29 de março de 2018

Conversa de Marretas

A reunião do executivo da CMP, que decorreu na passada semana, era uma das mais importantes do ano, por que da agenda constava - de entre outros assuntos - a discussão e votação do Relatório de Gestão e Prestação de Contas 2017 e uma proposta de Revisão ao Orçamento para 2018 e Grandes Opções do Plano 2018-2021.
Os vereadores da oposição participaram na reunião, discutiram durante quatro horas e meia – mais parecia uma conversa de marretas - e votaram os documentos mais importantes para a gestão da câmara, sem os terem analisado, porque – dizem - não lhes foram entregues atempadamente.
Na verdade, poder e oposição estão bem uns para os outros: o poder não respeita a oposição, e a oposição não se dá ao respeito.
Reparem bem neste exemplar: pede encarecidamente, e repetidamente, ao longo de toda a reunião, que o presidente assegure a entrega atempada dos documentos!

28 de março de 2018

A oposição que temos…

Foram à última reunião do executivo dois pedidos de extensão do prazo de entrega de obras.
O movimento NMPH tem três representantes no executivo. Michael António argumentou contra mas absteve-se; Narciso Mota votou a favor, convicto, com reparos a quem se absteve; Anabela Neves concordou com os dois colegas, e absteve-se!

27 de março de 2018

Que trata dos preparativos do Príncipe antes da sua partida para o retiro espiritual

O Príncipe adiou a partida para o Retiro Espiritual para poder mostrar publicamente que a tradicional fortaleza inimiga, esmagada na última contenda, está dominada e assimilada. Depois, mandou chamar o Pança para lhe passar as incumbências a cumprir durante o seu retiro espiritual, onde irá aprender os ensinamentos de S. Josemaria Escrivá: santificar o trabalho e a vida quotidiana; praticar a caridade, a humildade, a justiça e a paciência; cultivar a oração e a penitência; respeitar as opiniões alheias; ter uma família numerosa; não “ter uma vida dupla”; obedecer ou ir-se embora; aprender a dissimular ou a mentir.
Depois de uns dias de ausência, o Pança apresentou-se no trono folgado e desejoso de mostrar serviço nas artes de mandar. Começou o Príncipe:
- Como sabeis, Pança, partirei na próxima semana para o Retiro Espiritual, onde espero reencontrar a Graça de Deus e ser por Ele iluminado para cumprir a minha missão na terra e os altos desígnios a que me propus.
- Que nesse local sagrado, as estrelas fortifiquem a vossa divindade divinamente, os profetas do Senhor vos abençoai e vos faça merecedor do merecimento que merece a vossa grandeza, e, dessa forma, a nós também – desejou o Pança. E acrescentou: - muito gostaria de participar nesses encontros; e agora, que já me fiz governador de um condado, bem poderia Vossa Mercê meter uma cunha por mim.
- Parece que não aprendes, Pança; já te disse que estes encontros não são para gente da linhagem dos Panças.
- Não se exalte, Alteza. Era só para testar a sua bondade.
- Sois ingrato, Pança; bondade contigo é o que não me tem faltado…
- Desculpai-me, Alteza; eu cá não sou desagradecido, estou sempre às ordens de Vossa Alteza, a quem me liga minha obediência, para sempre, por laços comungais.
- Estais preparado para assumirdes a governação, na minha ausência?
- Não sou diplomado com o Senhor, ou o “Nanito”, mas tenho a escola da vida: aprendi com Vossa Mercê as praxes da cortesia e a saber usar a cenoura e o chicote; já sei pedir um favor, mas prefiro ordená-lo; já sei escolher o caminho mais curto, ou como chegar lá por desvios; e, se algo me escapa, uma vez sabido, sei como remediá-lo.
- Já sabeis bastante da arte de mandar, Pança; mas falta-te descrição e astúcia para não pareceres um fanfarrão que só diz pilhérias; modera vaidade, a ambição e a inerente maldade. 
- Cada qual é como Deus o fez. Mas não há só uma forma de tocar os burros; para mim, isso, hoje, é como comer e beber; e já aprendi que o porco que mais come é o mais calado. Ficai descansado: quem corre por gosto não cansa - é realmente agradável mandar e ser obedecido - não receie Vossa Mercê, meu Amo, que eu me desmande - afiançou o Pança.
- Assim espero, Pança. Mas árdua tarefa te deixo: tereis que meter os ministros e alguns dirigentes a trabalhar. No terreno não aparece nada feito. Os ministros aparecem-me nas reuniões de cabeça despida, boca aberta, sem dizerem palavra. Uma desligou; outra ainda não ligou (continua em tirocínio); as obras não andam ou andam tortas; o Jota não faz e o pajem ajuda-o.
- Ficai descansado, Senhor meu.
- Não poderei ficar, Pança; porque conheço-os bem: dizem sim a tudo, mas depois…
- Deixai-os aos cuidados do meu desprazer, Alteza. Saberei amarrá-los ao nosso despotismo; sei bem que a via da imposição e da autoridade é mais segura que a da astúcia.
- Não vos esqueçais de apertar com o Jota&pajem: quero a floresta limpa até ao final do mês - reforçou o Príncipe.
- Com a limpeza atempada da floresta não me posso comprometer, Alteza. O ministro Jota só pensa na jota (há eleições, agora - anda sempre em eleições), e o pajem, coitado, parece sofrer de manqueira.
- A lei tem que ser cumprida, Pança; se ele não fizer, faze tu – ordenou o Príncipe.
- Fazer, fazia; mas falta-me tempo…Má altura: tenho que me desdobrar por aqui e pelo meu condado, onde estou a organizar o Festival das Favas.
- Fazei como entenderdes; se a floresta não for limpa a tempo, alguém vai ficar com a fava. Ai vai, vai.
                                                                                                                 Miguel Saavedra

