18 de junho de 2021

Em memória de António Lopes

 Faleceu esta semana o último presidente da junta da freguesia de Pombal eleito pelo PS. 

António Lopes era um homem de outro tempo - antes da inovação, a tecnologia e a modernidade chegarem à Junta. Mas talvez sido ele quem deu os primeiros passos para tornar aquele órgão autárquico um pouco mais importante do que um apêndice da Câmara. E pagou - caro - por isso: primeiro com a derrota, depois com a doença.

Em memória de António Lopes é preciso dizer aqui que é vergonhoso o acto de contrição que esta manhã aconteceu na reunião de Câmara, encabeçado pelo presidente e coadjuvado pelos vereadores Micael António e Narciso Mota.

Em memória de António Lopes, Diogo Mateus deveria ter vergonha de lhe invocar o nome, quanto mais de branquear o passado. Porque a perseguição que o PSD lhe fez - não só durante a campanha como depois de o derrotar - não se apaga com votos de pesar. A história do TT e do telemóvel; o enxovalho público e sistemático de que foi alvo (não haja sobre isso dúvidas) pesaram para sempre na saúde e na dignidade de um homem que, mesmo anos depois, manifestava a tremenda mágoa e sofrimento que tal campanha lhe causou.

Nessa altura, deveríamos todos (e aqui me incluo, sem qualquer pejo) ter percebido de que massa era feito D. Diogo. O mesmo que encetou a maior operação de bullying na história da política autárquica em Pombal, por causa de um telemóvel, haveria de ter de se explicar perante a justiça (como acontecerá) pelo obsceno uso e abuso dos meios da Câmara. 

Que a terra lhe seja leve, António Lopes.

3 comentários:

  1. Com muita pena minha morreu mais um homem bom. Dos melhores que militavam no PS Pombal. Dos Homens do PS que governaram as Juntas do concelho, já pertencem quase todos ao passado. Nesta altura temos somente um Presidente de Junta eleito pelo PS e parece que mesmo esse já não será do PS, ou nunca foi. Utilizou o PS e depois cuspiu no prato onde comeu. Espero sinceramente que em Outubro o PS volte a ter Presidentes de Junta, caso contrário é mesmo o bater no fundo.

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  2. Acompanhei de perto essa maldita campanha, de que falas Paula. Nessa altura não conhecia o António Lopes, conheci-o três anos mais tarde quando assumi a presidência da concelhia do PS. Tentei muito trazê-lo de volta à política mas percebi que a mágoa e o sofrimento que mantinha por tudo o que as criaturas de que falas lhe tinham feito - e o desamparo que sentiu dos seus camaradas, por que não dizê-lo também – o tornavam difícil/impossível.
    Agora, que o homem se apagou, Diogo Mateus pode falar dele como amigo porque, porventura, o coração grande do António permitiu-lhe voltar a dirigir-lhe palavra. Eu, se tivesse passado pelo que o António passou, nem com uma arma apontada à cabeça o faria.

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  3. Amigo e companheiro das lutas autárquicas, saudoso António Lopes, espera por mim, estejas onde estiveres.

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