21 de maio de 2019

Uma Ilha isolada do saneamento básico


O saneamento básico é considerado pela ONU (Organização das Nações Unidas) como direito humano universal desde 2015. Isso significa que dá aos cidadãos o direito de reivindicar ao estado e especificamente ao poder local quando este falha em providenciá-lo.

A (falta de) vergonha teima em continuar nos vários executivos camarários ao longo dos anos. Mais uma vez foi apresentado um orçamento para 2019 que teima em não ser concretizado e teima em se atrasar

Foi anunciado com pompa e circunstância a orçamentação para 2019 do emissário Carnide-Louriçal que iria finalmente cobrir a Ilha e áreas circunscritas, a rede de saneamento dos Barros da Paz, Assanha, Ladeira, Gregórios e Penedos e Casal da Rola. Pelo estado das obras tudo indica que estes projectos serão uma miragem para este ano será que o vereador Pedro Murtinho terá a capacidade de executar tão exigente calendário nos meses que faltam? Com os atrasos na expropriação de terrenos e na adjudicação de obras tenho muitas dúvidas

Na Ilha, esta promessa eleitoral foi continuamente feita pelo executivo de Carlos Domingues, e gastaram-se rios de dinheiro do erário público há mais de uma dezena de anos, para construir uma rede de saneamento básico que nunca foi utilizada. Hoje é apenas um MAMARRACHO debaixo da terra que irá ter que ser reconstruído porque estará inutilizável.

Está lá, mas nãé utilizável e, portanto, foi um desperdício de dinheiro público.
Ainda na Ilha e áreas circundantes, a solução mais rápida e viável financeiramente seria a ligaçãà rede de Leiria via  freguesia da Bajouca, porque representava menor investimento. Parece que o executivo quer ter o controlo de toda a sua região para a empresa municipal e não o interesse da população.

 Na altura, o Pedro Murtinho argumentava que o custo para o utilizador eram alguns cêntimos a mais. Se compararmos isso com o custo que as pessoas têm a pagar a camiões tanque da câmara municipal para despejar as fossas não teria qualquer relevância. Seguramente que a população não teria qualquer problema com isso.
No tempo em que Michael António era vereador executivo ouvi a frase "que é impossível ter 100% das casas cobertas por saneamento básico". É verdade, especificamente para empresas e casas isoladas e distantes das zonas de concentração populacional, mas será que a Ilha é considerada como isolada?

Segundo o site da Pordata (que apenas tem dados de 2009) só 37% da população do concelho de Pombal é servida por estações de tratamento de águas residuais, contra Castanheira de Pera (99%) e Marinha Grande (93%). Tenho grandes dúvidas se esta percentagem se alterou nos últimos 10 anos.

Fala-se tanto em ambiente por este executivo, mas o saneamento básico nãé a prova desse discurso. 
É aqui que o desenvolvimento regional deve ser evidenciado,  porque são infraestruturas base. Será que uma empresa não faz contas ao custo anual que terá com camiões tanque vs. a possibilidade de ter saneamento básico? Nãé só a rede rodoviária que conta

O concelho, na sua globalidade, é marginalizado em relaçãà urbe de Pombal, e não deveria ser porque o executivo é eleito por todo o concelho.

Ou então o saneamento básico é mesmo para a urbe e ninguém nos avisou.

1 comentário:

  1. É sempre bom relembrar a aspiração e necessidade que as populações têm relativamente às dotações de serviços públicos urbanos modernos como é o saneamento.

    Os prazos das obras públicas escorregam sempre um bocado e tanto mais quanto maior a sua complexidade e por isso esta não será diferente.

    Parece que falta uma estação elevatória em Louriçal para entrar em funcionamento toda a rede instalada.

    Não é verdade que a rede instalada na Ilha esteja ou seja inutilizável, porque ao que sei parece ter sido toda revista e pronta a entrar em funcionamento mal o sistema final tenha a sua ligação concluída, servindo quase metade da Ilha.

    No tempo do Carlos Domingues, presidente, era assim que se dava início à solução das necessidades, as juntas davam andamento ao que se atreviam esperando assim pressionar a câmara a também dar andamento ao resto e que só agora está a ser concluído. Hoje pode ser criticada a iniciativa dele mas no seu tempo era apoiada e importante.

    Brevemente julgo que irá entrar em funcionamento toda a rede já instalada e com sorte até ao fim de 2019.

    As promessas eleitorais mais cativantes são sempre grandes trunfos jogados nas campanhas, grande parte delas para não serem cumpridas, e também pelo Oeste as houve bastando dar tempo ao tempo para o constatar.

    Sobre a restante metade da Ilha, Helenos,Água Formosa e toda a vertente para Oeste, o saneamento é há muito um desejo de todos mas não é assim tão garantido que a solução aqui indicada seja a mais económica ou a mais recomendada.

    De todo o modo um povo que se manifesta é um povo ativo, e todas as iniciativas são boas para pelo menos ajudarem a relembrar quem comanda o que esse povo aguarda.

    Eu sei que a política obriga a usarem-se algumas farpas contra os alvos do costume, mas neste caso apontar negativamente o Carlos Domingues pela iniciativa que teve nos seus mandatos é no mínimo uma injustiça que honestamente não merece.

    Mas concordo totalmente que o saneamento básico em toda a Ilha é uma necessidade urgente a merecer toda a atenção e ação dos que decidem.

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