A queda do império


As notícias sobre essa galinha dos ovos de ouro (nascida e criada no Louriçal) estão a sair a conta-gotas. Nem tudo é mau, neste relambório. Para os restaurantes cá do burgo cumpre-se aquela máxima de que 'não há boa nem má publicidade, há publicidade'. Nesta notícia da revista Sábado sobre os "crimes de corrupção activa e passiva, peculato, falsificação de documento agravada, burla qualificada e abuso de confiança qualificado", em que, segundo a acusação do Ministério Público, o Estado "foi prejudicado em 30 milhões de euros, sendo que parte desse dinheiro foi gasto em jantares, férias, viagens e cruzeiros", também sai prejudicado um restaurante dos nossos, pois que a designação correcta é 'Os Amigos da Velha Caroca'. Feito o reparo, sempre gostava de saber o que têm agora a dizer os camisola-amarela desta vida, que há coisa de dois anos rasgaram as vestes em defesa deste modelo. 

Para memória futura, fica o registo: "Em 2006, a acusação refere que foram consumidas, às refeições, bastantes garrafas de vinho "cujo preço variou entre €75 e €120 a garrafa".  Já em 2007, o ano em que o valor das facturas apresentadas foi mais elevado, registaram-se €8.673,74 gastos em restaurantes como O Manjar do Marquês, Cervejália, Amigos da Velha ou Puttanesca. 

No ano seguinte, os arguidos foram clientes de dois restaurantes principalmente: O Manjar do Marquês e o Tirol. Os restaurantes emitiram facturas no valor de €2.100 e de €2.671,10, respectivamente, ao longo do ano".

Gaiteiros nas ruas de Pombal


Melhor fora que o centro histórico não fosse o que é, que a comemoração do Dia Nacional dos Centros Históricos não se ficasse por aí. Ainda assim, quando mal nunca pior. Na sexta-feira há uma iniciativa da Junta de Freguesia que merece aplauso, com a valorização dos grupos de gaiteiros, esse ícone do nosso património. 
É aproveitar que Pombal terá por cá mais gente e dar alguma vida a isto.

25 de março de 2018

O que foi fazer Diogo Mateus ao congresso do PS?

