14 de março de 2024

Pombal - Exposições e Feiras para encher agenda (I)

Por norma não participo nas iniciativas da câmara. Considero-as desinteressantes – destinadas simplesmente a preencher agenda – e, vezes demais, de grande mau-gosto. Evito, assim, o desprazer pessoal e mais reacções críticas.   



Ontem, alertado por amigos/as e desafiado pelo presidente da “junta”, fui ver a exposição “50 anos, 50+5 rostos – as marcas do tempo”, integrada nas comemorações dos 50 anos do 25 Abril 74, patente nos Claustros dos Paços do Concelho. E, aproveitando a passada, visitei a “Feira de Formação e Orientação Vocacional” (belo nome para coisa nenhuma), integrada na Semana da Juventude, a decorrer no Jardim do Cardal. Com esta dose dupla fiquei imunizado por um longo período. Contava ir a uma palestra que me pareceu interessante e se realiza hoje, integrada nas Comemorações do 25 Abril de 74, mas perdi o interesse - não posso arriscar uma terceira dose seguida.

A exposição “50 anos, 50+5 rostos – as marcas do tempo”, é coisa sem critério e sem trambelhos, sem propósito e sem lógica que se perceba, mais digna do 24 Abril que do 25 Abril, com rostos do passado (alguns já desaparecidos) e sem passado ligado ao 25 Abril – salvo raríssimas excepções.

O curador – desconhecido! - diz-nos que a amostra “é um exercício que nos mostra o passado, o presente e o futuro através do olhar dos pombalenses e pela objectiva de Victor Freitas”. Do passado vá-que-não-vá, mas do presente e do futuro cruzes canhoto e Deus nos livre destes apóstolos e destas apologias.

Custa a aceitar que o comissário das comemorações, Luís Marques (pessoa culta e com forte vivência do período), tenha dado aval a isto! Agora, já só se pede que não levem pela frente a ideia peregrina de distribuir o vídeo realizado pelas escolas, para ser utilizado como instrumento formativo sobre tão importante período da nossa História recente.  

4 comentários:

  1. Amigo fez mal em não ir à palestra de hoje com Maria Inácia Rezola porque foi um momento de revisitação de acontecimentos dos primórdios de 74 até 76 da revolução com explicações e relatos do que esteve por detrás dos mesmos, hesitações e decisões que viriam.a condicionar toda a evolução subsequente.
    Foi muito interessante.

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    1. Conde do Oeste, imagino o seu sentimento de...Oh tempo, volta para trás. Da-me uma ditadura de direita. Já falta pouco.

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    2. Ó Roque, será que essa cabecinha pensadora não te dá para imaginares algo mais original.
      É que essa do colar as pessoas a desejos que nunca desejaram tem só aquele efeito da maldicência gratuita.
      Só me lembro daquela passagem bíblica adaptada do "perdoai-lhe senhor que ele não sabe o que diz", porque eu por mim há muito que o perdoei embora saiba que a tolice vai continuar.
      Oremos...

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  2. Como considero, por princípio, que para falarmos de alguma coisa temos de a conhecer, também eu já lá fui visitar a exposição. Tinha bastante curiosidade, confesso. E até alguma expectativa. Saí de lá um bocado agoniada com tanto bafio, com tanto 24 de abril, mas sobretudo pela falta de critério - e trabalho, porque pesquisar e fazer uma coisa séria dá trabalho, ao invés de juntarmos um monte de gente (irmãos, marido e mulher, etc) que se dá ao desplante de dizer coisas destas: "falta muito, hoje, o respeito pelos outros"), "nunca abusei da liberdade que tenho", "mas nessa altura as pessoas respeitavam as autoridades, eram mais humildes" ou "as pessoas são mais abertas mas perdeu-se um pouco da educação e do respeito que havia". Que o respeitinho é muito lindo. Quanto ao vídeo, aguardo para ver. Várias pessoas saíram de lá indignadas. Espero que o manifestem. Cumprir Abril também é isso.

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