31 de agosto de 2016

A história do pinheiro desgovernado que deu subsídio

O tal pinheiro desgovernado estatelou-se no chão sem antes ter raspado e arrancado umas telhas numa casa próxima. Mas o pior foi o que veio depois, muito tempo depois.
Testemunhas presentes no momento do incidente garantem que a queda do pinheiro não provocou danos significativos na habitação próxima; mas se os provocou, o correcto teria sido a reparação imediata dos danos pela entidade que os provocou – Câmara ou PMUGest - ou activando o seguro que deveria existir. Mas não há registo de qualquer pedido de indemnização ou reparação dos danos pelos proprietários nem da intervenção das responsáveis pelo abate. Por outro lado, a Junta de Freguesia das Meirinhas – território do pinheiro – nada fez, porque nada tinha a fazer.
Então, porque é que a Junta de Freguesia de Vermoil, que não tinha nenhuma responsabilidade no sucedido, se meteu - passados dois anos – ou quatro como dizem testemunhas presentes - neste caso, pedindo à Câmara um subsídio para a “Reparação de danos numa casa” causados por “corte do pinheiro que caiu sobre a habitação em fins de Marco de 2014”? E porque é que o pedido é feito com um orçamento de 7000 € e a informação ao executivo solicita um subsídio de 1450 € + IVA a pagar à Junta? Se a reparação foi feita e acarretou despesas – o que não é seguro – e, se foi feita de imediato, como dizem, porque é que o pedido de subsídio foi feito anos depois? E porque é que não apresentaram factura da reparação?
Bem sabemos que o presidente Ilídio é muito piedoso. E que o piedoso não é, simplesmente, movido pela preocupação com felicidade do outro, mas pelo seu próprio prazer, pelo retorno da (suposta) boa-acção, pelo benefício próprio. E como o demônio dos homens é o amor ao poder, o homem político é um piedoso falso.
A história do pinheiro desgovernado que deu origem a um subsídio é uma farsa, ridícula e muito mal enjorcada, que expõe a falta de decoro dos protagonistas até ao enjoo.

29 de agosto de 2016

A história do pinheiro desgovernado

Contam os registos oficiais, sem concretizar data e hora, que por finais de Março de 2014, a Protecção Civil foi alertada para o risco de queda de pinheiro ou de pinheiros, para a estrada, numa encosta, onde o talude tinha sido limpo, poucos meses antes, aquando do alargamento e asfaltagem da via. Contam igualmente os registos que o pinheiro foi forçado a cair, provocando ou um incidente com prejuízos para terceiros. Mas há testemunhas que garantem que o incidente ocorreu dois anos antes e não provocou prejuízos significativos.
Os dados por agora conhecidos indicam que o incidente com o pinheiro desgovernado daria uma bela novela jornalística. Aqui, vamos tratá-lo de acordo com o nosso estilo: curto e afiado. Consta que a vereadora com o pelouro da Floresta, alertada para o potencial perigo, contactou imediatamente o comandante e expôs-lhe a situação. Puseram-se logo de acordo no que fazer: abater imediatamente o pinheiro (ou os pinheiros). Pegaram na motosserra, montaram-se na 4x4 e partiram para o local. A história tem mais protagonistas e envolveu mais meios, mas como os registos oficiais os ignoraram, ignoremo-los também.
O comandante (homem de acção) chegado ao local verificou que alguns pinheiros na encosta poderiam cair para a estrada e colocar em risco quem passasse na via. As coisas não se passaram bem assim, mas porque assim rezam os registos oficiais, e porque diferente versão não desvirtua a moral da história, adiante, que há muito para contar, e ficcionar). O que não consta dos registos é se foi feita avaliação dos riscos para a casa próxima.  
Verificado o perigo avançou-se para ele. O comandante deu corda à motosserra, aproximou-se do pinheiro com o propósito de o derrubar encosta abaixo. Corte de um lado, outro do lado oposto, e zás. Ainda o segundo corte não ia a meio e já o maldito pinheiro se começava a deitar, não sem antes ter rodado pela ponta cerca de um quarto de volta, talvez por ter nascido e crescido retorcido e quisesse agora libertar as tensões que acumulou. Ou talvez porque tivesse sido alvo de mal-olhado, mal próprio de certo tipo de pessoas, mas que não está provado que não possa também atingir outros seres. Ordenou pois a sorte, e o diabo (que nem sempre dorme), que o pinheiro não obedece-se ao comandante, e desabasse na direcção errada. Quando o triste destino se começou a desenhar, a vereadora ficou em pânico e suplicou à Virgem Santíssima que o endireitasse, mas ela estava ocupada noutros serviços ou não lhe quis valer (e lá terá as suas razões, e não foi por estar a dormir – o diabo dorme, mas os santos não dormem, fazem-se esquecidos, ás vezes, muitas vezes, até).
O pinheiro, conduzido pelas leis e forças da física, e desobedecendo à metafísica e à fé, acelerou o retorcido movimento e estatelou-se no solo, atingido a casa próxima. 