As fotos e vídeos espalhadas pela rede mostram que, afinal, sempre existiu o congresso distrital do PS em Pombal. Dessa reportagem caseira fica-nos, no entanto, uma dúvida existencial: Adalberto Campos Fernandes (actual ministro da Saúde) que até há pouco tempo não era sequer militante do PS, veio ao congresso de Pombal em que qualidade? Como ministro ou como militante socialista? As imagens mostram a entrada triunfal de Diogo Mateus, a acompanhar um envergonhado ministro. Só se compreende a presença do presidente da Câmara (que se fez ladear do deputado/presidente da junta Pedro Pimpão, e do chefe de Gabinete João Pimpão) a acompanhar Adalberto, se o estiver a fazer institucionalmente. Se assim é, erro. Um ministro não vem nessa qualidade a um congresso partidário. Se Adalberto vem como destacado militante, outro erro. Porque assim não há justificação para a presença do presidente da Câmara, que até agora há-de estar a rir-se que nem um perdido, sabendo nós que não dá ponto sem nó. E que sabe de cor a linha que separa as funções. E que ali foi dar a ideia de que é um democrata, porque sabe bem que dali não virá qualquer perigo. Nem oposição. 

23 de março de 2018

O abandono da zona histórica



Nos últimos 20 anos o poder autárquico enterrou milhões de euros na zona histórica de Pombal, sempre com a promessa de a revitalizar, de a fazer renascer. Primeiro foi Narciso Mota que prometeu a lua aos moradores e comerciantes - no tempo em que existiam, ainda - convencendo-os de que um parque subterrâneo traria charters de visitantes à praça Marquês de Pombal. Nesse tempo a Câmara comprou quase tudo e reconstruiu, a começar pelo Celeiro do Marquês. Transformou a cadeia em museu, inaugurou o Arquivo, e manteve ali a casa mortuária na Igreja do Carmo, afastando qualquer possibilidade de ver singrar um ou outro bar. Chamou Centro Cultural ao celeiro mas nunca teve um projecto para lá, pelo que as obras de cosmética não resultaram em nada, como é hábito nessas acções. Depois veio Diogo Mateus. Estava construído um Centro de Negócios ali à esquina, mas como não havia negócios a solução foi transferir para lá as Finanças, onde as pessoas vão porque são obrigadas e nunca de vontade. E isso faz toda a diferença para quem passa pelo centro histórico ou o visita. Com o tempo, o comércio praticamente desapareceu. Do pograma 'Porta Aberta' de que a Câmara tanta propaganda fez, resta uma loja. A Praça tornou-se num lugar inóspito, associado a funerais e outras despedidas, e finou-se a coméstica. 
Quando esta semana por lá passei, no dia em que chegava a primavera  (apesar de só hoje estar anunciada para a cidade), dei com um terreiro perigoso de pedra partida. Está assim pelo menos desde o verão, desde os espectáculos que ali decorreram no âmbito do Festival Sete Sóis Sete Luas. Depois falaram-me de (mais) um evento da Junta de Freguesia e do bem intencionado Pedro Pimpão. Boa ideia, sim senhor. Bem pode a Junta enfeitar as praças, e clamar por levar gente à zona histórica. Enquanto a Câmara se estiver nas tintas e não quiser fazer nada pelo coração da cidade, o comércio continuará a afunilar na avenida Heróis do Ultramar. Quando morrerem os últimos habitantes e as últimas lojas fecharem portas, a zona histórica não servirá nem para museu. É isso que queremos?

