15 de dezembro de 2023

Orçamento Municipal – um exercício de fantasia com números

O dotor Pimpão, sempre ávido a prestar homenagem catita, aproveitou a reunião da AM para assinalar os 30 anos de governação PSD na CMP, na pessoa do seu actual adorno no roteio pelas festas e capelinhas  – Narciso Mota - tudo lhe serve para celebração. Não celebrou grande coisa porque os mandatos de N. Mota e de D. Mateus não deixaram boa memória nem bom desempenho (resultados). Mas dele, do dotor Pimpão, só se pode esperar pior.

Os mandatos de N. Mota e D. Mateus não deixaram boa memória, bom desempenho, porque aplicaram mal os avultados recursos financeiros ao seu dispor. Mas uma importante faceta das suas governações lhe ser creditada: a sustentabilidade da económico-financeira da câmara. Uma gestão cautelosa e responsável, na adequação da estrutura de pessoal e no equilíbrio financeiro, procurou e conseguiu sempre libertar uma boa parcela dos recursos financeiros para investimento. Com o dotor Pimpão quebrou-se definitivamente esta praxis; é gastar como se não houvesse amanhã, em festas, eventos e romarias, em planos e programas, em tachos, avenças e contratos para os amigos.

O Orçamento para o próximo ano espelha bem a desgovernação do dotor Pimpão & C.ª. Pela primeira vez, nos últimos 30 anos, a parcela da despesa corrente (pessoal e consumíveis) suplanta a das despesas de capital (investimento no concelho). Mas, como já aqui tínhamos dito, a situação vai agravar-se porque os erros que o dotor Pimpão tem cometido produzirão efeitos nefastos nos próximos 30 anos. 

Pode custar muito ouvir isto, mas tem que ser dito: não se pode entregar uma câmara com a dimensão de Pombal a um inepto como o dotor Pimpão, nem meter-lhe nas mãos umas largas dezenas de milhões de euros e outras tantas de capacidade de endividamento. Tal como não se pode entregar a administração e as finanças da câmara a um (ex-)insolvente como o dotor Agostinho. Há muita gente que não se importa com estas coisas, prefere as festas e romarias, mas isto tem que ser denunciado continuamente porque o dinheiro é nosso e é escasso.

O orçamento para 2024 traduz bem o dotor Pimpão e a sua trupe: fantasia e despesismo. Derrete o dinheiro no que não devia (tachos, festas e planos) e falta-lhe dinheiro para o essencial (para investir no que é necessário). Colocado perante esta dificuldade, que ele próprio criou, atira-se para os braços dos bancos e endivida a câmara movido pela necessidade de mostrar obra, muita dela desnecessária e que só vai sobrecarregar a despesa corrente da câmara.

O dotor Pimpão é uma criatura fantasiosa que enquistou com a mania do notável e do extraordinário. Acredita que os euros se multiplicam com um truque de magia, o orçamento se engrandece com suposições e dinheiro alheio, e as realizações acontecem por desejo. Não tem perdão, nem culpa, coitado.




PS: o dotor Coelho e o dotor Couto fizeram boas intervenções sobre o Orçamento (principal instrumento de governação autárquica) mas infelizmente não suscitaram discussão.   Do executivo saiu uma infinidade de nadas; e da bancada da maioria, depenada de saber e definitivamente entregue ao facilitador de negócios, saiu a habitual ladainha retórica cheia de farfalhice juvenil.

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