25 de agosto de 2016

Obras paradas


Logo depois deste post, foi um ar que se deu às máquinas em movimento. Sendo assim, resta-nos agradecer ao Município de Pombal este acto nobre de saber ler o Farpas e emendar o erro. Vêem como não custa nada fazer as coisas bem feitas?

24 de agosto de 2016

Subsídios sagrados III

A CMP atribuiu, por unanimidade, um subsídio de 2.800 €, à Fábrica da Igreja Paroquial de Pombal, para a publicação do Boletim “Luz e Esperança”.

A pantomima religiosa prossegue.

22 de agosto de 2016

Subsídios sagrados II

A CMP atribuiu, por unanimidade, um subsídio de 7.500 €, à Fábrica da Igreja Paroquial de Santiago de Litém, para a obras no recinto da capela.

18 de agosto de 2016

A tórrida Silly Season

A silly season vai tórrida, no clima e na política local. Com os dois galos no terreno, em marcação cerrada, voltou a terceira via – o frango.
Da oposição nem sinal de vida.
O príncipe perdeu o pé, tenta acertá-lo mas troca-o a cada passada mais arrojada. As inflexões bruscas não rendem dividendos - a populaça, com o tempo, foi percebendo as manhas dos políticos - e a aproximação aos súbditos marca passo ou regride, apesar do esforço para refrear a altivez; pese embora as penitências custosas, como interromper férias para ir a procissões e arraiais. Mas o piedoso cristão não cola com o gambuzino pagão, o aristocrata não casa com o mundano e a colagem a apoios que desabonam também não.
O príncipe está mal assessorado, com estratagema seguido perde nos dois terrenos: na câmara e na rua. Como centralizou tudo em si, e passa agora mais tempo por fora, a câmara entrou em serviços mínimos – em modo eleitoral. Os ministros (que nunca o foram) nada decidem e nem verdadeiros despachos dão, limitam-se ao mínimo: a roda-viva por festas, arraiais e procissões. E até isso fazem a contragosto, porque sabem que o presente não tem futuro, independentemente do destino da coisa. Entretêm-se, por lá, divertidamente, a achincalhar o pai. Os dirigentes há muito que estão em serviços mínimos, mais preocupados em não fazer (não errar) do que em fazer.
Chegados aqui, a terceira via foi reactivada (se alguma vez esteve morta). Compreende-se: uma estrutura partidária que se acha invencível não pode aceitar papel de simples expectadora de uma luta de galos que não regula. Daí, empurra novamente Pedro Pimpão para a frente, e este está já no terreno a avaliar e a conquistar apoios. O arriscado estratagema dos líderes do partido passa por, primeiro, eliminar os dois galos, fragilizando-os e forçando-os à desistência, e, depois, lançar a terceira via, o partido, o eterno-jovem Pimpas. A coisa parece clara e transparente. Mas incorrem na mesma tolice da mosca quando se depara com a janela de vidro: pensa que algo transparente não oferecerá resistência ao atravessamento. Puro engano. Chocam de frente com a realidade: dois galos duros de roer.

Nesta grande procissão do destino, bastaria a Narciso Mota esperar sentado. Só que – e há sempre um “se” nestas coisas – Narciso Mota não gosta de estar sentado e de esperar. 

