Como já aqui realçámos, no último ano ocorreu um terramoto político em Pombal que não deixou pedra sobre pedra, nem no poder nem na oposição (se se pode chamar oposição ao que por cá tivemos).
O presidente da câmara não foi reconduzido – coisa nunca vista -; nenhum dos vereadores com pelouros foi reconduzido – coisa também nunca vista -; os vereadores da oposição - da força política que disputou o poder (NMPH) – também não vislumbraram condições para se recandidatarem - coisa também nunca vista.
Onde está, então, o ilógico? Perguntará o leitor. Está numa figura e num partido que gira ao contrário e não se dá conta disso. Essa figura é Odete Alves, representante única do PS no executivo; esmagada, tal como o partido, nas últimas eleições não conseguindo sequer ser eleita; mas, mesmo assim, e com desempenho político no mínimo sofrível, foi reconduzida - fez-se reconduzir.
Há explicação para isto? Há! E as razões desta aparente anormalidade estão presentes tanto num lado como no outro da equação política local, igualam-se, mas dão resultado único.
Em tempos de abatimento, como os que agora vivemos, os fracos tornam-se fortes, porque a pusilanimidade dos fracos valoriza-os, porque ser-se fraco, ser-se humilde, ser-se sonso - ou parecer sê-lo - é uma grande vantagem. Em tempos de decadência quem anda às arrecuas marcha de acordo com o sentido do tempo.
E os outros? Perguntará o leitor mais esperançoso. Dos outros nem vale a pena falar: não contam, não têm responsabilidades.
Quando se olha o mundo, como tudo o que está em volta do seu umbigo, acontece isto. Dividir para Reinar... Mas reinar sem reino.
ResponderEliminarAmigo Malho, nada tenho a comentar sobre este post porque as cruzes são uma evidencia a que não será estranha, talvez, o lema "Uma nova esperança".
ResponderEliminarGostei particularmente do penúltimo parágrafo que vou tentar fixar, porque é uma tirada literária de muita qualidade e que muito bem expressa o que por vezes acontece na sociedade. Não aceito contudo que ela se aplique indiscriminadamente a todos os atores políticos de Pombal, e certamente também não terá sido essa a intenção.
Fica a minha aclamação a tal tirada.
Abraço.