Enquanto a câmara celebra a felicidade, a junta está de luto. São as duas faces da mesma teologia.
Nesta terra, onde o que mais conta é saber fazer figura, passámos num ápice do mais irritante despotismo para o mais estéril desportivismo dos regozijos e comoções públicas. Pelo meio, perdeu-se decência e respeitabilidade: a simples distinção entre o institucional e o pessoal; e a discrição que o verdadeiro exercício do poder exige.
Esta pomposa mediocridade, que confunde agitação com acção, fez da felicidade um propósito e da política um assunto ordinário, uma comédia e uma comedoria, feita para vaidade e contentamento olímpico dos eleitos, que nos vai sair cara.
Era difícil imaginar uma alegoria mais deplorável, mais banal, mais inepta e insípida do que a que é exibida, todos os dias, nesta santa terrinha. Já nem se pode antecipar o fracasso, que exige arrojo e grandeza de espírito, atributos que manifestamente não existem, mas tão-somente a vacuidade e a banalização da acção política. Mas o pior deste mandato - que só pode ser curto – serão os estragos que perdurarão por muito tempo…
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