6 de abril de 2011

A desconfiança

O artigo que acabei de ler no blogue da SEDES refere a desconfiança interpessoal como um grave problema nacional. Concordo totalmente com essa tese. Como desconfiamos de todos, procuramos refúgio num sistema altamente burocrático, terreno fértil para toda a espécie de corrupção.


Citando o autor, “a baixa confiança interpessoal pressiona o regime a evoluir na direcção de uma cultura política autoritária e subordinada”. Esta cultura está já de tal forma enraizada entre nós, que achamos normal que os partidos políticos se organizem ao melhor estilo mafioso e não nos incomodam frases como a que Narciso Mota proferiu a propósito da nomeação de João Vila Verde para gerir o gabinete de divulgação de cursos da ETAP, em 2009: “se não ajudarmos as pessoas amigas, mal vai a nossa sociedade”.


Mas este não é um problema dos políticos; é um problema de todos nós. Cabe-nos a todos denunciar as “famílias”, os “padrinhos”, as “capelinhas” e restaurar a confiança no país (se é que alguma vez a tivemos) e em cada um dos nossos concidadãos. É essa também a missão do Farpas.

3 comentários:

  1. Caro Adérito,
    Parece que Narciso Mota está mesmo empenhado em ajudar as pessoas amigas.
    João Vila Verde não está hoje no gabinete de divulgação dos cursos da ETAP. Aliás, esteve lá durante muito pouco tempo.
    Hoje, o jovem ex-administrador da ex-Pombal Viva está na Terras de Sicó. Ainda não aqueceu bem a cadeira, porque começou por lá há bem pouco tempo.
    Como também começou há bem pouco outra pessoa amiga de Narciso Mota, na ETAP. O redactor da Rádio Cardal, Luis Costa, que se juntou na ETAP à ex-redactora do Eco, Adriana Afonso.
    Curiosamente, ambos têm outra coisa em comum. A esposa de um está a exercer funções na Câmara Municipal, o esposo da outra está a exercer funções na ETAP.
    Tenho dito.

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  2. Quando a política é emprego,temos mau emprego e má política.O pais está cheio disso, desde o topo até à base. Nem as Comissões de Protecção de Menores escapam.

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  3. Caro Adérito.
    Sobre o regime político de Salazar, apenas senti e aprendi que era o regime dos “tachistas”, dos que protegiam o seu “tacho”.
    Com a lição dada pelos “democratas” do 25 de Abril, na prodigalidade, na corrupção, na multiplicação de “tachos” e no estabelecimento de privilégios, passei a compreender as razões de Salazar para limitar ou coarctar as liberdades individuais. O estado actual das finanças nacionais é parecido com o que Salazar encontrou quando chegou ao poder. O esforço e os sacrifícios de uma ou mais gerações de portugueses foram desbaratados pelos “democratas” em nome do povo.
    Salazar pegou num país corrompido, endividado, sem crédito e analfabeto. Impôs sacrifícios, cobrou impostos, evitou o endividamento ao estrangeiro, impões a escolaridade obrigatória, opôs-se ao domínio de empresas multinacionais estrangeiras, promoveu a indústria nacional e as grandes obras públicas, equilibrou as finanças públicas e criou “reservas em ouro”.
    Sem saudosismos e sem pretender o regresso a modelos políticos do passado, compreendo agora quem são os verdadeiros inimigos do povo. Agora não é Salazar que volta, é o FMI que nos vai ditar as regras para nos emprestar dinheiro. Como não sabemos governar-nos, temos de ser governados por estrangeiros.
    É pena que o FMI não tenha vindo mais cedo para acabar com a “festa” e a “orgia” colectiva permanentes que Portugal viveu. Agora os sacrifícios vão ser muito altos e difíceis de suportar.
    Alguém que indique um alternativa séria e viável…

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