30 de março de 2022

O estado comatoso da oposição

Ontem, um ex-dirigente e ideólogo do PS afirmava na televisão (CNN) que a oposição estava em estado comatoso; e acrescentava que se a oposição fosse uma empresa já teria sido liquidada. A oponente no debate condescendeu; acrescentando, no entanto, que, apesar de tudo, à direita ainda existiam duas forças políticas com alguma vitalidade (insuflada pelos recentes resultados eleitorais). Se a nível nacional, o estado da oposição é comatoso, o que diria ele - e se poderá dizer - dela no nosso Pombal? 



Primeiro, uma constatação óbvia: a oposição local está reduzida ao mirrado PS. Com o resto (o pó dela) não vale a pena gastar palavras; e até com o enfermo PS é discutível que se deva perder tempo e energia.

O PS local é um partido que não sabe o que é, para que serve, nem o que fazer. Vive estilhaçado pela intriga e pela falsidade no mais terrível dos abismos: o abismo do vácuo e da desconfiança. 

De um lado, temos uma parelha assapada ao cadáver, sentada unicamente na legitimidade formal; ou seja, na legitimidade imoral; ou seja, na ilegitimidade. No mandato anterior contentava-se com o estatuto de ramo de enfeite do poder absoluto. Mas agora, com o profeta da boa-vontade, já pensa que subiu de estatuto, e já espera de bico aberto como filhotes de gralha no ninho, para ver que guloseima lhes calha. São figurantes que há muito desistiram de (tentar) conquistar o poder, e que para além de não terem percebido nada do povo, tratam-no com desprezo abominável. 

Do outro, temos um grupeto sem senso e sem norte, que, por não saber para onde vai nem com quem deve ir, a todo o momento se interroga se deve acelerar ou travar, atacar ou capitular. No fundo, procura avidamente uma batalha indefinida que nunca se travará. 

Neste marasmo doentio, temos que suportar o pior de dois mundos: o voluntarismo histérico do profeta da boa-vontade e o angustiante imobilismo letárgico do que resta da chamada oposição.

29 de março de 2022

O Multiusos do Oeste?

É conhecida a nossa herança de Infraestruturas subaproveitadas no Concelho.

Foram 20 anos de Narciso a investir em salões que pertencem a colectividades mas pagas ou co-financiadas pelo orçamento do município, que passados alguns anos, se encontram ao abandono ou praticamente sem uso produtivo.

É justo que, apesar da propriedade ser hoje privada e registada nas nossas colectividades, seja disponibilizada para outros fins, nomeadamente 1) a reconversão para habitação acessível para jovens que pretendem iniciar família ou emancipar-se mas que não conseguem crédito e/ou não conseguem pagar as rendas especuladas e 2) uma utilização mais vasta e aberta e não exclusiva da colectividade em causa.

A Associação do Carriço possuiu um desses imóveis de imenso valor e numa localização junto à N109.

Defendo que a localização natural no Oeste de um centro de desportos que permita a prática de desporto de várias modalidades e que possa também atrair eventos de nível nacional, como é exemplo a expo centro ou o novo multiusos em Cortes no município de Leiria, seja junto à escola sede do Agrupamento de Escolas da Guia,  no entanto, havendo um equipamento no Carriço que pode ser adaptado com menor investimento este possa ser considerado como uma solução urgente de curto prazo enquanto se planeia uma solução mais consistente que demorará anos a concluir.

Esta solução de curto prazo pode e deve ser colocada ao serviço do Município. Seguramente que haveria abertura da Associação para tratar do protocolo.


 

28 de março de 2022

Fazer umas coisas...



