19 de fevereiro de 2015

Problemas circulares de circulação

Há coisas do diabo: o meu carro, que com tanto zelo tem desempenhado as suas funções durante tantos anos, ontem pregou-me uma partida. Deixou-me apeado em Pombal, e foi necessário chamar o reboque, através da assistência em viagem. Coisas da velhice!
Chegado o senhor do reboque, um homem de Pombal que está há muito tempo neste negócio, lá fomos conversando, primeiro para fazer tempo, depois (pelo menos de minha parte) com grande interesse. Começou logo bem, na altura das apresentações:
- Eu era das Cavadas, na Freguesia de Louriçal! - digo eu, como complemento de apresentação. Ao que este me responde:
- Conheço muito bem... vou buscar muitos carros espatifados àquela estrada miserável que lá têm, que liga o Louriçal às Cavadas. Faço muitas vezes esse caminho!
Confirmei prontamente que o senhor conhecia, de facto, a minha terra. Conhecia-a melhor, provavelmente, do que algum executivo camarário alguma vez a conheceu.
Deste ponto, a conversa derivou para os locais "de melhor negócio" para quem está no ramo dos reboques. O entrada para a cidade, junto à Repsol, foi tema obrigatório de conversa, claro! "Por vezes, é preciso ficar muito tempo à espera, as pessoas perdem a paciência, arriscam um bocado, e acontecem as desgraças!", explicava-me o senhor. Depois foi falando de muitos outros pontos negros, alguns com soluções possíveis e relativamente fáceis, onde os acidentes se sucediam há anos, sem que nada se altere que reduza o perigo que o local representa.
Fiquei a pensar para comigo: com tantas avenças pagas pela CMP (por exemplo, as já célebres avenças jurídicas), talvez não fosse mau negócio substituir uma delas por uma avença a pagar a um homem com este conhecimento. É que, embora eu reconheça alguma maledicência em mim, não posso acreditar que a CMP deixe que acidentes continuem a acontecer, repetidamente, por maldade. Não creio que um executivo, com todos os defeitos que possa ter, tenha gosto em ver pessoas a morrer ou a perderem bens (nomeadamente, a viatura) em acidentes que pudessem ser evitados. Donde, tenho que acreditar na teoria menos má, que é a da ignorância: não se faz nada, porque se desconhece que esses sejam pontos críticos em relação a acidentes de viação. Confere?

3 comentários:

  1. Confiro, sim senhor! Caro Gabriel, a minha ideia sobre o melhoramento à democracia, também inclui exemplos como o seu: é preciso combater os «desperdícios» da democracia representativa, para uma "democracia líquida"! Essa avença para conhecedores de causa, por estarem «dentro» dos problemas diariamente, cria um constante melhoramento «líquido» da nossa sociedade. Obviamente, desde que devidamente controladas (não se podem criar avenças por tudo e por nada). Mas neste modelo o povo intervém muito mais em prol da sociedade, no seu desenvolvimento e bem-estar!
    Em muitas autarquias Nórdicas (caramba, sempre os Nórdicos), já existe implementado este modelo. E resulta!
    O problema, é que consiste num sistema que choca de frente com os interesses partidários enraízados... e quando toca a combater dogmas instalados, os Portugueses são muito avessos a mudanças!

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  2. Bom dia
    Bem observado Gabriel
    Tanto quanto eu sei está previsto, ou em adjudicação, uma rotunda para um dos pontos críticos de Pombal , a Repsol/ IC2

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    Respostas
    1. ...e metam outra algures entre a Vulcal e a saída da Rua de Leiria (Bairro da Agorreta) para o IC2. Evitaria afluência de tráfego desnecessário na rotunda da Cooperativa, e mitigaria o trânsito dentro do próprio Bairro da Agorreta (especialmente em dias de feira no Arnado).

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