Já existem várias contas disponíveis para quem estiver disposto a colaborar na campanha de solidariedade para com as vítimas do temporal da Madeira. Esta violenta catástrofe vem lembrar que as intervenções irresponsáveis sobre o meio ambiente se pagam caras. Por muito que os políticos, como o Dr. Alberto João, o possam querer esconder...
"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
22 de fevereiro de 2010
8 comentários:
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Caro Adérito,
ResponderEliminarEstou em crer que este tipo de problemas, e outros ainda piores, podem acontecer por este país fora.
Aqui acabaram e estão em curso várias "obras de regime" (estacionamentos subterrâneos) junto e abaixo do nível do mar e em zonas onde desaguavam linhas de água que foram aterradas ou encanadas.
Na apresentação pública das obras questionei - usando até o exemplo das cheias de 2006 em Pombal e do parque do centro comercial - entre outras coisas, se não havia o risco dos parques inundarem pelas rampas e entradas de acesso. Para estranheza minha, o Engº da Obra referiu que sim, que em circunstâncias excepcionais isso poderia suceder. Insisti: Então e fazem a obra sabendo desse risco de inundação? Ele respondeu: Sim fazemos. Circunstâncias excepcionais, são circunstâncias excepcionais, não se podem evitar, por isso não se justifica deixar de fazer ou fazer a obra de modo diferente. Como se a vida das pessoas fosse um pormenor estatístico
Uma dessas obras megalómanas chamada Paços do Concelho do Século XXI inaugurada para as eleições passadas, logo que vieram as primeiras chuvadas mais fortes - como não poderia deixar de ser e qualquer leigo medianamente atento saberia - as caves do edifício inundaram. Não houve danos de maior porque houve tempo de retirar os carros. No caso de uma tromba de água súbita simultânea com uma “maré viva”, como teria sido? Como será com parques de dois pisos abaixo do nível do mar e centenas de veículos?
Claro que a acção da natureza pode ser incontrolável e imprevisível, mas com os conhecimentos científicos de hoje, o respeito por práticas do passado e o bom senso, poderiam não prevenir, mas pelo menos evitariam tragédias destas dimensões
Grande parte dos atentados aos princípios de um urbanismo responsável e aos que devem presidir ao relacionamento do Homem com a Natureza são feitos com intervenção de técnicos. Por isso, quando me dizem as decisões políticas têm de se subordinar, acriticamente, aos pareceres dos técnicos fico com os cabelos em pé.
O facto de os políticos continuarem a enfiar a cabeça na areia e neguem estas realidades escudando-se nas circunstância excepcionais, insultando quem alerta e sempre alertou para realidades, confundindo estas críticas com canalhice e falta de respeito pelas vítimas, significa que vai continuar tudo na mesma e que não se aprendem as lições que a Natureza nos ensina.
Solidariedade para as pessoas da Madeira sempre!
A solidariedade é uma forma muito humana de estar na vida. Mas a estupidez também... Já chamei neste blogue a atenção para obras de intervenção nas ribeiras da estrada 350 e da 1-6 que em meu entender estão a estrangular a passagem das águas, mesmo em anos normais. No «Blogue do Maia de Carvalho», no Domingo, voltei ao assunto e com fotografia. É preciso alargar a estrada? Até posso conceder, embora mais velocidade seja normalmente acompanhada de maior sinistralidade, mas façam-no correctamente.
ResponderEliminarSaudações
Companheiro Adérito Araújo, boa noite.
ResponderEliminarDepois de ter vindo de banhos (chove copiosamente) permite-me comentar aquilo que tu como técnico, friamente, mesmo que não nesta área, dizes: “Esta violenta catástrofe vem lembrar que as intervenções irresponsáveis sobre o meio ambiente se pagam caras.”
Companheiro a questão não pode ser colocada com essa ligeireza.
Reconheço que há erros, mas reconheço, também, que há muitos condicionalismos e muitos de longa data.
A cultura das populações.
O fogo, o ar e a água, elementos determinantes para os humanos.
