- Aconteceu uma desgraça: o Pedro caiu num buraco fundo. Lançámos-lhe uma corda, mas não consegue subir porque está muito enfraquecido – respondeu o Anão de Jardim.
- Tenho a solução, amigos! – afirmou, efusiva, a Lebre-da-perna-curta. E dirigiu-se ao Pedro: - Toma a minha poção mágica, amigo. Bebe-a, que logo ficarás forte.
Quando o Pedro agarrou na garrafa viu no rótulo “Sumo de laranja, proteína power e vitamina da felicidade”. Bebeu sôfrego. Passados alguns segundos exclamou:
- Já me sinto forte e confiante, amigos. E acrescentou: - Vou subir, amigos! Dentro de minutos estarei aí convosco para retomarmos a Nova Ambição.
Eis como o Filho da Alice regressou, de uma forma simples e engenhosa, ao Reino das Maravilhas.
As listas de deputados - do concelho charneira a Pombal feito num 8
O PS distrital aprovou ontem à noite a lista à Assembleia da República, que - sem surpresas - será encabeçada por António Lacerda Sales, Secretário de Estado da Saúde. Dias antes, já o PSD anunciara como cabeça de lista pelo distrito de Leiria um dos homens de Rio - Paulo Mota Pinto, que agora é o nosso presidente da Assembleia Municipal. Ora, como aqui vaticinou o Adelino Malho em post anterior, era de crer que o PSD local tinha tudo para se espalhar ao comprido, ao apostar numa infantil cartada como aquela de fazer anunciar a promessa João Antunes dos Santos: foi como a pescada - antes de ser, já o era. O que lhe sobrou foi, afinal, um 8º lugar na lista de deputados. Ora, seria preciso recuar ao tempo do Cavaquistão para sonhar com uma hipotética eleição.
Do lado do PS, foi esse o lugar oferecido a Joel Gomes, o nosso Joelito, que deu uma de Pedro Pimpão em seu orgulho ferido (lembram-se das últimas eleições?) e recusou ir naquele lugar. De maneira que não vai em lugar nenhum. É claro que, à boa maneira do PS, a lista aprovada era apenas uma das três que apareceram. E em cada uma delas havia um nome de Pombal entre os suplentes, "à revelia" da concelhia. Uma chatice que doutora Odete considerou deslealdade, quando subiu ao palanque, na noite passada. Alguém lhe acuda, que está tudo contra ela...
Feitas as contas, estamos feitos num 8. Um oitavo lugar nas listas. Se no caso do PS é compreensível, pois que os resultados eleitorais não merecem mais do que isso nem podem reclamá-lo, já no caso do PSD é no mínimo estranho chegarmos a este estado. Não há memória disto nos ter acontecido na história da democracia em eleições livres. Vai-se a ver, o concelho charneira foi-se, de vez.
ps: A excepção destas eleições em Pombal é Lina Oliveira, do BE, que ocupa o 2º lugar na lista de deputados por Leiria.
8 de dezembro de 2021
Um PSD cada vez menos de todos e cada vez mais de Rio
A noite das facas longas chegou e aquilo que Rio gostaria de ter feito há 2 anos teve agora a liberdade para o fazer: escolher quem quer para posições elegíveis. Já o tinha começado nas últimas autárquicas, fecha agora com força a porta a quem não for yes-man.
Com isto, seca a oposição interna, os outros, porque os tira da política profissional e terão que se dedicar a outras profissões, visto que autárquicas só são daqui a 4 anos e não há grandes alternativas porque não é poder. Não sendo políticos profissionais deixam de poder fazer oposição de forma profissional e consistente. Vamos seguramente ouvir vozes de alerta aqui e ali, mas a falta de consistência dificilmente conseguirá mobilização alternativa.
Rodeia-se de uma geração mais velha, mais conservadora, e portanto com maior propensão para se segurar no poder do partido e disposta a aceitar benesses do partido no poder, desde que mantenha benefícios para este grupo. Comissão aqui e ali, mais uma nomeação etc.
O partido ideológico, de massas, da social democracia desaparece definitivamente. Passa a dar lugar à estratégia política, à capacidade de negociação. Mais ainda, esvaindo-se a ideologia, cresce a importância da representação autárquica - quem irá mandar no partido serão os filiados autarcas, porque serão a única garantia de trabalho eleitoral e mobilizadora de votos.
