18 de dezembro de 2023

Dotor Pimpão, dois pesos e duas medidas

O processo que corre nos tribunais contra Diogo Mateus e João Pimpão, pela prática de crimes de peculato no exercício das suas funções na câmara, e ausência de consequências políticas, pelos visados e pelas entidades envolvidas, tem feito correr alguma tinta e tem provocado alguma indignação.  

Finalmente, alguém da dita oposição, o dotor Coelho, levantou a questão na AM, perguntando se as regras, de conduta ético-política, que o líder do PSD Luís Montenegro impôs aos candidatos e aos titulares de cargos políticos eleitos pelo partido, também se aplicavam em Pombal; se o presidente da câmara tinha avançado com o Pedido de Indemnização Civil; e se câmara se tinha feito assistente no processo.

O presidente da concelhia do PSD não deu resposta às inevitáveis perguntas – é uma existência que não existe – um duende desta época. 

O dotor Pimpão disfarçou mal o incómodo, e também procurou fugir às perguntas. Respondeu a parte; o suficiente para revelar a sua dupla faceta. Sobre a retirada de consequências políticas, de acordo com as regras determinadas pela direcção do seu partido e dos elementares imperativos de decência ético-política, nada disse. Sobre os passos dados pela câmara, no processo, percebeu-se que também não queria falar; mas, a muito custo, lá disse que a câmara tinha avançado com o Pedido de Indemnização Civil, mas não se tinha feito assistente no processo. No final da resposta, fez um ataque pessoal ao adversário.

Convém aqui dizer, porque vem claramente a propósito, que o dotor Pimpão presidente atoptou postura completamente diferente no processo-crime que correu nos tribunais contra funcionários do município. Neste, litigou de forma compulsiva e discriminatória, recorrendo a interpretações jurídicas e a argumentos que roçam a indigência, depois de sentença em 2.ª instância! 

É esta criatura terrivelmente insegura e impreparada, dissimulada de bom-cristão, que vê na mais óbvia pergunta ou na observação mais corriqueira uma ofensa ou uma alusão aviltante, mas é incapaz de destrinçar a honra da torpeza ético-moral, e pratica levianamente a política dos dois pesos e das duas medidas.



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