1 de agosto de 2023

Quo vadis, doutor Pimpão?

A vida corre bem ao doutor Pimpão. Mas vai correr mal. Muito mal. Porquê? Porque para além de só (a)parecer, (a)parece mal.

D. Diogo juntava boas qualidades a alguns grandes defeitos. Caiu pelos defeitos, e pelas extravagâncias. No doutor Pimpão é difícil descortinar qualidades (políticas), falta-lhe (quase) tudo: preparação, dedicação, maturidade, maneiras. E decência - condição essencial para a respeitabilidade que o exercício do cargo que ocupa exige.



O poder é afrodisíaco, mas a vida não é brinquedo e a política não pode ser uma diversão. O deslumbramento, a embriaguez e a volúpia do exercício do poder possibilitam grandes êxtases, devassidões e extravagâncias, e até um doce viver transitório, que, quando excessivos, sempre acabam em tormento e desgraça.

O doutor Pimpão entregou-se definitivamente aos prazeres da vida (estilo de vida perfeitamente aceitável) e aos vícios do poder, sem perceber que os seus devaneios públicos já atravessaram o limite tolerável. Mas continua feliz, ostentando a felicidade tola (a infelicidade), sem perceber que só tem um anteontem, já não tem hoje nem amanhã*.

Para tudo é preciso sorte, ou algum talento. O doutor Pimpão precisa de muita sorte, e de bons amigos, mas a reserva está a esvair-se rapidamente. Senão, a coisa não vai ter bom fim – não o pode ter. E não há nada mais terrível, na carreira de uma pessoa, do que ela se entregar a uma ideia fixa, à qual se sacrificou toda a vida, para a qual não se tem vocação nenhuma, deixando correr descuidadamente a sua existência pelo declive fácil da boa-vai-ela até ao desastre.

E que dizer de quem o acompanha? Nada. Estão pelo mesmo. Caem com ele.

PS: * Tudo isto não invalida que o doutor Pimpão se mantenha no cargo que ocupa, por algum tempo, cumprindo os relevantes papéis de entertainer de festas e eventos e de influencer nas redes sociais.

4 comentários:

  1. Começando pelo inicio. O PS perdeu as eleições para Narciso Mota, porque o Dr. Carolino era o completo oposto do Pedro. O Narciso sempre foi um populista, mas daqueles que financiaram Associações para controlar o poder. Muitas delas já fecharam e o dinheiro investido pela CMP foi só para esse fim, pagar votos do povinho. Desde essa altura que o PS não tem conseguido chegar ao povo e certamente não o será em 2025. O Pedro se não cometer nenhum erro grave ou se não melindrar, os barões do PSD local, como fez D. Diogo, terá certamente a vitória em 2025. Pode acontecer é ele conseguir novamente lugar na AM e optar, pois é um lugar para ele, muito mais confortável. A sina deste Pombal é esta, mas mais uma vez afirmo. Os responsáveis deste estado de coisas são as lideranças locais do PS, pois não conseguem chegar ao povo. Apresentamos Candidatos a seis meses do sufrágio, sem qualquer hipótese de discutir a vitória,. Vamos só para cumprir calendário.

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    1. Roque a tua visão está certa falhando só uma coisa, é que o PS poderia resolver o concelho...
      Nada nos diz que um candidato do PS, mais credível e popular, resolveria os problemas do concelho.
      Funcionamos todos no modo milagre, à espera de um.D Sebastião numa manhã de nevoeiro... E ele não aparece nem aparecerá...jamé...

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  2. O erro maior da malta que anda metida na política é achar que política é eleições. Resultado nem eleições nem política.

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  3. Amigo Malho.
    Nada sei do seu vaticínio quanto ao nosso PC atual. Tem a sua forma de atuar, que uns classificam de muito boa e outros de incapacidade atuante. É a habitual apreciação das figuras públicas.
    Porém, há afirmações que aqui refere que reputo de clarividentes e são elas: “O poder é afrodisíaco. O deslumbramento, a embriaguez e a volúpia do exercício do poder possibilitam grandes êxtases, devassidões e extravagâncias, e até um doce viver transitório, que, quando excessivos, sempre acabam em tormento e desgraça.” D. Diogo juntava boas qualidades a alguns grandes defeitos. Caiu pelos defeitos, e pelas extravagâncias. “
    Na embriaguez afrodisíaca os governantes tendem a ver o mundo como gostariam que fosse e agir na arrogância permitida aos que comandam…
    A vertigem do poder exige grande autocontrole e uma humildade que poucos conseguem.
    Espero, e tenho feito por isso, que aos nossos eleitos esse defeito seja evitado e que surjam as ações que prometeram e aguardamos.
    E sobre o seu final já tenho afirmado que as eleições são um método perverso e por vezes prejudicial porque elegem os mais convincentes e simpáticos que pouco acrescentam na atuação e preterem os menos simpáticos mas mais eficazes.
    Apesar de tudo é o melhor de todos os sistemas de governo que temos pois preservam a liberdade dos cidadãos e esse é um bem que vale todos os sacrifícios, incluindo aturar alguns vendedores, pessoalmente ambiciosos, de sonhos que nunca acontecem.
    PS: Por isso diria, temos sempre eleições e nem sempre política.

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