30 de junho de 2009

UM HOMEM




Eis, um homem. Faleceu em 1969. Quarenta anos volvidos sobre o seu desaparecimento físico, a sua obra e personalidade continua mergulhada num profundo e lamentável esquecimento. Médico de formação e crítico literário, ensaísta com títulos tão determinantes como:Fernando Pessoa, Poeta da Hora Absurda,Ensaios de Domingo. Colaborou em jornais tão imporantes como, Diabo, o Sol Nascente, Vértice e o Diário de Lisboa. Resistente anti-fascista. Membro da comissão central da organização de juventude do Movimento de Unidade Democrática (o MUD Juvenil). Organizadordo 1º e 2º Congresso Republicano de Aveiro ( 1957, 1969 ). O meu primeiro contacto, com a sua obra foi em Vermoil através da Biblioteca Itinerante da F. Calouste Gulbenkian, e desde aí nunca deixei de reler os seus escritos e ensaios literários. Mas, o seu escrito que mais me impressionou foi esta carta-testamento. Admirável. Aqui vos deixo....






Carta-testamento



Esta carta foi deixada por M. Sacramento em envelope fechado com a indicação «Para ser aberto quando eu morrer» e assinado o envelope com a indicação «Escrito em 7-4-1967»


Caramulo,
Pousada de S. Lourenço,
7 de Abril de 1967

Aos mais adiados...

Vai sendo tempo de escrever uma carta de despedida! A velha carcaça é já uma ruína nítida. A somar às cicatrizes das lesões pulmonares que tive, há bronquiectasias e zonas de enfisema do impossível fumador que sou, as quais hão-de vir a resultar num coração pulmonar. A tensão mínima já começa a ressentir-se disso. O rim deita vestígios acentuados de albumina e cilindros. E o estômago tem qualquer coisa que um destes dias hei-de averiguar... Como não posso nem devo emagrecer excessivamente — são os próprios colegas que mo dizem —, dado o perigo de reactivação das antigas lesões bacilares, o peso é também um contra. E, como deixar de fumar, nesta idade, além de ser um sacrifício inglório que me roubaria um dos poucos apegos concretos que ainda tenho à vida, seria levar-me a engordar ainda mais, o balanço é portanto muito nítido. Quantos anos? Depois dos cinquenta acaba-se, estou convencido. Mais erro, menos erro, a média deve ser essa.

Começo por isso a ter pressa de fazer umas tantas coisas que reservei para a fase final, quando a terrível batalha que travei na sobrevivência contra o fascismo me deixasse, à margem desta profissão cujas dificuldades e condicionamentos económicas, sociais e políticos liquidaram tantos dos meus sonhos, margem para isso. Espero roubar, sempre que possa, alguns dias à labuta e à engrenagem diária e isolar-me, como agora fiz, para escrever qualquer coisa de mais íntimo. Para o romance cíclico que trago há tantos anos na cabeça, não chegará o tempo, decerto. E é melhor assim, pois evito uma desilusão e sempre morrerei com o arzinho angustiado de vítima dum mau destino, o que é chique, como diria o Eça...

Antes de tudo, impõe-se, porém, que escreva estas singelas palavras. Quem pode afiançar-me que não vou acabar hemiplégico e afásico, como minha Mãe? Deixa aqui, então, o que depois não poderás!

Deixar cheira a testamento. E eu, que deixe, só tenho o corpo. Por mais que fizesse, por mais que me fizessem, disso é que nunca consegui ser espoliado! E, como é com ele que me avenho nas noites de insónia e nas porfias diárias, é justo que lhe dedique, ao menos, um pensamento em vida. E não o legue aos cães... Pois não equivaleria a isso estar a ver-me, daqui, de barba feita a posteriori, sapatos engraxados, fato de ver a Deus, a apresentar as minhas despedidas, muito formalizado, de dentro da cabine - especial? Como não tenciono ir para parte nenhuma, metam-me como eu estiver no caixote mais barato que encontrem e devolvam-me os restos à terra. A terra sabe lavar-se. E não há nada como um cadáver «limpo» para marcar um limite.

Se morresse em localidade com forno crematório, não desgostava disso, se não fosse caro. E, por falar em caro: não sei se a terra será o mais barato para o caso, - ó contradições do capitalismo! E, como isto de morrer também «custa» aos outros, há que prevê-lo. A família tem uma pirâmide egípcia em Ílhavo. Embora eu esteja farto de conhecer prisões em vida, como nessa altura quem terá de aguentar isso é «o outro», não me oponho a ir para lá, se for mais económico ou mais fácil de arrumar. Não faço questões nenhumas com a morte... Ela nega-me, e é tudo. A grande magana!

