Muito se tem
falado ao longo dos anos, do grande desafio/problema que o nosso país
enfrenta no futuro: o envelhecimento demográfico.
O envelhecimento
da população portuguesa já o era previsível há mais de 2 décadas
atrás, os números nessa altura eram preocupantes e mostravam a
tendência futura. Com a ausência de medidas estruturais na área,
hoje Portugal é o 6º país mais envelhecido do mundo!
Frequentemente
associa-se a sustentabilidade da segurança social (reformas/pensões)
aos aspectos demográficos, o que na minha óptica, é manifestamente
redutora esta análise. Se há anos atrás poderíamos afirmar que as
redes de equipamentos sociais de apoio aos idosos tinham taxas de
cobertura satisfatórias, hoje, sabemo-lo da dificuldade que é
encontrar vagas; contrastando com os equipamentos da infância (que
há 20 anos atrás apresentavam listas de espera).
Nos serviços de
saúde (quer nos cuidados de saúde primários, quer nos
hospitalares), todos nos queixamos da falta de recursos humanos e
materiais. A verdade é que comparativamente com o passado (há 20
anos) nunca os serviços estiveram tão dotados de recursos humanos e
recursos tecnológicos … mas eu acrescentaria que independentemente
do seu reforço, eles serão sempre insuficientes! A verdade é que
os doentes que mais recorrem aos serviços de saúde são idosos, com
doenças crónicas, grandes dependentes, que exigem dos serviços
cada vez mais cuidados indiferenciados. Com o aumento da esperança
media de vida e segundo alguns especialistas, verifica-se um aumento
do tempo de vida, mas estima-se que futuramente será com menos
qualidade de vida.
O país não se
preparou para esta realidade dos mais velhos, e vai apenas falando
dos desafios demográficos tendo avançando pouco.
Está na “moda”
falar-se no envelhecimento activo, mas se olharmos um pouco à nossa
volta encontramos constantemente obstáculos, que nos impede de
usufruir desse envelhecimento com mais qualidade. Basta olhar para as
(in)acessibilidades que um cidadão com mobilidade reduzida (seja
velho ou novo) encontra nas vias publicas. Andar de cadeira de rodas
ou de muletas, ou até sem nada disso, é um desafio (arriscado diria
eu).
Começa a ser
dramático, porque para além de não conseguirmos criar condições
para que a taxa de natalidade e fecundidade aumente, não estamos
também preparados para a realidade da velhice.
Marlene, é bem verdade o que refere, apenas não sei se alguém já se apercebeu ou fez conta do seguinte:
ResponderEliminar1 eram os JIs que tinham lista de espera e hoje estão às moscas, depois as escolas básicas, depois as secundárias e em seguida as universidades que cresceram exponencialmente e na mesma proporção regrediram entretanto...
Ora, temos neste momento o apogeu numérico dos idosos e taxas máximas de ocupação dos lares da 3 idade...
Mas não dentro de muitos anos até mesmo esta "matéria prima" destas derradeiras instituições começará a escassear e assim fecha-se o ciclo da diminuição da população, o encerramento de muitos lares, e uma nova estabilização demográfica em mínimos históricos que será a realidade futura não muito distante.
Isto se não conseguirmos encontrar outra cativação aumentada de economia e fixação de população neste concelho que consiga inverter o futuro negro anunciado.
Os políticos ativos, todos, tentam encontrar a iniciativa pública mágica que permita está evolução positiva que todos desejamos...
Pode ser que venhamos a ter a sorte desse político se afirmar e a sorte de implementar essa mesma iniciativa...
O sonho comanda a vida... penso eu de que....