30 de março de 2011

Diz-me com quem lês, dir-te-ei quem és


Não sei quem foi o iluminado que teve este brilhante ideia. Mas sei que, em comunicação, este tipo de campanha só funciona desde que qualquer um que olhe para o painel identifique de imediato as figuras. Parece-vos - queridos leitores - esse o caso? Hum?

Bom, na verdade talvez não seja pior esta do emissor deixar a mensagem à mercê do receptor. E já agora, que dê a liberdade ao espectador (esse, que com o novo acordo há-de ser espetador) de completar a frase, fazendo uma campanha mais original. Assim ao estilo:


Ler, uma caminho para ser...

1. um convencido.

Agora é darem largas a essa imaginação.


adenda (quem é amiga, quem é?), da esquerda para a direita

António Santos - sub comissário da PSP de Pombal (também presidente da direcção da Cercipom)

Graciete Alvarez - poetisa

Nelson Lobo Rocha - técnico de Biblioteca aposentado e qualquer coisa do museu de arte popular

Isabel Gonçalves - é médica e dirige a delegação da Alzheimer Portugal. Também já publicou pelo menos um livro.

Paulo Moreiras - escritor (premiado), ocupa há vários anos um lugar no gabinete de imprensa sa Câmara

Narciso Mota - presidente, presidente da Câmara, presidente da Câmara Municipal de Pombal

Pedro Roma - futebolista (talvez aquele que mais facilmente seja identificado por todos, a seguir ao mayor)


29 de março de 2011

Dura lex, sed lex

Disse um jornalista brasileiro (Fernando Sabino): “Para os pobres, é dura lex, sed lex. A lei é dura, mas é a lei. Para os ricos, é dura lex, sed latex. A lei é dura, mas estica”.


Eu concordo consigo, senhor presidente: processe essa maralha toda! Assim até pode ser que a malta se esqueça do outro processo, daquele onde se discute quem deve ser responsabilizado por permitir que o dinheirinho que confiámos à autarquia sirva para pagar serviços numa casa de alterne.

25 de março de 2011

Situação política nacional


- Eu respondo à pergunta. Quer respostas?
- Penso que tenho direito às respostas...
- Quer respostas?
- Eu quero a verdade!
- Você não consegue aguentar a verdade!


É nisto que penso quando olho para as últimas semanas e para os meses (anos?) que se avizinham. Sócrates tinha de sair, e já vai tarde, mas o PS não pode ser tratado como se fosse parte do problema (embora alguns sectores o mereçam), quando na equação que temos, é parte da solução. Aliás, é tão parte do problema como todos os outros partidos, mas o tempo não se compadece com intervenções de fundo no sistema político mas sim no próprio país. Já não é apenas o nome e a forma, mas o conteúdo que vai sempre moldar a forma. É urgente é trabalhar com o que temos. As eleições não são o drama (embora eu admito que preferia esgotar outro cenário para já), mas o drama é termos que aceitar a ajuda internacional (que era uma inevitabilidade, com ou sem demissão) sem a certeza que no fim iremos ficar melhor, depois dos inevitáveis sacrifícios que iremos sofrer. Por uma vez, enfrentemos o que aí vêm sem tricas e chicana e apenas com uma ideia em mente: verdade nas decisões, responsabilidade nas consequências.

22 de março de 2011

Todas as perguntas que faltavam, por quem faz falta na vida política da terra

Se houvesse prémio para o comentário do ano, estava entregue. Respigado da caixa de comentários do post "em agenda", alusivo ao julgamento de Vítor Leitão.

Sobre os factos (desvios), eu pergunto:
- Vitor Leitão era responsável pelas "finanças" das "obras sociais" da Câmara Municipal de Pombal?
- Qual a forma como ele lidava com os fornecedores e com o orçamento?
- No início, existia desafogo financeiro?
- Depois surgiu o endividamento?
- A Câmara Municipal injectou um subsídio para cobrir os prejuízos e, de seguida, fechou as "obras sociais" sem averiguações e sem responsabilidades?
- Após aquela história, o Vítor continuou a ser um homem de confiança no funcionamento financeiro da Câmara Municipal?
- Poucos meses ou semanas antes do início dos "desvios de fundos" da conta da Câmara, surgiu algum diferendo entre o Presidente e o Chefe de Secretaria?
- No seguimento do diferendo, aquele retirou a este as responsabilidades financeiras?
- Tal decisão teve como consequência a inoperacionalidade do duplo controlo prévio dos movimentos bancários das contas da Câmara?
- O Vitor continuou a ser um homem de confiança na parte financeira?
- Tendo então efectuado os “desvios”?
As respostas a estas perguntas, irão permitir-me ajuizar sobre a responsabilidade ou não, no aludido "desvio", das pessoas que foram escolhidas (eleitas) para cuidar do meu dinheiro (património) e do dos outros contribuintes.
Caso conclua pela culpa dos visados, não deixarei de intervir publicamente sobre a questão e de pedir responsabilidades.