17 de agosto de 2016

Hey, DJ, falta saber o preço das Festas do Louriçal


Quando em Julho de 2015 foi constituída a associação recreativa Critérios e Tradições, com sede no Louriçal - cujo principal objecto é organizar as festas de Agosto - estava aberto caminho para que os poderes públicos contribuíssem para a boda. A Junta de Freguesia assegura "oficialmente" 10 mil euros, mais a iluminação e outras miudezas (que rondarão os 30 mil euros) e a Câmara Municipal mostra a generosidade galopante para com o Louriçal com um apoio de 5 mil. O presidente da comissão/associação/organização é o benemérito António Calvete, que - já se sabe - é uma alma generosa. Este ano quis verbalizar todo o sentimento louriçalense ao discursar, na abertura das festas. Toda a gente percebeu que está encontrado o director de campanha de Diogo Mateus (João Pimpão, já foste), tal o nível elogioso que imprimiu nas palavras que lhe dirigiu.  Disse também que nunca o Louriçal conheceu um executivo da Junta tão bom como este, o que é de uma abnegação sem tamanho, já que ele próprio foi presidente da mesma junta. É certo que isso só aconteceu "porque já na altura o José Manuel não quis". No Louriçal, todos sabem disso. O actual presidente escudava-se sempre no facto de "ter uma porta aberta". Ora aí está: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. A porta continua aberta e a Junta...também.
Desse momento único na sessão solene das Festas do Louriçal ficam duas impressões:
1. Ninguém sabe quanto custam as festas. 
2. Não há almoços  discursos grátis.
Mas sabe-se que os recintos ficaram mais vazios este ano. Nem todas as colectividades acederam pagar entre os 500 e 2000 euros (para alguns pequenos expositores 300 euros também é dinheiro) dependendo do espaço, ao que acrescia a venda obrigatória das pulseiras, 10 euros cada, para os quatro dias de festa. Talvez os mais antigos se lembrem como a ganância matou as festas do Louriçal, há muitos anos, antes de renascerem nos anos 90. E esses também mereciam alguma programação, durante o dia, que não fosse apenas o rancho e a banda filarmónica, nos dias 13 e 15.
O resto esquece-se tão depressa como aquela intenção manifestada em tempos por certo ex-vereador, ao tempo de Narciso Mota, que por tudo queria convencer o então presidente a demolir a casa de Calvete, por falta de licença. Mas isso foi noutra vida.


11 de agosto de 2016

Pimpão deputado e Pimpão líder local do PSD




A modéstia e a imodéstia são duas faces da mesma moeda. Mas o elogio de boca própria é vitupério. Se fosse por algo excepcional, haveria atenuante; agora pela assiduidade!!! Actualmente, até o profissional mais básico sente remorso com elogio insincero ou despropositado. Pior, ainda, quando o (falso) elogio está associado ao que se faz em proveito próprio.

9 de agosto de 2016

Onde pára a praça de Táxis?

Está a tornar-se provisoriamente definitiva a localização arranjada à pressa, há três anos, para os táxis da cidade de Pombal. Se bem se lembram, estavam ali ao Cardal, antes da regeneração urbana. Pela dose de paciência manifestada até agora, os taxistas de Pombal não são apenas a antítese dos de Lisboa: merecem a medalha municipal da tolerância, exequo para quem utiliza o serviço, na sua maioria idosos. De forma que o senhor Cardoso, 90 anos já batidos, tem um dilema de cada vez que vem a Pombal, à segunda-feira: esperar pelo autocarro até às 18, e desidratar nos 40º à sombra, ou apanhar um táxi, mal se despache das suas voltas, e desidratar mais depressa. 


8 de agosto de 2016

Meu querido mês das obras


É preciso ter pontaria para isto: uma estrada nacional que já é naturalmente caótica, um cruzamento naturalmente perigoso, a primeira semana de Agosto em Portugal (coisa que se nota por demais em Pombal) e retomam em força as obras que hão-de mudar isto tudo. A foto é desta manhã de segunda-feira escaldante, e é uma pequena amostra do caos instalado à entrada/saída da cidade, numa altura em que a população triplica. 
Às vezes parece-nos que isto fará parte de uma estratégia para desertificar a cidade em Agosto: no mês em que voltamos a ter gente nas ruas, há quase nada em matéria de animação para os que cá estão. Até às sedes de freguesia programaram noites de verão, festas de homenagem aos emigrantes, seja o que for. Aqui fazemos obras - quem é que não fica impressionado com aquele aparto, hum? - enervamos os automobilistas logo de manhã, e assim arranjamos maneira de os mandar de volta às suas aldeias. Vai-se a ver e é um plano, nós é que ainda não descobrimos.

5 de agosto de 2016

Coerência e pedagogia que se pratica por cá

Criticam e censuram o relator de um trabalho sobre Educação, porque o relator submeteu o trabalho sem assegurar o acordo de todos os membros (como se fosse possível obter consenso com quem não o quer, como posteriormente se viu), apesar de o relator ter ressalvado, na nota introdutória, que um dos membros do grupo de trabalho não subscrevia o documento.
Mas recusam qualquer alteração a acta que refere unicamente as intervenções favoráveis à estrutura e ignora todas as críticas aos documentos submetidos pela estrutura, e que, por via dessas críticas, foram retirados da agenda.
E esta, hein?!

