5 de agosto de 2021

Sinais dos tempos: catequese já é curriculum

Se há coisa que me vinha intrigando, nestas eleições autárquicas, é o secretismo que as estruturas partidárias locais impõem à divulgação dos candidatos. Ora, se em eleições o sucesso político depende fortemente da notoriedade dos candidatos, parece no mínimo insano esconder os candidatos até não ser mais possível - algumas estruturas chegam a admoestar os militantes/dirigentes suspeitos de fugas de informação. Mas depois de conhecer os candidatos que se vão apresentando, por aqui e pela região, percebo melhor a opção. A pior coisa que se pode fazer a um mau produto é publicidade, mata-o mais depressa.

Vivemos inegavelmente numa certa decadência política, e, talvez, também social, caracterizada por uma confrangedora pobreza de ideias e até de dialéctica, onde tudo é superficial, pueril e encenação subordinada à propaganda.

Chegámos a um ponto, a um tal nível de vacuidade, que para alguns candidatos, por exemplo cabeças de lista do PS, (fazer) a catequese é curriculum.

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