5 de dezembro de 2021

O Natal do tio Pedro, do primo João, e dos amigos dele(s)



João Vila Verde (ao fundo) e o "tio Pedro" na inauguração do Natal
 

A Câmara de Pombal decidiu manter boa parte da programação de Natal agendada para estes dias e isso merece um valente aplauso. Num tempo em que é tão mais fácil embarcar no cancelamento dos espectáculos (como está a acontecer em tantas cidades, como se isso cancelasse o vírus, como se algum dia nos fossemos ver livres dele), atirando ainda mais para a míngua os artistas e técnicos, fechando ainda mais o público, que vive há dois anos como sabemos, é bom viver numa terra que escapa a essa "virose", chamemos-lhe assim. 

Mas,

Vamos lá saber, afinal, que festividades são estas, quem as está a fazer, quanto custam, e quem as vai pagar. Pois...não se sabe. Chegou a estar anunciada uma conferência de imprensa destinada ao efeito, mas foi cancelada com a mesma rapidez. 

O pouco que se sabe, porém, por portas travessas, é bastante para que Pedro Pimpão venha rapidamente a público explicar o resto. É o mínimo que se exige ao presidente da Câmara, "o tio Pedro", que chamou as criancinhas para junto de si, sexta-feira ao final do dia, para carregar no botão que supostamente ligaria as luzes e faria disparar o fogo de artifício, inaugurando assim o Natal da cidade. Só que às 18 horas de anteontem apenas o Cardal tinha iluminação. E foi preciso montá-la à pressa, como de resto está ainda a acontecer nas outras ruas da cidade. Minutos antes, funcionários de uma empresa da área, funcionários municipais, funcionários da PMU e outras figuras andavam numa roda viva a pendurar adornos e gambiarras. Mas o tio Pedro conseguiu. Pouco passava das 18 quando o Pombal Jornal fez o directo no Facebook, ele e as crianças contaram de 10 a zero, rebentaram uns foguetes, seguiram para o bosque encantado no Jardim das Tílias, para a Casa do Pai Natal, e seguiram para a fotografia. 

No resto da cidade, hoje, domingo, ainda não há iluminação. 

Agora surpreendam-se: o grande obreiro desta espécie de Natal-em-modo-Bodo, que inclui carrosséis durante um mês inteiro, junto à Biblioteca, é nada menos que um velho conhecido deste município: João Vila Verde, ex- administrador executivo da empresa municipal Pombal Viva, exonerado por Narciso Mota, depois de contas por explicar e prejuízos acumulados. A empresa acabou por ser extinta. Quem não sabe do que estamos a falar, tem nos arquivos do Farpas muito para explorar. O epílogo está aqui e aqui   O resto é pesquisar. Há muito por onde, entre 2008 e 2009 - foram anos fartos. 

Agora só falta Pedro Pimpão entregar-lhe de novo o Bodo. É desta que eu volto a acreditar no pai natal, nos duendes e tudo. Já que temos um bosque, pode bem ser que se levante de lá um anão de jardim e caminhe na minha direcção. Ora se eu vi um presidente de junta publicitar, orgulhoso, trabalhos da sua empresa para isto - coisas que antigamente davam perda de mandato... - Jingle Bells. 


3 comentários:

  1. Paula, começa por elogiar a câmara por ter decidido manter corajosamente o que outros muito cautelarmente proibiram, com as consequências económicas gravosas para todos aqueles que vivem das atividades de massas que têm os seus máximos nestas épocas festivas. E fez bem. Embora se entretanto recrudescer para lá do esperado os números maus da pandemia esteja seguro que o Pedro irá arcar com as culpas por querer ter sido mais do que os outros e ter apostado mais na felicidade e tal e tal e....preso por ter cão e preso por não ter!
    Relembro que este executivo entrou em funções em fins de outubro e ao que sei sem nenhum ou quase nenhum preparativo para as festas que se avizinham, o que obviamente obrigou a resolver à pressa o possível e exequível num curto espaço e por isso se perceberam as movimentações de todos os recursos humanos disponíveis para montar o essencial das iluminações e decorações que, entretanto, serão completados.
    Referem JVV como o obreiro contratado e se foi o caso estou certo que o passado aqui relatado envolvendo este senhor certamente terá sido tido em conta por quem decidiu e certamente terá pesado uma garantia de conhecimento dele na montagem destes eventos e sem dúvida com os custos controlados porque PP sabia bem que este tipo de comentário iria surgir logo que fosse conhecido o responsável.
    Relembro apenas que o Farpas sempre comenta a ação do município pelo lado pior, da decisão não ponderada, do despesismo fácil, do querer agradar a mostrar serviço de qualquer maneira, mas há também que perceber que quem tem de decidir resolve com o que tem à mão e como pode na ocasião dada a urgência da ação.
    A Camara Municipal decidiu fazer o melhor que pode e sabe neste momento, como era sua obrigação, e aplaudo o esforço, e mesmo que a obra não saia prima este ano tenho a certeza de que no próximo será incomparavelmente melhor.
    Só recomendo a todos que vão dar uma volta à noite por Leiria, e depois de se deslumbrarem com o que por lá fez e investiu o município, com uma soberba iluminação do castelo, façam contas por alto ao que se gastou em todo aquele aparato, imaginem quem é que vai pagar e concluam se lá valeu a pena, ou se é apenas uma megalomania do atual presidente da Câmara que por acaso é socialista?
    Por mim, tudo aquilo valeu a pena pelo estímulo a toda a cidade, pelo orgulho concedido aos seus cidadãos e pela notoriedade demonstrada porque ninguém àquela beleza fica indiferente.
    Um dia ainda irei ver Pombal igualmente engalanado, igualmente orgulhoso, igualmente apelativo e igualmente feliz. ( Lá está a felicidade a bombar…)
    Nessa altura o farpas questionará gravemente e em modo carpideiro: E quem paga isto tudo?
    Eu adianto já a reposta: Seremos todos a pagar, tal como lá o é, mas valerá bem a pena, porque algum dia teremos de nos assumir como iguais se queremos realmente estar entre os primeiros.