A geração nascida na década de 80 é praticamente dizimada da lista para a Assembleia. Cristóvão Norte, Duarte Marques, Rui Cristina entre outros. Geração qualificada mas indicadora também do corte geracional.
Rio perdurará na liderança, tal como Portas no CDS. E todos sabemos o que aconteceu quando finalmente se cansou de ser o centro de decisão. Caso não consiga ser primeiro ministro manter-se-á na liderança por muitos anos reforçando a sua estratégia. Se conseguir ser eleito o “partido partido”, como diz Alberto Joäo Jardim, irá tolerar estas mudanças de centralização.
Por Leiria Paulo Mota Pinto substitui Margarida Balseiro Lopes (que apoiou Paulo Rangel depois de nas anteriores eleições ter apoiado Rio e a mudança paga-se caro). Troca-se a juventude e a paixão pela lealdade e senioridade.
Esta mudança é positiva a Pedro Pimpão, que ganhou com grande expressão em Pombal e permite-lhe reforçar influência a nível nacional dentro do partido. Mesmo que na campanha autárquica tenha convidado Paulo Rangel para a “festa da ribeira” no vale da Sobreira, terá agora em Paulo Mota Pinto uma ligação directa à Assembleia da Republica e a Rio, que manda em absoluto no partido. Estrategicamente é bom para atração de investimento público para Pombal (mesmo que Rio não seja primeiro ministro porque vai conseguir negociar orçamento e a autarquização do partido trará assuntos desses para a mesa). Será desta que o estado investirá num centro logístico rodoviário? Um grande investimento do sistema permitiria garantir um legado sério para além da felicidade.
A simpática Margarido Balseiro Lopes sai.
Como último acto enquanto deputada escolhe uma reunião de trabalho com: Aurélio Ferreira, o independente agora Presidente da Câmara da Marinha Grande, o herói dos autarcas independentes, e deixa uma mensagem clara sobre o seu posicionamento.
Margarida refere na sua mensagem de despedida: “Quem achar que a política se divide entre os bons e os maus presta um péssimo serviço à democracia.” Pois é, mas quem pensa assim é que manda agora.
7 de dezembro de 2021
O Filho da Alice no Reino das Maravilhas
Aventuras no Bosque Encantado (I)
Os últimos dias têm sido maravilhosos para o Filho
da Alice… O Pedro acredita mesmo que o céu estrelado gira em torno do destino do
Homem.
Ontem, o Céu estava estrelado e a Lua irradiava uma
luminosidade misteriosa. Quando o Pedro veio à varanda, depois de jantar, transbordava
felicidade; sentia que os astros estavam alinhados com o seu destino. Estava irrequieto,
saiu, encaminhou-se para o centro, para o Bosque Encantado no Jardim das Tílias,
o seu lugar de deleite. Cumprimentou os anões, quis saber com se sentiam com
tanta garotada; agradeceu-lhes a dedicação e a simpatia, o notável serviço à
comunidade. Depois, quis divertir-se: visitou a Casa do Pai Natal, entrou na
Bota Botilde, passou pela neve e deslizou pelo escorrega.
Mais eis que, quando tocou no solo, um buraco se
lhe abriu e engoliu-o. Tombou por ali abaixo, tão bruscamente que não foi
sequer capaz de se frear. Desceu sem saber se o poço era demasiado fundo ou se
era ele que estava caindo devagarinho.
Naquela escuridão, o Filho da Alice limitava-se a
pensar no que aconteceria depois. “Depois deste tombo, não me vou mais importar
com os trambolhões que me esperam!”
E caía, caía, caía. “Será que esta queda não
acabará nunca?”, pensava ele; “Quantos quilómetros eu já despenquei? Já me devo
estar aproximando do centro da Terra”.
O Filho da Alice aprendeu muitas coisas na escola,
fez muitos cursos, mas não tinha ideia do que era latitude ou longitude; no
entanto, considerava essas palavras monumentais, e gostava de as dizer em voz
alta - gosta muito de se ouvir. No tombo, entretinha-se a falar: “- Será que
vou atravessar a Terra? Vai ser muito engraçado sair do outro lado, no meio das
pessoas que andam de cabeça para baixo: os antipáticos!” Riu-se.
Caía, caía, caía e, como não tinha mais nada para
fazer, continuava a tagarelar. Até que, de repente: plunct! Aterrou num
amontoado de gravetos e folhas secas. A queda tinha chegado ao fim.