Não, o motivo fundamental desta carta é outro. Aceitei dialogar, nestes últimos tempos, com os católicos. Se tivesse nascido num país protestante ou árabe ou budista, tê-lo-ia feito com esses. Pois do que se tratava — se trata, ó morto-vivo!, ainda não acabaste! — era, é de dialogar com os progressistas e, sobretudo, com o povo, directa ou indirectamente. Não há-de faltar contudo — sempre assim foi, ó alminhas santas! — quem procure fazer sujeira com isso e aproveitar-se duma ambiguidade que surja para me denegrir a memória. Se a minha Mulher ainda estiver viva — ela tem sido boa companheira! Não haverá problemas com isso, estou convencido. E o mesmo se dará se os filhos estiverem atentos: eles têm carácter. Mas quem pode prever tudo? Não que eu faça grande questão do meu bom nome: estou-me nas tintas para ele, depois de morto. Mas, além dele pertencer aos meus companheiros de jornada. E, que diabo, se passei tantos maus bocados por eles, em vida, é porque considerei que era esse o meu destino. E um homem tem o direito de o defender, mesmo depois de morto!

Fica portanto entendido que sou ateu e como ateu devo ser enterrado. Em vez dum pano preto, ponham um paninho vermelho no caixote, se puderem. E usem luto vermelho, se algum quiserem usar...

Mesmo que eu ficasse pílulas ou sugestionável à hora da morte, isso não modificaria ser esta a minha opinião responsável. É esta, por conseguinte, a única válida.

Claro está que gostaria de ter sido melhor homem, melhor marido e melhor pai. A perspectiva da morte só tem de positivo fazer-nos pensar assim. Mas o homem é um bicho complicado. E eu tenho a consciência de que pelo menos, me bati sempre comigo mesmo para ser melhor do que poderia ter sido. Fui amigo da família à minha maneira: sem efusões líricas ou rodriguinhos. E, se não fiz mais por ela, foi porque não pude, tanto no sentido social como psicológico do verbo. A prova de que o meu desejo era ser bom marido e bom pai está no muito que li, pensei e escrevi sobre isso. Sejam os Filhos melhores do que eu pude — foi sempre esse o meu sentido de missão.

Nasci e vivi num mundo de inferno. Há dezenas de anos que sofro, na minha carne e no meu espírito, o fascismo. Recebi dele perseguições de toda a ordem — físicas, económicas, profissionais, intelectuais, morais.

Mas, que não as tivesse sofrido, o meu dever era combatê-lo. O fascismo é o fim da pré-história do homem. E procede, por isso, como um gangster encurralado. Fiz o que pude para me libertar, e aos outros, dele. É essa a única herança que deixo aos meus Filhos e aos meus Companheiros. Acabem a obra! Derrubem o fascismo, se nós não o pudermos fazer antes! Instaurem uma sociedade humana! Promovam o socialismo, mas promovam-no cientificamente, sem dogmatismos sectários, sem radicalismos pequeno-burgueses! Aprendam com os erros do passado. E lembrem-se de que nós, os mortos, iremos, nisso, ao vosso lado!

Não veremos o que quisemos, mas quisemos o que vimos. E este querer é um imperativo histórico. Há milhões de mortos a dizer-vos: avante!

Para a Mulher, um abraço, simples e esquivo como eu sempre fui. Para os Filhos, um beijo, frio e recalcado como eu sempre lhes dei. Para todos, um afecto. Quem tinha tão pouco que dar a tantos, teve de ser avaro... Mas morre convencido de que não guardou nada para si. Ou de que teve, pelo menos, essa intenção.

Façam o mundo melhor, ouviram? Não me obriguem a voltar cá!



Mário Sacramento

29 de junho de 2009

Tá-se bem, dama(s)

1. Desta vez não foi o meu filho a usar a expressão, no esplendor dos seus quase dez anos. Foi mesmo a Rádio Cardal, a propósito da notícia das três mulheres que (obrigatoriamente) pelos vistos vão integrar a lista de Narciso Mota. Das três - Fernanda Duarte, Paula Silva e Elisabete João - só conheço a última. Fazendo fé nos critérios do engenheiro, devem ser competentes, cada uma à sua maneira.
É verdade que o distinto autarca [elegante que ele anda, que bem o vi, fatinho cinza-prata e gravata vermelha (!) num evento social em Leiria] não perdeu a capacidade de nos surpreender, caso se confirme a inclusão das duas primeiras. Era sabido que pairava no ar a preocupação de encontrar para o sexto lugar uma mulher com determinado perfil, disposta a renunciar ao mandato (assim se explicam as ausências das hipóteses Isabel Gonçalves e Teresa Monteiro).

2. Não se sade nada de Adelino Mendes e da sua lista. Das duas uma: ou está o segredo muito bem guardado ou ainda não tem.

3. Tenho curiosidade em saber quem é que vai acompanhar Alcides Simões. E já agora Adelino Leitão, coisa que me interessa particularmente.

