Segundo o presidente da Junta de Freguesia da Redinha, as comemorações do bicentenário da Guerra Peninsular e em particular a recriação da Batalha da Redinha, que terão lugar no próximo fim-de-semana, constituem um evento “histórico”. Concordo que a iniciativa é muito interessante tanto para a freguesia como para o concelho mas, nesse mesmo fim-de-semana, histórico, histórico, poderá ser a manifestação da “Geração à Rasca”. Esta geração de “desempregados, trabalhadores subcontratados e estagiários” tem aqui uma oportunidade para mostrar o seu descontentamento e calar quem os quer rotular de passivos e resignados. Entre o marasmo caricaturado pelos Da Weasel e a força dos (fantásticos) Homens da Luta, espero que, no dia 12, saibamos ser como os segundos e, tal como há 200 anos, voltar a vencer “os franceses”.
"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
9 de março de 2011
5 comentários:
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Camarada Adérito Araújo, boa noite.
ResponderEliminarNão foras tu teres-te zangado comigo, e eu ser da geração de 60, que eu respondia-te à letra.
O chauvinismo dos franceses foi chão que deu uvas.
Agora quem manda é a Alemanha que não venceu pela guerra clássica mas já venceu pela económica.
E a geração “à rasca” não é mais do que aquilo que o Professor Doutor Cavaco Silva apelidou de “geração rasca”.
E rasca porquê?
Se bem te lembras “as más línguas do costume” apelidavam, nos idos anos 90, de PPM os jovens “turcos” que estão hoje em lugares-chave do País.
Os PPM eram os “Putos do Primeiro Ministro” (Cavaco Silva).
E é nessa “escola” (o saber ser, o saber estar e o saber fazer), única no País, que se formam as elites que nos hão-de governar.
Mas isso, como o chauvinismo dos franceses, foi chão que deu uvas.
Os agora instalados no poder não permitem que os jovens turcos medrem.
E isso é péssimo para o futuro do País.
Acresce que os agora no poder formataram os jovens para se alhearem da política.
Pergunta a qualquer um dos teus alunos se está inscrito numa qualquer jota.
Não! Desacreditámos na política e nos políticos, respondem-te.
Achas bem?
O que é que tu tens feito para inverter a pirâmide política, porque é disto que estamos a falar.
Se a pirâmide não for alimentada pela base, desequilibra-se e corre o risco de se inverter.
Não basta dizeres, como dizes: “desempregados, trabalhadores subcontratados e estagiários”
Tens uma responsabilidade acrescida de “abrir os olhos” aos jovens e fazê-los interessar pela causa política, já que eles são a tua “matéria prima”.
Desculpa, mas não resisti.
Caro Engenheiro,
ResponderEliminarZangado consigo? Não! Se há coisa que aprecio em si é o facto de responder à letra. Tal como o meu amigo, aprecio uma discussão viva, sobretudo se for com elevação e estiver fundamentada.
Quanto ao “rasca” da geração, permita-me que o corrija. O autor dessa expressão tristemente célebre foi o antigo director do Público, Vicente Jorge Silva.
É muito fácil criticar os outros, dizer que estão errados. Nós, aqui no Farpas, somos muitas vezes acusados disso mesmo. No caso das reivindicações desta “geração de desempregados, trabalhadores subcontratados e estagiários” (a expressão não é minha), como é óbvio, não me revejo nalgumas posições niilistas que já vi defendidas. Mas uma coisa temos que admitir: as perspectivas que os da “geração de 60” lhes deixaram não são as melhores. Não sou eu quem o diz mas reconheço que “a geração de 60 será em Portugal uma das primeiras em décadas e décadas a ser sucedida por outras que viverão pior” (ver: http://blasfemias.net/2011/01/02/falharam-a-vida-meninos/).
Aos jovens “rasca” exige-se que sejam cultos, instruídos, bons profissionais, bonitos, acutilantes, participativos, etc, etc. Mas, para exigir, temos também que estar dispostos a dar. E neste momento aquilo que temos para dar é muito pouco. Muito pouco, mesmo. E se as coisas não se alterarem, não nos podemos admirar com o ressurgimento de movimentos extremistas (como em França), ou com atitudes desesperadas como as de se convocar uma manifestação para “afastar toda a classe política”. Mas, caro engenheiro, não procure nesta frase o sentido da sua critica. Foi precisamente a sua geração que nos ensinou frases como: "é proibido proibir"; “a política passa-se nas ruas”; "o patrão precisa de ti, tu não precisas dele"; "sejam realistas, exijam o impossível!".
Abraço,
Adérito
Esta coisa do «rasca» e do «à rasca» dava pano para mangas... Devo dizer,no entanto, que me parece que, paralelamente à geração à rasca, a tal da precariedade, se tem desenvolvido uma outra de instalados, a viverem à conta dos papás ou dos tachos e tachinhos que os mesmos lhes arranjaram. Aqui, em Pombal, temos um grupo desses instalados, bem notável, que se recusa a aceitar uma atitude cívica e se nega a afrontar a política local com medo de perder prerrogativas. Graças a Deus, eufemisticamente, andam todos muito zangados comigo. Adoro vê-los estrebuchar! Dr, Adérito, estes iluminados hão de carregar tanto no Povo que conseguirão ressuscitar o que eles julgam morto há muitos anos: Marx e o Socialismo a sério.
ResponderEliminarSaudações.
Companheiro Adérito Aráujo, boa noite.
ResponderEliminarObrigado pela correcção.
Comungo contigo.
Só te faltou a outra "Make love not ward".
Abraço.
Boa noite!
ResponderEliminarIlustre professor de números, como sempre gostou de discussão séria aqui vai:
"reconheço que a geração de 60 será a primeira, em Portugal, em décadas e décadas a ser sucedida por outras que viverão pior"
Perante esta afirmação, Ilustre Professor, lamento mas começo a ser cada vez mais saudosista ..... que bons tempos os de SALAZAR. Nunca pensei vir a chorar o Saudoso Prof. António de Oliveira Salazar.
Quanto às manifestações para depor os políticos já é tempo de substituirmos toda aquela casta, já lá estão há mais tempo que o Saudoso Prof. António