27 de fevereiro de 2010

Canalhice

Nos últimos tempos, as obrigações familiares têm-me forçado a seguir as peripécias do futebol infantil. Parece que no departamento de formação do principal clube cá da terra – o SCP – as coisas não correm bem, reina grande insatisfação em vários miúdos e pais. Até aqui, apesar de tudo, tudo compreensível e aceitável. Não deixa de ser normal a insatisfação de alguns num universo de dezenas ou centenas. O que é anormal e totalmente incompreensível é não deixarem partir aqueles que estão profundamente insatisfeitos. Estamos a falar de crianças, merecem ser felizes noutro clube. Logo, só pode ser canalhice, com as crianças e os pais, e uma mancha na imagem do clube.

26 de fevereiro de 2010

Cineteatro com programação de qualidade!

Refiro-me, como é evidente, a um bom exemplo que nos vem de fora. De Santa Maria da Feira, neste caso. Decorre no cineteatro António Lamoso, hoje e amanhã, o festival para gente sentada, com uma programação excelente, como podem comprovar. Resultado: bilhetes esgotados há mais de um mês. Uma prova de que a aposta na qualidade compensa, e que não são apenas os fenómenos "popularuchos-pimba" que enchem uma sala de espetáculos.
O festival, o cineteatro e a cidade de Santa Maria da Feira são, por este motivo, elogiados nos jornais e rádios nacionais. A população tem acesso a cultura de grande qualidade. Vem gente de todo o país (de Pombal vão, pelo menos, duas pessoas, que já reservei o meu bilhete em tempo útil). Parece-me bem, não?

23 de fevereiro de 2010

A lenta agonia da zona histórica


Está prestes a conseguir mais um empurrão. Consta que em breve a Ourivesaria Ramos (& Fonseca) centenária loja de Pombal, vai fechar as portas na zona histórica da cidade. Estranhei quando mo contaram, pois que sempre reconheci no empresário Vítor Fonseca um empenho especial naquela área, onde teimosamente trabalha e vive.
Mas um dia todos nos cansamos.
E parece ter chegado o dia em que um dos defensores do comércio local - mas sobretudo da Praça Marquês de Pombal, da Rua Miguel Bombarda, da Almirante Reis, da Custódio Freire, do Largo do Carmo... - deu a mão à palmatória, preparando-se para mudar a loja para o espaço que (teimosamente) manteve fechado durante anos, na avenida Heróis do Ultramar.
É a vida.
Tanto dinheirinho gasto no Celeiro.
No Arquivo Municipal.
Na cadeia que agora é Museu.
Na Praça Marquês de Pombal.
No Parque de Estacionamento.
Tanta esperança depositada nisso tudo, para redundarmos num beco, onde mais uma vez se prova que não basta fazer. É preciso saber fazer. Que desenvolvimento e crescimento não querem dizer exactamente a mesma coisa, mesmo que em Pombal às vezes pareça.
E que enquanto as medidas avulso persistirem, ao invés de uma política consertada (que olhe para zona de dia e de noite), continuaremos a ter o Parque subterrâneo às moscas, como se a providência divina quisesse dizer aos senhores que sabem tudo e que nunca se enganam que aquilo foi uma asneira.


22 de fevereiro de 2010

Solidariedade


Já existem várias contas disponíveis para quem estiver disposto a colaborar na campanha de solidariedade para com as vítimas do temporal da Madeira. Esta violenta catástrofe vem lembrar que as intervenções irresponsáveis sobre o meio ambiente se pagam caras. Por muito que os políticos, como o Dr. Alberto João, o possam querer esconder...