Pôs-se a pedir ajuda: “Socorro; socorro; socorro;
…, tirem-me daqui”. Mas aquela hora, ninguém o ouvia, e ninguém lhe podia
valer. Perante tamanha aflição, responderam-lhe os pássaros que pernoitavam nas
frondosas tílias.
- Estás sozinho, passarão; não tens ninguém que te
apoie nem que te ampare na desgraça...
- Acudam-me, pardais amigos.
- Um bom pardal nos saíste tu; invadiste o nosso poiso sem nos dizeres nada e agora queres apoio… E chamam-nos, a nós, pardais!
Lili Carrol
5 de dezembro de 2021
O Natal do tio Pedro, do primo João, e dos amigos dele(s)
A Câmara de Pombal decidiu manter boa parte da programação de Natal agendada para estes dias e isso merece um valente aplauso. Num tempo em que é tão mais fácil embarcar no cancelamento dos espectáculos (como está a acontecer em tantas cidades, como se isso cancelasse o vírus, como se algum dia nos fossemos ver livres dele), atirando ainda mais para a míngua os artistas e técnicos, fechando ainda mais o público, que vive há dois anos como sabemos, é bom viver numa terra que escapa a essa "virose", chamemos-lhe assim.
Mas,
Vamos lá saber, afinal, que festividades são estas, quem as está a fazer, quanto custam, e quem as vai pagar. Pois...não se sabe. Chegou a estar anunciada uma conferência de imprensa destinada ao efeito, mas foi cancelada com a mesma rapidez.
O pouco que se sabe, porém, por portas travessas, é bastante para que Pedro Pimpão venha rapidamente a público explicar o resto. É o mínimo que se exige ao presidente da Câmara, "o tio Pedro", que chamou as criancinhas para junto de si, sexta-feira ao final do dia, para carregar no botão que supostamente ligaria as luzes e faria disparar o fogo de artifício, inaugurando assim o Natal da cidade. Só que às 18 horas de anteontem apenas o Cardal tinha iluminação. E foi preciso montá-la à pressa, como de resto está ainda a acontecer nas outras ruas da cidade. Minutos antes, funcionários de uma empresa da área, funcionários municipais, funcionários da PMU e outras figuras andavam numa roda viva a pendurar adornos e gambiarras. Mas o tio Pedro conseguiu. Pouco passava das 18 quando o Pombal Jornal fez o directo no Facebook, ele e as crianças contaram de 10 a zero, rebentaram uns foguetes, seguiram para o bosque encantado no Jardim das Tílias, para a Casa do Pai Natal, e seguiram para a fotografia.
No resto da cidade, hoje, domingo, ainda não há iluminação.
Agora surpreendam-se: o grande obreiro desta espécie de Natal-em-modo-Bodo, que inclui carrosséis durante um mês inteiro, junto à Biblioteca, é nada menos que um velho conhecido deste município: João Vila Verde, ex- administrador executivo da empresa municipal Pombal Viva, exonerado por Narciso Mota, depois de contas por explicar e prejuízos acumulados. A empresa acabou por ser extinta. Quem não sabe do que estamos a falar, tem nos arquivos do Farpas muito para explorar. O epílogo está aqui e aqui O resto é pesquisar. Há muito por onde, entre 2008 e 2009 - foram anos fartos.
Agora só falta Pedro Pimpão entregar-lhe de novo o Bodo. É desta que eu volto a acreditar no pai natal, nos duendes e tudo. Já que temos um bosque, pode bem ser que se levante de lá um anão de jardim e caminhe na minha direcção. Ora se eu vi um presidente de junta publicitar, orgulhoso, trabalhos da sua empresa para isto - coisas que antigamente davam perda de mandato... - Jingle Bells.
4 de dezembro de 2021
2 de dezembro de 2021
O Subsídio a D. Diogo
O doutor Pimpão leva, hoje, à reunião da “Junta”, a (sua vontade de) atribuição de um subsídio reintegração ao ex-presidente Diogo Mateus, no valor de trinta e tal mil euros. A legalidade da medida é, no mínimo, duvidosa. E nesta matéria, o doutor Pimpão parece ter dois pesos e duas medidas...
Quando D. Diogo saiu da câmara, em 2002, para exercer funções de Presidente da Junta de Pombal e de Adjunto do Governador Civil, a Lei atribuía-lhe o direito a receber o subsídio de reintegração no montante de 1 mês de salário por cada 6 meses de serviço como eleito local, até ao montante máximo de 11 remunerações; mas D. Diogo não requereu o subsídio quando cessou as suas funções como vereador em janeiro de 2002.
