14 de outubro de 2024

Ensino Superior em Contentores – já era tempo de acabar com a fantochada

Há uns anos, uma tontice colectiva fez instalar uns contentores no Parque Industrial da Formiga para, vejam bem, ministrar uns “cursos” enjeitados – TeSP. Quando se percebeu que quase ninguém queria aquilo, o profeta Pimpão prometeu o irrealizável (nas nossas vidas): uma Escola/Departamento Superior do IPL a ministrar ensino superior graduado e pós-graduado. 

Até agora, a tontice pariu um rato. Nenhum ser pensante, com dois neurónios a funcionar em série, vê utilidade palpável no que agora se faz, para os escassos alunos, para o Ensino Superior, para o desenvolvimento da IPL ou desta terra. Nem pode ver factibilidade na ilusória promessa. Mas parece que o doutor Pimpão e os doutores do IPL acreditam que uma tontice pode gerar uma conquista. Perdoai-lhes Senhor. São políticos.

A hipocrisia, para ser útil, deve ocultar-se. Mas nesta terra tornou-se pomposo expor as próprias misérias fazendo-as passar por grandezas. Sexta-feira passada o doutor Pimpão resolveu entreter-se com mais uma iniciativa ao seu nível: uma sessão pública de recepção dos alunos do chamado Núcleo de Formação de Pombal do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) no Salão Nobre da câmara. Para o pomposo e risível evento convidou a meia dúzia de alunos que se inscreveu nos ditos cursos e meia dúzia de figurões da região: os doutores Batista Santos (CIRL), Fonseca-Pinto (ESS), Pedo Morouço (ESCS) e outros docentes.



Não haja dúvida que vivemos tempos de artificialidade e embuste onde o que conta é mostrar que se está a fazer qualquer coisa, acredite-se ou não no que se está a fazer. Mas convém não esquecer que as acções dos homens são danosas quer pela ignorância, quer pelos maus desejos. Esta tontice mal-enjorcada, sem presente e sem futuro, só serve para desbaratar recursos e queimar tempo. Quanto mais tempo durar, mais prejuízo gerará.

9 de outubro de 2024

E o regimento, censores?!

No (final do) período reservado às intervenções do público, Manuel Serra pediu a palavra, porventura para reforçar a oportuna intervenção do cidadão Jorge Cordeiro e/ou para fazer algum tipo de paralelismo com a sua longa luta contra a instalação de uma grande unidade avícola, na periferia da vila da Guia. Mas logo se levantaram várias vozes “não pode…”, “não pode…”, “não pode…”, de todas as bancadas. Não haja dúvida que o espírito censório supera as ideologias, e está mais disseminado do que se julga.

Perante a ridícula situação, o presidente da Mesa da AM em exercício - doutor João Coucelo -, porventura condicionado pelos protestos, não concedeu a palavra ao alistado e, pior, brindou a assembleia com uma justificação que teve tanto de pomposa como de patética.

Todos aceitaram a decisão. Todos menos o visado…

Passados largos minutos, possivelmente alertado para o erro que havia cometido, o presidente da mesa em exercício informou a assembleia que tinha cometido um erro ao não ter concedido a palavra a Manuel Serra, já que o regimento lhe concedia esse direito, e pediu desculpa pelo erro. Os erros acontecem, mas, neste cargo, acontecem mais quando se conduz os trabalhos mais pelo sentimento (“feeling”) que pelo regimento.

Depois: depois continuamos a padecer dos antigos vícios: democratas pouco democráticos; e espírito censor aguçado.


7 de outubro de 2024

Cheira mal nos Redondos, cheira mal em Pombal

No período regimental reservado para intervenções do público, o cidadão Jorge Cordeiro - ex-assessor de Diogo Mateus - fez uma oportuna intervenção na Assembleia Municipal. Expôs com clareza o drama dos habitantes da Aldeia dos Redondos e lugares limítrofes: o cheiro nauseabundo que emana regularmente de um aviário próximo.