4. O Bloco de Esquerda pondera apresentar candidatura. Falta-lhe um/a cabeça de lista. Pode ser uma mulher, que não Maria Luís Brites. Aguardemos.

A CRISE É SÓ PARA ALGUNS.

Este post, colocado em http://ocastendo.blogs.sapo.pt/, não me surpreendeu de todo. Mais uma vez fica demonstrado que a crise ao mesmo tempo que gera pobreza, serve também para enriquecer os mesmos de sempre.

" Os 5 principais administradores do grupo VW viram as suas remunerações anuais aumentadas de 16,5 milhões € para 45,4 milhões €, o que representa um aumento de 175% em comparação com os 5,8% que os trabalhadores da Autoeuropa terão para os próximos 2 anos?

A VW pôs à disposição da fábrica portuguesa 541 milhões €?


Mais recentemente, foi anunciado pelo governo português o chamado Plano de Apoio ao Sector Automóvel (PASA)? Este plano contempla um total de 900 milhões € para atribuir às empresas do sector para que estas enfrentem as dificuldades da crise económica, através de acções de formação que podem decorrer durante um ano e que garantem os salários por inteiro aos trabalhadores. Não esquecer inclusivamente o próprio empenho de responsáveis da Autoeuropa na elaboração deste plano em conjunto com o governo.


Segundo notícias surgidas na comunicação social, a recente reunião anual de accionistas da Volkswagem decidiu aumentar os dividendos em relação ao ano de 2007? Assim, referente ao ano de 2008 foram distribuídos mais de 700 milhões de euros.


As remunerações dos trabalhadores representam 5% (cinco por cento) dos custos do produto final?


As remunerações ao sábado representam 0,0«qualquer coisa» dos custos do produto final?

A realidade é uma «chata», não é?"

27 de junho de 2009

Eleições (actualizado)

Autárquicas no dia 11 de Outubro. Hoje saber-se-á quando serão as Legislativas. Aposto que, por todos os motivos (sejam eles políticos, patrimoniais, estratégicos, tácticos ou de simples gosto), as eleições coincidirão. Se assim for, e atendendo a que os eleitores não só não são estúpidos como têm dado provas de bom senso, eleva-se o nível de desafio para quem se apresenta a votos. Por esses motivos, nada contra. A exigência e a responsabilização são partes inalienáveis da Democracia.

Perdi a aposta. Mas mantenho que não teria sido pior.

Também publicado na minha outra casa.

26 de junho de 2009

Carta ao Adelino Leitão (meu caro amigo)

Meu caro amigo eu bem queria te escrever/mas o Correio andou arisco... (podes pôr a música do Chico a tocar, que eu não me importo)

Leitão, amigo:
Serve o presente post para reclamar a tua presença neste blogue, pois que há mais de um mês não te manifestas sob qualquer forma. Como não pude ir à tertúlia, não tive ocasião de constatar o tal ar pálido e esbranquiçado de que fala o nosso amigo Jorge (que descobri há tempos dlegado da Ordem lá para Lagos, vê bem, que invejoso, não pode ver nada, nem que seja com uns anos de atraso), mas acredito na autenticidade das palavras, mesmo tratando-se de um advogado. Não devia, eu sei, mas temos de ser uns para os outros.
Pois que nada sei de ti, nem da tua campanha e/ou candidatura, e gostava de saber, provável que é, desta vez, a tua urgente eleição para a Assembleia Municipal.
Correm notícias pelo éter que carecem de confirmação, por isso espero pelo teu regresso para dar conta se continuo ou não a jogar no euromilhões.

Recebe saudações desta camarada, com votos de rápidas melhoras.

25 de junho de 2009

Centro demográfico de Portugal


No último número (o 157) da revista "Gazeta de Matemática", foi publicado um artigo da autoria do meu colega João Queiró intitulado "A Demanda do Centro de Portugal". Nesse artigo, o autor prova que o centro geográfico, ou geométrico, de Portugal (excluindo as ilhas) fica "entre as povoações de Arganil e Amêndoa, no concelho de Mação, distrito de Santarém", não muito longe (mas não coincidente) com o pico da Melriça, Vila de Rei. Este facto é mais ou menos conhecido.

O que também é curioso nesse artigo é que o autor prova que, de acordo com o censo de 2001, o centro demográfico de Portugal fica "cerca de 30 km a su-sueste de Coimbra, na fronteira entre os concelhos de Soure e Pombal". Olhando para o mapa que ilustra o artigo, pode ver-se que o centro demográfico de Portugal fica muito próximo de Pousadas Vedras, algures no triângulo Pousadas Vedras-Sabugueiro-Malavenda.


Enquanto o centro geográfico está fixo, o centro demográfico tem mudado. Em 1864 encontrava-se "perto de S. Miguel de Poiares, cerca de 17 km a leste de Coimbra". Depois moveu-se lentamente para sul e um pouco para oeste, até 1930, altura em que o movimento passou a ser para oeste." Mantendo-se a tendência, em 2011 iremos provavelmente assistir à sua chegada ao nosso concelho.