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    1. Caro Manuel Serra, ficam-lhe sempre bem esses trejeitos de pronta defesa do Pedro. Estou certa que ele há-de apreciar. Leu bem a primeira parte do meu post, sim. Eu elogio a atitude da Câmara. Só está equivocado na sua análise global, bem se vê que não acompanha o que são (desde há muito e até aqui já vertidos, nomeadamente nos Bodos passados) os meus princípios em relação aos eventos culturais durante a pandemia - que caminha, como defendem os verdadeiros especialistas (que não Marcelo e afins) para endemia. Portanto, não me verá assacar responsabilidade nenhuma ao Pedro nessa matéria. Já na outra, não posso aceitar que se entregue a organização do Natal ou de outro evento qualquer a uma personagem como JVV, que nos depauperou a níveis que sabemos. O Pedro chegou agora? Estou quase comovida, oh Serra...só falta fazermos um grupo de auto-ajuda para os autarcas acabados de chegar! Quantos não chegaram?! Foi por isso que se atrasaram? É por isso que deve ficar imune à crítica? Para mais, se isto da felicidade e dos MBA's funcionar, vai ver que nada disto o afecta.
      Ah, Leiria: Por razões de ordem profissional passo lá muito tempo. Desde meados de outubro que estava tudo montado e só faltava ligar o botão das luzes. O GL é um pró dos eventos. nestas coisas não facilita. Envolve a cidade, o comércio da rua (pois...ainda há...) e isso mobilizada o resto. O Farpas (ainda) não estendeu a sua acção a Leiria. O que nos interessa, por ora, é Pombal. A terra onde vivemos e onde pagamos impostos. Pessoalmente, sinto-me sempre muito à vontade para falar destas coisas. Por várias razões: sou cidadã, freguesa, munícipe, participo nas iniciativas da terra, sempre que posso (ao contrário da maioria dos ilustres membros da equipa do Pedro, com quem nunca me lembro de ter cruzado, em evento algum, antes das eleições) e abomino a ideia da "crítica construtiva" e do mundo fofinho. Só o Joel Branco é que achava que era "uma bola de algodão", mas isso era no final dos anos 70 e ainda a TV era a preto e branco, só havia o salão da Isilda para cortar o cabelo, e a malta até preferia juntar-se à Figueira em vez de Pombal. Manias.

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  2. Caros amigos "Farpeiros" não batam mais no Sr. Presidente. Afinal ele só quer ser feliz e trazer a felicidade ao todos os Pombalenses, principalmente aos da Diáspora. Eu gosto de ver Pombal em Festa. Os tempos do cinzentismo e do temor a Deus já passaram. O 25 de Novembro não ter sido comemorado, com toda aquela pompa fascista deixou-me mas tranquilo. Estou preocupado é se "aquilo" simplesmente mudou da cidade para a Vila dos "dois temperos". Preocupam-me os saudosistas do tempo dos Regedores e da PIDE. Quanto ao meu amigo Vila Verde regressar á organização de eventos em Pombal não me preocupa, pois ele simplesmente irá gerir o que lhe for atribuído, não poderá ser despesista. Ele já provou que sabe organizar as coisas bem. Se a "ditadura do COVID" permitir, prevejo um BODO 22 em Grande. Afinal são dois orçamentos que ficaram no bolso. Pedro Pimpão, vamos a isso. Djs e pelo menos uma Banda de classe mundial. Os FICHER-Z já foram a Soure...

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