Vê tu onde os romanos fundavam as suas “polis”.
Em leitos de cheia, como agora se diz.
Ordenamento do território contra as suas gentes? E a sua cultura?
E os castros? Onde foram construídos? Fortalezas ou urbanismo?
Com abraço, mas respeitando os valores ancestrais.
Companheiro Maia de Carvalho, boa noite.
ResponderEliminarPeço-te um grande favor.
Há anos que as Estradas de Portugal SA (antiga JAE) pavimentou a EN 350 com uma largura de asfalto de 5,60 m (da Calçada do Bravo – em Leiria – até S. José).
Pretendia fazer o mesmo na EN 1-6.
O Engº Narciso Mota, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Pombal, decidiu, no seu colectivo, pagar do seu orçamento cerca de 70.000 contos para que a EN 1-6 tivesse, como tem hoje, 6 m de largura de asfalto.
Por outro lado a EP SA esqueceu-se de que para entregar à Câmara a EN 1-6 teria que refazer os cinco pontões.
Está a fazê-lo agora.
Mais vale tarde do que nunca.
E vê tu que as pontes construídas pelos “romanos” aguentaram-se às cheias de 2006, contra as mais recentes que foram todas à frente da força da água.
Mesmo as da tua freguesia de origem.
O favor que te peço é o de esperares que acabem as obras para depois fazeres críticas.
Não é fácil recuperar os pontões mantendo a estrutura executada pelos “romanos” que já demonstraram que estão consolidadas.
Não estás mais impaciente do que eu que lá passo todos os dias e em muitos dias muitas vezes.
Abraço.
Caro Rodrigues Marques o que eu ponho em causa não é, como compreendes, as obras de alargamento que deveriam ter antecedido a entrega da EN 1-6 à Câmara de Pombal. O que eu contesto é o estreitamento do escoante das águas das ribeiras que me parece evidente pelo andar das obras. Que a EP SA queira emagrecer as suas despesas tudo bem, desde que não coloque em risco os bens e a saúde psíquica e física, quem sabe a vida, dos moradores confinantes com as ribeiras. Não havia necessidade de estreitar o corredor das águas. O Homem actual tem de aprender de novo a conviver com a Natureza e deixar de afrontá-la com a vaidade da técnica.
ResponderEliminarUm abraço amigo.
RTP2, Abril de 2008:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=aTf0h3nobAs
Amigo e companheiro Maia de Carvalho, boa noite.
ResponderEliminarNão sou capaz (ignorância minha) de colocar comentários no teu Blog.
Todavia permite-me dizer-te, aqui, que não defendo a ora EP, outrossim sou um sério crítico daquela estrutura do Estado que é uma espécie de Estado dentro doutro Estado.
Relativamente aos pontões da EN-1.6, naqueles (como o S. José) onde a estrutura executada pelos “romanos” se vai manter, vai-se manter a superfície de escoamento das águas e que, no caso vertente, só há memória dos povos de em dois anos a água da Ribeira de Santiais passar por cima da ponte.
E deixa-me dizer-te que ainda sou do tempo em que, nas trovoadas de Agosto, a água do Rio Arunca e a da Ribeira de Santiais lambiam as terras, arrastando as culturas não recolhidas e que as populações de S. José “pescavam” abóboras, que eram arrastadas pelas águas, com forquilhas.
Deixa-me dizer-te, também, que em tempos antigos os mercadores subiam o Tejo, via Nabão, atravessavam a pé o cruto que separa o Estuário do Tejo do Estuário do Mondego e retomavam a via fluvial, via Arunca, até Coimbra.
Será que os níveis freáticos estão a afundar ou sou eu mesmo que me estou a afundar em pensamentos tão profundos?
Abraço.
Fico tranquilo por ouvir-te dizer que o dédito de escoamento do pontão se vai manter. Acredito em ti. Quanto ao colocares comentários no meu blogue, o processo é igualzinho ao do Farpas. Aliás até tem mais uma opção - o anonimato.
ResponderEliminarUm abraço amigo e obrigado pelo esclarecimento.