O direito a subsídio de reintegração, para titulares de cargos políticos, terminou (foi revogado por lei) a partir dos mandatos iniciados em 2005, pelo que nenhum vereador ou presidente eleito, depois daquela data, tem direito a receber subsídio de reintegração.
D. Diogo veio mais tarde, depois de regressado às funções de vereador da CMP, requerer o tal subsídio de reintegração. Nesta situação, a atribuição do subsídio fica, salvo melhor interpretação da lei, sujeita ao artigo do estatuto dos eleitos locais que obriga que “os beneficiários do subsídio de reintegração que assumam as mesmas funções antes de decorrido o dobro do período de reintegração a devolver metade dos subsídios que tiverem recebido entre a cessação das anteriores e o início das novas funções.”
Assim, é altamente discutível a concessão do subsídio de reintegração a D. Diogo por inteiro, nesta data, como o doutor Pimpão lhe quer conceder. Além disso, o facto de D. Diogo não ter requerido o subsídio em 2002 (quando deveria) e ter entretanto assumido funções idênticas, põe seriamente em causa o direito a receber o subsídio.
30 de novembro de 2021
Super Odete
Quem pode, pode. Doutora Odete ficará na história do Partido Socialista local por escrever ela própria a sua história, sem dar abébias. Terminadas as eleições autárquicas com os resultados conhecidos, avança agora para as legislativas, pronta para novos desafios. Na noite passada fez-se indicar na estrutura distrital como escolha da concelhia de Pombal para a lista de deputados por Leiria - que ainda não está fechada, porque o PS continua o mesmo saco de gatos do costume - passando a perna a Joelito, seu fiel escudeiro. E pergunta o (e)leitor atento: foram os militantes do PS local que a designaram? Pois que não, que desde as eleições não se dignou convocar qualquer plenário. Ora porque há pandemia, ora porque chove, ora porque faz sol. Mais: Odete Alves conseguiu a proeza de marcar uma reunião extraordinária da comissão política concelhia para a próxima sexta-feira, com essa finalidade, a de indicar o representante de Pombal na lista do PS pelo distrito de Leiria. É verdade que a reunião da distrital foi ontem, mas...assim se vê a clarividência e astúcia política da nossa presidente do PS, vereadora e aspirante a deputada: a lista não foi votada e só será na segunda feira. Isto afinal está tudo pensado. como naquela musica dos U2 de que Odete tanto gosta. "Sobreviver, sobreviver, sobreviver".
28 de novembro de 2021
A manha do dia (de ontem)
Um rapazola cá da terra fez-se anunciar deputado eleito…, no dia da disputa da liderança do seu partido!
Nas próximas eleições as listas de deputados do seu partido (PSD) vão levar grande razia…
O rapazola arrisca-se a ver S. Bento por um canudo.
26 de novembro de 2021
Entre vendilhões e ineptos alguém se deve salvar
A sede da Associação de Indústrias do Concelho de Pombal (AICP) esteve em hasta pública e, pelo que correu, foi arrematada por uma empresa da Batalha, que se dedica à Construção Civil e Obras Públicas, por 350.000 €.
A câmara cedeu gratuitamente (ou lá perto) o terreno e o edifício à AICP, com argumento do sempre badalado interesse público. Fê-lo com tanto facilitismo e promiscuidade que até lá deixou, contra todas as regras da boa administração da coisa pública, uns reservatórios de água que, diz agora, são seus.
Só por estes dois enunciados já os estimados leitores devem ter percebido que estamos perante dois problemas: a defunta AICP, e a desgovernada câmara.
A defunta AICP é um esqueleto já sem carne que ninguém sabe e quer enterrar. Ficará para a história como o exemplo maior do falso associativismo. Nunca foi o que prometeu ser; foi rapidamente tomada por oportunistas e “vendilhões do templo” que a usaram para benefício próprio, carregando-a de dívidas até ao último suspiro. Demos conta, por aqui, da desvergonha, mas toda a gente com responsabilidade fez ouvidos-moucos.
A câmara – agora transformada em Junta – quer comprar o imóvel, para, dizem aquelas alminhas TODAS, salvaguardar o interesse público e instalar ali um espaço de apoio ao sector empresarial e ao empreendedorismo (a banha-da-cobra da moda para a política económica).
