O PS corre sérios riscos de perder as eleições, quando deveria estar, nesta altura, perto da maioria absoluta. Tudo por culpa dos erros cometidos por António Costa e pela direcção do partido. Mas com o Seguro seria pior: a coligação de Direita estaria próxima da maioria absoluta.
António Costa deveria ter ouvido mais o Pacheco Pereira e menos os tecnocratas da economia. O combate deveria ser político e não económico. Ao aceitar as premissas da EU e, por conseguinte, da Direita, ficou politicamente manietado. O PS quis fazer as coisas correctamente - cenário macroeconómico (visão redutora da política), programa eleitoral e medidas do programa de governo – quando deveria fazer as coisas correctas. Em política, nomeadamente na oposição, não é necessário fazer as coisas bonitas, mas fazer as coisas certas, não perder tempo (cartuchos) com os meios, mas centrar o discurso político nos fins, fazer o desgaste do governo antes da pré-campanha e um discurso afirmativo, pela positiva, durante a campanha.
Infelizmente, o PS tem feito as coisas ao contrário. Perdeu muito tempo a acusar a coligação de Direita de não ter programa, quando ninguém se importa com isso, porque toda a gente, apoiantes e opositores, sabe com o que conta da Direita: a mesma política. A Direita tem uma coisa mais forte do que um programa eleitoral: uma praxis política e uma agenda política consistente, aplicada sem grandes hesitações (se exceptuarmos a falhada redução da TSU) e nenhuma inflexão. O PS deveria ter combatido, empenhadamente, a praxis governamental – e havia muito por onde o fazer - em vez de esperar o seu desgaste. Não o fez e, pior do que isso, desgastou-se no debate público das propostas emblemáticas do seu programa eleitoral – Redução da TSU, Financiamento da Segurança Social, Impostos (Iva da Restauração), Contrato Trabalho Único, etc. – que se mostraram ininteligíveis pelo cidadão de instrução média e/ou de duvidosa eficácia política, económica ou orçamental.
Sendo expectável que as sondagens não estão a captar a realidade submersa, pode haver surpresas, mas não resta tempo para o PS apanhar a onda.
António Costa entrou para o poder do PS, entrando de carrinho, pelas costas (futebolisticamente falando). Como quer ele apanhar a confiança de um eleitorado?? Só mesmo os militantes é que votarão nele.
ResponderEliminarMas pior que isso, é que o PS corre sérios riscos de entrar numa guerrilha interna avassaladora! Que o pode destruir, tal como aconteceu ao PASOK na Grécia, noutras circunstâncias.