O mundo do trabalho (mas também o do associativismo) tem mudado de forma radical nos últimos tempos. Essa mudança encontra-se alavancada numa nova forma de planear a ação das organizações (qualquer que seja a sua tipologia) assente no desenho e implementação de projetos, sobretudo pela forma como tal possibilita o acesso a fundos da União Europeia.
Quando um avaliador de candidaturas recebe uma dessas propostas, começará por se focar na análise de necessidades efetuada localmente, na definição de objetivos que dela decorre e no alinhamento destes com as atividades propostas. Posteriormente, atentará no potencial de impacto nas pessoas e nas organizações e as formas de avaliar e de monitorizar os resultados.
Neste processo, cabe ao avaliador distinguir um verdadeiro projeto, com significado para o seu público-alvo, de um conjunto de atividades soltas a que poderíamos chamar "fazer umas coisas..." O primeiro decorre de uma verdadeira planificação e de uma visão clara do que se entende vital e verdadeirame te transformador. O segundo costuma ser falta de preparação misturada, por vezes, com arrogância e incapacidade de escutar sugestões que sigam em sentido contrário.
A Resolução 66/281 adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a 28 de junho de 2012 sugere aos Estados-Membro a comemoração do Dia Internacional da Felicidade a 20 de março, através de atividades de educação e de conscientização públicas. Essas atividades, deveriam contribuir para a inclusão, a equidade, a sustentabilidade, a erradicação da pobreza, de modo a promover a Felicidade e o Bem-Estar de todas as Pessoas.
O que aconteceu em Pombal recentemente foi mais uma prova de que estamos no ponto de "fazer umas coisas" para colocar nas redes sociais, de modo a garantir que tudo fica na mesma, que quem está bem continua bem e quem está mal fica cada vez pior. As necessidades locais estão bem identificadas. O problema é que não existe vontade, nem capacidade, para se definirem objetivos claros, concretos e mensuráveis (SMART), para se desenharem atividades alinhadas com esses objetivos nem com as necessidades do público-alvo. Não se envolvem parceiros que sejam mais-valias (onde ficou a Educação? No pedido de vídeos de legalidade duvidosa aos professores das A.E.C.?), nem se faz uma avaliação estruturada. Em resumo, este tipo de ação não apresenta qualquer potencial de impacto, pelo que se resume unicamente a um desperdício de verbas, sem qualquer retorno para as cidadãs e para os cidadãos.
A um avaliador de projetos caberia a tarefa de reprovar uma candidatura assim desenhada(?). Às e aos munícipes de Pombal pede-se que tomem nota desta e de outras ações semelhantes e que se questionem se foi este o sentido que quiseram ao seu voto.

Luís Gonçalves
(professor)

25 de março de 2022

Somos (des)governados por garotos

Passados poucos meses da tomada de posse do actual executivo municipal, afirmei aqui, várias vezes, que o Pedro é inepto (para a função em que está investido). E quem o acompanha não é melhor, infelizmente. Alguns leitores e munícipes acharam a avaliação injusta, e manifestaram por aqui a sua discordância. O tempo trouxe os factos que o confirmam. Cedo demais, infelizmente.


Mas o problema maior já não é sermos desgovernados por ineptos. É sermos desgovernados por GAROTOS. Hoje, a página do município postou sobre a comitiva municipal (políticos, assessores e respectivos familiares) que foi ao Porto ver a bola, a expensas do município, com uma fotografia do grupo excursionista. Choveram imediatamente comentários muito críticos sobre o risível acto. Também quis fazer um comentário, mas naquele momento o post foi retirado.

A página do município no facebook não é do Pedro, nem do executivo, nem dos seus assessores. É do Município. É nossa. E nós podemos ser desgovernados. Mas, no mínimo, temos que ser respeitados.

Somos desgovernados por GAROTOS. Garotos que não cresceram. Garotos que continuam a comportar-se como o garoto de tenra idade, que, quando o jogo não lhe corria de feição, pegava na bola e ia-se embora.   

A inépcia aceita-se – tem que se aceitar. E a criancice também. O que não se aceita é a criancice em adultos.

Haja vergonha. Já só pedimos isso.

A Excursão ao Porto


 

Menos de oito dias decorridos do passeio à BTL, o Pedro pediu aos amanuenses que contactassem os eleitos da Assembleia Municipal para encher (de novo) o autocarro da Câmara. Desta vez, a ideia era uma ida à bola. Só que, desta vez, a coisa não (lhe) correu de feição: foram muitas as negas que levou, nomeadamente por parte da oposição, e não só. Além disso, como 'gato escaldado de água fria tem medo', o gabinete da propaganda foi comedido nas fotos, excepção feita a um ou outro entusiasta das selfies. Não há, para já, nenhum retrato oficial da comitiva, embora não tenham faltado deputados municipais, presidentes de junta, e até dirigentes de clubes.

