Ontem, um ex-dirigente e ideólogo do PS afirmava na televisão (CNN) que a oposição estava em estado comatoso; e acrescentava que se a oposição fosse uma empresa já teria sido liquidada. A oponente no debate condescendeu; acrescentando, no entanto, que, apesar de tudo, à direita ainda existiam duas forças políticas com alguma vitalidade (insuflada pelos recentes resultados eleitorais). Se a nível nacional, o estado da oposição é comatoso, o que diria ele - e se poderá dizer - dela no nosso Pombal?
Primeiro, uma constatação óbvia: a oposição local está reduzida ao mirrado PS. Com o resto (o pó dela) não vale a pena gastar palavras; e até com o enfermo PS é discutível que se deva perder tempo e energia.
O PS local é um partido que não sabe o que é, para que serve, nem o que fazer. Vive estilhaçado pela intriga e pela falsidade no mais terrível dos abismos: o abismo do vácuo e da desconfiança.
De um lado, temos uma parelha assapada ao cadáver, sentada unicamente na legitimidade formal; ou seja, na legitimidade imoral; ou seja, na ilegitimidade. No mandato anterior contentava-se com o estatuto de ramo de enfeite do poder absoluto. Mas agora, com o profeta da boa-vontade, já pensa que subiu de estatuto, e já espera de bico aberto como filhotes de gralha no ninho, para ver que guloseima lhes calha. São figurantes que há muito desistiram de (tentar) conquistar o poder, e que para além de não terem percebido nada do povo, tratam-no com desprezo abominável.
Do outro, temos um grupeto sem senso e sem norte, que, por não saber para onde vai nem com quem deve ir, a todo o momento se interroga se deve acelerar ou travar, atacar ou capitular. No fundo, procura avidamente uma batalha indefinida que nunca se travará.
Neste marasmo doentio, temos que suportar o pior de dois mundos: o voluntarismo histérico do profeta da boa-vontade e o angustiante imobilismo letárgico do que resta da chamada oposição.
Portanto, na sua conclusão nem a situação faz nem a oposição desfaz... Logo, e continuando nas suas conclusões, Pombal está num beco sem saída.
ResponderEliminarPergunto então: E recomenda o meu amigo que nos refugiemos para onde? Porque lá no norte fogem da guerra e nós por cá temos de fugir da inoperância total?
Amigo Malho, temos de ser um pouco mais de tolerância e esperança nos nossos políticos, sejam laranjas, rosas ou até OI, porque mal ou bem é com eles que temos de contar, e mais vale dar-lhes corda do que tirar-lhes o ânimo.
Saúde, e moderação.
Defende o meu amigo que, apesar das pessoas/políticos estaram a ir por maus caminhos ou para o precipício, devemos incentivá-las!
ResponderEliminarSim, devemos incentivá-las a fazerem mais e melhor porque nós próximos 4 anos serão eles que estarão ao comando do navio, logo melhor será incentivá-las a bem navegar em vez de só dizer que são uns incapazes e portanto inúteis...
EliminarHá uma diferença grande entre a crítica construtiva e a crítica destrutiva, a primeira alerta e estimula, a segunda escarnece e destrói.
Amigo Serra,
EliminarEssa dicotomia crítica construtiva versus crítica destrutiva é coisa demasiado melosa (moralista), de quem simplesmente abomina a crítica (ser criticado).
Não há crítica boa ou má; há simplesmente crítica, que advém do pensamento crítico - infelizmente muito hostilizado - e que pode ser bem ou mal feita, bem ou mal fundamentada.
Os exercícios retóricos simplistas - a pregação moralista - nada acrescentam à comunidade. Há muito que se deixou de tratar a gangrena com paninhos quentes.
Não discordo de tudo o que refere, apenas sobre a pregação moralista discordo. De que vale a moral e a sua defesa se não for para dar alguma orientação a quem se mexe? As pedras não precisam da moral nem da ética para nada, mas as pessoas sim.