O que não faltam à câmara são imóveis às moscas ou subaproveitados. Tem, até, um Centro de Negócios desocupado que nunca serviu para a finalidade subjacente à sua construção.
Porquê, então, a compra de mais e mais património imobiliário?
Somos - e temos sido - (des)governados por políticos que julgam que basta colocar dinheiro numa ideia tonta para ela se tornar virtuosa. Na área privada, estas aventuras têm perna curta, porque o dinheiro tem dono; na esfera pública são um desastre completo, porque o dinheiro não tem dono e os políticos são incapazes de assumir os logros.
PS: é por estas e por muitas outras que temos que continuar a andar por cá…, a dizer estas coisas feias!
Concurso Jovem Autarca
O Farpas tem a honra de mostrar os candidatos a jovem autarca cá do burgo.
O concurso foi desenhado para decorrer em ambiente harmonioso e familiar. Mas há claramente um favorito…!
25 de novembro de 2021
Um novo 25 de Novembro
A Câmara Municipal de Pombal decidiu associar-se à campanha promovida pela Secretaria de Estado para a Cidadania e a Igualdade e a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, assinalando, ainda que de forma discreta, o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Ao optar por olhar para o dia de hoje sob esta perspectiva, o novo executivo rompe também com o vergonhoso legado do beato Diogo e seus acólitos, que, ano após ano, faziam questão de nos envergonhar enquanto pombalenses. Muitos parabéns, Pedro Pimpão!
23 de novembro de 2021
O monumento do soldado conhecido
Quando o meu pai tinha a idade do meu filho, cruzava os rios de Angola numa guerra que não era dele. Que não escolheu, que nunca quis, mas como não era livre de escolher, foi lá parar. Ainda assim, teve sorte. Calhou-lhe a Marinha, a parte menos má. Lá em casa dos meus pais os álbuns são feitos de recordações boas desse tempo: o meu pai a sorrir, sempre, ao lado de um amigo da terra, dos amigos que fez a bordo da fragata, dos nativos que posavam para a foto sem expressão, ao lado de um exército que lhes ocupava a terra deles.
Depois há apenas uma foto do meu tio Germano, de que já aqui falei. Não teve a mesma sorte. Foi parar à Guiné. E de lá nunca regressou, verdadeiramente. Muitos voltaram numa caixa de chumbo. Outros, como ele, em frangalhos. Nunca saberemos o que pensaria da estátua mal-amanhada que a Junta do Louriçal plantou agora na vila, adornada com uma frase: "que a memória não se apague". Como se alguma vez ela se pudesse apagar. Como se fosse possível apagar o dia em que a GNR irrompeu pela Moita do Boi com um batalhão de guardas e cães à procura do meu tio, feito agente da autoridade depois da guerra, em permanente luta com os seus fantasmas, que afogou no fundo de um poço no quintal da minha avó. Andámos dias à procura dele, sem sabermos que era impossível encontrar quem nunca voltara. O rapaz bonito que partiu para a guerra não era o mesmo. Como ele, tantos outros. A Liga dos Combatentes sabe disso muito bem. Muitos psiquiatras também.
Eu percebo que o presidente da Junta do Louriçal tenha uma certa obsessão em dar continuidade ao plano traçado por Diogo Mateus, de que era o maior discípulo, e por isso tenha planeado uma cerimónia próxima do 25 de Novembro (que este ano ameaça ser menos vigoroso, até que enfim). Mas se quer fazer alguma coisa pelos ex-combatentes, comece por dentro. Por perceber como é que estão estes homens e as famílias deles. Saberá que há ainda feridas abertas que tentam sarar com ansiolíticos e outros solutos? E fazer um protocolo com a Liga? Ou levar um Núcleo para o Louriçal? A não ser que... isto que isto da estátua seja uma ideia peregrina do presidente da Assembleia de Freguesia, Célio Dias, experiente numa guerra que nos tem ceifado muitas vidas, como atesta o cemitério do Louriçal: os acidentes rodoviários. Foi ele, de resto, que veio ao facebook fazer a defesa da estatueta, com toda a autoridade - diga-se. Afinal, ele não é só presidente da Assembleia, nem um louriçalense que gosta muito da terra para ir ao domingo e para reunir. É também um ilustre membro do Conselho Municipal de Segurança, acabado de designar pela Assembleia Municipal. Célio não gostou das críticas que surgiram à volta de tão nobre soldado de pedra, feito à dimensão do biscoito que marca estes mandatos da Junta. E retorquiu. É justo. Eu acho que a coisa merecia um livro. É só uma ideia...