Já houve um tempo, por volta das décadas de 70, 80 e 90 do século passado, em que o concelho estava povoado por pequenos aviários, que cresceram como cogumelos, dentro e fora das localidades. Eram outros tempos, tempos onde tudo era permitido e a sobrevivência mandava desenrascar. Na transição do século, o amadorismo, a falta de escala e as queixas da população condenou a esmagadora maioria destas pequenas explorações avícolas à morte.

Actualmente o concelho está a ser novamente invadido por aviários e afins, por grandes explorações avícolas, que se aproveitam da permissividade da "classe política" reinante e aclamante, débil e dócil (com o capital oportunista). Prometeram-nos o paraíso na terra, cheio de bem-estar e felicidade. Mas servem-nos um “desenvolvimento” malcheiroso, sem presente e sem futuro. Um modelo que já condenou a Aldeia dos Redondos à morte, como bem diz o Jorge Cordeiro, e arrisca fazer deste grande aviário uma terra malcheirosa. O que cheira mal, FAZ MAL.


4 de outubro de 2024

Pimpão contra Pimpão & C.ª

Na última reunião da AM, o Pimpão João bateu e arrasou, sem dó e sem piedade, o Pimpão Pedro e tudo o que gravita à sua volta: o vereador Navega – apesar de tudo, o único que faz alguma coisa e sabe alguma coisa do que faz –, o responsável pela Divisão de Obras, a Fiscalização Municipal, a direcção da PMUGest, etc. Como diz o povo, só se perderam as que caíram no chão.

As acusações são graves: alicerçam-se em factos e documentos e não em simples opiniões, consubstanciam uma forma de fazer política e algumas poderão ter contornos criminais. Nada que nos surpreenda.

A aventura do Pedro, digamo-lo sem refolhos, terminou. Na verdade, na verdade, terminou quase no mesmo instante que começou. O efémero é assim, dá felicidade mas esvai-se rapidamente. A partir de agora, a vida política do Pedro será um tormento público que tem tudo para terminar numa agonia dolorosa à espera do golpe de misericórdia. Nada que não tivéssemos previsto. O destino previsível de um escravo da lisonja que se limita a pregar a felicidade tola, foge voluntária e descaradamente dos problemas, dissipa capital político na fanfarrice, doudejando por festas e eventos, inebriado pela alegre vaidade de aparecer, cai inevitavelmente num drama sociopolítico como este, carregado de incerteza e sofrimento, que pode não determinar o seu fim imediato, mas acarreta um declínio irreversível na indispensável relação de confiança com a população e os seus correligionários. Um drama que pelos sinais já é psicológico, mas se pode tornar psicopatológico. 

 


2 de outubro de 2024

AM – juntas ao poder

No poder não há vazios. A última reunião da Assembleia Municipal (AM) confirmou o que já se vinha notando há algum tempo: o empoderamento das juntas (dos presidentes de junta). Durante o PAOD (Período Antes da Ordem do Dia) - e ao longo da reunião - adoptaram um registo comum: cobrar promessas ao dotor Pimpão. Coisa nunca vista, por cá…



Descortinaram-se, ali, três bancadas: a do poder (PSD), desinteressada e desarticulada, sem adversário e sem missão, limitou-se a cumprir agenda, sem honra e sem brio; a da dita oposição (PS), sem estratégia e sem astúcia, e agora sem as predilectas “Propostas/Recomendações”, limitou-se a picar assuntos; e a dos presidentes de junta!, sintonizados na cobrança de promessas e na disputa do melhor quinhão no rancho municipal.

O arquitecto Guardado voltou a fazer uma boa intervenção sobre o Parque Verde mas ninguém o ouve… - aquilo vai acabar como benfeitoria cara para encher a agenda política. O dotor Siopa voltou para confirmar, por actos e confissão, o que já se sabia: está na bancada errada. O dotor Pimpão chegou atrasado, e sem avisar, mas ainda a tempo de cumprir os serviços mínimos e levar pancada dos presidentes de junta.