4 de agosto de 2016

AEC, uma realidade camuflada

As Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) são uma medida governamental de reforço das competências dos alunos do 1.º ciclo que visam, em parte, uma adequação local da oferta educativa de forma a fazer face a necessidades específicas - um instrumento fundamental para, no 1.º ciclo, reduzir assimetrias de desenvolvimento das crianças, nomeadamente das que provém de famílias que desconhecem ou não valorizam determinadas dimensões do desenvolvimento das crianças ou não possuem a capacidade para o fazer. As AEC não devem, em momento algum, ser confundidas com Componente de Apoio à Família; são instrumentos que respondem a necessidades totalmente diferentes e, consequentemente, devem ter objectivos distintos.
Na delegação de competências com as autarquias e agrupamentos ou escolas não agrupadas o ministério da educação deixou grande liberdade organizativa e programática. Tal, deveria ter proporcionado soluções que optimizassem a utilização dos recursos e a obtenção de resultados. Em Pombal, os agrupamentos de escolas não quiseram assumir-se como entidades promotoras. Avançou a câmara, mas delegou a competência nas freguesias que não possuem recursos nem competências na matéria e, por isso, subcontrataram o serviço a entidades e/ou técnicos sem critérios de exigência aceitáveis e em regimes de grande precariedade. Os agrupamentos abdicaram, também, das suas responsabilidades na concepção, supervisão e acompanhamento das AEC. Os resultados são os conhecidos:
As AEC não estão enquadradas por objectivos definidos no projecto educativo do agrupamento;
Os conteúdos programáticos não estão estabelecidos, o que provoca uma falta da continuidade dos conteúdos/programas ao longo dos anos e dentro do mesmo ano;
Os objectivos – níveis de domínio das actividades – não estão estabelecidos, para cada nível de ensino;
As AEC não são avaliadas de forma regular e sistemática;
A dispersão de responsabilidade por várias entidades, a que se junta a deficiente articulação entre as diferentes entidades envolvidas, compromete a qualidade ao longo de todo o processo;
O processo de selecção dos formadores e o regime precário da contratação, que provoca substituições frequentes dos formadores – chega a atingir 7 formadores, por ano, na mesma turma - compromete a falta de continuidade dos programas e dos resultados.
Nenhum dos intervenientes das diferentes partes envolvidas tem o descaramento de negar as falhas, mas também não querem tomar medidas de fundo que melhorem o processo, nomeadamente:
A planificação (conteúdos programáticos alinhados com o projecto educativo), realização e avaliação das AEC pelos agrupamentos (única entidade com competências centrais para o fazer);
A selecção e aprovação dos formadores, respeitando os requisitos da legislação e com competência alinhada com o conteúdo programático, centralizada nos agrupamentos;
- Horários desfasados para as AEC (uma hora no início do período da manhã, outra no final do período da manhã e outra no início do período da tarde) para permitir uma carga lectiva atractiva para os formadores.
Numa terra onde o faz-de-conta se sobrepõe ao que conta, continuamos a fazer de conta naquilo que é mais determinante para a nossa qualidade de vida: a Educação.

3 de agosto de 2016

Deem água às árvores, sff

No Dia Árvore, os nossos políticos gostam muito de posar para a fotografia a plantar uma árvore. Mas rapidamente se esquecem dela.

As obras no Barco provocaram um desnecessário abate de árvores. Mas a câmara mandou plantar umas dezenas ao longo da via. Negócio.

Sucede que a câmara nunca regou as novas árvores. Resultado: matou-as à sede – vinte, contei eu, e estão mais na corda-bamba. 
Não é por falta de água. Por que será, então?

1 de agosto de 2016

Casa Varela vira restaurante

A jornalista pergunta: E a Casa Varela, quando terá a utilidade cultural de que se tem falado nos últimos anos?
Responde D. Diogo: “Será aberto um concurso público para as obras ainda este mês. É um processo que sob o ponto de vista arquitectónico e funcional está resolvido. A ideia é que venha a dar lugar a um espaço expositivo, performativo e de produção, ao mesmo tempo que terá actividades em regime cowork (espaços de trabalho partilhados), sendo que na base, ao nível da cave, será um equipamento hoteleiro, de restauração, que dará apoio a toda a frente ribeirinha”. Ahhh! “O promotor do investimento é o município de Pombal, mas não significa que não possamos a ter outras entidades a participar, nomeadamente na programação de actividades e dinamização do espaço.”
Estão a ver a frente ribeirinha? E a escassez de oferta de restauração na zona?
Ao longo de mais de duas décadas, a câmara abriu pela cidade, e não só, vários negócios de restauração e cafetaria. Ainda não conseguiu equilibrar a exploração de nenhum! E insiste, insiste, insiste! Paga munícipe.