20 de dezembro de 2024

AM, que balanço?

Em boa hora o Professor aceitou presidir à Mesa da Assembleia Municipal de Pombal. E ainda bem que a sua entrada na política pombalense coincidiu com a ascensão dos Pimpões ao poder. Se tal não tivesse acontecido, a política local ter-se-ia degradado ainda mais, talvez irreversivelmente, e não se perceberia que a acção política exige preparação e decência. Quem quiser assistir às 8 horas da última reunião da AM, ontem realizada, perceberá ao ponto que chegámos, e poderá imaginar o que seria daquela assembleia magna sem Mota Pinto naquele lugar.



Nos fenómenos sociais é sempre difícil perceber se um determinado estado, ou estágio, é causa ou consequência de outro. Na política pombalense poderá ser difícil perceber se a classe política que por cá vegeta é causa ou consequência da estagnação e do declínio do município e da paralisia da câmara (se exceptuarmos as festas e eventos). Mas colando os múltiplos actos e papelinhos da longa reunião, a maioria das pessoas poderá formar uma opinião fundamentada sobre o estado a que chegámos. Da minha parte direi só que me continua a intrigar como foi possível os Pimpões ascenderam ao poder e tornarem-se figuras proeminentes da política local.

Se um Pimpão faz muito mal à Política, dois Pimpões fazem muito pior. Até porque são duas faces da mesma moeda: muito diferentes e muito iguais.

O João julga-se um tribuno, mas é um tambor - uma coisa cilíndrica que faz muito barulho, mas é vazio por dentro. Fala, fala, fala, mas não sabe o que falar quer dizer… Quando diz sandices e obscenidades, como as que disse sobre as representantes do PS, não o faz por amor à palavra indecente, não o faz pelo prazer de dizer obscenidades, mas simplesmente por um costume desprezível que se tornou quase uma necessidade. Mas o pior nem é o que diz, é a insuportável grosseria e os modos brejeiros que exibe quando alguém do PS fala antes ou a seguir a ele. Ostenta uma incontinência físico-mental que nem o presidente da mesa consegue conter, apesar das constantes repreensões.  Pega-se frequentemente com o dotor Coelho por tudo e por nada. Já era tempo de este lhe responder como respondeu Cícero a Catilina, “Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?”

Mas apesar de tudo, o caso do Pedro é mais preocupante porque provoca mais danos. Os danos da cultura de mediocridade perdurarão, por muito tempo, na urbe. Não se consegue vislumbrar um acto de excelência ou uma expressão galvanizadora no Pedro. É um pregador do optimismo vazio, da fantasia pimpona e da lisonja fácil, que abusa sistematicamente do superlativo e do pomposo, que abastarda a linguagem e contrafaz o discernimento em benefício próprio. A exaltação que fez dos méritos (capacidade organização e gestão) do Director Municipal ultrapassou o ridículo. Aplica-se aqui bem o célebre raciocínio de Freud, quando sabiamente disse, “quando Pedro me fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo (Agostinho, neste caso). Na verdade, não ficámos a saber mais de Agostinho, porque já sabíamos tudo o que interessava saber: é tão bom gestor que nem a sua vida conseguiu gerir, ao ponto de ter de se apresentar no tribunal, com uma corda ao pescoço, para que este o declarasse falido, devido às avultadas dívidas contraídas. Mas do Pedro ficámos a saber mais qualquer coisa; reforçámos a ideia do bom-profeta capaz de forjar mentiras em que posteriormente acredita, como esta sobre o Agostinho, e as outras sobre o desagravamento fiscal e os 23 milhões de despesa fiscal entregues aos munícipes. Penso até que foram cozinhadas pelos mesmos impostores.

E a “oposição”? A "oposição" esteve igual a si própria, frágil e descrente. O dotor Coelho falou bem e expeditamente, mas é de seu natural inconsequente. No entanto, deixou a ideia que é melhor a rebater propostas/recomendações que a defendê-las. Percebe-se - e ele já deve ter percebido porque não é parvo - que está sozinho. A desistência pode estar já ao virar da esquina.

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