2 de fevereiro de 2024

Desmandos da “Junta”

Antes de ontem, o dotor Pimpão mandou reunir novamente a “Junta” para dar sequência à distribuição de loas e aos seus desmandos.



Fez aprovar, por unanimidade, e aclamação silenciosa, a aquisição de 48.207 m2 de terrenos rústicos (pinhais), ali para as bandas do Pinheirinho, por uns módicos 578.484 euros, ao preço de 12 euros por metro quadrado. O caro leitor também faria e agradeceria, com certeza, tão frutuoso negócio - se tal lhe fosse permitido.

Em 2020, a câmara vendeu 121.850 m2, urbanizáveis, contíguos à Zona Industrial da Guia, por 640.000 euros, ao preço de 5,2 euros por metro quadrado. Na altura, D. Diogo justificou o preço com dois argumentos racionais e compreensíveis: primeiro, a câmara deve disponibilizar terrenos para a localização de indústrias a preços acessíveis; segundo, a câmara tinha adquirido os terrenos a 2 a 3 euros o metro quadrado, logo vendeu com uma mais-valia aceitável.

Para o dotor Pimpão & C.ª, e para a dita oposição (se tal "ofensa" se pode fazer àquelas pobres criaturas), os fins justificam os meios, ou como diz o “outro”, daqui por uns anos ninguém se vai lembrar do preço pago. Estamos assim entregues a tagarelas movidas por esponjosos anseios, incapazes de compreender o princípio da utilidade e o valor do dinheiro, que compram tudo feito, ao preço que lhes colocam à frente.

Num passe de mágica passámos do despotismo iluminado para o estéril desportivismo. Que mais nos irá acontecer?!

3 comentários:

  1. Estes negócios podem até ser proveitosos. Se for para transformar em mais uma zona industrial, comprar a 12€ e vender a 5 € parece um mau negocio, mas não é. Temos depois de avaliar as mais-valias para o concelho. Mais empresas, mais trabalhadores, mais famílias. Se for para esse fim está no bom caminho a CMP.

    ResponderEliminar
  2. Bem me parecia que o "outro”, o que defende que o preço dos imóveis adquiridos pela câmara não se discute porque daqui por uns anos ninguém se vai lembrar do preço pago, não é ave-rara, tem seguidos (nos adversários e no próprio partido).
    Deus nos livre...

    ResponderEliminar
  3. Amigo Malho, estou com o Roque, mas só mesmo na 1ª frase, ponto. Quanto ao resto do que ele afirma nem comento porque não vale a pena.
    Sobre o Post não sei se o preço de aquisição dos terrenos aqui apontados é o pior e o que mais custos tem para o erário publico, porque de facto se com a utilização preconizada para os mesmos a sua utilização futura vier a representar um elevado retorno para o concelho, parece-me que o seu custo, que poderá ser de "oportunidade", até pode ser uma boa decisão.
    Além de que, negociações mais exigentes, demoradas, muitas vezes suportadas em administrativas e habilidosas formas de diminuição do seu valor, numa relação desigual que bem percebemos, já antes ocorridas, mas que, após aquisição, se reclassificam para uso urbano, poderiam postergar para as calendas a sua disponibilização e provocar a revolta dos enganados, e assim foi do modo decidido celeremente resolvido e a contento de todas as partes.
    Há 50/60 anos e mais, que as autarquias e o país eram muito pobres, faziam-se cortejos, quermesses, peditórios e, apelava-se aos proprietários para o mecenato cedendo os seus terrenos de forma gratuita ou por valor simbólico para iniciativas publicas, como foi por exemplo o 1º hospital de pombal e até da primeira ambulância.
    Não me parece que nos dias de hoje o estado que nos cobra impostos e muitos, precise de recorrer a essa liturgia de antanho que, só porque é do interesse público, se adquiram terrenos a preços baixos que entre particulares jamais ocorrem.
    Uma das prerrogativas do proprietário é não vender, e se um dia as coisas se valorizarem então tem a oportunidade de vender, com mais valias, que o estado não se esquece também de tributar.
    Logo, talvez o valor oferecido seja justo pelos terrenos que vão ter um uso diferente do que têm atualmente para floresta e seja justo que os proprietários cedentes recebam uma quota parte dessa valorização que, sem a sua cedência também não ocorreria. Note que nos negócios de terrenos há dois valores muito importantes num momento: tem de se comprar o terreno e a vontade do proprietário. (parece anedota, mas é bem verdade).
    Portanto não me parece que seja um bodo aos pobres e uma desmiolada decisão.
    O espirito que fala sobre o que aconteceu na Guia, digno talvez de investigação policial à semelhança do que hoje se passa no continente e na Madeira ( até ver) com suspeitas combinações de bastidores que beneficiaram uns prejudicando todos os outros, aqueles que não interessa nada porque são arraia miúda que podem bem suportar os efeitos do investimento industrial a todo o custo, onde as partes interventivas maximizam os benefícios e relativizam ou desconsideram os impactos para a sociedade, aí a população foi chamada a colaborar na evolução do investimento no concelho, com umas patranhas informativas sobre os potenciais interessados, que afinal nunca se conheceram, e eis que da cartola surge a final um, nunca antes mencionado, a abocanhar tudo de uma vez, num artificio legal que permitiu essa rasteira ao povo da Guia.
    Este assunto deveria ser agarrado e resolvido politicamente com a coragem que o bem-estar de população merece, obrigando à opção pelas alternativas disponíveis e vantajosas para todos, mas que parece ou não haver coragem ou não haver sequer vontade, o que ainda é pior.
    Eu sei que são os meus representantes que ajudei a eleger e suporto politicamente, mas até ver não estamos na Rússia, e nem com tudo concordo com o nosso executivo, e quando discordo aponto o erro. Aliás esta posição minha já era bem conhecida desde o mandato anterior e se há coisa que raramente faço é mudar de opinião.
    Portanto, talvez aqui a sua posição possa ser discutível e a atuação do executivo justificada e correta.
    Assim fossem outras que pecam por aparecer.
    Abraço

    ResponderEliminar

O comentário que vai submeter será moderado (rejeitado ou aceite na integra), tão breve quanto possível, por um dos administradores.
Se o comentário não abordar a temática do post ou o fizer de forma injuriosa ou difamatória não será publicado. Neste caso, aconselhamo-lo a corrigir o conteúdo ou a linguagem.
Bons comentários.