23 de junho de 2009

Eu é que sou o presidente da junta!

Soube do episódio ainda no domingo. Agora que está transformado em notícia, é digno de ser lido. E cada um que tire daqui as suas "inalações", como dizia um político meu conhecido, daqueles que já não se fazem. E quando percebi que também lá estava António Calvete, não pude deixar de sorrir para dentro. Lembro-o há anos, no palco da colectividade da minha aldeia - que até integra a mesma freguesia do Louriçal que a de Cavadas - em plena campanha eleitoral, com uma frase/slogan memorável: "Se tens juízo não votes no Narciso". Estou em crer que por essa altura andava o Manuel Jordão Gonçalves a fazer campanha pelo dito. As voltas que a vida dá.

Autarca do Louriçal 'silenciado' em almoço da associação das Cavadas

A direcção da colectividade das Cavadas não chamou o presidente da Junta de Freguesia do Louriçal a intervir durante um almoço de confraternização. O autarca é socialista e o dirigente é agora do PSD.
O presidente da Junta de Freguesia do Louriçal foi ignorado pela Direcção do Grupo Desportivo, Cultural e Recreativo das Cavadas, durante o almoço de confraternização referente à inauguração das obras de melhoramento das instalações daquela colectividade.
Manuel Jordão Gonçalves, eleito pelo Partido Socialista, não foi convidado a intervir perante a mais de centena e meia de pessoas que encheram por completo o salão da colectividade. Ao contrário do que aconteceu com o presidente da Câmara Municipal de Pombal, o social-democrata Narciso Mota.
Em declarações à Rádio Cardal, o presidente da Direcção da colectividade das Cavadas, refere que no seu entender “não se justificava chamá-lo ao palco para usar da palavra” acrescentando que “”tudo o que tinha sido feito, tinha sido dito, portanto não se justificava, apenas essa a razão”.
Adelino Oliveira, anterior autarca socialista e que agora é dado como certo nas listas candidatas pelo Parido Social Democrata, adianta ainda que no seu pensamento “não houve qualquer deselegância” para com o presidente da Junta de Freguesia. Tendo adiantado, ainda, que “um dos motivos” para que tal tivesse ocorrido deve-se ao facto de “durante estes quatro anos de mandato, o presidente da Junta foi convidado muitas vezes a vir à associação das Cavadas e ele apenas ignorou, dizendo que mandava alguém, e não mandou ninguém”.
Uma justificação que Manuel Jordão Gonçalves considera ser “perfeitamente absurda”. “Quando eu próprio não podia estar, sempre me fiz representar nos locais para os quais fui convidado”, diz o autarca acrescentando que “só se justifica isso pela sua [Adelino Oliveira] envolvência na candidatura do PSD”.
Para o autarca “era legítima e até natural que o presidente da Junta fosse chamado a dirigir umas palavras às pessoas que o elegeram, até como principal responsável pela freguesia”.
Manuel Jordão Gonçalves considera, ainda, que aquela iniciativa promovida pela colectividade teve “fins políticos” e que “foi feito para enganar a população das Cavadas”. O autarca estranha a presença do dado como certo candidato à Junta pelo PSD, José Neves, bem como dos seus apoiantes Rui Calvete e António Calvete.
Para Manuel Jordão, se José Neves estaria como membro da Assembleia de Freguesia, “deviam ter sido também convidados os restantes membros, principalmente a presidente da Assembleia”. E se os empresários Rui Calvete e António Calvete foram convidados como beneméritos da colectividade, “também outros beneméritos o deveriam ter sido e não foram”.

22 de junho de 2009

Apologia do anónimo


"Há quem não entenda que a escrita nas caixas de comentários é um género literário inteiramente distinto do post, pelo que não pode ser avaliada pelos mesmo critérios.

Se eu afirmo taxativamente numa caixa que o Zizek não produziu nada que valha a pena ser lido, isto é prosa de alto calibre. Se alguém me denuncia por nunca ter lido nada desse autor, a reacção é supimpa. Se eu treplico que li mais do que o Zizek, que entrega à mulher a dias as provas dos seus livros para revisão, isto aproxima-se do génio.

Por regra, nas caixas não há argumentos, há interjeições: "Apoiado", "Cala a boca, ó palhaço", "Vai-te...", "O pm é vigarista", "O que tu queres sei eu!", ou algo similar. Há quem desvalorize esta forma de expressão. Há quem se indigne com isto. Há quem sonhe com o dia em que o último comentador será enforcado com as tripas do último blogger.

