11 de agosto de 2011

Coisas que gostava de ver acontecer

Em Guimarães, os cidadãos vão fiscalizar o funcionamento da Capital Europeu da Cultura. São notícias que dão gosto ler. E perceber uma sociedade civil activa e mobilizada, perante o regabofe que até recentemente aquele evento estava a ser. 
E agora imagine-se isso aqui em Pombal, à devida escala e perante as ideias/projectos de quem manda, já que, por cá, a fiscalização de quem tem legalmente poderes para tal (Assembleia Municipal) é a que (não) é? Já sei, já sei, manias de iluminar aquilo que, convenientemente, tem de ficar na sombra. Assim é que o poder gosta e, como o JGF bem lembrava há uns posts atrás, todos aqueles que beneficiam da rede também.

9 comentários:

  1. Acredito que a “fiscalização” (anunciada) dos cidadãos de Guimarães é apenas uma manobra de lavagem da imagem suja pelo “escândalo” das remunerações milionárias dos dirigentes da “Fundação de Guimarães”, de que se destaca o ex-Presidente da República Jorge Sampaio. Estas “Fundações” e quejandas instituições servem para os “donos da democracia e da liberdade” saquearem os recursos públicos.
    Em Pombal, temos algumas obras caras (luxuosas), inúteis ou desajustadas.
    Luxuosas e desajustadas como as que foram recentemente executadas no castelo; luxuosas (embora potencialmente úteis) como o restauro da ponte D. Maria e o piso da “ciclovia”.
    Neste país pobre fazem-se obras ricas (luxuosas), enquanto nos países ricos se fazem obras pobres mas úteis. O luxo da obra, em Portugal e Pombal, parece ser necessário à dignidade do aludido na placa que é colocada no local…
    “Dignidade” e “prestígio” são palavras já corrompidas (prostituídas) por algumas bocas…

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  2. JGF

    Quero acreditar que há vontade real da sociedade vimaranense de fiscalizar. Aliás, já dizia o Lincoln que podemos enganar todos durante algum tempo, alguns durante todo o tempo mas nunca todos durante todo o tempo. E conhecendo algo de Guimarães e das suas pessoas, acredito que isto seja mais que uma movimentação do poder político, a que tão tristemente estamos habituados noutros sítios: ou são controlados pelo poder ou, pelo menos, fazem-lhes o frete. Não creio que isso vá aqui acontecer. Aguardemos, de qualquer forma.

    Sobre as obras de Pombal, concordo. Principalmente quanto ao Castelo que, levando uma decoração de milhões, continua sem nada que justifique a sua visita para além das suas paredes. E por aí é que, se calhar, a coisa devia ter começado. Sem milhões, mas com ideias. Mas sobre isso, já várias vezes me pronunciei. E sabemos bem que a receptividade das ideias está inversamente relacionada com a verticalidade da espinha.

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  3. Meu caro Alvim.
    Em Guimarães a "fiscalização" popular não vai acabar com os "saque" das remunerações dos "donos" da "fundação". Se não acaba com aquilo, é uma mentira inventada para tentar lavar a cara e ocultar o "saque".
    Por outro lado, em Pombal, temos os "tachos" para os amigos e familiares, algumas obras excêntricas ou inúteis, a arrogância/falta de educação no exercício do poder autárquico e os roubos praticados por pessoas da confiança pessoal do chefe, tudo suportado com o dinheiro dos impostos dos contribuintes, inclusive dos que legitimamente pedem contas (fiscalizam) no exercício dos seus direitos cívicos.
    Nós, neste blog, já fazemos muito...

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  4. Meu caro JGF,

    A experiência a essas reservas nos leva. Mas esperemos para ver no que dá. O que é que eles têm a perder? Nada.

    Quanto a Pombal, subscrevo. Se mais não fosse preciso, a conversa que manteve e que deu origem ao tal post. Faccioso, como diria o outro, é mas é a tia.

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  5. Caríssimos, digam-me sinceramente se acham que é possível que em Pombal os cidadãos fiscalizem seja o que for.
    Por alguns motivos, de entre os quais, a acomodação e falta de intervenção que muitas vezes transparece (chamo à atenção que não são todos, há muitas pessoas que têm brio em participar na vida Pombalense de forma construtiva), algumas pessoas seriam desde logo conotadas como "do contra" e a sua opinião subvalorizada, é preciso querer e trabalhar para.

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  6. Caríssima JA
    Só não fiscalizam se não quiserem. A cultura (do facilitismo e do absentismo) também muda ou evolui, sobretudo em tempo de crise e de exigência.

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  7. Caríssimo José Gomes Fernandes, é exactamente essa a questão.
    Os Pombalenses, em geral, não querem fiscalizar. E se não querem, não fiscalizam, principalmente quando isso exige um conhecimento das questões a fiscalizar.
    A mudança é possível, mas julgo que não será com a sua, ou com a minha geração. Eventualmente, com os vindouros, se os soubermos educar.

    De qualquer forma, todos os meios de intervir, mesmo que não utilizados em grande escala, são importantes.
    Para todos os efeitos, este blogue é uma forma de fiscalizar e mostra que há pessoas atentas ao que vai acontecendo.
    Embora a resposta dos visados não surja neste espaço, por vezes é emitida através de pequenos recados.

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  8. Sendo tu uma menina tão jovem, cara já, nem quero acreditar que as mudanças sejam só possiveis para os "teus vindouros"! Nah, não se pode esperar tanto. Adapte-se o materialismo dialéctico de Marx... o paraíso? Que seja aqui e agora, que "lá à frente" é sempre tarde demais...

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  9. Exactamente, sou muito jovem e conheço a minha geração. Há excepções, mas aquilo que noto à minha volta é essencialmente falta de princípios e valores, falta de responsabilidade, e prioridades bem definidas quanto aos interesses próprios.
    Também é verdade que à medida que vão crescendo, as pessoas tornam-se mais maduras. Mas não me parece que seja o suficiente para promover uma mudança positiva, só se for para pior.
    Digo isto, mas ainda tenho esperança de estar enganada. E quanto a mim, tudo farei para que as mudanças aconteçam, e de forma realmente positiva.
    E não esqueçamos, independentemente da idade/geração, todos temos palavras a dizer e acções a realizar para que vejamos a luz que aspiramos.

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