Portugal ganhou à Turquia por 3-1.

Adenda: Mal este post chegou à rede, o gabinete da propaganda fez sair a fotografia do grupo. Um momento ternurento, em que presidente e vereadores se fizeram acompanhar dos filhotes ou dos conjuges. Porque afinal, isto é tudo uma grande família.

23 de março de 2022

Sobre a reunião da “Junta”

A “Junta” reuniu quinta-feira passada. Da agenda ressalta, para além da aprovação de mais um chorrilho de subsídios e “esmolas”, agora retirados da reunião transmitida para serem encobertos na não transmitida, a aprovação da extensão do prazo de construção do CIMU-SICÓ (agora EXPLORE-SICÓ) e o lançamento, por atacado, de uma dezena de concursos para admissão de pessoal. 


O doutor Pimpão limitou a sua participação na reunião ao Período-Antes-da-Ordem-do-Dia (PAOD), que aproveitou para adular os serviços que dirige e a comunidade pelo apoio aos refugiados da Ucrânia; mas, quando perguntado sobre o tipo de acolhimento prestado, mostrou desconhecimento da realidade e passou a questão para a doutora Catarina que pouco mais sabia. Depois, quando confrontado com as indignas condições de acolhimento (amontoados numa cave fria) engasgou-se. E de seguida, informou os presentes que, por motivos de agenda (naquela casa até a gestão da agenda é um problema!), tinha que se ausentar (foi, com certeza, rotear ou alimentar o facebook) e delegar a condução da reunião na descontextualizada doutora Marto, que, coitada, lá cumpriu as formalidades penosa e arrastadamente.

O CIMU-SICÓ foi lançado há QUINZE ANOS(!) e a sua construção iniciada há OITO ANOS (!), com um interregno pelo meio. Entretanto, a construtora - Soteol, SA - pediu e a câmara concedeu a extensão do prazo por mais 150 dias, por agora. É sabido e ressabido que ninguém acredita que a obra seja concluída pelo preço e prazo acordados. Mas os nossos (in)decisores políticos continuam a deixar-se enganar e a tentar enganar-nos. Já assumem que o mamarracho é um erro arquitectónico e um sorvedouro de dinheiros públicos ao longo do tempo, mas são incapazes de tomar a decisão que se impõe: DEMOLIR. 

A doutora Catarina – agora alcandorada a  gestora de Recursos Humanos – levou à reunião uma dezena de concursos, por atacado (em conjunto), para admissão de seis dezenas de funcionários, do lote de 216 previstos, que acrescentam 1.000.000 € ao Orçamento de Pessoal de 2022 e seguintes, sem fundamentar, em concreto, cada concurso e cada admissão, chegando ao ridículo de afirmar, “sabem como é, estas coisas são discutidas com as chefias e entre nós”. 

Apesar do irrelevante impacto financeiro, levam - bem - à reunião do executivo cada subsídio pontual. Mas, no que concerne  às admissões de pessoal, que comprometem despesa de milhões durante uma vida, levam tudo por atacado, logo sem fundamentação clara. 

PS: De entre muitos, a câmara concedeu um subsídio de 1000 € a uma tal Sicó-trilhos, para um trail em Abiul. A doutora Gina interveio, e justificou a prenda muito bem – é especialista na matéria. E o doutor Luís elogiou-a. 

19 de março de 2022

Perdoai-lhes, Pai

 



Estava tudo  programado para ser um Dia do Pai notável e extraordinário. Doutora Marto -  essa mártir do executivo que aqui ficou sozinha, enquanto todo o resto do executivo foi passear para a BTL - convocou uma importante reunião para esta manhã, em nome de um dos seus pelouros, o da Promoção da Saúde. O encontro era importante, com os fundadores e coordenadores das USF do concelho de Pombal, "com o intuito de partilhar a experiência das USF, bem como os seus benefícios e desafios, com os/as Presidentes de Junta de Freguesia / União de Freguesias, Vereadores do Município de Pombal e coordenadores das atuais UCSP". Coisas da saúde, portanto, que entretanto vão cair no colo do Município, a quem caberá agilizar a reorganização dos cuidados de saúde primários, em cooperação com o ACES. 

