23 de julho de 2024

Escola Conde Castelo Melhor – o desgoverno total

São os investimentos públicos (bem feitos) que asseguram a sustentabilidade e a qualidade de vida das populações. Em Pombal, têm sido desastrosos ou desproporcionais. A área da Educação é paradigmática deste funesto quadro, mas não é a pior...

Quando um governo central - do PS - avançou, no início deste século, com o modelo dos pólos escolares e respectivo financiamento, alternativos às obsoletas escolinhas do Estado Novo, Narciso Mota e seus apoiantes recusaram o modelo optando bacocamente pela recuperação das humildes e isoladas escolinhas de aldeia. Resultado: desperdiçaram dinheiro e ficaram sem escolas (dignas). Mais tarde, renderam-se à evidência e às exigências do progresso. Mas não o fizeram numa lógica de utilidade, de resposta prioritária às necessidades; antes pelo contrário, construíram Centros Escolares onde não havia alunos, e deixaram a cidade sem escolas do 1.º ciclo dignas. Só mais tarde responderam - mal - à crescente procura, sem planeamento e já sem apoios.  Por exemplo, a situação mais premente, a Escola Conde Castelo Melhor, sobrelotada e sem condições mínimas para uma efectiva aprendizagem, ficou para o fim! Mas finalmente decidiram avançar para a requalificação...



Como a escola não era do município, resolveram comprá-la. Pagaram 719.000 euros, e acharam que fizeram um bom negócio. Com o edifício em sua posse, decidiram avançar para a requalificação das instalações. Mas nas primeiras vistorias perceberam, tarde demais, que a estrutura do edifício não oferecia condições mínimas de segurança. Vai daí, resolveram não requalificar o edifício mas construir um novo Centro Escolar, com 10 salas de aula, enfurnando mais uma escola num emaranhado de prédios e no centro da cidade. Uma opção démodé, própria de quem não integra no seu pensar critérios de planeamento urbanístico actuais e de adequabilidade dos equipamentos ao seu fim.

Lançado o concurso, entregaram a empreitada por uns módicos 4.400.000 euros!, suportados totalmente pelo orçamento municipal (que não chega para tudo). Como pela boa expectativa preveem que a construção demore dois anos (os prazos para esta gente é coisa meramente indicativa), e porque o município não dispõe de alternativa na cidade, resolveram alugar uma dúzia de salas a uma escola privada, pagando a módica quantia de 312.000 euros, mais obras de requalificação das salas (umas boas dezenas de milhares de euros). 

Tudo somado, e admitindo nenhuma derrapagem nos custos - coisa improvável - cada sala vai ficar acima de 600.000 euros! E assim teremos um Centro Escolar inadequado e caríssimo, que ganhará, com certeza, o título de escola com as salas de aula mais caras do país e arredores. Porque é que isto acontece? Porque temos uma classe política impreparada, que não planeia nem faz contas.

De desvario e de comédia em comédia, assim vai esta santa terrinha.

19 de julho de 2024

Reunião da “Junta”

Na última reunião da “Junta”, ontem, quase só se discutiu o novo slogan/marca da terra. Coisa de somenos que, se não fosse tão aberrante, nem aqui - local dito de má-língua - tinha entrada.

A discussão permitiu (re)confirmar uma evidência que entra pelos olhos de qualquer cego: o dotor Pimpão & C.ª pode praticar as maiores tolices do mundo que perante aquelas duas alminhas do PS parecerá sempre um estratega e um gestor esclarecido.

Vejam, e digam se é ou não é verdade.

18 de julho de 2024

Pombal Centro Natural de Portugal – uma aberração

O dotor Pimpão resolveu torrar 55.000 € num slogan (ele chama-lhe marca) para Pombal – “Pombal Centro Natural de Portugal”. A rapaziada da ETAP fazia melhor, e muito mais barato.



“Pombal Centro Natural de Portugal” é uma aberração completa. O centro natural de Portugal é Vila de Rei, terra do Portugal profundo. Nós somos outra coisa e não somos nada, também por causa destes desvarios. Por isso, custa-nos muito perceber esta abstrusa aberração; se é a natural queda juvenil para a asneira, a impulsividade crónica, a vontade de torrar dinheiro ou a necessidade de o atribuir?

Em Pombal, a abundância de slogans promocionais do concelho é inversamente proporcional à qualidade deles. Já tivemos vários: "Pombal - do Mar à Serra"; "O meu coração bate por Pombal", “Pombal, Cinco Sentidos”, etc. O traço comum é a sua pobreza ritmo-melódica e a dissintonia com a realidade. Morreram todos de morte morrida, à nascença. Curiosamente, o mais badalado foi “Pombal, concelho charneira”, saído gratuitamente da cabeça do presidente Narciso Mota. Não "charneirou", morreu naturalmente com ele. 

"Pombal Centro Natural de Portugal" é só mais um triste episódio desta epopeia do irrisório, feita de pomposa mediocridade e vaidade pacóvia.

9 de julho de 2024

Do estado a que chegámos



Na semana passada houve eleições para os órgãos internos do PSD e do PS, os dois maiores partidos no país, e também (supostamente) em Pombal. 

