8 de janeiro de 2025

Novos protagonistas, velhos hábitos


 Na última reunião da Assembleia Municipal, o JAS (vulgo João Antunes dos Santos, que se gerou há 9 meses deputado da nação) personificou aquilo que o PSD local tem de pior: aquele prazer sobranceiro de menosprezar os adversários, típico de quem prefere ser forte com os fracos e fraco com os fortes. 

Julgava eu que esse era um método passado. E sendo o nosso deputado um rapaz moderno (mesmo que disfarçado de velho), que acompanha com quem defende a igualdade e outros valores, era de esperar que tivesse outros princípios. Só que não. Num rasgo de pedantismo bacoco, decidiu entrar a pés juntos com a representante do Oeste Independentes, Liliana Oliveira, que pela primeira vez participava numa AM. Seria de esperar, pois, que - até por uma questão de educação - fosse (bem) acolhida pelos seus pares. Mas um jovem deslumbrado é sempre um jovem deslumbrado até crescer. E assim se explica a intervenção de JAS (ensaiada tantas vezes com as mulheres da bancada do PS, e outrora com a do Bloco de Esquerda), com o aval do resto da sua bancada, que acha uma certa piada a este tipo de desconsideração. 

Atente-se que o argumento "político" assentava no facto de Liliana (que preside à Assembleia de Freguesia do Oeste, e já provou várias vezes não ter medo de quem rosna) levar uma intervenção escrita, supostamente feita por outro(s). Está bem de ver que Joãozinho se viu ali ao espelho: quantas vezes foi para a AM com cábulas da concelhia, quantas vezes terá feito cábulas para os outros. Lembramo-nos todos das intervenções de tantos eleitos do PSD (mal lidas, por serem alheias), elogiosas do sexo dos anjos e da plantação de orquídeas na Amazónia. 

É o que temos. E é com isto que vamos ter de lidar no futuro. 

Os jogos de rabo de saia dão gozo próprio, mas fazem estragos

Os códigos de conduta das grandes empresas, nomeadamente das cotadas em Bolsa, prevêem regras apertadas para os relacionamentos entre administradores e subordinados(as).

Na GALP, na semana passada, uma denúncia anónima fez chegar à Comissão Ética e Conduta um relacionamento íntimo e encoberto entre o Presidente do Conselho de Administração – Filipe Silva - e uma directora. A comissão chamou o Administrador para ser ouvido com urgência. A audição ocorreu ontem, com o administrador a assumir o caso e a apresentar a demissão.

As organizações confiáveis, que se preocupam com a ética e o ambiente saudável, cortam pela raiz os vícios de conduta que geram promiscuidades, conflitos de interesses e estragos de vária ordem. As autarquias, onde estes vícios proliferam e medram com facilidade redobrada, deveriam prevenir e tratar estes vícios de forma exemplar. Mas não o farão. O poder é afrodisíaco e o deslumbramento é leviano.