Mas isto aqui na terra é como diz a canção do JMB: "quero ser feliz, porra! quero ser feliz agora!", de maneira que o futuro pode esperar, e a reunião (que deveria ter acontecido em Vila Cã, essa terra-fetiche dos políticos, ultimamente) foi desconvocada em cima da hora, sem aviso nem justificação. O problema é que a malta voltou tarde do passeio, e ainda não se orientou. Doutor Pimpão tem a Felicidade para preparar (coadjuvado pela doutora Catarina); doutora Gina tem o turismo, o arquiteto Navega tem todas as obras, e doutora Marto tem o resto da Câmara às costas. Tenham lá paciência...

Felizes e mal pagos



Desde muito cedo que aprendi a conviver com a agricultura e com as hortas. Para lá do seu emprego, os meus pais sempre cultivaram largas extensões de terreno em pontos diversos da freguesia. Todavia até cuidar de catos e suculentas parece ser uma tarefa para a qual não terei sido talhado. Afinal, os conhecimentos não se partilham por osmose e, para saber do mester, é preciso trabalhá-lo e estudá-lo.

Verdades como esta são consideradas lapalissadas na maior parte do mundo civilizado. Porém, cá no nosso cantinho interior, à beira-mar encurralado, nada disso parece importar. 
Décadas de estudos em ciências da educação parecem ser meros apontamentos de rodapé nos currículos de especialistas, pois ser filho de docente parece ser condição suficiente para se perorar sobre tal matéria. E se ainda juntarmos umas digressões pelas escolas no âmbito do Parlamento dos Jovens bem como umas generalidades na Comissão Parlamentar de Educação, temos um cocktail que garante um conhecimento alargado sobre a matéria (com custos que descobriremos a curto prazo). 

Em Pombal, parece viver-se uma ficção. Publicam-se documentos encomendados a consultores, que apresentam pouca ligação à realidade local e, ultimamente, enveredou-se pelo caminho do "se pensar nisso com muita força, vai acontecer". No filme "Bruce, o Todo-Poderoso", a personagem principal consegue mudar o seu mundo apenas com a força de  vontade. Mas, até no mundo encantado do cinema se percebe que não é bem assim. Menos no tal concelho que resiste estoicamente à cultura do conhecimento, qual aldeia gaulesa do Astérix. Por lá, basta "querer muito", sobretudo se começarmos a "querer muito" desde o pré-escolar e a falar para as câmaras sobre o que é a felicidade (aguarda-se com expectativa o que dirá a Comissão Nacional de Proteção de Dados). 
Depois, levam-se esses testemunhos a conferências sobre "Happy schools", debitam-se banalidades durante 20 minutos perante nos novos gurus (resta saber quem os elevou a tal) e, no final, tudo se resume à defesa de uma Estratégia Nacional para a Felicidade e Bem-estar (onde estava tal autarca entre 2011 e 2015, quando o índice de pobreza em Portugal aumentou? Estaria a seguir uma expressão dos guias turísticos de Punta Cana? "Nosotros somos como los portugueses: j#didos pero felices") e que "os autarcas devem  ser facilitadores e não obstáculo". 

Basicamente, nesta lógica, os autarcas são meros relações públicas ou, se quisermos, uma espécie de Rainha de Inglaterra a quem basta ler um discurso, sobretudo se tiver sido soprado ao ouvido por esses grandes especialistas da Universidade Atlântica (com qualidade internacional reconhecida pelo Convento) ou por escribas de livros de auto-ajuda para quem o querer é suficiente para se ser feliz. Que o digam aquelas mães que se levantam todos os dias às 5 da manhã para ir fazer limpezas e que chegam a casa pelas 8 da noite... Ou as pessoas que vivem encurraladas entre um morro e um linha de caminho de ferro... Ou as pessoas que vivem sozinhas por essas aldeias deste interior/litoral... ou as mulheres que sofrem num mundo completamente dominado por homens... ou as pessoas que fogem de uma guerra que não poupa ninguém... estou ansioso por escutar,  amanhã, os testemunhos destas pessoas, na convenção da felicidade.