O mundo é injusto, por isso não tenho esperança que algum dia seja atribuído um Nobel a um comentador de caixa de blogue. Mas temos que reconhecer que há, neste género, autores inesquecíveis. Por exemplo, a zazie, o ac4117 ou o bzidroglio. E então o anónimo, senhores, o anónimo!

Digam o que disserem, o anónimo é o mais admirável ornamento da blogoesfera, o verdadeiro soldado desconhecido da guerra das ideias, sem cujo manso sacrifício nenhuma batalha poderia ser travada, muito menos vencida.

Certa vez topei com um post que gerara 138 comentários, a grande maioria assinados pelo tal anónimo. Pensem bem: 138 comentários! Quanto esforço, quanta convicção, quanta argúcia, quanta persistência, quanta toleima, quanto desvario empregues na confecção de 138 comentários, sem sequer, no final da linha, a compensação dos míticos quinze minutos de fama.

Heróis do nosso tempo, silenciosos e ignorados heróis do nosso tempo, é isso que os comentadores das caixas dos blogues verdadeiramente são. Para todos, um grande bem-hajam."


João Pinto e Castro, "Pensar dentro da caixa", in Jugular, 3 de Julho de 2008

Uma questão comtemporânea

É sempre bom percebermos que não estamos sozinhos no mundo. Rejubilei ontem (como sempre) com o episódio dos Contemporâneos. Ide ver, quem perdeu.

18 de junho de 2009

Ecos de uma intervenção imprópria

Ou como quem representa Pombal é visto a nível nacional. Felizmente que ainda há quem não tome a árvore pela floresta. Só é pena não se ter escalpelizado a perigosa relação blogger-pedofilia-homossexualidade.

16 de junho de 2009

Uma boa notícia

A declaração de Impacte Ambiental desfavorável ao centro comercial Go!Shopping é claramente uma boa noticia para a cidade e também para o concelho.
Pombal e os pombalenses precisam muito de boas notícias. Mas temos que as procurar.

Farpas ao vivo

Com tertúlia, comes e bebes.
O mordomo, por todas as razões e com total autonomia, é o Rodrigues Marques.
Esperamos instruções.

14 de junho de 2009

Lá vai a marcha...


Não sei do que tenho mais saudades: se de morder a língua para não me desmanchar a rir com a figura do Nel Monteiro (esse ícone da música portuguesa que tinha aquele mórbido teledisco da mãe, tu partiste e não voltaste, em que cantava com uma coroa de flores), se de ver o engº Marques a desfilar na avenida.


Seja como for, continuo a gostar dos santos populares e das marchas em particular. Este ano não pude assistir ao desfile no largo da Biblioteca mas fui fazer o gosto à vista a Santo António, ali ao lado do Louriçal, num arraial à maneira que voltou a receber marchantes residentes e convidados. E quase me emocionei quando vi os meninos lá da minha aldeia, tão bem ensinados, a cantarolarem uma letra que eu escrevi há tantos anos, daquelas que julguei ter-se perdido no tempo e no espaço. Pelos vistos alguém a encontrou e lhe deu vida outra vez, agora com direito a música original.

O regresso da aldeia de Santo António às lides faz-nos aceditar que, num destes dias, pode ser o bairro Agorreta a seguir-lhe o exemplo. Já cá não está o enfº Campos para repor essa falha, e também por isso seria uma homenagem à altura para o homem que tanto deu de si às marchas e a Pombal.

13 de junho de 2009

Propaganda baixa

Os dirigentes do PSD, nomeadamente o chefe da propaganda e o “estratega”, tudo têm feito para passar a ideia de que os resultados das eleições autárquicas estão decididos. Segundo eles, o PSD vai esmagar a concorrência, o PS. Sinceramente, não sei aonde é que vão buscar tanta convicção.
O PSD esteve durante os últimos anos mergulhado em guerrilhas internas e na câmara. No executivo camarário teve um desempenho paupérrimo: não cumpriu a esmagadora maioria das promessas eleitorais, não realizou nenhuma obra relevante e teve um mandato manchado por irregularidades e escândalos.
As irregularidades são tantas e de tal gravidade que, a serem investigadas pelas autoridades judiciais, darão, provavelmente, condenações e percas de mandato.
Será, então, que os dirigentes do PSD acreditam na vitória? Talvez!
Bem sei (sabemos) que tudo é possível. E em eleições autárquicas, estamos fartos de ver coisas aberrantes: Felgueiras, Gondomar, Oeiras, Marco de Canavezes, etc., etc., etc.
Coisas que dão que pensar!

10 de junho de 2009

As palavras dos outros

"Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus melhores. O exemplo dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo "ethos" deveria ser o de servir.