Limpar Pombal

O projecto "Limpar Portugal" é um movimento cívico que pretende limpar todo o lixo depositado ilegalmente em Portugal, num único dia. Esta acção vai decorrer no dia 20 de Março de 2010. Nesta página, poderão encontrar mais informações cobre o que se vai fazendo no concelho de Pombal, quem participa (tantas freguesias de fora...), que tarefas se vão realizando.
Igualmente preocupante são os números já denunciados para as lixeiras ilegais, em Pombal. Já referenciaram mais de 120. Era tempo de acabar com esta praga.
De igual forma se destaca a falta de visibilidade desta iniciativa no site da Câmara Municipal de Pombal. Coloquem lá esta informação, que é relevante! Vamos fazer justiça aos prémios de cidade limpa, e tratar não apenas da "colocação de flores na rua", mas também eliminar de vez as lixeiras ilegais. Limpar Portugal tem que começar, no nosso caso, por limpar Pombal.

18 de fevereiro de 2010

A Inês é de Pombal e está entre os dez melhores do mundo



Se por acaso se cruzar por aí com ela, não se esqueça de a felicitar. Chama-se Maria Inês Leiria e consta que vai ficar falada, depois de ser finalista de um concurso mundial., em parceria com um colega da agência onde está a estagiar.

Bons exemplos

A Câmara de Pombal tem sido um bom exemplo na utilização dos meios informáticos. Mas ao nível autárquico, há também juntas que, nesse campo, não hesitam em se afirmar.

Eu, abaixo-assinado...

... tenho a concluir que isto de abaixo-assinados tende a não dar em nada. Mesmo assim, lá vou teimosamente assinando e divulgando. No Louriçal, corre no momento um que visa exigir à EDP um trato diferente à população desta freguesia. Sem motivo aparente (em dias de bom tempo, sem chuva ou vento forte), chegam a haver 15 cortes de energia num dia (e mais!), causando incómodo e estragos nos aparelhos eléctricos.
Antes disso houve um outro abaixo-assinado que eu assinei e procurei divulgar o mais que me foi possivel. Por causa da estrada (chamar-lhe "estrada" não será correcto...) que liga o Louriçal às Cavadas. São 3 kms que deviam ser cortados, já que se teima em não se reparar aquele troço. Já por lá houve de tudo: mortes, despistes com carros mandados para a sucata, três acidentes na mesma semana... o abaixo-assinado seguiu para Junta de Freguesia e Câmara Municipal. Resultado? Nenhum. Continuam os acidentes, as queixas da população que não se sente ouvida, as frases já costumeiras "fulano-tal é que havia de lá partir os queixos"...
Se nem os que estão aqui perto, e que são eleitos pelo povo, ligam aos abaixo-assinados, serão os "senhores engravatados" da EDP, lá na capital, que nos vão dar ouvidos? Ainda assim, assino e divulgo. Teimosamente!

17 de fevereiro de 2010

É quarta-feira (das cinzas talvez)


Foi-se o Carnaval - que em Pombal é vivido intensamente mas só pela calada da noite - fica o registo fotográfico de um dos grupos mais animados da cidade. São aqueles rapazes do "1º de Maio", como é conhecido o maior convívio entre benfiquistas e sportinguistas, que começa no Scó Bar e acaba num campo qualquer. Andam por aí nas casa dos trinta e integram uma geração de ouro em Pombal. E fazem crer que, afinal, esta terra vale a pena. Por causa das pessoas que cá moram. Ou há-de valer outra vez, um dia destes.
Este ano o disfarce era a sátira a uma certa equipa de futebol em dificuldades...



13 de fevereiro de 2010

O polvo à moda de Pombal


Pois que se a desgraça de uns é a alegria de outros, pergunto-me de quantas campanhas de marketing precisaria o SOL para esgotar uma edição como a desta semana. Estou em crer que isto do polvo é prato preferido de engenheiros. Só que há uns que são mais espertos que outros.

12 de fevereiro de 2010

Campeonato Nacional de Atletismo no Expocentro


A Câmara Municipal de Pombal acertou em cheio quando decidiu pela instalação da pista coberta no Expocentro. Essa infra-estrutura tem feito da nossa cidade um pólo atractor do atletismo nacional, o que só nos prestigia. Este fim-de-semana, a não perder, a final do Campeonato Nacional de Clubes (1ª e 2ª Divisões).

10 de fevereiro de 2010

Descriminação?