19 de março de 2018

O dia em que o PSD de Pombal respirou de alívio


*Feliciano Duarte, em 2002, na Quinta da Gramela (gala dos 70 anos do jornal O Eco). A primeira vez que veio a Pombal enquanto governante

Quando ontem à tarde foi conhecida a anunciada demissão de Feliciano Barreiras Duarte, o tempo abriu para muitos dirigentes do PSD de Pombal. Ao contrário do que era ainda suposto por alguma linha mal informada, há muito que a proximidade de Feliciano e Diogo se esfumara. Por outro lado, na Jota não gostam dele. E ele não gosta de várias figuras aqui da terra, no cantão laranja.
Neste excelente artigo publicado no Observador, fica um relato pormenorizado da vida política de Nanito - como ainda hoje é tratado por muitos, entre os quais o engenheiro Rodrigues Marques - que diariamente vai fazendo por mail a revista de imprensa, num trabalho de assessoria impagável. 
Feliciano e Diogo são quase da mesma idade, contemporâneos na JSD. Estavam ambos em plena ascensão quando os vi juntos a primeira vez, na sede do PSD de Leiria, em 1994, na tomada de posse da distrital da JSD. Nesse dia Feliciano sucedeu ao irmão, João Carlos, e levou com ele vários amigos, como Telmo Faria (que viria a ser presidente de Óbidos), Paulo Baptista Santos (actual presidente da Batalha) e  (Luís) Diogo Mateus, que acabara de ser eleito vereador, e nessa conferência de imprensa dava nota de como as mudanças estavam a acontecer em Pombal, pois que os vereadores "passaram a sair à noite e isso já é encarado como natural". Outro tempo.
Depois a vida fez Feliciano subir e Diogo descer na escada da política. Em 2001, quando Diogo se viu obrigado a candidatar-se à Junta de Pombal para não perder tudo, Feliciano iniciou um caminho ascendente ao lado de Durão Barroso. Quando foi nomeado secretário de Estado, quis levar (Luís) Diogo para chefe de gabinete. Diogo preferiu jogar pelo seguro e não se afastar de Pombal. Arranjou-se-lhe então um lugar no Governo Civil de Leiria, cargo que foi acumulando com o de presidente da Junta.
A amizade corria bem, mas em política tudo se paga. E nada se esquece, mesmo que pareça. Feliciano manteve algumas guerras viscerais com Narciso Mota, tendo por base a defesa de Diogo. Mas este nunca teve a coragem de enfrentar Narciso, calou sempre e consentiu, como se sabe, à espera do momento certo. A esse traço de quem faz pela vida juntou-se outro momento: quando Passos Coelho começa a desenhar a ascensão ao partido, Feliciano vai a Leiria com 'o Pedro' e Diogo aparece na apresentação do livro, como que a redimir-se do passado recente. O mal estava feito e nada voltou a ser como dantes.
A ascensão de Feliciano a Secretário-Geral do PSD foi um amargo de boca na Rua Dr. Luís Torres. Um problema. Só ontem se respirou de alívio.

13 de março de 2018

Misérias



Uma Nota Informativa proveniente da CMP (“assinada” por um não-funcionário) relata “a entrega de 20 cabazes por parte de famílias de etnia cigana a outras famílias carenciadas” e acrescenta que a “ação que se decorreu no âmbito do Projeto 3I`s”. Ao lê-la, fica-se na dúvida se o autor disse o que queria ou o que não queria. Pouco importa. Importa, sim, o que o caso, em-si, representa: a carência inteira no seu esplendor; e a material não é, com certeza, a parcela maior.
A bondade, como bem disse Pessoa, é um capricho temperamental: não temos o direito de fazer os outros vítimas de nossos caprichos, ainda que de humanidade ou de ternura”. Esta nem isso tem (humanidade e ternura); mete no mesmo saco bondade e compaixão, e rega tudo com o mais escabroso proveito mediático; onde a graça e a felicidade de uns, é a vergonha e a mágoa de outros. Para Nietzsche “a compaixão tem uma impudência própria como companheira: pois, querendo ajudar de toda forma, não se embaraça nem com os meios de cura nem com a espécie e a causa da doença, e desenvoltamente lida como um charlatão com a saúde e a reputação do paciente”.
Atingimos o estágio onde a (feitura da) bondade e compaixão se tornaram um vício; e a sua ostentação uma patologia social. Mas convém lembrar que a bondade honesta é a que a Natureza nos presenteia, ou a que é doada sem mostrar o rosto. 