Dê-se o exemplo e esse gesto será fértil! Não vale a pena, para usar uma frase feita, dar "sinais de esperança" ou "mensagens de confiança". Quem assim age, tem apenas a fórmula e a retórica. Dê-se o exemplo de um poder firme, mas flexível, e a democracia melhorará. Dê-se o exemplo de honestidade e verdade, e a corrupção diminuirá. Dê-se o exemplo de tratamento humano e justo e a crispação reduzir-se-á. Dê-se o exemplo de trabalho, de poupança e de investimento e a economia sentirá os seus efeitos.

Políticos, empresários, sindicalistas e funcionários: tenham consciência de que, em tempos de excesso de informação e de propaganda, as vossas palavras são cada vez mais vazias e inúteis e de que o vosso exemplo é cada vez mais decisivo. Se tiverem consideração por quem trabalha, poderão melhor atravessar as crises. Se forem verdadeiros, serão respeitados, mesmo em tempos difíceis. Em momentos de crise económica, de abaixamento dos critérios morais no exercício de funções empresariais ou políticas, o bom exemplo pode ser a chave, não para as soluções milagrosas, mas para o esforço de recuperação do país."

António Barreto, discurso do 10 de Junho.

Palavras, é certo, mas que relembram aquilo que tantos tentam fazer esquecer.

9 de junho de 2009

Fora da Lei



Sistematicamente fora da lei, com a conivência das autoridades.
Depois não se admirem com as consequências…

A Abstenção

A abstenção é um fenómeno eleitoral perfeitamente normal. Sabe-se que a dimensão da abstenção varia em função da relevância do que está em jogo. Não compreendo a histeria intelectualoide de muitos políticos e comentadores com o nível de abstenção nas eleições europeias. Estava alguma coisa em jogo, a não ser o partido? Acho que não. Por isso, tivemos, quase exclusivamente, voto militante e uns resquícios de voto de protesto.
Logo, não percam tempo a censurar os que não quiseram ir votar. Eles aparecerão para votar quando alguma coisa de relevante estiver em jogo. São eles que decidem as eleições importantes. E riem-se daqueles que os criticam e os censuram.

Ainda as análises...

Desde as primeiras eleições europeias (1987) que os partidos do centrão têm concentrado a votação: começou nos 60% e chegou nas últimas aos 77%. Nestas, caíram para 58%, havendo que ter em conta os 6% de eleitores que fizeram questão de votar em branco ou nulo (a abstenção foi elevadíssima, mas digamos que essa variável já era expectável, restava era saber o número exacto). Este cenário que poucas vezes se viu (apenas 1985, em legislativas, em que o fenómeno PRD arrecadou quase 20% dos votos), levanta questões sobre o que poderá acontecer em Setembro. Para que fique bem claro, afasto qualquer espectro de ingovernabilidade nem acho que esse argumento seja utilizável fora do discurso partidário e em campanha. O que parece ser de considerar é que a maioria dos eleitores desconfia do "seu" centrão. "Parece" apenas porque as Europeias são eleições diferentes, em que o voto de protesto pode ser utilizado com maior à vontade. Quer isto dizer que duvido que a soma dos dois maiores partidos seja inferior a 60% nas próximas eleições. Duvido, mas não só não tenho certezas como muitas vezes até me engano. No entanto, não querer retirar ilações de todos os resultados de Domingo, parece-me mais que má táctica, uma péssima estratégia.

8 de junho de 2009

Eleições Europeias: leitura local

Se os resultados das eleições europeias não são transportáveis para as legislativas muito menos o serão para as autárquicas. No entanto, podem ser muito úteis para retirar algumas ilações da realidade socio-política local.
Os resultados mostram-nos duas realidades distintas: a cidade e as freguesias.
Na cidade, há hoje um empate entre as forças de esquerda (PS+BE+CDU) e de direita (PSD+CDS). Nas freguesias, existe um domínio, quase total, do PSD.
O PS não existe nas freguesias, o que é muito preocupante para quem quer conquistar a câmara. O partido, os seus dirigentes, nunca quiseram olhar seriamente para isto. É sempre mais fácil culpar os outros. Mas o problema não está no povo, está sempre nos partidos e nos seus dirigentes.

Eleições Europeias: leitura nacional

O PS perdeu as eleições por culpa própria. A lista era fraca e não tinha um plano de comunicação adequado ao que estava em jogo nem uma mensagem política clara, ziguezagueou entre querer discutir a Europa e atacar o PSD.
O PSD, o BE, o PCP e o CDS ganharam! Pouco, mas ganharam. Por isso, partem todos mais juntos para o próximo combate. Ainda bem, nada pior para a Democracia, para o regime, do que resultados decididos à partida. Mas tão importante como ter vitórias é saber o que fazer com elas.
As próximas eleições centrar-se-ão, obrigatoriamente, nas soluções para a crise e nas soluções para a governabilidade. Terrenos muito difíceis para as lideranças partidárias.
O povo demonstrou, mais uma vez, que para além do senso comum possui algum bom senso. E nos próximos meses vai, de certeza, estar mais atento. Convém, portanto, não confiar muito na demagogia, e não abusar do aparelho.