Luís Gonçalves 
professor

18 de março de 2022

O investimento que teima em chegar

Um concelho do Distrito de Coimbra, aqui perto, com cerca de 30 mil habitantes e com cerca de 400 kms2 (Pombal tem cerca de 640 quilómetros quadrados), que também se estende do “interior” ao mar, conseguiu no último ano e meio atrair mais de quarenta novas empresas, garantindo cerca de 350 milhões de euros de investimento privado e cerca de 3 mil novos postos de trabalho, concentradas nas sua 4 zonas industriais.

Há três dias, o executivo divulgou através da imprensa local (mais) uma das suas grandes prioridades: ampliar e beneficiar oito zonas industriais, com base no reforço do orçamento de cerca de 7 milhões para 2022.

Não vai. Ou pelo menos não da dimensão desejada.

Para 2022, com base na alteração do Plano Plurianual de Investimentos (PPI) aprovado na última Assembleia Municipal, desses 7 milhões de reforço, a dotação apenas passou de 60 mil euros para 265 mil euros, com especial ênfase de 150 mil euros para a beneficiação da Zona Industrial da Formiga.

Para 2023 estão previstos 240 mil euros, sendo 100 mil ainda para a Zona Industrial da Formiga.

Os valores superiores aparecem em 2025 (ano de eleições) e 2026.

A aquisição de terrenos e infraestruturação para ampliação de Zonas industriais junto de nós de comunicação, como é o caso da A1/IC2/IC8, A17/N109/IC8 e quiçá a nova variante da A1 das Meirinhas, têm-se revelado uma excelente fonte de receita para os municípios, que se posicionam com uma perspetiva de crescimento e atração de população.

São, por norma, negócios rentáveis que mesmo sem financiamento permitem ter lucro para o município que até permitem o exemplo da Tocha, em que 40% da venda dos lotes reverte inteiramente para a Junta de Freguesia.

A opção para outras rúbricas no PPI e Plano de Atividades são opções deste executivo. 

Faltam indicadores públicos que quantifique a performance de atração de investimento e número de postos de trabalho previstos para Pombal. 

     Foto: Região de Leiria


17 de março de 2022

A excursão a Lisboa

 



Nunca, mas nunca por nunca mais venham a este blogue dizer que Pombal não liga ao turismo, ou que não fazemos nada por ele. Quando toca a fazer turismo, somos muito fortes! Ontem, por exemplo, o executivo foi em barda para a BTL. Presidente, vereadores (da maioria e da 'oposição'), assessores e afins, encheram um autocarro de amor e rumaram à capital do império. Não sabemos muito bem o que foram lá fazer, pois que Pombal  não está sequer representando com qualquer stand do município. Só com uma empresa privada. Das duas uma: ou foram passear, ou marcar passeios. A uns e outros, desejamos uma boa estadia nas terras vizinhas.

O Farpas lamenta profundamente não ter podido corresponder ao convite que (certamente por lapso) terá ficado esquecido entre a horda de assessores, mas não quis deixar de dar nota de tão importante visita de estudo, mui dignamente acompanhada pela nossa dinâmica imprensa local. 