22 de novembro de 2021
Pombal, terra do passado e do além
Uma terra, ou uma criatura, que vive do passado e vive para o além não tem presente. Nem o quer ter.
Neste concelho vive-se da nostalgia de um passado que de grandioso só teve o desastre. E na esperança – na ilusão - de um além que não existe. Estas duas formas de escapismo são as vias para o desfalecimento e declínio. O desconhecimento do sentido faz o resto.
O povo, coitado, embarca nisto. E o poder lança-lhe a rede, e aproveita-se dele: chama-o para cerimónias e honrarias que tresandam a ranço e incenso; serve-lhe um caldo insípido e delambido, que não fortalece, enfraquece, que não alegra, deprime, que não liberta, oprime. Pelo meio ou no final do repasto, louva-lhe as memórias ressequidas e ressentidas e reza-lhe o catecismo da compaixão até os corações doridos e os espíritos sacrificados derramarem a lágrima contida. Serve-lhe, assim, a felicidade prometida…
Já Aristóteles via na compaixão um estado mental mórbido e perigoso. Esta insalubre união entre política e sacerdócio não pressagia nada de bom.
Deus nos acuda!
PS: Usufrui desta felicidade tola, Pedro, enquanto ela durar, que o infortúnio para ti chegará mais depressa e mais intenso que para os outros.
19 de novembro de 2021
Minuta da reunião da Junta
Ao contrário do passado recente, a reunião decorreu de forma cordata e célere. Tão célere que o doutor Pimpão saltava pontos da agenda - tal era a pressa em despachar aquilo -, no que foi prontamente alertado pela atenta secretária.
Nesta nova era, saltaram à vista algumas curiosidades que merecem referência. O novo lay-out, mais grupal; o clima e a postura dos intervenientes – parecia que os que ganharam tinham perdido, e os que perderam tinham ganho -; e a presença da doutora Odete – um cadáver político que, parece, não nos querer deixar – as almas penadas são assim.
No período antes da ordem do dia (PAOD), as doutoras Marto e Gina mantiveram-se caladas – tal como no resto da reunião; e tal como convém. O doutor Simões, da Lapa, levou a Lapa à reunião da Junta. Ficámos a saber da Lapa e que ele é da Lapa. A doutora Odete falou, mas não vale a pena falar do que ela falou. E o doutor Pimpão informou-nos que foi ele, e não o seu antecessor, que contratou a Floribela. Não era necessário ele informar-nos. Mas assinalamos a coerência.
Dois assuntos da agenda merecem referência: Custos adicionais do Centro Escolar da Pelariga; e o subsídio à Comissão Fabriqueira do Louriçal para a capela da Mota do Boi.
No primeiro, o arquitecto Navega teve dificuldade em justificar o pagamento adicional 95.000 € à empresa construtora do Centro Escolar da Pelariga por trabalhos adicionais devidos a erros de medição, nomeadamente quando esta reivindica 170.000 € – valor acima do permitido por lei (10 % do orçamento). Herda uma pesada herança de obras-tortas e vícios de relacionamento.
No segundo, o doutor Pimpão teve dificuldade em justificar a atribuição de um subsídio de 7.500 €, apresentado pelo seu secretário – ao que nós chegámos! -, para suportar 100% das obras na capela da Mota do Boi. Ficámos a saber que isto é feito sem nenhum critério. Mas logo ali, o doutor Pimpão cortou metade à proposta, e deu-se o negócio por arrematado.
Siga a festa.
17 de novembro de 2021
Orçamento Camarário 2022
As decisões orçamentais para 2022, as Grandes Opções do Plano e o Plano Plurianual de Investimento, bem como o PAM são as principais ferramentas que permitirão avaliar se o que foi defendido na campanha eleitoral pelo novo executivo será cumprido ou não.
A menos de um mês da sua votação, não se conhecem reuniões de trabalho sobre este assunto com as juntas. Há uma incerteza crescente nos novos executivos, que precisam saber que orçamentos podem levar a votação nas 13 Assembleias de Freguesia. Está no ar a dúvida: vão poder contar com orçamento, por exemplo para se candidatarem a fundos comunitários, ou vão ficar dependentes da “benevolência” do executivo e interesses partidários, como tem sido prática nas últimas décadas. Pior será que iniba a iniciativa daqueles executivos que já começam a recorrer a candidaturas comunitárias.