E ainda...

Quase 12% dos votos não foram nos 5 partidos de 1ª linha. Desses 12%, metade, perto de 230 mil votos (o suficiente para eleger, no mínimo, 1 deputado) foram brancos ou nulos. Ontem praticamente ninguém falou nesses, hoje penso que também não. Não é a única questão, mas é umas das principais questões. Houve muitos portugueses que se deram ao "trabalho" de ir votar mas que tornaram claro que nenhuma das alternativas servia. Mostraram o descontentamento com os actores do sistema e não com o sistema em si. Consequências, reacções, sugestões, haverá?

Fora isso, impõe-se que o PS nacional reflicta nestes resultados e perceba que há estilos, escolhas e meios que não resultam. Falo de cabeças-de-lista que são fretes, discursos que são excessivamente maniqueístas e o meios excessivos, inspirados noutras realidades, que afastam mais do que atraem. Aprender-se-á alguma lição?

7 de junho de 2009

Está tudo normal em Pombal ocidental

Vá, confesso. Quase tinha saudades dos sapatos de berloques, da camisa azul-bebé e da franja ligeiramente grande e bem ao lado, que veste qualquer Jota (SD) que se preze. Davam pulinhos ainda agora na TV, enquanto Paulo Rangel (qual sapo transformado em príncipe) e Manuel Ferreira Leite falavam ao país, quase incrédulos com a vitória que lhes caíu nos braços. Hoje, tal como outras vezes no passado, quer no país, quer aqui em Pombal, não foi o PSD que ganhou. Foi o PS que perdeu. E enquanto os dois grandes se vão esgrimir em argumentos daqui até às legislativas, sobra espaço para registar essa emocionante vitória do Bloco de Esquerda, também em Pombal, coisa ainda mais rara. Porque Pombal até pode parecer um mundo à parte mas não é. Num concelho que bate recordes de abstenção em todos os actos eleitorais, os mais de 73 por cento destas europeias são mais do mesmo. O resto é quase o costume: o PSD e a supremacia, o PS (cada vez mais) envergonhado, o CDS e os fiéis, a CDU e os seus, o BE em ascenção, os brancos cada vez mais, tal como os nulos. Os nulos. Eles andam aí.

Resultados para conferir aqui e aqui.

E para não variar...

Comecei por escrever que "6, quase 7, em cada 10 portugueses não votaram mas todos os partidos optarão pelo "vitória" ou pelo "não é uma derrota". E acrescentei que "tal como na campanha mantém-se, de forma indecorosa, o grau zero da responsabilidade e da responsabilização política". Por isso registo com satisfação que pelo menos o PS não escondeu que perdeu estas eleições, assumindo de forma clara os resultados decepcionantes, embora confesse que não me sinto espantado nem chocado (e não foi apenas devido ao cabeça de lista, mas isso é para outros posts). Mantenho também que perdeu a "indústria" das sondagem. E mantenho ainda que era bom que houvesse consequências regenerativas, principalmente dentro do PS. Para além disso, o grande vencedor da noite é o Bloco. Quanto ao PSD, sendo outro vencedor, ainda será prematuro considerar-se "a" ou "uma" alternativa para Setembro, mas essa luta eleitoral começa amanhã. Volto a lembrar que votaram pouco mais que 3 em cada 10 portugueses. Não é para menorizar resultados, que esses são reais e palpáveis, mas apenas para constatar que há muito para fazer em sede de responsabilização e participação.

5 de junho de 2009

PombalViva: um caso de polícia (II)

Narciso Mota, seguindo o discurso de J. Vila Verde (seu protegido), quer fazer-nos crer, a toda a força, que na PombalViva existiram apenas irregularidades formais, coisas menores e sem relevância, que não representam qualquer prejuízo para a coisa pública. E insiste na falácia de que o Relatório atesta que não houve fraude. É uma rotunda mentira. Mas insistem, insistem, insistem.
Na esperança de que a mentira, dita muitas vezes, se transforme em verdade.

PombalViva: um caso de polícia

Anteontem recebi o Relatório de Auditoria Financeira à PombalViva. Ontem à noite li-o com atenção. Confirma todas as minhas suspeitas e vai mais longe do que esperava no apuramento de irregularidades, muitas e graves, e actos de gestão danosa.
Decididamente, estamos perante um caso de polícia.

PS: Trarei aqui todas as constatações relevantes, mas, por uma questão de respeito pelo órgão, fá-lo-ei após a realização da próxima AM.

Declaração de voto

No próximo Domingo vamos eleger 22 representantes porugueses para o parlamento europeu. Quer votemos quer não, o número de deputados será sempre o mesmo.

