5 de novembro de 2012

O Zé das Medalhas

Sou eu que sou piegas ou mais alguém se sentiu envergonhado com a lista de condecorações do dia do município? Desta vez o executivo camarário ultrapassou todos os limites.

Em primeiro lugar o número. Com tanta distinção, a importância do prémio é praticamente nula. Num país onde a expressão de Almeida Garrett  "Foge cão que te fazem Barão! Para onde, se me fazem Visconde?" já subiu à categoria de provérbio popular, quem nunca foi agraciado pela Câmara ou pelo Presidente da República corre o risco de ser apontado na rua.

Depois temos a lista em si. Para além de não se perceberem os critérios com que foi elaborada, por que raio de carga de água o nome de Ricardo Vieira (só para dar um exemplo) tem que aparecer ornamentado com todos os títulos académicos e o nome da esposa de Tomé Lopes não merece ser referido? E será que a tinta que se gastou nos Engs e Drs não daria para evitar o tratamento informal a Tó Silva e aos seus filhos?

Caro Presidente da Câmara, caros vereadores: a autarquia deve reconhecer o mérito sempre que for caso disso. Mas este só deve ser traduzido em medalhas e títulos municipais em ocasiões especiais. Caso contrário tornam banal o que deveria ser excepcional.

3 comentários:

  1. Como será a entrega? Eu imagino uma fila (grande) à porta da CMP, com uma placa com seta a indicar "fila dos medalhados", a receberem a medalha como quem recebe a fruta na cantina.
    E o demérito não é dos medalhados, evidentemente, que de uma forma geral são pessoas ou instituições de grande valor. Mas que raio... a serem reconhecidos, pedia-se mais "individualidade" à coisa. Será que cada um vai dizer um discurso? Ou um tipo recebe uma "pretensamente muito honrosa distinção", e não tem direito a discurso? Mas se todos discursarem, a entrega demora 3 dias!

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  2. Boas!
    O Sr, Américo da Xica toca muito bem acordeão, o Nel Monteiro, da música Pimba, é muito acarinhado pelo público a nível nacional !
    A Tânia Mariza, e tantos outros, são bons animadores culturais, bailes!

    Os amigos do Farpas compraram uma medalha para oferecer ao "NERO" do Sr, Dr, J Fernandes, atendendo ao comportamento e zelo no desempenho das suas funções, para entregar em data e cerimónia a anunciar.

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  3. Por dificuldades técnicas em postar no blogue, o nosso amigo Alfredo A. Faustino enviou-nos este comentário, que passo a publicar:

    "Meu Caro Adérito,
    Desculpe não o tratar por Prof., título que deveria honrar o pombalense que é (aliás... todos os pombalenses!), mas prefiro dirigir-me a si apenas como conterrâneo e amigo.
    Inteiramehnte a acordo com a opinião expressa, quero dizer-lhe que, todos os anos, por esta altura, fico algo perplexo por constactar que os nossos representantes que constituem o executivo municipal não dediquem um pouco do seu tempo para fazerem uma mais correcta análise relativamente às pessoas e entidads a homenagear.
    Não sei será da velhice - aproximo-me rapidamente dos setenta... - mas, a verdade, é que me cansei de escrever sobre este tema. Considero, como a generalidade das "pessoas pensantes", que as distinções, sejam elas quais forem, devem ser feitas a quem se distinguir, para além das suas obrigações correntes. Não gostaria de referir casos concretos, mas não sei como evitá-lo. Por exemplo: por quê a medalha ao secretário-geral da ANMP? Que fez ele pela nossa terra? Como este, outros casos haverá.
    Depois, há o critério seguido de entregar uma medalha de cobre num ano para, anos depois, fazer entrega de uma outra de prata ou de ouro. Parece que o mérito das pessoas e/ou entidades vai aumentando à medida que o tempo passa... mesmo quando o motivo para a homenagem é o mesmo.
    E por quê a atribuição de uma medalha a... "Tomé Lopes e mulher" ou a "Tó Silva e filhos". Não haveria modo mais correcto para definir os homenageados? Ou se homenageia a entidade colectiva (Intermarché, Grupo de Fados, nas pessoas dos seus administradores ou titulares) ou a pessoas (e neste caso deve indicar-se o nome correctamente).
    Meu Caro Adérito,
    Muito embora muito haver a dizer sobre a matéria, ficarei por aqui, pois este meu desabafo vai já longo. De resto, que importa a nossa opinião se, ali pelo Cardal, se estão nas tintas para o que possamos pensar?
    Aproveito a oportunidade para vos felicitar (a todos vós que alimentais este espaço) pelo trabalho que têm vindo a desenvolver. À falta de um
    jornal, as Farpas sempre preenchem parte dessa lacuna, apesar de, com muita pena minha, não consigam alterar o "status quo" da nossa comunidade.
    Um abraço e... força!

    Alfredo A. Faustino

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