À hora a que vos escrevo ainda se parte muita pedra ali no antigo Largo da Biblioteca, que agora passará a ser o largo do Almirante. Mas não é por isso que o Bodo deixará de ser inaugurado, sem pompa nem circunstância, pela ministra da Justiça - que se tivesse vergonha não vinha dar para este peditório, nem contribuir para tamanho circo. Afinal, foi a ela, enquanto candidata, que o mandatário financeiro da candidatura de Pedro Pimpão - que acumula o cargo de presidente dos Bombeiros - recusou receber, ao tempo da campanha. Mas como já percebemos, isto da representação pública e dos titulares de cargos está como há-de ir. E por isso, vale o que vale.
Amanhã teremos honras de governantes, numa espécie de regresso ao passado: Pedro Pimpão desencantou o AgroBodo - com o qual Narciso Mota acabou, numa decisão sensata. Tenho a sensação de que estamos a andar para trás com uma velocidade vertiginosa: É o AgroBodo (que fazia sentido nos anos 80 do século passado...), é a Confraria a acantonar as freguesias na Praça Marquês de Pombal, é a Igreja a tomar conta do Cardal (mandando outros literalmente às urtigas, para junto das piscinas), é a criação de um hino (!), qual laivo bafiento, foi o presidente da Câmara na televisão a dizer coisas sobre o Bodo que adulteram a lenda, logo ele, tão 'oh meu Pombal', tão coração da cidade, tão amigo do chefe-de-gabinete-historiador.
E no meio dessa feira de vaidades que escala em publicações, selfies, desfiles e toda uma bebedeira de aparato fútil, fica a sensação de que alguma coisa correu mal com o programa e à última hora sobraram aqueles artistas. Evitando o trabalho, este ano até as barracas de cerveja foram concessionadas a um privado, ao invés da gestão municipal.
Nos concelhos à nossa volta as festas da cidade e dos concelhos são aproveitadas pelas autarquias para permitir às associações que as rentabilizem. Tasquinhas e bares são explorados pelas colectividades. Mas aqui, que somos muito à frente, preferimos investir nos subsídios.
Siga a festa!
Sobre tudo isto, e porque o Bodo é Bodo...serve para os Pombalenses se encontrarem e conviverem. O modelo cada equipa que lidera em cada ano escolhe o que acha melhor. Sobre o Bodo nada a dizer. Mas sinceramente o que me deixa perplexo, é o busto, colocado para a posteridade, de um Sr. que não me lembro de ter feito nada por Pombal. As altas patentes militares servem para pouco ou nada, num país como Portugal.
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