Em véspera de mais umas eleições legislativas, desta vez antecipadas em tempo de crise, vamos tentando identificar quem são as pessoas que podemos eleger pelo círculo eleitoral de Leira.
O distrito elege 10 deputados para a assembleia da república do total de 230 (representará 4% daquele hemiciclo). Em 2019 o PSD elegeu 5 deputados, PS 4 (apesar da diferença de cerca de 5 mil votos) e o BE elegeu 1 com cerca de 20 mil votos. O método de Hondt, em Leiria, não beneficia em nada os pequenos partidos e quanto mais distribuição de votos por muitos, mais os grandes partidos são beneficiados.
Para cabeças de lista temos o Presidente da Assembleia Municipal de Pombal, Paulo Mota Pinto, o Secretário de Estado e Adjunto e da Saúde, António Sales e o repetente Ricardo Vicente pelo BE. Os restantes serão ilustres desconhecidos, sobrepondo-se o partido às pessoas.
Não há forma de ser eleito para a Assembleia da República sem um partido.
Num distrito em que nas últimas autárquicas tivemos eleitas 6 câmaras PSD, 6 Câmaras PS e 4 Independentes significa que uma percentagem de eleitorado que se revê nos Grupos de Cidadãos Eleitores (GCE) tem dificuldade em encontrar semelhante cenário nas legislativas. Acresce ainda que os agentes políticos dos GCE ficam arredados do processo eleitoral, não participando, por exemplo, na constituição das mesas de voto.
A Associação Para uma Democracia de Qualidade (APDQ), em parceria com a Sedes, propôs um modelo misto entre o sistema atual e um círculo do Uninominal, já previsto na constituição desde 1997, ou seja, está previsto legalmente. Falta a vontade política.
Isto significaria que poderia haver um candidato pelo círculo uninominal por Pombal, mesmo sem pertencer a qualquer partido.
Um sistema político tem de ser formado por partidos. Cada um com o seu modelo de sociedade, seu projecto político, suas propostas para liderar e os seus protagonistas. É somando este conjunto de valores que o eleitor deve escolher o seu modelo pretendido de sociedade e escolher um governo para o País. Quanto aos círculos por Concelho acho que era uma medida para implementar. Desta forma todos os territórios seriam defendidos numa Assembleia Nacional Constituinte. Defendo assim um modelo semelhante ao Autárquico.
ResponderEliminar