A tarefa de escolher em consciência não é fácil nem cómoda. O mais fácil é mesmo não ir votar: "que se lixe, aquilo é tudo a mesma cambada!"; "eu quero lá saber, eles que se amanhem!". Este é porventura o raciocínio da maioria dos eleitores pois,
segundo todos os indicadores, a percentagem da abstenção rondará os 60%, ou seja, três em cada 5 eleitores irá declinar a tarefa de eleger os seus representantes, aceitando a decisão de uma minoria. O nosso país é visto na Europa como um país onde os cidadãos têm pouca consciência europeia e que aceitam docilmente aquilo que outros lhe queiram impor. É uma casaca que eu me recuso a vestir.

Temos 13 listas: duas listas que, tradicionalmente, elegem muitos deputados, duas que irão eleger menos deputados e as restantes que, pelo que tudo leva a crer, não elegem quaisquer deputados.
Como estas eleições europeias não servem para eleger governos, a questão do voto útil tem, por isso, menos relevância. Considero mesmo que é mais útil votar num partido pequeno que num partido grande. Sem os deputados dos partidos mais pequenos o parlamento ficará mais pobre pois as ideias mais radicais, mais inovadoras estarão ausentes desse importante fórum.

Os políticos são como todos nós. Um são mais superficiais, outros mais vaidosos, outros mais irascíveis, outros mais trabalhadores, uns mais sérios, outros mais vigaristas. Não vale a pena, sobre isso, fazer qualquer drama. O importante sim é sabermos distinguir e votar naquela que consideramos a melhor lista de candidatos. Cada um terá os seus critérios de escolha. Eu tenho os meus. Quero que os meus representantes sejam pessoas sérias, com capacidade e vontade de defender os interesses, não só do país como da Europa, pessoas capazes de arregaçar as mangas e trabalhar, encarando o cargo para que foram eleitas com um espírito de missão e não como uma possibilidade de se pavonear, aproveitando o chorudo ordenado de deputado europeu.


Por isso, no Domingo, caro leitor, não vou deixá-lo decidir por mim. Não é nada de pessoal. Acontece que o voto é um direito cívico que eu não prescindo.

Quem twitta assim não é gago



Será a isto que se chama descer às bases?

3 de junho de 2009

Colégio João de Barros


Foram campeões nacionais de juniores em andebol feminino. Na mesma modalidade, mas no escalão sénior, disputaram a final-four da Taça de Portugal. Têm desenvolvido um trabalho desportivo que é um luxo. E ainda há quem ache que não se justifica um pavilhão desportivo decente nas Meirinhas?

É preciso mudar alguma coisa, para que tudo fique na mesma

Bem me parecia que alguma coisa faltava acertar, para tanta demora na apresentação da candidatura de Narciso Mota. Diz o nosso amigo Marques que é dia 4 de Julho, no Manjar, a que um dia Ofélia Moleiro chamou "ninho de vitória". Compreendo. O dia 4 é emblemático para Narciso e seus discípulos ;)
A fazer fé na notícia da sempre bem informada Rádio Cardal, José Grilo é o cabeça de lista à Assembleia Municipal, e João Coucelo é (de novo) o mandatário.
Quando esta semana avistei José Grilo no funeral de Alves Mateus farejei-lhe ares de candidato.
Entretanto, vou começar a jogar no euromilhões.

2 de junho de 2009

Só neste país

Existe uma enraizada mania nacional que consiste em dizer, por tudo e por nada, mal do país. Como diz Sérgio Godinho no seu mais recente álbum: só neste país é que se diz "só neste país, só neste país".

Este exercício de estilo, aparentemente inofensivo, contribui, em larga medida, para o estado de depressão colectiva em que nos encontramos. Não quero com isto dizer que não existam motivos válidos para justificar a nossa descrença. Existem, não são poucos e alguns deles também me desmotivam e me fazem pensar que não vale a pena acreditar no nosso sucesso como nação. Mas, numa altura de eleições, de consagração de democracia e de exaltação da cidadania participativa, esse exercício deveria ser evitado.

Portugal é um país essencial à construção europeia e tem aí um papel importante a desempenhar. Mas, para isso, temos que acreditar nas nossas capacidades, nos nossos valores e procurar estar no centro de todas as decisões, de forma activa e participante.

Acabei de chegar de uma viagem de trabalho à Suécia e Dinamarca. Em ambos os países encontrei grande indiferença em relação à campanha eleitoral. Não vi cartazes nem pessoas empenhadas em discutir a Europa; nas televisões falou-se mais sobre a Susan Boyle (não ganhou, coitadinha…) que nas eleições do dia 7. Os nórdicos podem até ser mais cultos, organizados e loiros que nós mas não têm a nossa paixão, a nossa imaginação (conseguimos ver no Vital Moreira o elo perdido que liga o Gepeto ao Avô Cantigas), o nosso espírito inventivo e de desenrasque.

A riqueza da Europa está nessa multiculturalidade e é nisso que eu acredito.