Por aqui, a política partidária tornou-se desgraçadamente desinteressante - até para nós, aqui no Farpas. Mas o pior, plasmado no que aconteceu nesses actos eleitorais, é o desencanto que se instalou dentro dos próprios partidos: no PS não apareceu ninguém para se candidatar aos órgãos concelhios, no PSD o que apareceu é sintomático desse estado a que chegámos, como bem pode o leitor apreciar: quatro jotas passados do prazo, um presidente da junta que acha que pode chegar a vereador, e o inerente Pimpão. (Humberto é um senhor, e por isso não debandou, já). 

Depois da ‘folha de rosto’, aparecem os empregados da política, passados, presentes e futuros - um misto do gabinete de Diogo Mateus com o de Pedro Pimpão. Já a era de Narciso Mota ficou paradoxalmente guardada para aquele órgão denominado “Conselho Estratégico”. Tudo fresco e vivo para pensar (n)o futuro, devidamente separado do mundo rural, etiquetado de “conselho das freguesias”.

Ora, uma vez arregimentados todos, todos, todos (até o tresmalhado José Gomes Fernandes) sentimos aqui a falta de João Pimpão. Imperdoável. 

7 de julho de 2024

Coisas de cidade de província perdida no tempo

Não tinha que ser assim, mas infelizmente é: Pombal - cidade província – tem uma propensão natural para a parolagem. Mas se já nos chegava e sobrava a nossa, porquê atrair e fomentar a alheia?!


28 de junho de 2024

AM – a realidade estava guardada para o fim

A política pombalense caiu numa pasmaceira completa, pavorosamente monótona e desajeitadamente insípida, que desinteressa até aos mais interessados. Num ápice, passámos do mais maçante despotismo para o mais estéril desportivismo, protagonizado por criaturas que não nos representam, nos não conhecem nem nos querem conhecer, receosos de que os conheçamos a eles(as).

As reuniões da “Junta” - executivo municipal – tornaram-se intelectualmente insuportáveis, com figurantes protegidos por um pacto de “não-agressão” que só beneficia o fraco poder. As reuniões da Assembleia Municipal deslizam penosamente para verdadeiros exemplares de assembleias de freguesia, monopolizadas pelos presidentes de junta - coisa nunca vista nesta terra e em terra alguma. Resultado de uma maioria desinteressada e de uma minoria debilitada; de onde só sobressaem os Pimpões, mais pelos modos e tom que pelo resto. 

Mas a realidade é áspera, nomeadamente para mentes balofas. O dotor Pimpão pode continuar imerso na bolha mediática que ele próprio criou e insufla, iludido pelo efeito mágico das festas e eventos, inebriado pelos muitos milhões que sistematicamente apregoa, mas uma coisa é certa: a realidade será sempre a realidade, senão para o iludido, pelo menos para quem a sente.

No meio de tanta banalidade e obscenidade, untada com banha (bajulação) rançosa, ainda surge, de vez em quando, uma voz lúcida, que expõe a realidade, ou parte dela, como deve ser, sem cerimónia nem brandura. Foi o que fez o presidente Humberto, falando sobre o projecto ECO Freguesias, quando afirmou que o executivo prometeu muito mas “em três anos não conseguiu colocar nenhum Ecoponto na freguesia de Almagreira”, e noutras, porque o que interessa é a bandeira - um desleixo, entre muitos, com o essencial.

Sigam as festas, e os eventos.

27 de junho de 2024

Pimpão chuta com o pé que tem mais à mão


 


A primeira página do Região de Leiria desta semana aparece nas bancas travestida de caderneta de cromos. Em primeiro plano, o nosso Super Pimpão. 

Ainda embriagado pelo sucesso da Pombal Cup (que teve a proeza de colocar até um antigo adversário como Aníbal Cardona a tecer loas ao folclore 'desportivo' que gostamos de pagar aos outros), mal refeito do fogo de artifício e de mais uma festa, em que até finos tirou, o nosso autarca é a estrela maior da reportagem do RL com uma mão cheia de presidentes. Foi ele o escolhido para capa. E vejam só, a ironia: Pombal não é capa de jornal pelo inauguração de um qualquer equipamento (cultural, desportivo, turístico). Não é capa pela atração de um qualquer investimento que aqui criasse postos de trabalho e fixasse emprego. Tão pouco pela mudança de qualquer paradigma. É capa porque o presidente da câmara dá chutos na bola. Máquina. Campeão. 

Espreitando a Assembleia Municipal desta tarde, é muito óbvia a realidade paralela em que estamos a viver no Largo do Cardal. Pimpão disse a da altura que só lhe dá vontade de rir. Que Deus ta conserve Pedro. A nós dá-nos muitas vezes vontade de chorar. Mas depois de assistirmos ao notório ambiente de cortar à faca que perpassa da expressão das vereadoras, e sobretudo aos olhares da vereadora Isabel Marto...retiramo-nos de fininho. 

20 de junho de 2024

A bola de sabão rebentou

Ontem abordei, aqui, a formação da última bola de sabão da política pombalense. 

Hoje comunico-vos que a bola de sabão rebentou. Não como a "justificação" apresenta o patético episódio, mas como aqui foi descrito.



Os justificativos soam-nos aos ouvidos como badaladas de um dobre de finados.

Do néscio episódio não virá mal nenhum à terra.  

Enterrem-se as ilusões e as misérias. Paz às suas almas.