As eleições legislativas que atravessamos vieram refrear qualquer ânimo autárquico, por estas bandas. Vivemos uma espécie de quarta-feira de cinzas prolongada, num jejum de acção política e abstinência participativa. Sem critério nem noção, os partidos mais expressivos vão pingando nomes para as Juntas de Freguesia, ora antes ora depois dos candidatos à Câmara.
Vão longe os tempos em que o trabalho político era levado tão a sério como merece. O que sucede em Pombal é um prolongamento do recreio que este último mandato imprimiu no espaço público, anunciado desde logo naquela tomada de posse de Pedro Pimpão, que de solene teve apenas a toalha de mesa.
Em Janeiro passado, o PSD resolveu anunciar um candidato à Junta (na Redinha) mesmo antes do (re)candidato à Câmara. Depois seguiram-se outros, que avançam para segundas ou terceiras núpcias. Até agora não sabemos nada do candidato à Assembleia Municipal, se é que Paulo Mota Pinto ainda tem paciência para isto. Por outro lado, sabemos que há no PS um candidato ao cargo um pouco baralhado com as funções, a avaliar pelo caderno de encargos que apresentou na página do partido. Já do candidato à Câmara, não sabemos nada. Depois do estrondo do anúncio, quando era esperado que um estreante na vida pública - como é o caso do médico Fernando Matos - se fizesse notar, por palavras e actos, do candidato do PS assistimos ao silêncio ensurdecedor. Uma espécie de cabeça de lista fantasma, que paira sobre eventos e reuniões, sem dizer ao que vem. Pensando bem, é um bom contraste com o profeta Pedro, que há-de achar "muito interessante esta partilha e estas dinâmicas".
O tempo está para profetas. Veja-se o caso do anunciado candidato à Junta do Carriço, equivocado no partido que lhe vai dar guarida. Está escrito na sua carta de apresentação que nasceu "numa família humilde, honrada e católica", foi acólito e catequista. O sonho de candidato para o CDS de 1976, se ainda existisse por cá.
Nesta amálgama que povoa a lista dos candidatos já conhecidos com o símbolo do PS, há ainda o caso do candidato de Vermoil, que garante ter "suspendido" a militância...da Iniciativa Liberal.
A política sempre se fez disto, da mudança de camisolas. Só que no tempo em que havia algum decoro - e alguma higiene nestas coisas - era fácil encontrar a excepção, porque havia regra. Agora é difícil perceber qual é a regra.
Para cereja do bolo temos já marcada uma apresentação de candidatura: a de Carla Longo, à Junta de Freguesia de Pombal, em plena campanha para as legislativas. Não deixa de ser irónico que o PSD local, feito de profissionais da política (como é o caso desta recandidata) ainda recorra a almoços e jantares destes, como se tivesse novidades para mostrar.
Sobra-nos, por estes andar, o bagaço da laranja.
Semana Santa é chamada à reflexão, num tempo de transformação e esperança. Relembramos o sacrifício de Cristo, que, sem temer a cruz, ensina-nos que o amor e a justiça sempre triunfarão sobre a indiferença e o desrespeito. Assim como a fé fortalece, também a democracia sustenta-nos. No Estado de direito, as liberdades religiosas e individuais não são concessões - são conquistas que ninguém pode nos tirar. O Partido Socialista sempre esteve ao lado dos territórios, das vítimas da desigualdade e dos que são silenciados, queremos Portugal justo, onde cada um, inclusive, possa viver fé com ideais sem medo da opressão que se apresenta em todos lugares com muita força. Mas, Pombal precisa de mais do que palavras soltas ao vento - precisa de acção. A educação deve conduzir crianças e jovens num futuro promissor. O comércio, sufocado pela falta de incentivo, precisa de apoio para voltar a florescer. A habitação não pode ser um privilégio, mas o primeiro direito das famílias, e os trabalhadores precisam ser ouvidos na luta por dignidade humana, já que nunca esteve tão caro viver. Lembro-lhe que o direito não é fungível e nem se compra na prateleira, pertence a todos. Portanto, nossa missão enquanto militantes é promover renovação ao concelho de Pombal, dar força às ideias das populações, jovens ou velhos, que almejam mudar, construir e crescer sem abaixar a cabeça diante daqueles que desprezam os valores que sustentam nossa sociedade. Assim, nobre jornalista Paula Sofia, a Páscoa e o catolicismo não são símbolos vazios, para nós cristãos estamos no principal momento: o de renascer. E olhe, não é fácil resistirmos por aquilo que acreditamos, principalmente por axiologias que envolvem gratidão, perdão e solidariedade. Essas são nossas tradições, transmitidas por valiosos antepassados até os dias atuais. Por isso, a liberdade não se negoceia, e Pombal merece política que construa, que respeite e que, além de esperança, traga fomento real para todos. A minha aposta são os notáveis candidatos do Partido Socialista, e dentre eles, o candidato Dr. Nelson Miranda, que além de católico, é jovem, advogado, chefe de família, pessoa de bem e com projecto exequível e significativo ao Carriço. Desejo-vos que a paz em Cristo, preencha vazios e esteja convosco!
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