Faleceu o José Ferreira Pimpão dos Santos. Muitos já sabem da notícia (porque era pai do presidente da Câmara e o anúncio de falecimento foi divulgado). Mas a maioria não sabe quem foi para Pombal Pimpão dos Santos - e importa saber.
Ontem morreu o Pimpão. O homem que entre o final dos anos 80 e princípio dos anos 90 deixou uma marca importante na rádio e na imprensa desta terra, primeiro no departamento de informação do Rádio Clube de Pombal, depois quando fundou O Correio de Pombal. Quem chegou há poucos anos ao espaço público talvez não imagine o que foi essa revolução feita por ele, e da qual tive a sorte de participar. O Pimpão dos Santos rompeu com décadas de quinzenários em tom morno e arriscou criar um semanário, que ainda por cima confrontava o poder - o que até então nunca acontecera. Fez o melhor que sabia, foi muitas vezes além do que podia, com (muito) prejuízo da sua vida pessoal. Desentendemo-nos algumas vezes, como acontecia nas Redacções. Mas saldámos sempre todas as nossas contas.
O Rodrigues Marques costumava dizer que ele vivia a meio metro do chão. Sei hoje que foi esse lado sonhador que lhe permitiu oferecer à terra um jornal livre, durante uns anos. Guardo um milhão de histórias vividas com ele a partir do 3º andar da Rua de Ansião, primeiro, e do 1º andar da avenida Heróis do Ultramar. Das reportagens que eram quase sempre aventuras. Da amizade que ficou para sempre. Percebi que já cá não estava há semanas, quando o vi, depois dos incêndios, e não me reconheceu. Para mim, será inesquecível.
Obrigada por tudo, Pimpão.
Ao João, ao Pedro e ao Nando, um sentido abraço.