16 de março de 2022

Nós e as obras tortas

 

É uma espécie de malapata que se nos colou, como naquela rábula do diabo que vai embora mas deixa cá o secretário: o vereador das obras-tortas já se foi, mas as obras tortas continuam. A requalificação do viaduto engº Guilherme Santos é a primeira grande obra do mandato do Pedro (embora já tenha sido lançada pelo anterior executivo) mas está a revelar-se um desastre em matéria de planeamento. Ao princípio, até lhe demos o benefício da dúvida. Parecia que este executivo tinha importado os princípios urbanos, ao fazer a obra durante a noite, e a coisa arrancou a todo o gás. Durou pouco. De repente, a obra parou. Nem pavimento velho nem novo, e sucederam-se nas redes sociais [alerta Odete, toma nota no teu caderninho preto para a próxima reunião de câmara!] denúncias de pneus furados nos ferros que ficaram ali, levantados, entre rotundas. Solícita, a Câmara mandou remendar aqui e ali esses buracos. Mas...e a obra, Pimpão? Perdão, E a obra, Navega? Tu não nos falhes, que do convento do Cardal nos chegam notícias de que ainda és tu que tens salvo essa honra, neste novo elenco...será que a máquina da propaganda anda a espalhar fake news?

13 de março de 2022

A Felicidade do Pedro

O imaginoso Pedro não pára de rotear. Agora pelas empresas (indústrias) a - diz ele - promover “Desenvolvimento Económico”.

O Pedro não se move por propósitos úteis. Move-se unicamente pela obsessão de aparecer. É uma criatura destituída de foco e de sentido de priorização da acção. É um moinho em giro e sem grão, moendo-se a si mesmo, no vazio.

Que o Pedro se entretenha e entretenha escuteiros, párocos e afins; aceita-se – vivem para o mesmo. Despropositado é estorvar quem trabalha e produz riqueza. 

Do site do município

11 de março de 2022

A Felicidade do Pedro

O Pedro é um rapaz imaginoso. Sabe divertir-se. E diverte.

É um deleite para os garotos. E também para os crescidos. 

Ei-lo a recrear-se no jardim-escola.

Do site do município

8 de março de 2022

A Felicidade encomendada


 

O Pedro vai acolher na sua cidade - que por acaso também é nossa - a I Convenção do Dia Internacional da Felicidade, um tema que o deixa como peixe na água. A Câmara a que preside, em nosso nome, vai sustentar esta horda de gente feliz, liderada pela I Have the Power, uma marca dominada em Portugal por um guru da felicidade (Adelino Cunha), verdadeira máquina de fazer acontecer sonhos, a avaliar pelo marketing associado. 

Até aqui, nada contra. A oposição há-de encarregar-se de perguntar alguma coisa sobre isto numa reunião pública, qualquer coisa que tenha visto "nas redes sociais", leia-se Farpas. Ora se o Teatro Cine está tanto tempo às moscas, é deixar esta gente espalhar emojis amarelinhos e corações e sorrisos e amor entre si. 

Onde é que o sorriso fica amarelo desmaiado? É naquela parte em que as escolas da cidade receberam indicações para gravar vídeos com as criancinhas, a propósito da Felicidade, para serem usados numa palestra que teria como orador o dr. Pedro Pimpão. De permeio, alterou-se o programa. O Pedro já não vai ser orador...pelo menos não consta no elenco, a não ser que apareça como convidado-surpresa. Mas continua a apelar ao povo que se inscreva na convenção. E a Câmara continua a pagar um anúncio para que isto seja um sucesso e nos apareça como publicidade patrocinada no facebook. 

Mas o que foi que nós fizemos para merecermos isto?


4 de março de 2022

Lucidez em tempos de cólera

O editorial do jornal O Público de hoje é assinado pela jovem pombalense Catarina Mota. Numa altura em que o mundo parece ter perdido toda a racionalidade, Catarina lembra-nos que o futuro do planeta depende da lucidez das nossas pequenas decisões quotidianas. 

A luta da Catarina é pelo direito à vida. Uma luta maior que abraçou com mais cinco jovens - André, Sofia, Cláudia, Martim e Mariana - ao entregar no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos um processo contra 33 estados (incluindo Portugal), por causa das alterações climáticas. O que pretendem dos estados é simples: cumpram o prometido e ponham em prática as medidas necessárias para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa por forma a que se atinjam os objectivos do Acordo de Paris

Catarina mostra-nos que é possível ser-se altruísta num mundo competitivo. A sua causa é pela defesa do que nos é comum. A ameaça de uma catástrofe ecológica só pode ser evitada se todos nós perdemos um minuto do nosso tempo para ouvir o que nos tem a dizer.