30 de janeiro de 2014

MAS QUE RAIO FOI O DIOGO FAZER A BARCELONA e/ou O AFINAL NÃO TÃO ESTRANHO QUANTO ISSO CASO DO “MAIL” QUE SE DESFERNANDESOU


O meu regresso às lides do nosso Farpas Pombalinas (sítio-net entretanto promovido a espécie de sucedâneo do Povo Livre, ao que ouvi rosnar por aí) não poderia nunca deixar de meter preâmbulo de gratidão à suave e gentil senhorita Joana Coucelo. Deve-se o exórdio agradecedor ao facto de ter sido ela (ela, Joana) a fazer-me descobrir que o bom Adelino Malho é, quando escreve, como eu quando bebo: “sumo”, nem vê-lo. Pronto: posto isto, vamos à trabalheira.
Vossemecês poderão desconhecer que motivo levou o bom Diogo, o nosso D. Sebastião finalmente retornado, a ir ali a Barcelona com a mesma urgência com que nós, no campismo ou nos intervalos dos bailaricos, vamos ali atrás daquela árvore. Desconhecê-lo-eis Vós. Mas aqui o “je" não desconhece, olha quem!
1) Eu sei porquê.
2) E para quê.
3) E por causa de quem.
Começo pela última parte: foi por causa do meu trovejante Amigo Man’el Rodrigues Marques, que tão depressa é capaz de falar alto como de (não) mandar mails pela calada.
E os pontos 1) e 2)? Fácil: o nosso Edil pós-Meirinhas foi a Barcelona precisamente à procura do mail que o Man’el d’Albergaria dos 6+6, se calhar inadvertidamente, para lá enviou mas que, chegar, nunca chegou. Nunca chegou a quem? Ora, ao bom Zé Gomes Fernandes, esse paladino do debate livre que já tem tão boa idade para ter o juízo suficiente de perceber às primeiras que “debate livre” e “PSD/Pombal” estão um para o outro como a Guida da Funerária para as maternidades.
E por que espécie terá feito o Man’el escrever electronicamente ao Zé para as bandas onde joga o Messi? Fácil também: porque o Zé Gomes Fernandes e o Adelino Malho andam muito os dois, isto é, de bicicleta. E de bicicleta vão mais longe, muito mais longe, do que na política. Já ouvi dizer que até já chegaram quase a Manteigas mas voltaram para trás por lhes terem dito que agora andavam a chamar Brokeback Mountain àquelas paragens altas. (Ainda um dia, aliás, hei-de eu aqui farpear crónica a propósito das peregrinações ciclísticas Malho/Fernandes pelos arredores da vida a quilómetro, colorindo de manilhas à Carrasqueira e de tout-venant à Narciso as beiras das estradas que eles pedalam com tanto garbo. Prometo.)
Ora, nisto, é claro que o nosso Diogo não sabia que o tal mail do Man’el era para o Zé se não esquecer do torneio de dominó naquela sala que cheira a peixe (ou a peixeirada, por causa do mercado em frente) a que a malta se habituou a chamar sede do PSD/Pombal. Chegado à capital da Catalunha, o nosso Eleito Mateus é claro que não deu por lá com convocatória alguma. Deu, sim, com aquela catedral muito esquisita dedicada à Expiação da Sagrada Família, espécie de barraca desenhada sobre os joelhos por um gajo chamado Gaudi, gajo que suponho tenha sido o mesmo a projectar aquele “peido-geométrico”, como se diz em Coimbra, que é a igreja da Guia. Mas adiante, se não o Celestino Mota ainda pensa que eu só me refiro ao Gaudi para dizer mal dele (dele, Celestino).
Vem daí, regressa o Diogo às pastagens do Arunca – e logo a ele acorre, pressuroso, aflito e gozão,  o nosso Man’el 6+6. Sigamos, como se moscas fôssemos, o capitoso e ominoso diálogo entre ambos.
– Ó Diogo, e que tal, o mail?
– Eh pá, ó Man’el, metes-me em cada uma que nem o Faraó anterior, pá, fartei-me de procurar e nicles-batatóides.
– Porra, pá, porra-porrinha-porreta, isto assim ainda acaba no Farpas.
– Ó pá, não seja por isso: queres tu que eu mande ali o Orlando fazer um desmentido a entalar o Zé Gomes?
– Poça, prez’dent’, também não é preciso exagerar: se fosse o caso de ser preciso escrever, tinha de não ser com os pés.
– Atão manda-se um dos clementinas bitaitar umas brilhantinices pimponas “quaisqueres”.
– Pior a emenda, ó Autarca da Longa Espera e Maior Paciência, pior a emenda: para aves dessas, vou ali ao talho do Adriano e trago quantos franganotes sem cabeça eu quiser. Não: tem de ser no Farpas, tipo assim, anunciamos uma rifa de bicicletas como as do Malho e do Zé.
– Ó Man’el, eu antes queria que fosse no Pombal Jornal…
– Ó pá, ‘tá bem, pá, mas depois sujeitas-te a que ninguém leia aquela porra, pá…
– Também tens razão, de vez em quando também te dá para acertar. Inté pareces o Alvim: perderes a freguesia foi a melhor coisinha que já te aconteceu, pá. Mas olha, já sei! – quase gritou o prez’dent’da’cambra.
(Nota da Redacção: não gritou porque nunca grita, que ele é mais daquele pianinho dos modos da fala que tão bem se aprende no Conservatório da Opus Dei.)
– Atão? – quis logo saber o Rodrigues Mails, perdão, Marques.
–  Eh pá, chama-se o craque dos computadores, o Pedro Martins, lembras-te dele?, aquele que pôs Pombal no lugar da frente da modernização infoadministrativa e a quem nós agradecemos com um coice na braguilha.
– Ah, já sei, o que é casado com a Júlia Paula do Toninho Póvoa, aquela moça que canta o fado de olhos fechados sem que o marido consiga fazer CONTROL+ALT+DELETE. Tou-t’a’ver. Vamos nisso.
E foram. Ora, estava o dito Pedro Martins (que é uma jóia viva de pessoa, talvez o único com que o Autor destes disparates por escrito casaria à moda gay no caso de as mulheres todas do concelho levarem sumiço migratório) ali na Ti’ São, ao Largo do Bacalhau ou das Laranjeiras, a chuchar uns jaquinzinhos com guarnição de migas de repolho criado a penicadas de mijo em quintais traseiros de viúvas baixinhas e artríticas, quando os bons Diogo e Man’el Six-Plus-Six rompem por ali adentro com carácter de urgência a pedir deferimento. Logo o excelente Pedro, que é um gozão daqueles mansinhos, contente de os ver exclama assim:
– Vossemecês os dois por aqui juntos? Até parecem o Gomes Fernandes e o Malho, isto sem desfazer, é claro.
Vai daí, os dois explicam-lhe ao que vêem. Restringindo no esófago o ímpeto gargalhoso, esclarece-os assim o bom Pedro da Júlia Paula do Toninho Póvoa:
– Mas ó gente, isso é o caso mais simples do mundo! O Zé Gomes não recebeu o mail do Man’el porque o Zé Gomes fez o que eu lhe disse há muito tempo para fazer e que eu há muito tempo fiz também: configurar o correio electrónico para, cada vez que aparece o triplo dígito P-S-D, o spam abrir automaticamente.
Nisto, o Man’el pergunta assim:
– Mas q’a porra é isso do spam?
E o Diogo, (sempre) muito paciente, assim:
– Ó pá, é como estes gajos das informáticas chamam ao caixote do lixo.
E pronto, amiguinhos, já por hoje açucarei a bílis.
Voltarei, ameaço.
Se por aí virdes ocasiões, contai comigo, que os Amigos afinal é para  elas que são.