Não se conhecem linhas orientadoras e, portanto, não há ainda documentos previsionais para que possam ser analisados.
A primeira medida, apregoada e prometida na campanha, chamada de “plano estratégico”, que poderia funcionar como a linha orientadora, está ausente de qualquer comunicação e assume agora um caracter urgente.
PS- foi notada a ausência da nova Vice-Presidente do executivo camarário, Isabel Marto, na primeira Assembleia Municipal do mandato. Considerando o seu currículo, é expectável que seja a principal “driver” deste processo.
16 de novembro de 2021
Sinais
Reuniu ontem, pela primeira vez, a AM eleita para o mandato 2022-25.
A reunião serviu essencialmente para eleger os seus representantes num vasto conjunto de entidades e aprovar/cumprir uma ou outra formalidade irrelevante. Ficou marcada pelo pequeno incidente de ter aparecido um voto a mais na urna de uma votação.
O Professor resolveu o incidente de forma segura - mandou repetir a eleição e avisou que seria novamente repetida se o incidente se repetisse.
Pela forma como resolveu o incidente e conduziu os trabalhos deu para perceber que o Professor vai exercer o cargo com a autoridade que se impõe (firme e discreta).
Da assembleia propriamente dita, deu para notar que nalgumas cabeças vai uma sofreguidão pelos holofotes que não augura nada de bom - nomeadamente para essas cabeças.
Seguimos atentos.
15 de novembro de 2021
14 de novembro de 2021
E nós...pimba.
13 de novembro de 2021
O desconsolo do Professor
O Professor Doutor Mota Pinto quis retribuir a ligação umbilical e afectuosa que existe entre esta pobre comunidade e o ilustre conterrâneo. Vai daí, deixou que o fizessem candidato a presidente da AM. Até aqui, tudo certo, tudo muito cordato e distinto.
O problema é que enganaram o Professor. Disseram ao Professor que isto era uma grande terra, uma câmara modelo e gente bem preparada (não ao nível do Professor, mas gente com muitos estudos – pós-graduações, MBA, e outros que tais).
Se o Professor tivesse tido a humildade de tomar conselho com o Farpas, tínhamos-lhe dito, de graça e sem cobrar favor, que não se devia meter nisto, porque isto – como diz um amigo meu - é só tropa de “carregar-pela-boca”.
O Professor é um distinto pedagogo de leis e formalidades, na mais distinta Universidade da Lusitânia; sabemos que faz e gosta de fazer tudo onde se mete e que mete leis e formalidades com o maior rigor e elevação. Sabendo que está em vésperas de conduzir a primeira assembleia municipal, quis – e quis muito bem – reunir com os coordenadores das bancadas para acertar os pormenores da dita. Quis, mas não conseguiu. E não conseguiu porquê? Porque o coordenador da bancada do seu partido (PSD) não apareceu. E não apareceu, porquê? Porque ainda não existe. E ainda não existe, porquê? Porque o doutor Pimpão não é capaz de decidir!
Professor: volte para a terra dos Doutores. Isto da Junta não é para o Senhor.
11 de novembro de 2021
Medalhas - Última hora
Como erradamente - em parte - afirmei no post abaixo, o “Presidente da Junta” – doutor Pimpão – não recuou na atribuição da Medalha de Ouro a D. Diogo. O doutor Pimpão teve que recuar, porque D. Diogo, colocado perante o presente, disse que “desse senhor não recebia nada”.
PS2: o descrédito desce, assim, a um ponto tal que no futuro talvez venha a ser necessário fazer um levantamento inicial sobre quem é que as quer receber.
Medalhas & Medalhados: quem os (en)comendou?
Foto: Rádio Cardal
Decorreu esta manhã a sessão solene comemorativa do Dia do Município, com a tradicional entrega de medalhas de mérito. Pouco mais de três mãos cheias de medalhados (vários a título póstumo) subiram ao palco do Teatro Cine para receber as comendas de bronze, prata ou ouro.
A rapariga que que fazia as honras da casa e lia o guião repetiu várias vezes que as medalhas foram aprovadas "por unanimidade".
A nós, aqui no Farpas - e presumimos que a muito comum mortal munícipe deste concelho - sobra-nos apenas duas dúvidas:
1. Foram aprovadas quando, por quem, e em qual reunião de câmara?
2. Por que razão não foram divulgadas antecipadamente antes da cerimónia?
Porque morreu na casca a medalha de Ouro para D. Diogo?