A rede do PomBus passa por todas urbanizações da cidade e arredores.
Por todas, excepto pela São Cristóvão! Porque será? Os moradores da São Cristóvão não pagam impostos?

O queijo suíço já cheira mal

O Correio de Pombal, na sua última edição, deu conta que o parque subterrâneo da Praça Marquês de Pombal está “às moscas”. Segundo a notícia do jornal, foram gastos cerca de um milhão de euros num parque com 68 lugares: 14706 euros por lugar. Mas, ou muito me engano, ou este valor peca por defeito pois na proposta de orçamento municipal para o ano de 2003 estavam previstos mais de 5 milhões de euros para dois parques subterrâneos.

A Câmara Municipal de Pombal estuda agora formas de aliciar os automobilistas a usar essa infra-estrutura. Para além de querer reaver o montante investido, está convencida que, se conseguir encher o buraco de carros, a reabilitação do centro histórico será uma realidade. Mas ainda alguém acredita neste tipo de argumentos?


O senhor engenheiro Narciso Mota, tão avesso às questões de planeamento e aos estudos de viabilidade económica, esbanjou o nosso dinheiro de forma displicente. Se tais estudos tivessem sido efectuados, ou se, pelo menos, tivesse dado ouvidos ao contraditório (ver, também, aqui), o executivo camarário teria ganho uma oportunidade de poupar uns milhões que tanta falta fazem para resolver as questões realmente importantes.


Não, não vou voltar a falar no saneamento básico; já tenho vergonha…

8 de fevereiro de 2010

Pregar na Freguesia

A Junta de Freguesia de Pombal já tem um projecto em que se fazem pequenas reparações a reformados carenciados (o que se louva) mas no caso de Buarcos foi-se mais longe (parte de um caminho que a minha lista gostaria de trilhar se tivesse ganho a 11 de Outubro e que, na medida do possível, será concretizado): reformados a fazer pequenas reparações. São pequenas grandes ideias que mostram o quanto os órgãos políticos, se quiserem, podem fazer a diferença.

Por cá, na passada Sexta, votou-se o Protocolo de Delegação de Competências, que entre outras coisas (quem quiser exemplar peça-me por mail), manteve Pombal com 30% do Fundo Financeiro das Freguesias, enquanto as outras 16 recebem 35%. Desde já aviso que não vou dissecar aqui (no post) a diferença. Em termos absolutos, Pombal recebe sempre mais que as outras, mas o que importa é o simbolismo de uma promessa do PSD, feita em 2005 e repetida em 2009. Se se aceitasse, sumariamente, que a Câmara dá ajudas que "compensam" a diferença de 5%, por duas vezes a lista do PSD não a teria apresentado como uma das principais promessas de campanha. Mas apresentou. E por duas vezes não a cumpriu. E para quem vier logo com a lógica do "as promessas não valem nada, fazem parte da táctica ou do jogo" apliquem esse critério a nível local e nacional, a ver se é mesmo assim.

Por isso, a actuação da bancada eleita pelo PS só podia ser votar contra, sendo considerada como uma opção radical. Não creio. Nem se reconduz a tácticas ou a estratégias. Dissémos durante a campanha o que queríamos: uma junta que se afirmasse. E a opção que a actual Junta tomou não podia ser por nós sancionada.

Governos Civis: asilo de desempregados políticos

Fora da classe política ninguém encontra justificação plausível para a existência dos Governos Civis. No pós-25 de Abril tiveram alguma justificação, utilidade e credibilidade porque foram um instrumento de descentralização da administração central, e, também, porque os cargos eram, normalmente, ocupados por políticos em final de carreira ou por figuras regionais de prestígio, o que lhes conferia alguma dignidade e respeitabilidade.
Agora nada disso se passa. Os governos civis deixaram de ter missão e campo de acção que justifique a sua existência, porque foram esvaziados, e bem, de atribuições. Consequentemente tornaram-se estruturas balofas, cujos cargos são ocupados por figuras menores, desempregados políticos sem curriculum e sem prestígio, que se limitam a andar de cerimónia em cerimónia a propagandear banalidades e a tecer uma teia de interesses e dependências.
Acabar com os governos civis e com a classe política que por lá gravita deveria ser um imperativo democrático. Tornaria a administração pública mais limpa e os partidos políticos mais democráticos.

