Num assomo de excesso de zelo, o município de Pombal publicou on-line os nomes completos e respectivos valores das indemninizações dos trabalhadores que aderiram ao programa de rescisão por mútuo acordo, no âmbito daquela "operação limpeza" dos funcionários públicos que o Governo incentivou.
São dez, ao todo, o que representa para os cofres municipais uma despesa na ordem dos 150 mil euros. Qualquer coisa como 1/5 do estádio da Meirinhas, duas ou três obras como a da Féteira.
Mas o insólito não ficou por aqui. Num rasgo de criatividade, o Pombal Jornal chamou o assunto à primeira página: "Saiba quem são os trabalhadores do município que pediram rescisão". Lá dentro, a notícia teria sido correcta se ficasse pelo penúltimo parágrafo, mas o jornal preferiu aderir ao estilo pravdazinho e estampar os nomes das pessoas e os euros que cada uma vai levar, à laia de compensação.
Talvez lá no jornal ninguém saiba que um funcionário público não é, necessariamente, uma figura pública. E que ainda assim, o acordo é privado. "E por isso só poderia ser tornado público com o consentimento de ambas as partes", tal como me disse ontem à noite Óscar Mascarenhas, provedor do leitor do DN, que durante anos presidiu ao conselho deontológico do Sindicato dos Jornalistas. É que à partida, as notícias que saem nos jornais não devem perder de vista o artº 9º do Código Deontológico: "O jornalista deve respeitar a privacidade dos cidadãos excepto quando estiver em causa o interesse público ou a conduta do indivíduo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende"(...)
Em tempos, o Diogo Mateus seria o primeiro a apontar o dedo a esta façanha. E em tempos, os jornais faziam mais do que reproduzir as informações municipais como verdades absolutas. Dizia o "velho" Pimpão que "o jornalista é que tem de ser esperto, os outros podem ser todos burros".
Estamos sempre a inovar em Pombal, está visto...
Paula,
ResponderEliminarComo bem te lembras - porque foi em resposta a uma pergunta tua - o Marinho Pinto, há uns meses, explicou muito bem, nesta terra, o que é e o que não é "informação" e porque é que esta é um bem de utilidade pública. Desconfio que, mesmo que ele explique outra vez, a maior parte não aprende...
Ao longo do dia de hoje esta questão tem sido amplamente debatida no meu mural do FB entre o anterior adjunto de Narciso Mota (Paulo Almeida) e o actual chefe de gabinete de Diogo Mateus (João Pimpão). A este respeito, o primeiro fez uma síntese do caso que respigo para aqui, por me parecer o cerne da questão: "Eu quero acreditar que isto passou ao lado do Diogo. E quero acreditar que ele neste momento esta a puxar as orelhas a alguem. Quero acreditar que tudo isto foi o tal excesso de zelo de que falas aliada a burrice amadorista de quem aprendeu a fazer copy paste e chama-lhe noticia. Que sirva de exemplo e de contenção a quem tem a responsabilidade da comunicação municipal. Erros todos cometemos e um pedido de desculpas ficava bem". É isto, afinal...
EliminarQuando um Jornal é um pasquim e informação é calhandrice, está tudo ao mesmo nível, está tudo explicado!
EliminarÉ a degradação dos valores. Já anda em Pombal há algum tempo.
ResponderEliminarBoa tarde
ResponderEliminarMas qual jornal? Aquilo são umas folhas dobradas ao estilo de agenda do que se passou, festas, passagens de modelos, assuntos já ultrapassados no tempo e comentados aqui no FARPAS, alguns textos assinados e investigação para noticiar nada, absolutamente nada, esta coisa que aqui estamos a comentar foi um devaneio, eles, os do jornal nem se aperceberam do que estavam a tratar, não se pode levar a mal porque nem é incompetência é ingenuidade.
O jornal é feito a pensar em facturar algum em publicidade porque bocas existem para alimentar, o resto é para encher papel, depois do alerta acredito que ouve contactos e pedidos de desculpa e que para a próxima perguntamos primeiro.
Mas notem a arrogância e falta de vergonha. " Pega num telefone e fala com quem quer que seja o responsavel do jornal para que clarifiquem a situacao", o que é isto? Então era a pratica?, a resposta de quem já por lá passou: "O jornalismo trata da maneira como vimos... a deontologia, os leitores e os anunciantes que ajuízem."
Esta é a postura que desejamos, tenho a certeza.
Companheiros, boa noite.
ResponderEliminarSó agora pude ler.
Estou na minha zona de conforto.
Por que é que vossas excelências, que são uns sábios, não saem das vossas zonas de conforto e metem a mão na massa?
Eu sei porquê: Dá trabalho e vocês sábios, sabem que o trabalho não dá saúde.
Saúde
Amigos e companheiros, boa noite.
ResponderEliminarÉ com muita mágoa que vos confidencio que um garganta funda me denunciou como assassino.
Confesso!
Assassinei este debate.
Mandem-me prender.
Com Votos de Boa Saúde e de termos trabalho, sou
O não arrependido
Amigos e companheiros, boa noite.
ResponderEliminarÉ com muita mágoa que vos confidencio que um garganta funda me denunciou como assassino.
Confesso!
Fui eu que assassinei este debate.
Mandem-me prender.
Com Votos de Boa Saúde e de termos trabalho, sou
O não arrependido
Boa tarde
ResponderEliminarO Sr. Engº assassino? só for de si próprio, não faz mal a ninguém, só à concorrência política!.
Desta vez concordo consigo. O Eng. Marques agora só quer sopas e descanso, no entanto vai pondo o olho para policiar os adversários e corrigir os aliados.
ResponderEliminarAmigo e companheiro António Roque, boa noite.
ResponderEliminarDa minha zona de conforto, digo-tê que entremeio umas cervejolas no Paulo com sopas de cavalo cansado.
Abraço
Por acaso, num debate recente fui informado que a imperial do Paulo em Albergaria é a melhor em toda a região Centro. Tem de organizar um Wokshop para os Farpistas afiarem a má-lingua.
ResponderEliminarAmigo e companheiro António Roque, boa noite.
ResponderEliminarQuando tu queres, tens boas ideias.
Vamos nessa.
Todos ao Paulo, num Sábado à tarde.
No Sábado, dia 25, não pode ser, dado que estou de serviço às directas para o Presidente do PSD, das 16 às 22 horas.
Mas não tenho compromissos nos seguintes.
Por favor, marquem.
Abraço
A notícia em si não me despert anenhum interesse, mas não vejo caso para alarido...
ResponderEliminarNem sequer vejo incompatibilidade com o artigo do código deontológico citado, já que o caso se enquadra no "excepto quando estiver em causa o interesse público".
Até me parece que que deve haver obrigatoriedade de que a informação seja pública. Se assim não fosse, com certeza este post teria o texto ao contrário: "Então gasta-se X dos dinheiros públicos e não se publica para onde foi o dinheiro?"