9 de março de 2018

O papel da(s) Mulher(es)


foto: Junta de Freguesia de Pombal

Ontem à noite, no Café Concerto, enquanto debatíamos a igualdade de género, em pleno Dia Internacional da Mulher, lembrei-me muito do que dizia a D. Lucy (minha eterna directora) sobre essa divisão do mundo que se faz entre as pessoas medíocres e as outras. Foi de um espantoso arrojo o convite da Junta de Freguesia de Pombal e da APEPI. Lá estivemos eu, a Dina Sebastião e o José Zaluar a esmiuçar sub-temas desse anátema que é o papel da Mulher nos vários eixos, os três à esquerda do que é convencional aqui na terra. Para espanto de uns quantos, aconteceu aquilo de que eu já estava à espera: ninguém da Câmara. E ninguém com responsabilidades em qualquer partido político. Uma ausência notória e notada, se pensarmos que ainda no início do mandato os senhores presidente, vereadores e demais agentes teciam loas à eleição da primeira mulher para presidente da Assembleia Municipal. E que nos anos recentes, quanto tudo corria bem dentro de um partido único, e as comemorações do 8 de Março eram um dois-em-um entre a APEPI e as mulheres social-democratas, era uma correria de bem-parecer. A Câmara tem duas vereadoras a tempo inteiro, com pelouros tão importantes como a Educação e a Cultura. Fica-lhes mal, até como mulheres, esta demarcação. Fica mal ao Município embarcar no sectarismo, quando gosta tanto de encher a boca com a terra das oportunidades e da igualdade para todos.
Falei ontem do papel da Mulher nos Media, do que me ficou nos anos em que aqui dirigi um jornal, dos números tristes que retratam a presença feminina nas páginas e nas peças, e da esperança no meu Sindicato dos Jornalistas, cuja direcção contraria a desigualdade de género e se empenhou num projecto de Literacia Mediática que há-de levar os jornalistas às escolas e construir uma outra educação para os media com os mais novos. Para memória futura, rendi a minha homenagem a duas mulheres de Pombal, nem sempre compreendidas mas cujo papel foi marcante na história dos media locais: a Teresa Estanislau (primeira mulher com carteira profissional de jornalista em Pombal) e Maria Luís Roldãobritesbustorff, a cronista que mais escreveu e falou de nós nas páginas dos jornais.
Razão tinha mesmo a Simone de Beauvoir: "não se nasce mulher, torna-se mulher". Só que isso não está ao alcance de todas e de todos.

5 de março de 2018

Litigância compulsiva ou desleixo

A CMP litigou contra um munícipe, até ao Supremo Tribunal de Justiça, pelo direito a uma serventia, nas Meirinhas. Depois, não exerceu os direitos! Ou seja: só massacrou o munícipe e gastou o nosso direito. 
Isto é litigância compulsiva ou desleixo. Ou as duas coisas!


2 de março de 2018

Desleixo extremo nas obras

O cardápio das obras-tortas é extenso; na última AM, António Pires desfiou uma parte dele. Até agora, conheciam-se os erros e problemas frequentes no projecto ou na execução; na última reunião do executivo ficámos a saber que nem a recepção (provisória e definitiva) fazem, atempadamente. A obra da Casa Manuel Henriques terminou há seis anos, está em funcionamento desde essa altura, e não foi recepcionada; ou seja, não foi verificada a sua conformidade com o caderno de encargos. E, com certeza, foi paga; porque o empreiteiro não ia ficar sem receber durante seis anos.
A isto chama-se desleixo extremo, irresponsabilidade. E o ministro das obras apresentou isto na reunião, sem uma explicação, sem uma palavra, sem um acto de contrição.
Valha-nos Nossa Senhora dos Bem-aventurados.