Nota prévia: Pombal e o Pedro não mereciam que se publicasse este post, hoje. Mas há coisas que não se devem adiar.
A Medalha de Ouro que o “Presidente da Junta” – doutor Pimpão - quis entregar a D. Diogo morreu na casca; não chegou a ser formalmente aprovada, como nenhuma das outras que são hoje distribuídas. Porquê? Porque o doutor Pimpão é inepto, e fraco (medroso); fez o que não devia ter feito - propor tão insensata condecoração -; sentiu algumas resistências; teve medo das consequências do acto; recuou quando o Farpas tornou a coisa pública. Pelo meio, há outros pormenores, ou por maiores, que por agora é melhor não revelar.
Em pouco tempo o doutor Pimpão já confirmou que não estava minimamente preparado para o cargo. À trapalhada com a Medalha de Ouro a D. Diogo soma-se a trapalhada geral que tem sido a atribuição das medalhas, ainda não aprovadas pelo executivo; as decisões ad-hoc; e, pior, o caos já instalado na câmara. Pelo meio, o doutor Pimpão tem-se dedicado, alegremente, à cosmética e à propaganda, possuído pela embriaguez da vontade e da festa. O doutor Pimpão não é um político, é um semi-teólogo, um escravo da acção que reage somente a impulsos e impressões exteriores na busca de emoções, sensações e de uma existência meramente epidérmica. É uma criatura que não tem consciência das suas debilidades nem das enormes responsabilidades que lhe foram atribuídas.
O Pedro é boa pessoa. Quis o destino, ele e as pessoas, que ascendesse ao cargo que ocupa. Tenho pena do Pedro. As ascensões são um prémio para quem está bem preparado e tem condições para exercer o cargo condignamente. Para os outros é castigo. Infelizmente, para o Pedro será castigo. O Pedro não tem culpa. Na tragédia não há culpa, só destino.
Vamos ter tragico-comédia.
10 de novembro de 2021
Última hora - ou o jornalismo de paróquia
Em resumo, #seguimos juntos e felizes, lado a lado, poder político e aquele que em tempos foi chamado de quarto poder. Lembrem-se: não há almoços grátis.
Poder de Compra – evolução de uma década
O INE divulgou recentemente o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPCC) que integra informação estatística reportada ao ano de 2019, relativo à população residente em 31 de dezembro de 2019.
A partir de 16 variáveis socioeconómicas o estudo disponibiliza três indicadores: o IpC, Indicador per Capita do poder de compra (primeiro fator extraído da análise), que pretende traduzir o poder de compra manifestado quotidianamente, em termos per capita, nos diferentes municípios ou regiões, tendo por referência o valor nacional; a PPC, Percentagem de Poder de Compra (indicador derivado do primeiro fator), que reflete a importância do poder de compra manifestado quotidianamente em cada município ou região no total do país para o qual a PPC assume o valor de 100%; o FDR, Fator Dinamismo Relativo, que pretende refletir o poder de compra, de manifestação irregular e, geralmente, sazonal, associado à dinâmica que persiste na informação de base para além da refletida no Indicador per Capita, relacionada com os fluxos populacionais induzidos pela atividade turística.
O estudo revela que Área Metropolitana de Lisboa (121,8) e o Algarve (100,8) constituíam as duas regiões com valor de IpC acima do nacional. As três restantes regiões do Continente — Norte, Alentejo e Centro— registavam IpC relativamente próximos: 93,0 para a região Norte, 90,8 para a região Alentejo e 88,7 para a região Centro
A região de Leiria registava IpC de 91,98, abaixo da média nacional mas acima do valor da Região Centro (88,7).
Dentro da região de Leiria, Pombal registava o valor de 82,72, abaixo da Região Centro e ainda bastante abaixo da Região de Leiria. Contudo, regista uma recuperação significativa (9,29 pp), tal como Porto de Mós (12,47 pp), Pedrogão Grande (9,87 pp), Ansião (9,13 pp), Alvaiázere (9,09 pp), Figueiró dos Vinhos (8.94) ou mesmo Castanheira de Pêra (6,65). No entanto, convém referir que a recuperação é mais fácil quando se parte de um valor baixo.
No que se refere ao PPC, Pombal não regista nenhuma melhoria. Já no que se refere ao FDR evidencia uma melhoria significativa (de -0,152 em 2009 para 0,169 em 2019) que estará relacionado com algum incremento da actividade turística.