EliminarAliás a moral muito acrescenta á sociedade, senão como explicar as religiões presentes em 99% das civilizações, onde por baixo da ideia metafísica existia toda uma moral associada?
E certamente não serão os paninhos quentes de resolvem a gangrena, mas também não se pode tratar a ferros e constatando que apenas existe, sob pena de se espalhar mais e mais depressa.
Malho, infelizmente tenho de te dar razão. Também não me revejo na actual liderança do nosso partido em Pombal. A Drª e a mana Drª utilizaram o método de dividir para reinar e acabam sozinhas com um PS em ruínas. O próximo líder terá que começar por varrer o lixo, lavar a casa e partir do zero para construir uma oposição com crédito.
ResponderEliminarPrezado Adelino Malho,
ResponderEliminarÉ um Exmo. Camarada! Busco a ética da autenticidade na primeira pessoa, que fortalece o empírico a sustentar as respostas. Assim, não apenas filosofamos, mas trazemos a práxis aos ansiosos por conhecimento e emancipação humana. Veja, quando falamos em colectividade são poucos que incluem a todos (as). Alguns diferem a cor, a nacionalidade, o género, outros, a condição social. À participação partidária o diferente tem de ser reconhecido como gente. O mesmo, para quem administra. Esse é o problema de Pombal, quem administra enxerga um pequeno grupo de elite, patriarcado com posses. À oposição, apenas os que concordam com suas actuações ou ingerências. Essas adversidades destroem: a administração PSD e a manifestação do PS. O que nos deixa profundamente tristes é não compreendermos porque o estar junto, se diverge partidariamente, ou então porque administração seduz mesmo a saber que existem princípios e lealdades partidárias que não abdicamos, o exemplo são as selfies capciosas. O PSD não aceitou nenhum projecto do PS, até o da retirada do amianto nos espaços públicos, à contrário senso, não existe parceria e sim ingerência. São actos que confundem, irritam as populações e não contribuem para nada. No entanto, o medo de perder o poder, exclui aqueles que querem participar. Mas, o poder é colectivo e pleno de satisfação a todos (as). Em política, o que é permanente vicia a máquina, destrói a democracia. São tantos anos de PSD no poder que promovem incoerências que agem contra a inclusão social e a legalidade democrática, os governos acreditam que tudo podem. Entretanto, a ausência de interações políticas e falta de coesão social no mesmo núcleo, é sectário e déspota. Se, não tenho espaço para debater como posso demonstrar quem sou e por que vim? Como posso apresentar os meus projectos e habilidades competitivas? Como chegaremos em algum lugar se não reconhecermos os talentos e as vivências dos outros, que são úteis a todos nós? Eis o problema do PS - Pombal a ausência de plenários, de oportunidades iguais e rotação poder. Eis o problema do PSD; sem projecto, sem diagnóstico, sem percepção do todo - inculcado numa única figura mítica que entende de tudo e não agrega nada.
Concordo, não há espaço de autoavaliação, reconhecimento de fracassos e admitir que é chegada a hora de mudança. Temos que reconhecer que quando não delego e não divido algo que é nosso, é acto autoritário, antidemocrático e cruel, traz mágoa a quem é invisível. E isto vale para todos os partidos.
Portanto, ao meu partido PS - Pombal aguardo um plenário, com tempo, com justa distribuição de falas, sem monopólio do microfone, com escuta atenta, com possibilidade de apresentação de projectos, dos velhos, dos novos, dos estrangeiros, dos activos e dos aposentados. Aberto de facto ao público, para que seja possível inclusive apresentar novas militâncias e simpatizantes. Assim, lutaremos o bom combate juntos com a mesma linguagem, postura e reconhecimento, sem mesquinhez, sem medo e principalmente, sem vaidades. Todos juntos somamos, impactamos e promovemos um projecto real colectivo e político. Separados só perdemos. Entendo, que afinal é chegada a hora!
Bom manifesto, Marisa.
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