Portanto, ao ter:
- Um regulamento que não podia ser aprovado na AM, mas que foi.
- Um regulamento que, segundo as próprias palavras de Narciso Mota, não serve para nada
Continuamos assim:
- Com uma AM inoperante reduzida, cada vez mais, a uma caixa de ressonância do poder
- Com a ausência de política cultural.
O resto, lamento, mas é apenas fumaça. E o povo não tão sereno assim que engula a treta de que um aparte justifica tanta confusão (e é, no mínimo, lamentável a instigação à acção judicial).
E isto é saturante. Saturante porque há tantos que, nas costas, dizem o que pensam do poder, mas pela frente actuam com um zelo canino na sua protecção. Saturante porque há tanta coisa a discutir e a fazer estrategicamente (para além de comparar com o que existia há 18 anos) em tanta área e ver tão poucos aqueles que o querem fazer sem estarem preocupados apenas com a manutenção do poder, para depois o usarem em proveito próprio ou dos seus "amigos". 2013 está ao virar da esquina, felizmente. Infelizmente, não se consegue perceber se muda algo ou apenas os nomes.
É isso. E mantenho: esta AM actual é uma caricatura do que deveria ser! Este conjunto de episódios é boa ilustração disso mesmo.
ResponderEliminarQuanto à politica cultural, é uma dó! Temos meios técnicos fantásticos (Luz, som, etc... luxuosos, mesmo... um fausto). Temos equipamentos muito bons (Teatro-cine, Café concerto, Biblioteca e Auditório, Celeiro do Marquês, etc...). Mas não temos estratégia, nem competência, nem conhecimento, nem (parece-me) vontade. Porque tantos erros já parecem mais do que falta de capacidade. Parecem mesmo é má vontade!
Entretanto virá aí o nosso amigo Eng. Marques falar de cultura urbana e rural...
ResponderEliminarAté lá, acrescento uma coisa, meu caro Gabriel. Também tens técnicos bons. E tens recursos humanos também. Mas há coisas que quem não sabe, contrata para fazer, nomeadamente na perspectiva da estratégia.
Mas pronto, os anseios e interesses já sabemos que são de charneira.
Realmente Pombal tem os meios, mas falta o resto... colocar lá a massa cinzenta. Este é o problema da nossa região da nossa cidade e até do país, existe dinheiro para fazer obra, mas não existe sabedoria para fazer florescer o imaterial dentro dessa obra. Claro que a culpa é de quem manda, mas também de quem não é capaz de elevar o nível da discussão para outro patamar...
ResponderEliminarÉ difícil discutir com quem não quer ouvir as ideias de outros, só porque não são das dos "deles". Na balança, o peso é muito maior para quem manda, seja aqui ou em Lisboa. Afinal têm os recursos e o poder. Isso serve de exclusão de responsabilidade dos outros? Apenas quando o poder destrata e se recusa a ouvir qualquer coisa que não venha na tonalidade certa. Tiranetes e suas cliques, não obrigado.
ResponderEliminarFora desse campo, há gente com valor, no sector e fora dele, pertencendo à autarquia ou não, que todos juntos poderiam dar origem a algo interessante. Caberia depois aos políticos arranjar meios ou justificar o apoio ou não às decisões "técnicas" que daí sairiam. Ou mesmo sem políticos, poderia, e deveria, a sociedade civil, acarinhar o que fosse de bom e de relevo cultural. Mas para isso, para colocar tudo no mesmo patamar, tem que haver vontade. De fazer e dialogar. As culpas, aí, mais uma vez, pendem para um lado. Mas uma cidade/país não se fazem só de Estado, fazem-se também de pessoas.
Em Pombal há meios. Há gente interessada em mudança. Mas há vontade de que a mudança de 2013 não esteja dependente apenas da forma política? De outra forma, que se faça para além da forma política, não de costas voltadas, mas com o devido respeito pelas actuações em cada área? Eu sei que há. E acredito nisso.
O conceito é ambicioso, João (Alvim). Mas também me parece exequível.
ResponderEliminarÉ certo, não se neguem as responsabilidades onde elas mais pendem - em quem detém o poder. Mas façamos da sociedade civil um prato um pouco mais pesado, nesta tão desequilibrada balança, e daremos o nosso contributo para uma situação mais saudável!