18 comentários:

  1. Daniel, mas que bom texto para uma peça de Teatro. Acho que também estas é com dor de cotovelo, como eu, de não teres ido a Barcelona fazer companhia á Vereadora Fashion

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  2. Perfeito!!! Aqui podemos quase perceber a realidade de Pombal!
    Apesar de faltar qualquer coisa, como por exemplo: "GPS/ Calvete / Madame pois têm sido notícia national.

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  3. Toninho: tens toda a razão - dor-de-cotovelo é o que me faz rosnar.
    Catarina: esse é um tema a abordar, com efeito. Arrisco-me a perder convites para o Manjar do Marques, perdão, do Marquês, mas não faz mal.

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  4. Perder convites... hahaha pelo andar da camioneta esses convites vão acabar!
    Mas se não for o Daniel mas ninguém irá comentar porque tenho acompanhado o farpas e os farpianos só atacam quando não têm tachos ou interesses, será que estou certa?

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  5. Boa tarde
    Caro AMIGO Daniel, vê bem, têm cuidado, arriscas-te a ir a pé!

    Bom texto, a bílis não é tua, é do Manel Marques

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    1. Boas
      Já tinha simpatia por ti, depois da caminhada, a simpatia passou a ser em exponencial!

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Para quê tanto comentário, os dois implicados só estão a seguir os passos dos políticos, está claro que foram tirar o doutoramento a Barcelona numa semana, assim como o ministro Crato foi a Boston tirar o doutoramento em estatística, em dois meses, mas como “era um aluno exemplar” levou seis meses, e agora é ministro.

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  8. Amigo e companheiro Daniel, boa noite.
    A desoras, que não são as minhas horas, te digo que logo mais te responderei à letra, com poucas letras.
    Abraço, grande

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  9. Podes responder, amigo, que o meu spam é para outras necessidades.

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  10. SR. Eng. Não se incomode de ser o protagonista desta bela peça de Teatro do nosso grande amigo Daniel Abrunheiro. Só ele para me fazer sorrir nestes tristes dias cinzentos.

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  11. Daniel, irmão meu dos sumos, boa noite.
    Maldito tresmalhado mail que, ao invés de aterrar no aeroporto certo, aterrou no Xurrex, do nosso amigo e companheiro Querido, na Terça-feira passada.
    Acontece aos melhores e aos melhores que de novas tecnologias pouco sabem.
    Com o tresmalhado mail íamos, quase, transformando o Farpas Pombalinas no órgão oficioso do PSD.
    Lagarto, lagarto, lagarto!
    Quanto à matéria.
    O meu fraco pensar pensa pouco sobre a tua peça.
    O teu e meu Presidente, Diogo Mateus, pensa por nós dois e por todos os Homens Bons do território e muito para além do território.
    Assim, por que é que o companheiro José Gomes Fernandes há-de pensar?
    Deixem as Mulheres Boas pensar e verão que isto melhora.
    Gosto, gostei.
    Abraço, grande

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  12. Bela, cavalheiresca resposta, grande Man'el. Outra coisa não esperava. Se há coisa que levo muito a sério é o saber brincar. É prova de maturidade, de que, aliás, sempre (me) deste prova provada. Um abraço.

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    Respostas
    1. Companheiro Daniel, boa noite.
      Obrigado
      Bondade tua.
      Abraço grande

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  13. Olá
    Cá para mim o camarada Engº Manel está a redimir-se como o camarada Dr. Daniel, isto é: está a granjear amigos para se defender do camarada Dr. José Fernandes!

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  14. Calha bem, porque o Dr. José Fernandes me dá mais 500 paus se eu não disser mal dele. eheh

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