Mabeco

Decisões que importam

Reduzir o número de freguesias em Lisboa não implica diminuição de custos. Mas nem sempre tem a ver com o gasto, mas com a eficácia do gasto. E em Pombal, o que se poderia ganhar, em termos de eficácia, se o mapa administrativo (e de competências) fosse alterado? Já sabemos que a discussão é velha na Alitém e que em tempos se discutiu o próprio mapa da freguesia de Pombal, mas numa altura em que a população deve querer é eficácia e problemas resolvidos, como deixar para trás questões territoriais e eleitorais e concentrarmo-nos numa Administração funcional? Até onde é que estamos dispostos a abdicar de símbolos para termos gestão mais eficiente? Porque mais vale antecipar do que lidar com uma imposição.

18 de março de 2011

Na agenda

Dia 21 começa o julgamento de Vítor Leitão, acusado de ter desviado perto de meio milhão de Euros da CMP. Espero que se faça justiça e se apurem as responsabilidades penais existentes, mas eu espero que seja também útil para perceber responsabilidades políticas no acesso a informação tão sensível. Eu sei, eu sei, a culpa é do banco e tal, e se calhar até falsificação de documentos e mais não sei quê, mas podemos aguardar para perceber o tribunal vai apurar?

17 de março de 2011

... custa é entender as opções!

Parece que afinal acabou o período de vacas magras, e já se iniciou um processo de desagravamento fiscal. Pelo menos para os mais necessitados, como os praticantes de golfe!
A notícia não é local, mas é sintomática e generalizável: há opções que custam a entender. Pior ainda: que custam a engolir!

A nobre arte de presidir!

Fernando Mota enganou-se, e inscreveu a atleta Sara Moreira na prova de 1.500 m, ao invés de o fazer para a prova de 3.000 m (a sua especialidade). Fernando Mota? Não!!! Alguém na Federação Portuguesa de Atletismo. Federação que Fernando Mota preside (com grande brio, diz-se), e de cujas acções ele próprio se responsabilizou. Sem esperar por inquéritos, pediu desculpa pelo erro e por não o ter conseguido corrigir, e demitiu-se. Na hora.
Errar não é meritório. Assumir o erro (e responsabilizar-se por ele), por seu lado, é dignificante, e mostra um estatuto que já vai rareando nos nossos dias.
Não espanta por isso que, percebendo que o presidente não tirou o corpo às balas, a própria Sara Moreira (a lesada, em primeira instância) vem agora pedir a Fernando Mota que reconsidere a sua posição, e que continue a presidir à FPA.
Mais que o erro (pois que errar é humano), é de aqui assinalar a grandeza e a postura de Fernando Mota. Um exemplo!

16 de março de 2011

Caro e mal amanhado

Os "passeios" ao lado da "parede" para quem sobe para o Castelo. E os carros mal estacionados (não se tratou de ter um sentido com zona de estacionamento). A obra custou 3 milhões, mas não chegaram para coisas básicas, como reformular uma rua onde habitantes, peões e carros pudessem circular sem problemas.

15 de março de 2011

À rasquinha


Em semana de contestação, ficou claro que é verdade: a luta continua quando o povo sai à rua. Foi a partir daqui que se desencadeou o protesto dos camionistas. E isto foi feito em Pombal. Ah ganda Toni, pá!

Situação política nacional

Sendo isto um jogo de poker, o Sócrates está a fazer all in com cartas de Uno na mão enquanto o Passos Coelho está à espera que o Ângelo Correia decida a cor do baralho. Consta também que os outros partidos estão a tentar trocar notas do monopólio por fichas, mas o Público ainda não confirmou...

14 de março de 2011

Farpas dos Leitores

Recebido por email:

O tugurium romano de Atalaia

Numa busca na web encontrei um artigo interessante sobre uma escavação arqueológica realizada aquanda da construção da autoestrada A17.
Nessa escavação foi supostamente encontrado um tugurium romano.
Ainda bem que o sitio foi escavado, só é pena que a arqueologia em Pombal se resuma a acompanhamentos e sondagens obrigatórias ou seja, somente o que a lei obriga em caso de monumentos classificados e seus perimetros de protecção ou obras públicas.
O concelho está crivado de vestígios, há villas romanas conhecidas (ex: S.Tibério, cidade de Roda), há grutas cheias de espólio ancestral, etc, etc, etc...
Porque não investir valores semelhantes aos da obra da Ponte D.Maria em escavar algo conhecido, mas desconhecido ao mesmo tempo e que poderá revelar achados interessantes e dignos de museu!

SM
Acrescento eu: se ainda houvesse esperança de ter uma plaquita de inauguração antes de 2013, acho que se equacionaria essas hipóteses, mas como escavações arqueológicas são trabalhos longos...

11 de março de 2011

Pois... parte dois

Tal como eu tinha previsto, o sobressalto durou pouco tempo. Vai-se a ver e a coisa do mérito e dos boys provocou muitos arrepios de espinha...