Gabriel
ResponderEliminarEu parece-me que fomos nós (em geral) que matámos a ambição. Deixamos que a discussão fosse reconduzida para fóruns que, fossem eles geridos de outra forma e com outra percepção da res publica, dariam outros resultados. Mas não nos iludamos: há órgãos políticos para fazer política. E deve haver órgãos "cá fora" onde a política também é feita, mas de outra forma. Uma espécie de aproximação à distinção politics/policy.
Mas indo à vaca fria: há gente que faz muita coisa e bem em Pombal (concelho) na área cultural? Por vezes há mesmo iniciativas em conjunto que resultam bem. Há sítios e há eventos com alguma variedade. Há pequenas actividades (estou a pensar nas sessões de cinema no Café Concerto) que substituem outras que se revelaram incomportáveis financeiramente. Falta é, muitas vezes, o substrato formal - nada de muito pesado - para suportar algumas acções e formar redes de trabalho que criem actividades culturais que depois possam ou não ser suportadas pelo poder político. Falta uma Associação de Defesa do Património, por exemplo. Falta um Cineclube, por outro. Mas há Filarmónicas, há Ranchos Típicos, há o GPS, incansável na sua protecção do ambiente e também com preocupações de protecção de património histórico. Há um projecto como o CIMU que acho interessante. Depois há a irracionalidade do Castelo mas nessa aguardaremos para ver.
E ainda há a omnipresente figura do Marquês que resulta num Museu que leva um prémio ou menção de integração urbana (merecido) mas que está aberto em horário de repartição! Que exemplo não seria, por exemplo, passe a expressão, já que a autarquia entende que não se justifica ter o Museu aberto ao fim-de-semana (não há visitantes se não há promoção, não há promoção se a praça continuar a ser um mausoléu de betão), se uma Associação de Defesa do Património ou um embrião disso, disponibilizasse voluntários para, numa escala rotativa assegurar a abertura durante o Sábado, por exemplo. Eu sei que esta ideia se arrisca a levar chumbo de todo o lado, mas o problema é que nem as ideias para melhorar se discutem sendo deixadas todas as decisões no Largo do Cardal onde, muitas vezes, se erra quando se fala de património e cultura. E que obrigação tem o cidadão de se substituir a um funcionário da autarquia? Nenhuma e a coisa até pode ser perversa em termos de lógica, mas é uma solução a equacionar para um eventual problema.
No final de contas, podemos continuar todos a fingir que está tudo bem quando não está ou podemos tentar fazer algo, sem dogmas e partidarites, mas com a noção de que em rede e a experimentar podem surgir coisas engraçadas.
E acabando com uma mentalidade pombalense do "picar o ponto", parecendo ser sempre mais importante aparecer do que ajudar a fazer.
Um comentário repleto de sumo! :)
ResponderEliminarEstas boas ideias necessitam de entidades que as tutelem. Associações, cooperativas, etc... e esse movimento tem hoje em dia algumas dificuldades em nascer. E isso resulta, mais do que de condições físicas ou financeiras, de condições de "disponibilidade". As pessoas têm menos tempo, mas também (e principalmente) estão menos generosas. Estamos todos menos disponíveis para entregar 10 horas da nossa semana a uma causa pública, de forma não remunerada. Pelo que, sim, tens razão (e o João, cujo comentário acaba por ter reflexos também neste ponto). Há que experimentar. E com isso, com a vontade e a disponibilidade, com as ideias, com os projectos... vamos necessariamente elevar o nível da discussão. E da obra, já agora.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarEste comentário repetido e descontextualizado não devia ser apagado? Isto já foi dito noutros posts, logo é "spam"...
ResponderEliminarConcordo, assumindo, como administrador, o ónus de o remover, uma vez que o mesmo está disponível no link abaixo:
ResponderEliminarhttp://farpaspombalinas.blogspot.com/2012/03/carta-ao-meu-amigo-narciso-mota-depois.html
Ainda que a discussão tenha sido pensada para aqui (uma vez que aludi à ilegalidade da AM, parece-me desnecessário repeti-la em dois sítios, tanto que o post e respostas estão no link acima).
Esclarece-se, ainda assim que se trata de uma crítica à posição de que a AM decidiu de forma ilegal e que foi colocada como comentários em dois posts. No outro post continua como está, sem qualquer alteração.