Bajulador com pés de barro

O IAPMEI e Turismo de Portugal - na verdade os Bancos – distinguiram, em Pombal, 23  micro e pequenas empresas, com a marca PME Excelência - um láurea ligeiramente acima dos certificados da farinha do Amparo.
Diogo Mateus aproveitou a coisa para, num exercício estafado e risível, dar brilho e vida à natureza morta que é a economia local - vai, até, publicar anúncios nos jornais. Mas, ainda Diogo Mateus estava inchado com o retorno que supunha atingir com as loas tecidas, já Narciso Mota lhe relatava o caso da maior empresa do Parque Industrial da Guia, que se prepara para se deslocalizar para a Figueira da Foz porque não tem espaço para expandir a capacidade produtiva.
Que Pombal não seja capaz de captar industrias (apesar de até Paredes Coura o conseguir, como dizia o outro), já todos o sabemos; mas deixar partir as poucas que por cá (ainda) existem, por falta de espaço, é demais.
Diogo: a realidade local não aceita muita cor. E quando se gasta a maior parte do tempo com as trivialidades do cortejo, falta tempo para o essencial.

PS: Há dias, Diogo Mateus recomendou que membros da AM se contivessem quando opinam sobre empresas por que alguns comentários podem prejudicar a imagem das empresas. Mas quando foi confrontado com a intenção da empresa, fez-lhe acusações graves.


Palhaçada - disse ele.




A política local baixou ao nível menos zero, como se percebe pelas intervenções das reuniões filmadas. Aqui no Farpas em particular (e no concelho em geral) agradecemos para sempre a Diogo Mateus o rasgo de transmitir em directo as reuniões de Câmara e Assembleia Municipal, pois que assim se percebem as honras ganhas à conta da transparência. Tem sido um exercício interessante ver a contenção de alguns vereadores, no momento em que se lembram das câmaras, e a exibição de outros, tirando disso partido. Uns e outros devem sempre lembrar-se que a vida dá muitas voltas; que isto de vestir uma camisola é um risco: por vezes encolhe na lavagem e depois fica-lhes um tanto ridícula.
E há feitiços que se voltam contra o feiticeiro.
Este excerto, em que o presidente diz a Narciso Mota e a Micael António que "não tomaram os medicamentos" bate todos os níveis.
Para quem gosta de encher a boca a falar de honra e respeito, é como se lhe fugisse o pé para a chinelo, usar maldosamente da expressão para diminuir alguém que foi para ele como um pai. E é triste.
Fazia aqui falta agora o conselho amigo de Ana Gonçalves, a propósito de ter (ou não ter) consciência pesada. 
Daqui continuamos a apreciar a "palhaçada", Diogo. Ainda que nos pareça ofensivo para os palhaços.

1 de março de 2018

Singularidades de uma rapariga loira...num campo de batalha

Ana Gonçalves quebrou um jejum de protagonismo na última reunião de Câmara (essa pérola de vídeo que está integralmente disponível aqui) e travou-se de razões com o ex companheiro de partido, Micael António. 
Houve um tempo em que a amizade vinda da jota era inquebrável, pois que todos conviviam à mesma mesa da Câmara, ou como diz o povo, comiam do mesmo tacho.
Tem sido interessante perceber o contorcionismo a que se dedicam estas figuras, à medida que os interesses partidários se alteraram, colocando as peças em diferentes campos.
Ora, na reunião de ontem, saltou a tampa a Ana Gonçalves. Acusou Micael António de ter comunicado publicamente o projecto do Parque Verde, "quando nem sequer tinha os terrenos negociados". 
- Nestas coisas não é só 'tar a mandar "bocas"
Disse Ana a Micael. O excerto da troca de galhardetes mostra bem a aplicabilidade prática dos provérbios portugueses: quando se zangam as comadres descobrem-se as verdades. Quem não se sente não é filho de boa gente. Quando lhe chega a mostarda ao nariz estala-lhe logo o verniz.
E sim, o povo tem sempre razão: quem não tem padrinhos morre mouro.
E não, não temos parque verde tão depressa. Jorge Claro, no final da discussão, coloca bem o dedo na ferida: age assim quem nunca geriu uma empresa. Nisso, Narciso Mota também tem razão - o carreirismo político  passa ao lado da vida vivida, como diz o engº Rodrigues Marques por aqui.