Não me canso de elogiar o percurso artístico do Teatro Amador de Pombal (TAP). Gosto da coragem que tem em se desafiar permanentemente, procurando sempre novas e estimulantes parcerias. Desta vez, o convite foi feito ao encenador Miguel Sopas, ilustre pombalense e antigo elemento do grupo, e o resultado dessa parceria poderá ser visto no próximo sábado, dia 26 de Novembro, no Teatro-Cine de Pombal.
A Farsa do Juiz da Beira é a primeira incursão do TAP na obra de Gil Vicente. Parabéns! O processo criativo passou, em larga medida, pela Casa Varela, o que também merece o meu aplauso. Aliás, a Casa Varela está intimamente ligada à génese do Prisma Quintet, o original quinteto de palhetas (clarinete baixo, clarinete soprano, fagote, saxofone alto e oboé) que irá interpretar a música que José Peixoto escreveu para a peça. Se faltassem motivos para, no sábado, encher o Teatro-Cine, fica a nota de que a cenografia e os figurinos estão a cargo da experiente e talentosa Ana Limpinho.
Uma palavra para a importância da Casa Varela no processo de profissionalização da actividade artística em Pombal. O trabalho iniciado por Filipe Eusébio, no mandato de Diogo Mateus, e a continuidade que tem sido dada ao projecto no mandato de Pedro Pimpão está, há que reconhecer, a dar frutos. O testemunho do Prisma Quintet, relatado aqui pelos elementos do grupo, é só um exemplo do potencial que a Casa Varela tem como centro de experimentação artística. Mas - e não fossemos nós o Farpas -, o sucesso não pode deixar sem resposta as legítimas dúvidas que muitos têm em relação a este equipamento municipal. Nomeadamente: Qual o seu modelo de gestão? Quem é o responsável pelo projecto artístico? Qual o orçamento anual previsto para o seu financiamento? Todos temos a ganhar com uma Casa Varela pujante, mas gostaríamos de a ver com uma gestão autónoma e transparente, capaz de definir o seu próprio percurso.
É tudo isso, camarada Adérito. Pela primeira vez em muitos anos não vou poder assistir a uma estreia do Teatro Amador de Pombal (que está esgotadíssima 😉 ). Aguardo por uma próxima oportunidade. Assim como aguardo (aguardamos todos) pela definição concreta do que é/vai ser/com quem a Casa Varela - Centro de Experimentação Artística. Se não colocarmos as dúvidas, quem colocará?
ResponderEliminarPombal vai aos poucos virando um bocado o paradigma cultural. Estamos no séc. XXI e o povo tem de estar aberto a novas propostas culturais e os agentes culturais tem de tentar cada vez mais chegar ao povo. Circulando essa peça pelas diversas freguesias era um bom começo. A casa Varela tem de continuar a ser um "viveiro" de novas propostas culturais. Acho que deveria ficar na tutela do Pelouro da Cultura da CMP. Já agora alguém sabe se já ha Vereador da Cultura? Alguém. sabe qual a visão que esse pessoa tem para a cultura no concelho? Já agora, quando é que vai apresentar as contas do Bodo? Segundo sei os parceiros da CMP já apresentaram as contas.
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