5 de fevereiro de 2010

O regabofe dos subsídios

Um dia destes, o presidente de uma das maiores associações do concelho ilustrou, perante um vasto número de pessoas, de forma clara, a politica de subsídios da CMP. Contou ele que a sua associação resolveu realizar um pequeno evento. Quando discutiam o respectivo orçamento um dos dirigentes sugeriu que se pedisse um subsídio à câmara. Ele disse que não valia a pena porque se tratava de um pequeno evento, a associação tinha dinheiro e, na ideia dele, a câmara não subsidiava aquilo. O tal dirigente insistiu na ideia de pedir o subsídio, segundo ele, não se perdia nada em tentar, e, como ele conhecia bem um vereador, poderia fazer, informalmente, o pedido. Passados uns dias o dirigente informou a direcção da associação da sua demarche e comunicou-lhes que o vereador não se comprometeu com o subsídio mas disse que ia ver o que se podia arranjar. Apesar disto, as expectativas da direcção da associação continuaram baixas, quando muito aspiravam a receber cem ou duzentos euros. No entanto, qual não foi o espanto quando, passado pouco tempo, receberam a notícia que lhes tinha sido atribuído um subsídio de mil euros!
O presidente da tal associação resumiu a situação assim: não precisávamos de subsídio e, mesmo assim, a câmara deu-nos um que pagou o evento e ainda ficámos com cerca de duzentos cinquenta euros em caixa.
Decididamente, este executivo não pára de nos surpreender. Para pior!

2 de fevereiro de 2010

Pombal, Concelho com História

Aquilo que se estava a fazer à Igreja do Cardal (um caterpillar a entrar por lá adentro poderia até fazer muitos espíritos jacobinos rejubilar), é, independentemente de quem é dono do edíficio, inaceitável que estivesse acontecer. Mas pelos vistos, o IGESPAR já travou as obras e há relatos, interessantes até, dos ossos que para lá andavam espalhados. Eu nem vou pela componente do respeito pelos mortos (embora seja pertinente), mas da forma como se intervém num monumento daquela natureza (mas temos sempre o Castelo e outras questões que levantarei em tempo). Agora que um saque, à falta de melhor expressão, terminou, esperemos que se perceba que o património nem para deixar cair nem para tratar à martelada. Digo eu.

Enquanto isso, deixo a sugestão para o titular do pelouro da Vereação da Cultura: defina qual a política que pretende seguir em termos de preservação de património. Podemos (aparentemente) não ter muito, mas seja como for deveríamos saber tratá-lo. Por outro lado, o silêncio que se fez sentir, com a excepção de uma ou outra notícia, mostra que teimamos em passar ao lado destas questões. Compreendo que não sejam prioritárias, mas nunca deixarão de ser importantes.

1 de fevereiro de 2010

Ao sabor do vento

Há primeira vista, parecia que a CMP considerava a ligação de Pombal à Região de Turismo Leiria – Fátima (RTLF) um decisão estratégica, logo de longo prazo. Assegurou até a entrada de um dos seus vereadores na respectiva direcção. Mas, passados poucos meses, bastou que uma das novas vereadoras tivesse passado por uma feira de promoção da região e não tivesse gostado do stand para que Narciso Mota esteja a ponderar abandonar a RTLF.
Incompetência do vereador e dirigente da RTLF ou capacidade de persuasão da nova vereadora?

Um jornalista que é um problema para um engenheiro

O artigo que Mário Crespo assina na página do Instituto Sá Carneiro deveria ficar para os anais do jornalismo. E ser lido em voz alta por muito boa gente. Até o interiorizarem. Deveria ter sido publicado no JN de hoje. Mas não foi.

O Fim da Linha
Mário Crespo


Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.

Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicacado hoje (1/2/2010) na imprensa.