18 de setembro de 2019

Precisamos de mais escolas? Para quê?



No Dia (municipal) da Educação, ficámos a saber que o Município vai investir cinco milhões de euros (!) em três novas escolas do primeiro ciclo: Guia, Vila Cã e Pelariga.
Das três, só a Guia encontrará aqui alguma justiça no investimento - pois que o Centro Escolar vem com muitos anos de atraso, numa comunidade onde ainda vai havendo alunos: há 78 crianças matriculadas no primeiro ciclo. Embora haja apenas 19 no pré-escolar público, a esperança cresce para os anos seguintes com as que transitam da Acurede, por exemplo, uma das mais antigas IPSS's do concelho com a valência de creche e jardim de infância. Nessa altura, quando estiver construído o centro escolar da Guia, só não sabemos se ainda haverá espaço para manter aquele pólo da Mata Mourisca (um dos primeiros a ser construído, numa altura em que já abriu com salas vazias). Actualmente tem apenas 30 crianças no primeiro ciclo. As coisas melhoram ligeiramente na Ilha, onde há 65 crianças, e (alguma) esperança no futuro, com 47 no pré-escolar.
Quanto aos outros, estamos a investir em quê? Na satisfação das vontades dos caciques locais? 
No ano passado a freguesia de Vila Cã tinha 39 alunos no primeiro ciclo. Ficando a mais ou menos 2 km de distância da vizinha Abiul - que exibe um novo pólo escolar, onde não falta espaço - qual é a ideia? 
Deixamos para o fim o caso da freguesia da Pelariga, onde havia apenas 30 crianças no ano passado. Ora, no lugar da Machada, a escola albergava 62 - o que se explica com o número de crianças que emanam dos dois infantários privados. Ou melhor, que emanavam. Porque um deles - O Berço dos Afectos - acabou de fechar portas este verão. Resta apenas o Zero Seis. 
Expliquem-nos então, para que serviram as obras na escola da Machada? Ou alguém acredita que a construção de uma nova escola na Pelariga é sustentável sem agregar as crianças dali?
Em 2015, uma reportagem do Jornal de Leiria noticiava que faltavam 700 alunos para preencher a capacidade dos centros escolares de Pombal. Passaram quatro anos, Pombal perdeu população. De tal forma que, nas próximas eleições autárquicas, o executivo volta a ser constituído apenas por sete vereadores, perdendo dois. 
Há décadas que não há registo de grandes investimentos industriais, geradores de emprego. É isso, afinal, que faz crescer e fixar população. Diogo Mateus pode dourar a pílula e até culpar o Governo por este destino (o argumento da redução de turmas aos privados é de ir às lágrimas), que não se livra de ficar associado ao maior declínio deste território. A não ser que esteja a guardar para o final aquele trunfo que anunciou na primeira eleição, que eram os empresários da América Latina que andavam de olho em Pombal. Se vierem charters deles, isto vai. 

1 comentário:

  1. O Concelho de Pombal, com D. Diogo está mesmo a definhar. Sem novas empresas não chegam novas famílias ao Concelho e as novas que se formam no concelho estão com tendência para se deslocarem para Leiria ou Marinha Grande. Com o Brexit e com novas regras na Suiça para os emigrantes Portugueses, que têm de pagar impostos lá sobre o património que adquirem cá, esta era a altura de se fazer algo mais por Pombal. Mas o problema é que estes autarcas que lá estão agora nunca trabalharam em empresas, sabem lá o que é isso.

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