Na agenda

Neste deserto de ideias para o património e para a História há, contudo, alguns oásis que valem a pena ser mencionados. E um dos oásis tem a ver com as comemorações da Guerra Peninsular e da Batalha da Redinha, como o Adérito já mencionou, evento esse que foi ganhando mais dinâmica e abrangência, fruto de um conjunto de parcerias bem pensadas. Este ano é de Bicentenário e o programa, sem ser faustoso é adequado: desde exposição (itinerante, o que é coisa bem pensada) à feira oitocentista, passando pela recriação da batalha, desfile militar e um momento musical com hinos tocados pela Filarmónica. Fica a nota para o fim-de-semana (para aqueles que forem à manif - o ora signatário não vai -, lembro que o programa é de dois dias).

10 de março de 2011

Pois...


Isto lembra-me a piada sobre a teoria e a prática. Não é que não concorde com cada palavra do PR. Mas também me lembro sobre como as coisas funcionaram com o PR enquanto PM (e depois dele, claro). E como funcionam as coisas por esse país fora. Ou como funcionam cá em Pombal, onde vigora a política do "se não ajudo o meu amigo quem ajudará?".

Por isso, é verdade que devia ser como o PR diz? É. E vai mudar alguma coisa? Nada.


Nota: destaquei esta parte do discurso por entender que é um exemplo flagrante da hipocrisia com que o status quo funciona. Não invalida ideias importantes que foram focadas no discurso, nomeadamente a do país virtual vs país real e a da redução da despesa pública.

9 de março de 2011

Homens na luta


Segundo o presidente da Junta de Freguesia da Redinha, as comemorações do bicentenário da Guerra Peninsular e em particular a recriação da Batalha da Redinha, que terão lugar no próximo fim-de-semana, constituem um evento “histórico”. Concordo que a iniciativa é muito interessante tanto para a freguesia como para o concelho mas, nesse mesmo fim-de-semana, histórico, histórico, poderá ser a manifestação da “Geração à Rasca”. Esta geração de “desempregados, trabalhadores subcontratados e estagiários tem aqui uma oportunidade para mostrar o seu descontentamento e calar quem os quer rotular de passivos e resignados. Entre o marasmo caricaturado pelos Da Weasel e a força dos (fantásticos) Homens da Luta, espero que, no dia 12, saibamos ser como os segundos e, tal como há 200 anos, voltar a vencer “os franceses”.

E agora, para algo mais natural

Bióloga descobre escaravelho predador na serra do Sicó. Para quem tinha dúvidas sobre a peculiaridade da fauna local. A ver vamos se se juntam aos morcegos (aqueles que fazem ninho) na categoria mais genérica dos "bodes expiatórios", outra família conhecida da fauna pombalense.

4 de março de 2011

Sobre a Ponte D. Maria

Informação aqui. Alguns destaques (que não dispensam a leitura de toda a memória descritiva):

A proposta para o desenho urbano da ponte D. Maria, visa essencialmente privilegiar a circulação pedonal em detrimento da circulação automóvel, aumentando por isso, consideravelmente, a área pedonal. O tipo de pavimento proposto, lajeado de granito, na zona de circulação pedonal, associado à calçada de pedra irregular, também de granito, na zona de circulação automóvel, foi escolhido de modo a realçar o carácter histórico deste espaço. A marcar o eixo da via, de sentido único, propõe-se a existência de lajeado de granito à semelhança da área reservada à circulação pedonal.

A introdução de elementos contemporâneos, como guarda-corpos, dissuasores e papeleiras, pretendem marcar no tempo este trabalho de requalificação da ponte D. Maria, de uma forma sóbria, mas não irreversível.

A opção de perfazer o metro de altura dos guarda-corpos com um elemento metálico, em detrimento da alvenaria, justifica‑se sobretudo por se entender que, desta forma, o elemento de segurança "guarda-corpos" no seu todo será mais "leve" e "transparente" possibilitando maior desfrute do rio Arunca por parte de quem circula na ponte D. Maria ou aí aproveita para descansar num dos quatro bancos de granito com que se pretende equipar esse espaço público de elevado valor cénico.


Nesta fase, abstenho-me de comentários. Penso que a descrição diz (quase) tudo.

2 de março de 2011

Sugestão

Afinal, a notícia de que Pombal iria devolver 0,5% do IRS aos munícipes não correspondia à verdade, mas factualmente também não podia ser assim, já que na AM competente não houve essa decisão em relação a 2010 e eventual decisão para o IRS de 2011 só em Setembro. Mas que seria uma excelente opção seria esta de "devolver" aos contribuintes parte do dinheiro que durante o ano adiantam ao Estado. Dir-me-ão que em época de crise todos devem ajudar. E respondo que em época de crise, todos também têm o direito de se revoltar quando se percebe que o parte mais importante da balança é a receita, em vez de ser o equilíbrio entre esta e a despesa. Cá em Pombal ou lá na capital. Fica a sugestão.